O fim da ilusão



Nesses últimos dias eu me surpreendi por várias coisas e tive que fazer uma escolha muito séria...
Tudo começou na véspera do dia das bruxas. Eu estava andando de mãos dadas com o Harry, após o café-da-manhã, quando eu e ele ouvimos um assovio. Olhamos pra trás
e vimos o que o Malfoy estava a uma certa distância de nós:
-O que foi, Potter? Nunca me viu? –ele perguntou rispidamente.
-Tá querendo confusão, Malfoy? O que é que você tá pensando? A Gina é minha namorada. Que negócio é esse de assoviar pra ela?
-Tá louco, Potter? Eu não assoviei coisa nenhuma!
-Como não, Malfoy? Eu ouvi!
-Então você tá surdo ou os danos no seu cérebro estão aumentando.
Os dois já estavam quase sacando as varinhas, quando eu me coloquei entre eles:
-Parem já com isso!
-Mas Gina... –os dois começaram.
-Não quero saber de nada! –respondi –Vamos, Harry. –e o puxei dali.
Eu fui pra minha aula e o Harry pra dele, mas durante o tempo que andamos juntos, ele ficou falando mal do Draco.
Desde aquele dia na biblioteca, eu tenho evitado ficar sozinha. Isso é para que aquele episódio não se repita...
Quando a minha última aula acabou, eu estava indo para a Torre da Grifinória. Com a Sophie, a Agatha e a Susan (a Carol tinha ido se encontrar com o David). Mas de repente eu vi que o Draco vinha andando na nossa direção:
-Vão indo na frente. –eu disse.
-Tem certeza? –Susan perguntou e eu afirmei.
-Draco, a gente precisa conversar.
-Tá certo. –ele respondeu –O que é?
-Me siga.
Eu não queria falar com ele lá ou qualquer um poderia ouvir. Acabamos entrando numa sala de aula vazia:
-Por que você provocou o Harry hoje de manhã?
-Foi ele que começou. –ele se defendeu.
-Você assoviou pra mim, eu ouvi.
-Eu não fiz isso. Se tivesse feito, eu assumiria. Foi pra isso que me chamou, Weasley? Pra me acusar?
-Mas Draco...
-Agora é Draco, é?
-E você me chamando de Weasley depois de todos aqueles bilhetes melosos que você supostamente escreveu. Quem você pagou pra fazer isso?
-Quem te disse isso? –ele perguntou.
-Ninguém. Mas é ou não é verdade?
-É. Eu queria te impressionar, Gina. –e eu fiquei quieta –Por que é que você não me dá bola?
-Eu namoro o Harry. –respondi sem hesitar.
-Então se não namorasse, eu teria chances? Pare de se esconder atrás desse namoro.
-Eu e o Harry estamos muito bem. Ele age do jeito que eu gosto e eu amo esse jeito nele.
-Que jeito? –ele perguntou.
-Eu não vou discutir o meu namoro com você! –respondi indignada.
-Quem sabe eu te deixo em paz, se você me responder. Você gosta de quando ele te trata como se fosse uma criança, te protegendo de tudo?
Eu mordi o lábio inferior:
-Depois não adianta ficar chateado com o que eu disser. –eu avisei –Não é desse lado superprotetor do Harry que eu gosto. Mesmo porque eu já cansei das pessoas me tratarem assim. Eu amo quando o Harry, apesar de ter opinião contrária a minha, debate a questão; Antigamente ele nunca brigava comigo, me tratando como se eu fosse um sapatinho de cristal que pudesse se quebrar a qualquer momento. Adoro como ele me beija após uma briga e quando ele diz que eu sou o melhor remédio pra dor-de-cabeça e que as minhas massagens fazem sumir o stress e a pressão de capitanear um time de quadribol...
-Você ama tudo isso no Potter? –ele perguntou e eu afirmei.
A seguir a reação do Malfoy foi no mínimo inesperada. Não, ele não me beijou ou tentou qualquer outro contato físico. O que fez foi começar a gargalhar.
“Pobrezinho, está rindo pra não chorar.” Eu pensei “Como fui malvada ao enumerar o que gosto no Harry. Mas acho que é melhor desiludir agora.”
-Não vejo graça nenhuma nisso. –eu disse.
-Eu sei que não. –após parar de rir –Mas eu vejo.
-Qual?
-Bem...O jeito que você falou foi hilário.
-então você não se importa e se tocou que eu gosto mesmo do Harry?
-Não...Confesse que se sente atraída por mim.
-Sinto muito, mas terá que encontrar outra pessoa para inflar o seu ego.
-O que é que custa ser sincera consigo mesma?
Eu engoli em seco. Ele tinha me fechado num canto da sala e estava perigosamente próximo.
“Eu não vou trair o Harry. Eu não vou trair o Harry.” Eu dizia a mim mesma, como um mantra.
-Você venceu, Malfoy. Eu me sinto atraída por você. Contente?
-Por hoje sim. –ele disse e se afastou de mim.
-Eu vou embora. –anunciei –Demore um pouco pra sair ou pensarão que temos um caso.
-Não seria nada mau...
-Por favor, eu estou te pedindo, Draco.
-Não se preocupe. A gente se vê por aí, Gina.
À noite eu tive uma reunião com os Monitores. O comportamento do Malfoy estava estranho. Ele ria de qualquer coisa e mantinha um sorriso bobo o tempo inteiro. Mas o pior de tudo é que ele olhava fixamente pra mim a toda hora. Ok, isso foi um exagero da minha parte. Corrigindo...Quase o tempo inteiro. Mas ele não tinha razão alguma para agir daquele jeito, porque:
1-Eu não beijo ele desde Hogsmeade, quando...aconteceu aquela tragédia (pausa para perceber que uma lágrima minha caiu no diário...Ainda é delicado pra mim pensar nesse assunto...)
2-Eu não dei esperanças pra ele, só disse que me sentia atraída. E daí? Eu por acaso disse que caía de amores aos pés dele? Não! Então por que ele está esquisito?
3-Eu falei pra ele das coisas que eu gosto no Harry. Era pra ele estar down.
4-Foi com o Harry que eu tive uma calorosa sessão de beijos antes do jantar. Será que o Malfoy não notou que eu cheguei atrasada no Salão Principal?
5-Desde quando Draco Malfoy fica nas nuvens? Até a Hermione perguntou o que estava acontecendo com ele...Se bem que a resposta dele não foi lá muito gentil.
Na volta a Mione quis falar comigo em particular e foi direto ao assunto:
-Gina, você andou traindo o Harry com o Malfoy?
-Não, Mione. Por quê?
-Como por quê? Ele ficou te secando a reunião inteira com um olhar de peixe-morto que é típico nos apaixonados.
-E o que eu tenho a ver com isso?
-Confessa o que fez pro Malfoy ficar assim.
-Onde ficam os meus encantos naturais nessa história? –eu perguntei, fingindo indignação.
-Sabemos que Malfoys são vacinados contra qualquer encanto que algum Weasley possa ter.
-Você vai me matar, Hermione...
-Não, eu vou te matar se você não me contar.
A essa altura do campeonato, eu já tinha percebido que de alguma forma a minha Poção do Amor tinha saído errada e que por isso tinha feito efeito não só no Harry. Então eu resolvi contar tudinho pra Hermione. Hum...Eu posso dizer que quando terminei, ela estava com a boca bem aberta:
-E então, Mione? O que eu faço agora?
-Eu estou com um livro de Poções Avançadas, posso ver o que você errou. Eu acho que você adicionou um ou mais ingredientes em quantidades elevadas.
-Eu tava com sono, Mione...
-É muita irresponsabilidade sua fazer uma poção ilegal, ainda mais sem prestar muita atenção.
-Já era no mínimo o meu distintivo de Monitora. –eu disse tristemente.
-Você vai querer consertar isso?
-Não sei, o Harry vai deixar de gostar de mim...
-É um preço a se pagar, não é mesmo? A lembrança de Voldemort a vagar pelo castelo não pode ser boa coisa.
-Mas ele não está fazendo nada de mal a ninguém.
-Como pode saber, Gina? Eis o meu acordo. Você resolve desfazer o efeito dessa poção e eu não contarei a ninguém.
-Mione! Isso é chantagem! –eu reclamei.
-Eu não chamaria assim. Isso é uma troca equivalente, Gina. A sua decisão correta pelo meu silêncio. [N/A: Influências de FMA] Além disso, você nem deveria pensar em fazer uma Poção do Amor e sabe disso.
-O Harry nunca me deu bola, Hermione. Eu fiquei cinco anos esperando e desejando ser notada por ele. Mas na, eu sempre fui a irmã caçula do melhor amigo dele. Sabe o que é isso?
-Eu sei o que é esperar ser notada. Passei por isso com o Rony. Mas Gina, não deve querer resolver as coisas desse modo.
Eu mordi o lábio inferior e não respondi.
-Vou procurar um antídoto e depois você faz a sua escolha. –ela disse e já havíamos chegado ao quadro da Mulher Gorda –Explosivins. –e o retrato se abriu –Boa noite, Gina, espero que acabe fazendo a coisa certa.
Fiquei assistindo a Hermione subir as escadas. Aposto que eu estava com cara de babaca, pois o Harry chegou perto de mim e perguntou:
-Aconteceu alguma coisa, Gina?
-Nada...
-Como nada? Você está estranha...
Havia umas 20 pessoas na Sala Comunal, mas eu não me importei:
-Me abraça, Harry. –pedi.
Ele focou os olhos verdes esmeralda nos meus e de alguma forma isso fez com que eu me sentisse culpada. Em seguida, ele me puxou para mais perto e enlaçou-me em seus braços. Eu deitei a cabeça no ombro dele e o abracei também:
-Se estiver com algum problema, Gina, qualquer que seja ele. Você sabe que pode contar comigo, não sabe? Eu vou entender. –falou no meu ouvido.
Por que ele sempre faz com que eu me sinta pior? É sério, o sentimento de culpa sobe a níveis exorbitantes. Ao esmo tempo em que me sentia aconchegada e protegida, nos braços dele, eu também me sentia mal...muito mal...Senti-me indigna de ser tratada assim por ele. Eu me lastimava por me achar tão fraca, perdida, confusa...Sim, eu estava confusa. O que estava acontecendo comigo? Eu que havia desejado com tanto ardor ser amada pelo Harry e por isso tinha feito aquela Poção do Amor, sem me importar com qualquer conseqüência. E agora que consegui, sou namorada do Harry e tenho o amor dele (apesar de artificialmente), eu o traí. Por quê? Por que eu cedi aos beijos do Tom? Por que eu me sinto TÃO atraída (sim, eu disse “TÃO” e tenho ciência disso) pelo Malfoy? Eu tenho sonhos (ou seriam pesadelos?) com o Tom e não consigo rasgar as cartas do Draco...Eu escrevi Draco?!? Oh, não! Foi automático, acho que a situação está mais grave do que eu pensava. Estou ficando louca! PRECISO FAZER ALGUMA COISA!!! Mas o quê? O que eu posso fazer para diminuir a confusão em que se encontra a minha mente? Gostaria de ter a resposta.
O Harry realmente não tem noção do enorme problema em que me meti. Eu tenho certeza que ele não entenderia e iria passar a me odiar. Isso eu não poderia suportar. Embora provavelmente seja efeito da poção, o Harry é muito compreensivo, carinhoso e tudo de bom...Ai, ai (suspiro) e eu sempre sendo tão egoísta, me sinto uma péssima namorada. A única coisa que ele me pediu até agora foi pra pensar sobre...Tenho que confessar que fiquei vermelha ao pensar nisso, mas eu pensei. A minha conclusão é que não me sinto preparada pra isso. Mas aí eu penso se eu não estaria mais uma vez sendo egoísta e que ele merecia algo significativo da minha parte. Não sei. Eu realmente não sei mais o que pensar sobre a minha vida.
Feitas as devidas e confusas divagações, eu volto a parte em que o Harry tinha dito que eu poderia contar qualquer coisa a ele.
-Está tudo bem, Harry. –eu menti.
Ele levantou o meu queixo:
-Mesmo?
Eu não agüentaria mentir olhando aqueles olhos, então o beijei. Foi um beijo lento e suave, completamente diferentes daqueles que trocamos antes do jantar. O Harry alterna os tipos. Acho que depende do humor dele, da situação e do que ele quer dizer. Naquela hora, ele devia estar querendo dizer que eu podia confiar nele sem medo. Sim, eu acho que ele não acreditou quando eu disse que estava tudo bem, não depois de ter visto a Hermione subir tão repentinamente para o dormitório e a minha expressão bestificada após ela ter feito isso.
De repente eis que surge o Rony:
-Hem, hem... –ele fez.
Eu e o Harry nos soltamos:
-O que foi isso? –eu perguntei para o meu “querido” (nem fui irônica...) maninho.
-Eu é que deveria perguntar o que foi isso. Que pouca vergonha é essa, Gina? E você, Harry? Fica aí se agarrando com a minha irmã pra todo mundo ver. Esperava mais de você, cara.
-Clama, Rony. Não seja exagerado. –o Harry falou.
-É mesmo. –eu concordei com o Harry –Você fala como se eu fosse uma qualquer.
-Não é isso, Gina. –ele tentou consertar.
-Além disso, você diz que estamos onde podemos ser visto. Você gostaria que o Harry me levasse aonde ninguém pudesse nos ver?
-Nem se atreva...
-Que droga, Ronald! Pare de implicar comigo e querer mandar na minha vida!
Só de raiva eu saí puxando o Harry, o mais rápido possível, em direção ao dormitório dele e tranquei a porta por dentro. Não estávamos sozinhos. O Neville estava lá e perguntou o que tinha acontecido. Eu disse pra ele fazer silêncio e logo depois, ouvimos o Rony batendo:
-Abram! –e não houve resposta –Eu vou te matar, Harry!!! Se você tocar na minha irmã, eu juro que vai se ver comigo!!!!! –gritou esmurrando a porta.
-Vamos abrir, Gina. –Harry falou –Eu não quero perder a amizade do Rony.
Eu cruzei os braços:
-Não! O Rony tem que parar de pegar no meu pé!
Aí ouvimos a voz da Hermione:
-Ficou maluco?!?
-O Harry e a Gina se trancaram aí! E depois aquele falso ainda se diz meu melhor amigo...
-E eu sou! –Harry gritou –Não está havendo nada demais. O Neville está aqui.
-É verdade. –Neville respondeu.
-Viu só? –Hermione perguntou pro Rony –Agora parem de hostilidades. Abram a porta.
O Harry abriu a porta e eu saí sem olhar pra ninguém. Fui direto para o meu dormitório. Dormi como uma pedra.
Na noite seguinte foi o baile de dia das bruxas. Eu fui com o Harry, é claro.
O início era às 8h, mas no começo nunca tem muita gente. Às 8h e 30min, eu e o Harry estávamos entrando no Salão Principal. Eu ainda estava irritada com o Rony, por isso decidi que a minha fantasia seria de diabinha. A Mione teve que calar o Rony com um beijo pra ele não fazer escândalo quando me viu com aquela fantasia no Salão Comunal. Era assim: Eu estava com uma bata vermelha quase totalmente aberta na frente com detalhes pretos, uma sandália bico fino e uma minissaia justa também vermelhas, e com uma meia arrastão preta. Além de estar com uma tiara com dois chifres, as unhas pintadas de vermelho, os olhos destacados com preto, batom vermelho sangue na boca, brincos no formato de morcegos e um tridente. O Harry ficou impressionado:
-Essa é a minha Gina? –ele perguntou –Assim você parece bem malvada mesmo.
-Você acha?
Ele sussurrou no meu ouvido:
-Malvada, mas muito sexy.
Eu corei e ri:
-Vamos indo, Harry.
A propósito, o Harry estava fantasiado de pirata. Ele ficou MUITO BEM de pirata. Ele tinha até uma espada de madeira na bainha. Eu e o Harry dançamos muito. Quer dizer, foi eu que o convenci. Aí teve uma hora que eu disse que ia ao banheiro.
Eu estava a caminho, mas de repente me senti ser puxada pra dentro de um armário de vassouras:
-Colloportus. –era a voz do Malfoy –Lumus.
-Malfoy! O que você pensa que está fazendo? –eu perguntei, nem tinha trazido a minha varinha.
-Assim posso te ver de perto. Como está linda, minha diabinha.
-Eu não sou sua, Malfoy...Qual é a sua fantasia?
-Bem... –ele sorriu –Tem a ver com você, uma ilha deserta...
Eu fiquei supervermelha e o repreendi:
-Eu não estava falando disso!
-Tá, na verdade eu sabia...Mas eu tinha que falar aquilo, foi você que deu margem... –e eu lancei um olhar sério pra ele -Conde Drácula, o vampiro dos trouxas. –e sorriu, eu vi os caninos alongados dele.
-Conheço essa história. O meu pai adorava contá-la.
-Não quer saber como é beijar um vampiro? –perguntou sedutoramente.
-Não. –respondi rapidamente –Me deixa sair, Malfoy.
Ele riu:
-Qual é a graça de se vestir assim e não fazer nenhuma diabrura?
-Não com você, certamente. –respondi premeditadamente, pra machucar mesmo.
Definitivamente o sorriso dele murchou mais rápido que a velocidade de um pomo dourado:
-Você me odeia tanto assim, Gina?
-Não faça drama, Draco. Você sabe que eu não te odeio.
“Hey! Desde quando eu não o odeio mais?” foi o que pensei na hora.
-Mas não me odiar não é o suficiente. Eu quero que você me ame. Diz que me ama.
-Eu não posso, Draco. Eu amo o Harry e você sabe muito bem disso. Sinto muito, mas eu não te amo.
-Se é assim que você quer...Eu vou te dar o que você ama.
Antes que eu pudesse perceber o que estava acontecendo, a varinha dele jazia esquecida no chão e ele me beijava.
“Mas que droga é essa? Eu não consigo parar!” foi o que pensei.
Mesmo com aqueles caninos magicamente alongados, aquele beijo era... (sem palavras)...No mínimo viciante. Era extremamente parecido com...Mas não, impossível! Estou imaginando coisas...
Foi incrível como o Malfoy conseguiu me fazer sentir só o que o Harry fazia. O meu coração parecia que ia sair pela boca de tanto que pulava, um calor febril se espalhou por todo meu corpo e uma vontade enorme de ser apenas dele se apoderou de mim. Meu Deus! Por tudo o que é sagrado...O QUE FOI AQUILO?!? Eu não estou mais organizando meus pensamentos. Tico e Teço declararam falência generalizada. Eu já não sei mais o que pensar, o que sentir.
Estou tão insana que para cometer um suicídio pouco falta.
O pior foi depois, quando o Malfoy me soltou:
-Você adorou isso, não foi, Gina? Então pense e reavalie os seus conceitos. Quando você tiver percebido, poderemos conversar. –ele pegou a varinha e foi embora.
VÁ PRO INFERNO, MALFOY!!! Decididamente você VAI pro inferno! Como pode fazer isso comigo? COMO?!? AHHH! EU QUERO UMA RESPOSTA! Desse jeito eu vou acabar pulando da Torre de Astronomia. O maldito do Malfoy...aquele DESGRAÇADO DOS INFERNOS! Sim, eu fiquei MUITO puta da vida com ele. AQUELE...melhor nem começar...me deixou mais confusa ainda. O que foi aquela droga que ele disse antes de me deixar com cara de idiota naquele armário de vassouras? O QUÊ?!? Bem...posso dizer que depois eu descobri e isso só me fez perceber o quanto eu não me conheço...
Aí depois de me recuperar um pouco da bestificação em que me encontrava, eu fui ao banheiro. Fiquei um bom tempo olhando pro espelho e pensando. Quando eu percebi que pensar só me deixava mais confusa e com vontade de me defenestrar, eu saí do banheiro.
Eu ia voltando para o Salão Principal, mas no meio do caminho encontrei o Harry e o Draco duelando. Eu fiquei desesperada, era um duelo sério. Não havia padrinhos, mas eles pareciam querer se matar. Sem hesitar, eu lancei dois feitiços estuporantes neles. Usei o mobilicorpus e os transportei até a Ala Hospitalar. Eu expliquei à Madame Pomfrey que eles estavam quase se matando e que era melhor não os acordar tão cedo. Em seguida, corri para o meu dormitório e me despi. Entrei no banheiro e durante o banho fiquei remoendo a culpa. A razão daquela briga...eu.
Depois de um bom tempo, eu saí do chuveiro, sequei-me e me enrolei numa toalha branca. Penteava o cabelo em frente ao espelho, quando o vi:
-Há quanto tempo está aqui, Tom? –perguntei, séria, me virando pra ele.
-Desde que você entrou. –respondeu indiferente –O quadribol te fez muito bem, Gina. –Comentou e me lançou um olhar quente.
MALDITO! DESGRAÇADO! CARAMBA! Eu não sou nenhum bicho de zoológico pra ficarem me olhando enquanto me banho!!!!!
Controlei-me pra não o socar descontroladamente:
-Será que adianta perguntar o que está fazendo aqui?
-Hoje é o dia das bruxas e todos estão lá embaixo...Não seria legal que você ficasse sozinha.
-Não me enche o saco, Tom! Já estou com problemas suficientes.
-Se refere ao Malfoy e o Potter? Não se culpe, foi por minha causa. Eu planejei que eles brigasse.
-Por quê? –eu perguntei, brava.
-Pra te fazer companhia e porque eu estava com raiva. O Malfoy me enganou e enganou a você também. Eu fiz o Malfoy tropeçar e pensar que o Potter tinha sido o culpado. Daí eles começaram a gritar um com o outro e o que o Malfoy disse fez o Potter sacar a varinha e começar o duelo.
“OH MEU DEUS! O QUE O MALFOY DISSE AO HARRY?!?” foi o que eu pensei.
-O que o Malfoy disse? –eu perguntei, receosa.
-Que você o amava. Mas isso é um absurdo, você me ama, não é, Gina? Eu tentei fazê-los desistir de você. Usei medidas drásticas pra isso.
-Do que está falando, Tom?
-O Zabini matou o Creevey, mas estava sob a maldição imperius. Eu fiz a maldição imperdoável nele, mas deixei ele com as lembranças do que tinha feito. Ele prometeu à você, então te deixou em paz. O Finnigan não representava perigo real e o mesmo eu pensava do Malfoy. Mas o Malfoy foi mais esperto do que eu pensei.
-O que ele fez? –eu perguntei, já assustada pelas revelações dele.
-Usou Poção Polissuco para se transformar no Potter. Você não notou que o seu namorado agia de duas maneiras distintas?
Então fez-se a luz e eu descobri a verdade por trás das verdades. Finalmente eu entendi porque o Malfoy tinha ficado tão feliz ao saber o que eu amava no Harry. Aquele Harry era o Draco...Então se eu amo aquele Harry, eu na verdade não amo Harry Potter e sim Draco Malfoy. Por isso o Draco disse que eu o amava...Oh céus!!! Eu tinha ficado paralisada, tentando entender aquela situação. Como é que eu podia descobrir de uma hora pra outra que eu não amava quem eu achava que amava? Isso foi tão confuso! Só acordei quando senti as mãos frias do Tom, segurando firmemente os meus braços:
-Mas no final isso não importa, não é mesmo? O Malfoy e o Potter tiveram seus lábios, mas eu vou te ter por inteira. –e ele me beijou vorazmente.
A última coisa que eu vi antes dele me agarrar, foi que ele já tinha tirado a parte de cima de suas vestes escolares. Eu entrei em pânico! O que eu ia fazer?!? Aquele maníaco estava decidido. Várias lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Eu não queria que aquilo acontecesse! Eu tentava me soltar dele de uma maneira desesperada. Então ele abriu a minha toalha à força e me empurrou. Caí em cima da toalha e o olhava com os olhos marejados, enquanto ele abria a calça e se ajoelhava do meu lado:
-O que foi, Gina? É a emoção de finalmente poder ser minha?
-Não me toque! Eu não te amo! Eu amo Draco Malfoy! –eu disse, tornando isso uma verdade incontestável.
-Você vai ser minha, Gina! –ele falou, furioso, prendendo o movimento das minhas pernas e dos meus braços.
Ele começou a beijar os meus seios e eu sabia que não havia ninguém por perto, mas gritei como uma louca:
-NÃO! ME SOLTA! EU NÃO QUERO!!! NÃO, POR FAVOR, NÃO!!!
Foi horrível! Eu não queria ser estuprada! E era eminente que eu seria. Mas de repente, (OBRIGADA MEU DEUS!!!!!) chegaram a Carol e a Hermione, empunhando as varinhas:
-SOLTE-A, VOLDEMORT! –Hermione gritou e para a minha surpresa, ele desapareceu.
-Você está bem, Gina? –Carol perguntou.
É claro que eu não estava nada bem! Foi uma experiência realmente traumatizante. Eu só conseguia fazer três coisas: Chorar, agradecê-las por terem aparecido e dizer como tinha sido horrível. Elas me levaram pra Enfermaria e a Madame Pomfrey não fez muitas perguntas diante do meu crescente berreiro. Eu tomei uns calmantes e uma poção pra dormir sem sonhar.
No dia seguinte, eu acordei na Enfermaria e não era a única acordada, o Harry também estava. Eu olhei pra ele e me segurei pra não chorar, as lembranças do dia anterior tinham vindo à tona:
-É verdade, Gina? Você ama o Malfoy? –ele perguntou fracamente, demonstrando o quanto tinha medo da minha resposta.
Eu respirei fundo antes de dizer:
-Sinto muito, Harry. Isso é verdade.
-Como você pôde, Gina? Eu te amo, você...
-Não, Harry. Você não me ama de verdade, apenas pensa que ama.
-Como assim?!? –ele perguntou.
Daí eu contei sobre a Poção do Amor que tinha saído errada, as conseqüências, o fato do Draco ter usado a Poção Polissuco pra se transformar nele e que eu não sabia disso. Então a Hermione chegou:
-Oi, Harry. Oi, Gina, você está melhor? –ela perguntou e eu fiz que sim –Eu trouxe o antídoto da Poção do Amor que você errou. Passei a noite preparando, achei que depois do que aconteceu, você gostaria de acabar com isso o mais rápido possível. –ela falou só para que eu ouvisse e mostrando uma garrafa.
-O que eu tenho que fazer?
-Você deve tomar um pouco e fazer com que os envolvidos bebam também. –continuou a falar no mesmo volume.
Eu tomei um pouco. Depois me levantei e fui até o Harry:
-Toma um gole, Harry, você vai se sentir melhor. –eu disse e ele bebeu sem questionar.
Após alguns segundos ele fez uma cara confusa e perguntou:
-O que eu estou fazendo aqui?
-Ele esqueceu tudo o que se passou entre você e ele. –Hermione falou –Agora faça o mesmo com o Malfoy.
Eu andei hesitante até a cama do Draco. Era o fim, ele voltaria a me odiar e eu iria sofrer. Esse é o preço que eu tenho que pagar, eu sofrerei pela indiferença com que ele me tratará.
-Acorda, Draco. –eu falei, me segurando pra não chorar.
Ele abriu os olhos e se sentou na cama:
-Eu fiquei sabendo da Poção Polissuco e você estava certo, eu te amo.
-Eu estava acordado, ouvi você falar pro Potter sobre a Poção do Amor. Estamos quites, nós dois usamos poções.
-Vamos acabar com isso, Draco. Beba desse antídoto e vai me esquecer.
-Mas eu não quero te esquecer. Não agora que você assumiu que me ama.
-Mas o que você sente por mim não é verdadeiro. Bebe logo, Draco. Faz isso por mim, por favor.
Ele me olhou profundamente e pegou a garrafa da minha mão:
-Eu vou beber e provar que te amo de verdade, Gina. –e bebeu.
Eu peguei a garrafa de volta. Ele fez a mesma cara que o Harry tinha feito:
-O que faz aqui, Weasley Fêmea? Saia da minha frente!
Eu virei as costas pra ele e voltei para a minha cama. Sabia que ia ser assim, que ele me desprezaria...Mas não pude evitar as lágrimas.
Nesse instante, Madame Pomfrey entrou na enfermaria. Hermione escondeu a garrafa em suas vestes:
-Vejo que já estão acordados. –ela disse e nos examinou, não antes de eu ter limpado as lágrimas.
Eu fui a primeira a ser liberada e a Mione foi junto comigo:
-Não fica assim, Gina. Você sabia que ia ser assim.
-Eu sei, Mione. Mas o que é que eu vou fazer? Ele me olhou como se eu fosse lixo e falou tão friamente comigo. Doeu o meu coração...
-Pelo visto você vai ter que esquecer o Malfoy.
Eu não respondi, baixei a cabeça e continuei andando. De repente ouvi a Mione chamar:
-Hey, Simas! Vem aqui um pouquinho.
-Oi, Hermione. Oi, Gina. –e eu olhei pra ele –Está com algum problema?
-Sim, ela está. –a Mione respondeu por mim –Está vendo essa garrafa? É uma poção da melancolia que a Gina fez e ela precisava que alguém provasse para ver se está correta e daí poder entregar pro Snape.
-Será que você pode tomar um gole pra ver se funciona? –eu perguntei, entrando no jogo.
-Claro, Gina. É um prazer poder te ajudar. O que eu não faria por você? –o Simas respondeu, sorrindo largamente.
Eu sorri, mas foi inteiramente falso. Eu não me sentia nem um pouco feliz naquele instante, só conseguia pensar no olhar gelado e na expressão enojada que o Draco tinha quando me viu perto dele.
A Hermione passou a garrafa com a poção para o Simas e ele bebeu um gole e depois pareceu confuso:
-O que é essa garrafa na minha mão?
-É minha. –eu disse e peguei a garrafa de volta –Pedi pra você segurar enquanto eu prendia o cabelo. Não se lembra, Simas? –eu menti.
-Na verdade não...
-Nós temos que ir. Estamos atrasadas para o café-da-manhã. –Hermione falou e saímos rapidamente dali –Como é que você vai fazer? Ainda faltam o Zabini e o Voldemort.
Darei um jeito. –respondi, engolindo em seco.
Tomamos café-da-manhã no Salão Principal e depois fomos para as nossas respectivas aulas. A minha 1ª aula era do Binns, o que de certa forma foi uma sorte, já que as meninas ficaram me passando uma folha de pergaminho.

Susan: O que é que aconteceu pra você ir parar na Ala Hospitalar?
Carol: Ficamos preocupadas ao chegar do baile e ver que a sua cama estava vazia.
Sophie: A Hermione não quis nos dizer o porque de você ter ido pra Enfermaria. E então?
Agatha: É verdade que o Harry e o Malfoy também foram pra Enfermaria?
Gina (eu): Olhem, desculpa se eu preocupei vocês, não foi a minha intenção. Sobre o motivo de eu ter ido pra Enfermaria, eu estava histérica. Tive uma experiência traumatizante e não quero falar sobre isso. E Agatha...Como você pode ser tão fuxiqueira?!? Mas eu vou responder a sua pergunta. Sim, eles foram, estavam brigando por minha causa.
A: Gina, a Garota Superpoderosa. Me ensina como ser igual a você, por favor?
C: E eles estão bem?
So: Isso é TÃO ROMÂNTICO...
Su: Você precisa decidir de uma vez com qual deles vai ficar ou eles continuarão te disputando.
G: Agatha, não queira estar no meu lugar...Sim, Carol, eles estão bem. Sophie, isso não é romântico e eu vou explicar ao responder pra Susan...Eu sei com qual eu gostaria de ficar, mas não vou ficar com nenhum dos dois.
A: Como assim?!?
C: Quem? PQ?!?
So: Idem as perguntas acima.
Su: “ “ “ “.
G: Eu descobri que eu amo o Draco, mas ele voltou a me odiar. E o Harry voltou a me ver como amiga.
A: Como?!?
C: “
So: “
Su: “
G: Acabou o efeito da Poção do Amor...
A: ...(sem palavras)
C: Eu sabia que essa história não iria acabar bem...Mas como assim você ama o Malfoy?
So: Pq vc não me contou?
Su: Meus pêsames. Acho que o Malfoy nunca vai te corresponder.
G: O Draco usou Poção Polissuco e eu acabei descobrindo que o Harry que eu amava era ele. E agora chega de perguntas! Isso está fazendo com que eu me sinta mal. Vocês não têm idéia de como foi ser tratada como lixo por ele.
Bem, na verdade elas tinham. Antigamente várias foram as vezes que ele me humilhou e elas viram. Hum...Elas pareceram meio chateadas por eu não ter contados antes sobre a Poção do Amor. Por outro lado, a Carol ficou na minha cola, tentando me consolar:
-Não fica assim, Gina. O Malfoy não te merece. Ele é um idiota, arrogante, mimado e egoísta.
-Pára, Carol. Isso não tá ajudando. Gostaria que eu começasse a falar mal do David?
-Claro que não. Mas o David é completamente diferente do Malfoy.
-Caroline!
-Tá bom. Mas o que eu posso fazer pra você não ficar com essa cara de “meu mundo caiu”.
-Mas o meu mundo realmente caiu! Não há o que você possa fazer, Carol, eu nunca mais vou estar nos braços do... –e a Carol pisou o meu pé.
-Reclamando da vida, Weasley Fêmea? O que aconteceu? O Potter desistiu de abrir uma creche? Nem ele deve agüentar mais o quanto você é infantil.
Era o Draco. Eu respirei fundo e olhei pra ele:
-Eu não sou infantil, Malfoy e eu não estava falando do Harry...
-De quem então?
-Não te interessa. –eu respondi, tentando ser fria –Cadê o seu amiguinho Zabini?
-O que é que você pode querer com o Blás? Vá cuidar da sua vida!
-Mas eu preciso falar com ele. É um assunto do interesse dele. Será que você poderia dizer à ele pra falar comigo?
-De jeito nenhum. –disse com satisfação –Eu não vou ajudar uma Weasley Pobretona a aborrecer um sonserino.
Ele não queria me ajudar e o meu sangue ferveu nas veias.
-Vamos embora, Gina. Não vale a pena se aborrecer por causa desse idiota.
-Quem é que você chamou de idiota, Cronwell? Eu ainda vou...
-Tente. –a Carol disse dando de ombros e saiu me puxando.
Quando eu estava indo almoçar, eu ouvi me chamarem:
-Gina! –eu me virei e era o zabini –O Draco me disse, muito irritado, que você estava me procurando. Eu não sei o que deu nele. Ele jurou pelo ouro da família dele que não gosta e nunca gostou de você. Decididamente, ele está estranho. Você está bem? –perguntou ao me ver esfregar os olhos.
-Estou ótima. –e funguei.
-Eu fiquei surpreso que você quisesse falar comigo depois de...
-Pois é. Eu tenho aqui uma vitamina de frutas. - e mostrei pra ele a garrafa com a poção –Gostaria que você provasse pra ver se gosta. Fui eu mesma que fiz. Será que você poderia fazer isso por mim?
-Mas é claro e aliás, deve estar uma delícia. –disse e tomou um gole.
Eu peguei de volta a garrafa. Após desfazer a expressão confusa, ele voltou ao normal:
-Mas que diabos eu estou fazendo perto da Weasley Pobretona? Vou tomar um banho, a sua pobreza deve ser contagiosa. –e saiu andando pra longe de mim.
Guardei novamente a garrafa num bolso interno da minha capa.
“Agora só falta o Tom...Esse é o que vai me dar mais trabalho...” foi o que eu pensei.
Na hora do jantar eu estava nervosa e não conseguia comer nada:
-Gina, você está bem? –o Rony perguntou –Parece pálida e não está comendo nada.
-Eu vou pra Ala Hospitalar. –eu menti, levantei-me e sai do Salão Principal.
Eu realmente tive que me controlar pra olhar pra mesa Sonserina. É muito triste não ser correspondida. Eu já sabia disso antes, mas agora parece pior. O Harry pelo menos não me desprezava, mas o Draco...Eu preciso esquecê-lo, mas eu não consigo. Fico pensando em como ele me beijava com paixão, me abraçava forte, como se quisesse ter certeza de que eu não fugiria e olhava pra mim com aqueles olhos lindos.
Subi direto até o 7º andar. Passei 3 vezes em frente a porta da Sala Precisa, pensando “Eu preciso de um lugar em que o Tom beberia a poção que a Mione fez”.
Então eu abri a porta e entrei na sala, fechando-a em seguida.Lá havia uma cama de casal e uma mesinha com duas taças (uma rosa e outra verde) e uma jarra de suco de abóbora. Eu coloquei o que restava da poção na taça verde e fiz um feitiço pra que tivesse a aparência de suco de abóbora e coloquei o suco verdadeiro na taça rosa. Procurei um lugar pra jogar a garrafa vazia, então avistei um lixo e joguei-a lá dentro.
Eu já sabia o que tinha que fazer, mas o problema era arrumar coragem pra isso depois do que tinha acontecido no dia anterior. Respirei fundo e tirei a capa preta da Grifinória, sentei-me na cama e cruzei as pernas após soltar os cabelos:
-Tom. –eu chamei, pensando fixamente na imagem dele –Eu preciso falar co você, Tom.
De repente ele apareceu ele apareceu. Uniforme da Sonserina, distintivo de Monitor e aquela aura de poder que assusta:
-Mudou de idéia, foi? –perguntou, olhando-me atentamente e então lambendo os próprios lábios –Você não me engana, Virginia. Eu não esqueci de como agiu ontem e do que disse. Você quer o Malfoy.
Eu tinha que fazer aquilo! Eu tinha que fingir! Ainda tinha noção do quanto ele era atraente, mas eu estava assustada com o que ele seria capaz de fazer. Além disso, eu amo o Draco e agora sei que é ele quem eu quero. Então eu sorri provocantemente e levantei. Enquanto ia em direção à ele, eu afrouxava a gravata e abria os primeiros botões da minha camisa.
-Eu percebi que o Malfoy nunca chegaria aos seus pés, Tom. Você é poderoso. Lindo. Decidido. –eu disse e o puxei pela gravata –Preencha as minhas fantasias.
Ele olhou desconfiado, então o beijei. Eu tinha que o fazer acreditar que eu queria ficar com ele, por isso pensei estar beijando o Draco e me empenhei.
-O que você quer? –ele perguntou, descolando os lábios dos meus.
-Você, Tom. –eu respondi, colocando as mãos dele na frente da minha camisa –Eu sou sua.
Droga! Eu odeio ter que me oferecer desse jeito. Eu nunca tinha feito isso. Mas eu acho que era o único jeito. Ele me empurrou na cama. Sim, eu estava me arriscando demais. Fiquei deitada, olhando pra ele e indefesa (a minha varinha estava na capa). O Tom se inclinou sobre mim:
-Virgem, não é mesmo? –ele perguntou e eu balancei a cabeça afirmativamente.
Mais uma vez ele passou a língua pelos lábios.
-Não sei se serei bonzinho com você, Gina. Ainda não esqueci de ontem.
Eu não disse nada. Ele abriu mais um botão da minha camisa, enquanto passava a língua pelos meus lábios. Em seguida foi descendo, distribuindo beijos pelo meu pescoço, colo e então os seios. É sério, aquilo tava me incomodando demais. Eu sentia que de alguma forma estava traindo o Draco, apesar de não termos nada. Tudo o que eu queria era sair daquela situação. Eu fingi que gostava do que ele estava fazendo, mas então falei:
-O que acha de fazermos um brinde, Tom? –eu perguntei, mas ele não parou pra responder –Tom? –eu insisti.
-O que foi? –ele perguntou impaciente.
Eu forcei um sorriso:
-Queria que brindássemos.
-Pra quê, Gina? –ele questionou.
-É especial pra mim, Tom. Eu sou virgem. Vamos fazer um brinde, Tom, por favor?
-Ok. Você venceu. –ele falou, saindo de cima de mim.
Eu me levantei e peguei as duas taças e ofereci:
-Qual você quer? –eu torcia internamente para que ele pegasse a verde, conhecendo ele, é o que escolheria.
Graças a Deus ele realmente escolheu a verde e eu me senti aliviada, mas não pude deixar isso transparecer. Eu sorri e disse:
-À nós. –eu disse e encostamos as taças.
Como ele não bebia, eu bebi primeiro. Então ele também bebeu, terminando antes de mim. Depois olhou pra mim com uma expressão voraz:
-Já brindamos, Gina. Agora vamos ao que interessa. –disse, tirando a taça da minha mão e arremessando as duas no lixo.
Eu fiquei assustada. Ue? Não tinha feito efeito?!? Mas então ele tentou pegar a minha mão e a dele transpassou a minha. Ele estava ficando transparente:
-O que está acontecendo?!? –ele quis saber, o rosto lívido –O que tinha naquele suco de abóbora, Gina?!? VOCÊ ME ENGANOU!!!
-Não, Tom! –eu menti –Eu não sei o que está acontecendo! E agora?!? O que eu faço, Tom? –perguntei, me fazendo de preocupada e perdida.
-Você ainda será minha, Virginia Weasley. –ele afirmou decidido, sumindo cada vez mais –Nem que para isso tenha que vender a alma.
-Eu não vejo a hora desse dia chegar. Eu serei sua, pra sempre, Tom. –eu respondi, com uma atuação digna de Oscar –Até nunca, Tom. Espero que nunca mais cruze o meu caminho. Nunca mais vou fazer uma Poção do Amor. –eu disse aliviada, assim que ele sumiu por inteiro.
Eu saí da Sala Precisa (após me arrumar e pôr a capa) e fui direto para a Torre da Grifinória. Por sorte não encontrei ninguém pelo caminho, mas quando eu passei pelo retrato da Mulher Gorda, o Rony foi logo perguntando:
-Você está bem? O que é que você tinha? O que foi que a Madame Pomfrey deu pra você? Por que ela não te deixou em observação?
-Calma, Rony. –Hermione recomendou, abraçando o namorado –Eu sei que você estava preocupado, mas não adianta bombardear a Gina com perguntas.
-Concordo. –Harry entrou na conversa –Você não tem idéia de quanto o Rony nos amolou por você não estar passando bem na hora do jantar.
-Desculpa... –eu murmurei.
-Você está bem, Gina? –Hermione perguntou e eu fiz que sim –Então é isso o que importa.
-Eu estou bem. Tudo acabou, Mione. –e ela entendeu o que eu quis dizer com aquilo –Obrigada.
Ela sorriu, enquanto o Harry e o Rony faziam cara de quem estava boiando. Fui para o meu dormitório e apenas a Carol estava lá, aparentemente fuçando o meu malão:
-Caroline! –eu exclamei.
Ela pareceu se assustar e virou-se para mim:
-Oi, Gina...
-O que é que você estava fazendo?
-Estava procurando aquele seu perfume, sabe? É que eu vou me encontrar com o David daqui a pouco e eu não te achava. Você está brava comigo.
-Não, Carol. Mas eu pensei que soubesse que o perfume está no banheiro.
-Ah, é? Eu não tinha visto...E então? Você saiu no meio do jantar para resolver o seu problema da poção de uma vez por todas, não é? –e eu fiz que sim –Como foi?
-Ele se foi e por mim, não vai mais voltar. E antes que você pergunte como eu consegui fazê-lo tomar, eu respondo. Tive que seduzí-lo. Não fomos até o fim, claro. Mas ele deve ter deixado algumas marcas. Eu disse para brindarmos e ele bebeu, pensando ser suco de abóbora.
-E o Malfoy? O que irá fazer com relação à ele?
-Nada. Ele me odeia e nada vai mudar isso, não é mesmo?
-Não seja tão pessimista. Eu vou indo ver o David, durma bem.
Só depois que eu percebi que ela tinha ido sem usar o meu perfume.
“Cabeça oca.” Foi o que pensei.
Ai, Draco quando é que eu vou conseguir te esquecer?

***

“Eu posso tentar te esquecer
mas você sempre será
A onda, que me arrasta
Que me leva pro seu mar”
[Você Sempre Será –Marjorie Estiano]

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