O Cajado Misterioso



  O estrondo parecia ter vindo do sétimo andar, onde Lís estava, a garota parecia planejar alguma coisa, Alvo não podia deixa-la sozinha, em provável perigo. Desrespeitando o aviso, ele subiu até o sétimo andar, correndo como nunca. 
  A porta da dispensa onde Lís, Bella e Isabelle estavam sentadas, pegava fogo, Alvo sem hesitar abriu a porta. A sala estava completamente pegando fogo, colunas caídas, paredes descascadas, mas só havia uma garota dentro dela, Lís, estava sentada, chorando e gritando de dor, com a perna sangrando. Alvo foi a seu encontro:
  -Lís? Mas o que...? - "Tenho que tirar ela daqui agora, perguntas para depois" pensou ele.
  Ele segurou um braço de Lís, e o colocou sobre seu ombros, segurou a garota pela cintura, e os dois caminharam para fora da sala, Lís mancando e chorando muito. Já lá fora, quando estavam seguros, Alvo pensou que era o momento:
  -Lís, o que aconteceu?
  A garota abraçou Alvo, mas não um abraço comum, ela o apertou, estava com os braços tremendo:
  -Al, eu juro, foi sem querer... - as lágrimas caiam de seus olhos azuis claros, que por vezes eram ofuscados por seus cabelos negros grandes.
  -O que? O que aconteceu Lís?! - Alvo entrou em desespero. A garota não respondeu, um dos funcionários do Ministério subia as escadas correndo.
  -Olha... desculpa, eu não sei o que vão fazer comigo Al... - Ela beijou o garoto, demorando.
  -Mas que diabos está acontecendo aqui?! - gritava o funcionário, já no sétimo andar.
  -Fui eu, explico tudo pra você... depois. - berrou Lís.
  -Como assim explica tudo depois? Professores, ajudem! - gritou o funcionário.
  Então os dois desceram, Alvo não tinha certeza do que fazer, então, segurou a mão de Lís e desceu junto com ela.
  -Al... é melhor não... eu vou ficar bem, sério. - Ela tentava falhamente sorrir.
  -Mas, e quanto a Bella e Isa, que aconteceu com elas?
  -Eu não sei Al, não sei mesmo, bem, adeus... - Alvo soltou a mão da garota que descia com o funcionário enquanto dezenas de professores subiam as escadas em direção ao incêndio.
  -Alvo?! - Neville parecia surpreso. - Que está fazendo aí?
  -Hora errada, lugar errado, Nev... Professor.
  -Não posso aceitar isso como explicação, infelizmente, me siga. - Neville descia as escadas, e Alvo junto a ele.
  -Espere, LONGBOTTOM, VENHA VER ISSO! - gritou um homem grande e magricela com cabelos loiros e olhos castanhos.
  Neville subiu numa velocidade assustadora, o homem entregou para Neville uma espécie de cajado feito em ouro, com um brilhante rubi em sua parte de cima.
  -Neil, isso é o que estou pensando?! - Perguntou Neville, que parecia completamente pasmo.
  -Sim, eu receio que a Srta. Scamander possa ter utilizado isso, no incidente. - Respondeu Neil.
  -Mas... ela é só uma garotinha Neil, uma garotinha inocente, tal magia requer muito poder com magia negra, muito. - Neville arregalou os olhos e pegou o objeto, pretendendo examinar mais de perto.
  -Você é? - Perguntou o loiro, Neil, olhando para Alvo.
  -E-Eu? Sou A-Alvo, Alvo Severo P-Potter, senhor. - Neil levantou uma sobrancelha:
  -Creio eu que serei seu professor de Defesa Contra as Artes das Trefas... Sr. Potter. - Neil soltou um sorriso simpático, mas preocupado.
  -Neil, não dá para apagar as chamas, não importa quantos feitiços eu tente! - Entre eles apareceu um terceiro homem, dessa vez um baixinho, corpulento e desajeitado homem, ele tinha os cabelos ruivos escuros e usava uma espécie de capacete Vicking. Alvo já sabia quem ele era, Sr. Soya, que substituiria o Prof. Binns enquanto esse estava em férias.
  Após toda a confusão, os professores enfim conseguiram apagar o fogo, logo após serem noticiados de que 2 alunas da Sonserina haviam desaparecido.
  Neville desceu correndo as escadas para procurar as garotas, ignorando Alvo, que descia assustado para o Salão Comunal, ele adentrou e sentou no sofá verde esperando por notícias de alguma das garotas, principalmente de Lís. Isabelle e Bella entraram no Salão Comunal parecendo assustadas demais para falar, as duas sujas, Bella saiu correndo para seu dormitório, e Isabelle que já era amiga(não muito próxima, mas amiga) de Alvo, sentou ao seu lado, chorando.
  -Hey Isa, que aconteceu? Cadê a Lís? Que era aquele Cajado? - Não recebeu nenhuma resposta, só um abraço, um abraço meigo e leve, percebeu então que não era hora pra perguntas. -Isa, tá tudo bem, você tá bem! - a garota ainda envolvida no abraço, não respondeu, Alvo estava completamente corado, e preferiu ficar calado. Passaram 2 minutos de abraço, então Isabelle soltou o garoto, parecendo mais disposta a falar:
  -Alvo, ér... Al... - arriscou a garota, talvez buscando alguma mínima intimidade. - Não sabe como eu estou contente em te ver, eu pensava, pensava que você ia morrer com a Lís quando ela falou que você estava subindo, eu não queria, não você, eu sei que não te conheço bem, mas eu te considero um... amigo, eu acho. - Os olhos verdes da garota brilhavam, quase que contentes.
  -Espera um pouco Isa, como assim, eu morrer? Não está fazendo sentido pra mim, nem um pouco. - Alvo parecia completamente confuso, e Isa corou completamente.
  -Al, é que, sabe, eu, Lís e a Bella... - ela mordeu os próprios lábios. - nós... bem... Lís disse que tinha achado um artefato mágico poderoso no armário do pai dela, e que talvez a gente devesse ver de que serve. Quando a Lís tocou no cajado sabe, ela ficou meio maluca, falava que a gente ia ter que ir a uma reunião importante, e praticamente nos forçou a nos vestirmos adequadamente. - Alvo agora reparava que Isa estava vestida com elegancia, com um vestido semelhante ao de Lís, Alvo achou que a garota parecia encantadora, mas preferiu não comentar. - E... então você entrou na sala, e você já sabe essa parte, quando você saiu ela estava completamente perturbada, falou que você só atrapalhava os planos dela e que ia armar uma armadilha pra você, então ela fez alguma coisa com a gente, eu não sei, sei que fomos parar no salgueiro lutador, e ele acertou minha perna em cheio, á proposito, mas, bem, tanto faz eu acho, o importante é que te contei tudo. - Alvo era realmente avoado, a perna da garota estava enrolada com um pano, provavelmente dado pela Madame Pomfrey.
  -Mas, ainda, tá doendo Isa?
  -Não, não, onde está todo mundo, todos os alunos?
  -Não sei, também gostaria de saber. - finalizou Alvo.
  Aos poucos, sentados ao pé da lareira, Alvo e Isabelle iam se conhecendo cada vez mais, contando piadas. Alvo descobrira que os pais de Isabelle eram trouxas, sua mãe era dona de uma loja de moda na Itália, e seu pai tinha morrido quando ela tinha 5 anos.
  -...quando recebi a carta, fiquei chocada, pensei que era alguma brincadeira ou algo do tipo, mas depois percebi que não. - A garota sorriu, olhando nos olhos de Alvo. - Eu fui ao Beco Diagonal e achei tudo tão incrível, mas bem... alguns bruxos acharam estranhos o modo como me vestia. Acho que eles acharam muito vulgar o meu short curto. - A garota corou muito, encarando a lareira. Alvo estava fascinado pela garota, ele sempre gostou muito dos trouxas, e de suas roupas.
  -Mas que besteira, já vi muitas bruxas usando short curto por aí, acho que está na moda. - Falou Alvo, tentando ser indiferente, a garota sorriu:
  -Mesmo? Acha normal?
  -Completamente. - complementou. Os olhos da garota brilhavam para Alvo, talvez demonstrando fascínio, ou lealdade, amizade. Os garotos e garotas da Grifinória chegaram quase de madrugada, todos parecendo cansados:
  -Por onde estavam, procurei por vocês a noite toda! - Gritou Neil, que estava guiando os alunos. Todos olhavam com olhar desconfiado os dois sentados ao pé da lareira, pois a garota estava deitada no ombro de Alvo. A garota incrivelmente corada, subiu as escadas, mas não sem antes dar um beijo na bochecha de Alvo e dizer "Te vejo amanhã, Al".
  Sem dúvidas, o garoto tinha ganho uma nova amiga, ou mais que isso, mas não podia pensar em outra coisa, já estava junto com Lís, que apareceu no grupo junto com as meninas, com um olhar desconfiado para Alvo.

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