Traição





Estava em meados de outubro e eu aos poucos estava me recuperando.
Encontrei a Mione na hora do almoço:
-Oi, Gina. –ela cumprimentou ao me ver chegar de mãos dadas com o Harry –Oi, Harry.
-Oi. –eu e ele respondemos.
-Hoje teremos uma reunião entre os Monitores. Sala Precisa às 8h, tá bom? É importante, você não pode continuar falando.
-Tudo bem, eu vou. –respondi.
-Faz bem e faria melhor se mandasse o Harry parar de escrever o seu nome e o dele envoltos por um coração durante as aulas de História de Magia. Ele gasta muito espaço no pergaminho com isso e não presta atenção no que o Binns fala...
-Mione! –Harry a censurou –Quem é que presta atenção no Binns?
-Eu presto! –Hermione afirmou –E você deveria também.
-Ah, é? –Harry perguntou, obviamente se divertindo –Pensa que eu não vejo você o Rony trocando bilhetinhos na aula do Binns? –Hermione ficou vermelha, mas o Harry não parou por aí –E também pensa que eu não percebo quando vocês desaparecem de repente e depois de um tempo reaparecem afogueados e com os uniformes amarrotados...
-Harry! –Mione exclamou.
-Isso sem contar nas saídas furtivas à noite...
-Agora chega, Harry! –Hermione disse autoritariamente e Harry se calou –Dê um jeito nesse seu namorado, Gina. –acrescentou para mim e saiu pisando duro.
-É verdade, Harry? –eu perguntei.
-É claro, aqueles dois não me enganam. Não são tão santos quanto parecem...
-Não foi isso que eu perguntei. –eu o interrompi.
-Então foi sobre o quê?
-Sobre o que você escreve durante as aulas de História da Magia...
-É...bem...é isso aí... –respondeu meio envergonhado.
-Você é tão fofo, Harry! –eu disse abrindo um enorme sorriso.
Eu sei, eu sei. Isso tá soando melado demais...Mas...eu não posso evitar...
-Isso é bom ou ruim? –ele perguntou.
-Depende. Eu não quero ser a responsável por você não obter N.I.E.M.’s suficientes para ser auror.
-Não se preocupe, eu prometo que vou estudar mais.
-Ótimo. –eu respondi.
Depois do almoço voltei ao dormitório para me arrumar para as aulas da tarde. A aula era de Herbologia e pode-se dizer que até que eu estava inspirada (ganhei 20 pontos para a Grifinória). Após essa aula eu tinha um intervalo e como estava cheia de terra, eu aproveitei para tomar um banho.
Em seguida decidi ir a biblioteca para terminar meu trabalho de Transfiguração. O problema era que a seção em que estavam os livros de Transfiguração, era a última. Além de que o livro com que eu havia começado o trabalho, estava no fundo de um dos corredores mais escondidos e estreitos.
Eu estava procurando pelo livro, quando senti uma mão tapar a minha boca e a outra me fazer girar ½ volta. Eu quase tive um treco ao ver aqueles olhos e cabelos negros e a pele pálida. Como é que podia ser Tom Riddle?
-Olá minha pequena. Sentiu minha falta? –perguntou sorrindo.
Uma coisa sobre o sorriso do Tom. É um sorriso dos mais belos, mas tem um toque de malícia e não abrange os olhos. De certa forma é cativante, mas me causa calafrios (arrepios?). Se for por me dar medo ou outra coisa, eu não sei.
Voltando... O que eu respondi foi:
-Pensei que finalmente estava livre de você. Mas me diga. EU pareço drogada? Talvez eu tenha aspirado algum pó de plantas alucinógenas na aula de Herbologia. Você aparecer de madrugada, eu podia considerar delírios por eu estar morta de sono. Mas e agora? Como é que eu vou definir essa sua aparição? Eu devo estar ficando louca...
Ele me interRompeu:
-Não defina, apenas sinta.
Acho que não preciso dizer o que ele fez a seguir foi me beijar, não é? E eu posso dizer que aquilo NÃO foi um sonho, delírio, alucinação ou derivado. Acredite ou não (e eu estou relutando em aceitar o fato) aquilo FOI REAL.
Eu senti tudo. Os meus sentidos não podem estar falhando, podem? Eu senti as mãos dele na minha cintura, me apertando contra o corpo dele. Os lábios dele sedentos dos meus, beijando com ferocidade. Meu Deus! O QUE FOI AQUILO?!? O Harry não beija assim! Nem o Malfoy, nem o Zabini, Dino Thomas ou Miguel Córner. Nenhum deles tem esse tipo de beijo, tão faminto... O que mais se aproxima é o Malfoy, mas isso não vem ao caso...
Devo assumir que por um tempo eu fiquei entorpecida e não conseguia pensar em nada. Apenas estava correspondendo. Quando novamente me fiz ciente de meus atos, parei e o empurrei:
-Pare! –eu disse ofegante e meu coração estava descompassado, tentando novamente regularizar a respiração –Isso é L-O-U-C-U-R-A. COMO VOCÊ É REAL? Como posso te tocar? Sentir...?
-Eu já disse que não sei. Alguma coisa me fortaleceu de repente e eu não sei o que é. –respondeu na lata.
-Eu não consigo compreender.
-Não é isso o que está em jogo, minha querida. Você me pertence.
Eu estreitei os olhos:
-Não mesmo! E só pra começar, Harry e eu estamos namorando.
-E você pensa que eu não sei? –ele me interrompeu –Eu tenho te observado mais do que você possa pensar. O Creevey morreu, o Zabini desistiu de você. Agora falatam apenas três: o Potter, o Malfoy e o Finnigan. Bem, sbendo-se que o Finnigan não faz nada porque você está com o Potter, faltam apenas dois. O Malfoy é persistente, mas não está sendo bem sucedido. O Potter é um frouxo...
-Hey! –eu exclamei, mas ele continuou.
-Eu tenho observado que ele é muito mole. Ele fala demais e faz de menos. Você precisa de um homem de verdade. –eu abri a boca pra responder, mas ele não deixou –Vai, Gina! Diz que o Potter causa o que eu causo em você. –ele me desafiou –Mas nós dois sabemos que isso não é verdade.
-O Harry me consola e sabe me ouvir. Isso é muito importante. –eu respondi firme.
-Mas não o suficiente. Paixão precisa de fogo e isso eu posso te dar. Não diga que não quer, pois estará mentindo para si mesma.
Mais uma vez eu fui puxada dele tocam o meu pescoço e me causam um súbito arrepio:
-Não, Tom... Eu não posso... Trair o Harry. –e em resposta ele intensificou a pressão –Malvado. Não é justo...
-Você já está traindo ele, então relaxe e não resista. –ele falou com um ar cínico de dar nos nervos e então juntou nossos lábios.
Eu estava contra uma estante (sorte as estantes serem fixadas no chão por magia) e o corpo dele estava tão pressionado contra o meu que parecia ser impossível afastá-lo.
De repente eu não senti mais nada e então abri os olhos e ele estava parado na minha, a uma certa distância e tinha uma expressão divertida:
-Ouça. –ele apenas mexeu os lábios.
Então eu ouvi:
-Gina? Cadê você? –era a voz da Carol se aproximando.
-Vai embora. –eu pedi pra ele – Rápido!
Ele fez que não com a cabeça. Eu já ia brigar com ele, quando:
-Gina! Finalmente eu te achei. –ela falou se aproximando pelo corredor e eu fiz cara de terror –Você disse que ia terminar o trabalho de Transfiguração. Conseguiu? –e então ela acrescentou –Quem estava aqui com você, Gina? O Harry andou cabulando aula?
Eu olhei para o Tom e a Carol também, mas ela não conseguia vê-lo:
-Depois a gente fala sobre isso, Carol.
-Você precisa dar um jeito na sua aparência ou todos irão perceber que você andou tendo uns “amassos”. Mas não se preocupe. –ela disse ao ver a cara de desespero que eu fiz –Reparo. –ela disse com um grande gesto de sua varinha –Pronto. Agora está tudo bem. Vamos logo ou chegaremos atrasadas em TDCM.
-Tem razão, o Carlinhos vai querer me matar se eu cehgar tarde de novo.
Eu dei uma última olhada pro Tom e ele mandou um beijo no ar e fez um gesto de “depois a gente continua”.
-E Então, Gina? O Harry vai bombar nos NIEM’s se você quiser usar o horário que ele deveria estar em aulas ou até mesmo o tempo livre dele pra namorar.
-É, eu sei disso. –respondi vagamente, as entranhas remoendo de culpa.
Já estávamos nos jardins, quando vimos o Harry, a Mione e o Rony saindo da cabana do Hagrid (eles cuidam do Canino). Acenamos pra eles de longe e entao a Carol me fuzilou com o olhar:
-Gina Weasley! Harry Potter pode ter derrotado o Lord das Trevas quando era bebê, mas não tem o dom da onipresença, ou seja, ele não pode estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo. Se ele estava na cabana do Hagrid, não podia estar na biblioteca com você. Quem estava com você naquele corredor?
-Você não acreditaria...
-O Malfoy? –ela chutou.
-Não. Quem estavaa lá era Tom Riddle.
-O quê? –ela perguntou perplexa.
-Eu disse que você não acreditaria.
-Eu estou falando sério! Quem estava com você? Chega de mentiras!
-Caroline Cronwell! É verdade! Ele é real. Você viu o “estrago” que ele me fez, não viu? Confia em mim.
-Será que alguém tinha um cabelo guardado dele e se transformou com a Poção Polissuco?
-Não. Ele estava lá quando você chegou, mas você não conseguiu enxergá-lo e eu sim.
-Atrasada de novo, Gina? –Carlinhos perguntou –Menos 20 pontos para a Grifinória.
“Droga! Eu sou inútil e desprezível! Traí o Harry! Eu não mereço viver.” Eu pensei, tentando prestar atenção na aula, mas estava mais difícil que nunca.
Como é que eu pude fazer isso?!? POR FAVOR, alguém pode me explicar?!? Porque eu mesma não sei. Existem algumas possibilidades em que pensei.
1-Eu estou sem o mínimo juízo.
Por que eu não consegui pensar em nada na hora...? Qual é? Tom Riddle é Voldemort. Uns 50 anos mais jovem e MUITO + bonito, mas ainda assim Voldemort...
2-Eu sinto algo por ele.
Mas como é que pode? Pode ser até uma pontinha de atração, mas mais que isso eu ME RECUSO a pensar!!!!!
3-Eu não estou completamente satisfeita com o Harry.
Bah! O Harry é perfeito! Tá bom... Eu sei que estou exagerando... Mas ele é tão compreensivo....Comigo. Bem, pelo menos desde que começamos a namorar. Eu não esqueci daquela vez que ele me expulsou do Salão Comunal... Mas nunca mais ele fez algo do tipo. Hum... Eu sei que ele tem ciúmes de mim. Um pouco com o Simas, mas MUITO com o Malfoy. O Harry não deixa o Malfoy chegar perto de mim e por duas vezes eles foram detidos por duelarem. Aqueles dois não tem jeito. E na 1ª partida de quadribol da temporada, então? Grifinória X Sonserina. O jogo foi um sufoco! Partida equilibrada e falta pra todo lado. O Harry e o Malfoy voavam lado a lado (e não paravam de se xingar e acotovelar, é claro) e demorou mais de uma hora para que o Harry pegasse o pomo. A cara do Malfoy foi a de quem mataria o 1º que visse pela frente.
Resumindo: A suposição mais lógica é a n°1, a que diz que eu não tenho juízo, logo eu não sei porque me deixei levar.
Por que eu não consegui resisitir? Ele játentou me matar, me fez atacar nascidos trouxas... Isso sem contar todas as coisas horríveis que ele fez como Voldemort.
A aula tinha acabado e eu (de propósito) fiquei pra trás com a Carol. Depois de começarmos a andar vagarosamente:
-Carol, por favor! Você tem que me prometer que não vai contar pra ninguém.
-Sim, eu prometo. Mas saiba que não apoio. Por que é que você fez isso?
-Você não sabe como ele pode ser persuasivo... –eu respondi veemente.
-Quem? Tom Riddle?
-É óbvio, Carol. De quem você acha que eu estou falando?
-engraçadinha... Você não está em posição de dizer muita coisa, Gina.
-Você também não, Carol. Você não conhece o Tom.
-Eu sei o suficiente pra saber que é perigoso você se envolver com ele, eu estou preocupada. Já disse que eu não apoio que você traia o Harry. Mas se fosse pra escolher... eu preferiria que fosse com o Malfoy. Entre um Filhote de Comensal e o
Maior Bruxo das Trevas, eu fico com a primeira opção.
-Como você é otimista, Carol. –eu respondi sarcástica.
-Também, Gina... Olha só com quem você se envolve. –ela reclamou –O Harry não merece que você faça isso com ele.
-eu sei. Mas você não está me ajudando, só está fazendo com que eu me sinta ainda pior. Eu tô com a consciência muito pesada.
-Eu estranharia se não estivesse.
-Gina! –era o Harry me chamando.
Eu me virei e ele me deu um selinho:
-Eu vou direto ao ponto, já que temos aula agora. –ele disse –Treino de Quadribol hoje às 18h. Te espero lá, agora tenho aula de DCAT. –e me deu outro selinho –Tchau.
-Tchau, Harry. –eu disse e ele se foi.
-Você vai no treino, não vai?
-é claro que vou, Carol. Agora vamos mais rápido ou o Snape vai tirar pontos da gente.
Na aula do Snape aconteceu um milagre. Ele não tirou pontos de mim e não conseguiu achar nenhum defeito na minha poção para gripe. Bem, mas no final da aula:
-Todos podem sair, menos a Srta. Weasley.
As minhas amigas me desejaram boa sorte e então se foram. Eu juntei as minhas coisas e me aproximei da mesa do Snape.
-O que quer comigo, Professor? –eu perguntei na defensiva.
-Sabe, Srta. Weasley. –ele começou –Há algumas semanas, eu dei por falta de alguns ingredientes no meu estoque particular. Não é a primeira vez que isso acontece... –eu engoli em seco –Avise ao seu namoradinho que estou de olho nele, entendeu? –eu fiz que sim –Então já pode me livrar da sua desagradável presença, Srta. Weasley.
Eu tinha praticamente acabado de sair da sala do Snape, quando ouvi uma voz arrastada:
--Gina!
Eu me virei e por incrível que pareça, não era o Malfoy e sim o Harry. Será que o ciúmes do Harry é tanto que ele resolveu imitar o Malfoy?
Antes que eu pudesse dizer um “a”, ele me encostou na parede e começou a me beijar. Até no beijo ele resolveu inovar...pra melhor, devo dizer. Mas eu o parei:
-Agora não, Harry, aqui não é lugar pra isso. Pessoas passam por aqui e bem, estamos nas masmorras. Você sabe como os sonserinos são chatos, vão encher o saco.
Ele fez uma cara estranha que parecia de leve aborrecimento, então disse:
-Dá-se um jeito. –e começou a me puxar pela mão.
-Pra onde estamos indo, Harry? –eu perguntei curiosa.
-Você já vai ver. –ele respondeu misterioso.
-Posso fazer uma pergunta?
-Você acabou de fazer...
-Outra, né? –e ele afirmou –O que deu em você?
-Vontade de ficar com a minha namorada. –ele respondeu dando de ombros.
-Mas daqui a pouco mais de meia hora nós temos treino de quadribol. Foi você que marcou de última hora, lembra?
-Ah...sim, é claro! Mas enquanto isso... Alorromora. –ele abriu a porta e entramos numa sala vazia –Colloportus. –disse assim que passei pela porta.
-Como foi o seu dia? –eu perguntei.
-Normal. E o seu?
-Anormal. O Sanpe não tirou pontos meus. E ahn... ele disse pra te avisar que está de olho em você.
-Mas por quê? Do que é que ele tá me acusando?
-Roubar ingredientes do estoque particular de poções dele.
-Ah... Ele tá caducando já...
Aí o Harry enlaçou a minha cintura e me beijou. No início foi calmo, mas então foi aprofundando o beijo e ousando mais... Até demais, devo dizer. Bem...Como é que eu posso dizer? É que, tipo assim, ele nunca tinha feito isso...Agora chega de enrolação. O fato é que ele colocou as mãos por baixo da minha saia e acariciou as minhas coxas. Devo dizer que se eu não o tivesse parado... Bem, ele teria feito mais que isso...Nota: a essa altura estou da cor de meus cabelos, só de relembrar...
-Pára, Harry...
-Mas por que, Gina? Você estava gostando disso...
-...Mas é que...
-Mas é o quê?
-Você tá forçando a barra, é isso o que é. O que aconteceu com você, Harry? Você não é assim... Não faz essas coisas comigo... Pode se abrir, eu sou sua namorada.
-Eu, eu...Não sei exatamente. Pode ser a pressão dos NIEM’s. Talvez seja medo de te perder, você sabe que nosso namoro andava morno. Mas também é que eu tenho 17 anos e os meus hormônios querem mandar nas minhas ações...
-Hum...eu concordo quanto ao nosso namoro andar morno. E quanto aos seus hormônios...hum, o que você sente?
-Vontade de te agarrar quanto te vejo é só o começo...
Eu corei febrilmente:
-A-a gente nunca conversou sobre isso antes...
-É... O que você tem a dizer?
-Bem, eu não sei se estou preparada pra você-sabe-o-que. –eu respondi e fiquei mais vermelha, se possível –O Rony ia querer te matar...
-E desde quando você só faz as coisas que o seu irmão quer?
-Também não é assim, Harry.
-Então é como?
Merlin! O que aconteceu com o meu namorado? Virou um maníaco sexual?
-Tenha paciência, Harry. Você pensou que era me trazer aqui e nós iríamos fazer, pensou?
-Não exatamente. Eu te amo, Gina. Não vou te forçar à nada, ok?
Aí sim ele falou como o harry que eu conheço.
-Me dê um tempo pra pensar sobre isso.
-Quanto tempo você precisa pra pensar? –perguntou calmamente.
-Eu não sei. Não tem tempo pré-determinado. Tente me compreender também, Harry. Esse é um dos passos mais importantes na vida de uma garota, não posso decidir de uma hora pra outra.
-Tudo bem, Gina. Eu espero o tempo que for necessário. Hum...e o treino de quadribol?
-Ah, é mesmo! Está quase na hora, vamos indo. Mas eu tenho que deixar as minhas coisas no dormitório.
-E eu tenho que dar uma passada na biblioteca.
Saímos da sala e seguimos por caminhos opostos. Eu guardei minhas coisas no dormitório e rumei direto para o Campo de Quadribol.
O Harry deve ter corrido, porque quando eu cheguei, ele já estava lá (se bem que eu andei bem devagar). Ele estava conversando com o time (sim, eu fui a última a chegar), mas quando me viu, sorriu angelicalmente (na minha opinião) e me deu um selinho:
-Aí está você, Gina. –ele disse –Vá se trocar e então podemos começar o treino.
Eu fui pro vestiário e lá coloquei o uniforme de quadribol e depois peguei a minha vassoura e fui treinar.
O treino foi longo e exaustivo, mas pelo menos serviu pra deixar o time nos trinques. Eu QUERO aquela taça de quadribol!!!
Eu fui pro vestiário com a outra artilheira, uma garota do 5° ano chamada Marine Willians:
-Bom treino hoje, né, Marine?
-Ótimo. Os corvinais não saberão o que os atingiu. –ela respondeu entusiasticamente.
Como sempre eu sou uma lerda, por isso terminei o banho por último. Quando a Marine terminou de se trocar, eu estava começando.
-Pode ir indo se você quiser, Marine. O Harry disse que vai me esperar.
-Eu vou então, tenho que terminar uns apontamentos de Astronomia. Tchau.
-Tchau. –eu respondi, colocando a minha saia.
-Gina? –eu ouvi chamar e era a voz do Harry –Você vai demorar?
-Não! –eu gritei de volta –‘Pera um pouco. –e vesti a camisa –Pode entrar.
Ele entrou e eu estava sentada no banco, colocando as minhas meias. Ele sentou-se ao meu lado:
-Jogou muito bem hoje, Gi. Digo, melhor do que costuma.
-Obrigada. Você nem se fala. É o melhor apanhador que eu conheço. –falei e agora calçava os sapatos.
-Só o melhor apanhador, é? –ele perguntou, se fazendo de indignado.
-Harry! Já ta se achando, é? Eu tenho que parar de te mimar.
Coloquei a minha capa e olhei pra ele:
-Você não fala sério, né, Gina? Eu não sou mimado. –falou fazendo cara de ofendido.
-Não, eu sei que você não é. –respondi e rumamos para o castelo.
Eu e o Harry nos despedimos no Salão Comunal e eu subi pro meu quarto. A Agatha, a Susan, a Sophie e a Carol conversavam. Quando me viram, a Sophie disse:
-Mais uma carta pra você, Gina.
-Do Draco Todo Gostoso Malfoy. –Agatha completou –A coruja dele deixou em cima da sua cama.
O Malfoy não pára de escrever pra mim. E o pior é que eu não consigo mandar ele parar ou jogar fora... Se o Harry descobrir... Estarei com sérios problemas.
-Não vai abrir? –Susan perguntou –Mas vai ter que ler pra gente.
-Pra quê? –eu perguntei –Vocês já sabem o tipo de coisa que vai estar escrito.
Eu peguei a carta e elas fizeram coro para que eu lêsse. Bem, eu acabei lendo... Dizia:

Minha linda ruivinha,
Que dia na minha é completo se e não a tiver ao meu lado?
Gina, você me fez querer sagrar-me cavalheiro de uma única dama.
Meu coração pertence a ti, assim como as ondas pertencem ao mar.
Encontrei o brilho de mil estrelas em seus olhos, o que acendeu a luz da minha vida. Nunca permita que esse brilho se apague, pois ele foi o meu mais perfeito guia na minha busca por esperança. E quer saber? Eu encontrei a esperança no seu sorriso. Graças a você descobri que apesar do mundo em geral ser movido por interesses, poder e ganância...Ainda existe o amor, a alegria e a esperança.
Descobri que posso amar... Eu te amo, Gina Weasley!!! Desse amor surgiu a alegria de poder estar vivo e contemplar-te, beijar seus lábios cálidos com sofreguidão e sentir a acelerada pulsação do seu coração junto ao meu. Dessa alegria surgiu a esperança de viver algo novo, belo e extraordinário.
Encontrei um sentido para viver e isso bastou para me devolver a vontade de viver.
A cada amanhecer, eu me levanto com o objetivo de poder mirar-te por mais uma vez e obter a certeza de que você é real, que não é apenas a musa casta e serena que habita os meus sonhos...Mas ao colocar a cabeça no travesseiro, antes de viajar até a maravilhosa terra de fantasias e sonhos, eu me deparo com a realidade. Aquela a quem tanto contemplo e sonho, não é verdadeiramente minha. Sou apenas um joguete do destino, seu escravo... Forçado a assistir diariamente, numa espécie cruel de tortura e tormento, a minha amada ser cortejada pelo inimigo. Diante dessas situações, eu finjo que nada vejo ou sinto... Entretanto, por dentro há um grito desesperado da minha alma que ninguém ouve...Uma tristeza que ninguém vê...Uma angústia que ninguém sente...
O meu coração suplica pelo seu amor e eu tento enganá-lo, enganar a mim mesmo. Eu não quero mais fugir do que sinto, eu não posso mais fugir disso.
Há muito já cheguei ao meu limite, não sou capaz de continuar. O controle escapou das minhas mãos e inevitavelmente acabei caindo na minha própria armadilha. Eu caí e não posso me levantar sozinho. Preciso da sua ajuda para me levantar perante a vida...Preciso da sua ajuda para me salvar.
Do inteiramente seu, Draco

-Eu não acredito que o Malfoy escreveu isso. –eu disse –É bonito demais pra ter sido ele.
-Mas não é a letra dele? –Susan perguntou e eu confirmei.
-E se por baixo de toda arrogância, ele for romântico? –Sophie sugeriu.
-Eu acho que ele está se fazendo de romântico. –Carol opinou.
-E você só pensa o pior de todo mundo, Caroline. –Agatha atacou.
-Eu concordo com a Carol. –eu disse –Tá certo que há algum tempo ele me manda bilhetes melosos, mas dessa vez ele se superou. Quem ele paga pra escrever isso? Hunf! Ele deve ter feito uma aposta idiota com alguém ou algo do tipo. –as meninas fizeram cara de incredulidade –Vamos dormir, o treino de quadribol foi exaustivo.
Eu estava realmente muito cansada para pensar em outra coisa que não fosse a minha cama. Ainda assim era suspeito demais esse tipo de comportamento do Malfoy, pelos seguintes motivos:
1-)Eu estou namorando o Harry.
2-)A última vez que falei com ele foi em Hogsmeade.
3-)Ele nunca mais me procurou.
Fiquei curiosa. Se eu tiver uma oportunidade, vou tentar descobrir o que se passa na cabeça do Malfoy.

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