A Luz do Amor



Quase dois anos depois...


       


Hermione.


 


Dentro desses dois anos, eu vi George como nunca esperava ter visto. O vi chorar de dor, psicológica e fisicamente. O vi escrever cartas para o irmão gêmeo, que foram guardadas dentro de uma caixa. O vi fazer pequenas surpresas para mim, o vi contando a Rony que estava namorando comigo, e Rony apenas dizer:


- Não a perca. E se você a magoar, eu vou partir a sua cara. – Rony disse sério, e depois caiu na gargalhada, abraçando o irmão. Quando parou de rir, disse: - Mas isso é sério.


Dentro desses dois anos, mudamos bastante. Mas mudamos juntos. Ele amadureceu, mas não perdeu o gosto por logros e brincadeiras. Isso, ele nunca mudaria. E cada dia mais eu ficava apaixonada por ele.


 


 


Um certo dia, eu estava na toca, dormindo no quarto de Gina. Ela estava noiva de Harry fazia um mês, e eles se casariam dali a dois meses. Na verdade, eu nem estava mais dormindo, só não queria levantar. Estava frio, e embaixo das minhas cobertas estava maravilhosamente quente. Então ouço alguma coisa batendo na janela.


- Hermione, levanta e vê o que é. – Gina disse, sonolenta, e revirando-se na cama.


Me levantei preguiçosamente e afastei as cortinas. Encontrei uma coruja-das-torres bicando o vidro, com uma carta amarrada nas patas. Abri a janela, e ela esvoaçou para dentro. Ela pousou na cama e levantou a pata, para que eu desamarrasse a carta. Assim que eu desamarrei, ela partiu.


 


“Bom dia meu amor!


 


Sei que te acordei. Afinal são 8 horas da manhã de domingo, equivalente a madrugada!


Quero te fazer um convite: quer sair comigo hoje a noite? Tenho uma surpresa pra você. Uma grande surpresa. E não, não vou dar dicas e não aceito um não como resposta.


Eu te amo.


Beijos,


           George.”


 


“O que será que ele pretendia?” pensei. E pensando nisso, deitei-me na cama novamente e dormi por mais duas horas. Acordei com a Sra. Weasley nos chamando. Disse que George tinha me mandado um presente, e que estava lá na cozinha.


- Presente? Pra mim?


- Sim querida, está lá embaixo. Já aproveita e vem tomar café.


Me vesti rápido e desci. Afinal, não era todo dia que eu acordava com um presente do meu namorado. Quando cheguei na cozinha, em cima da mesa havia um pacotinho pequeno, cor-de-rosa, com um bilhete amarrado, escrito apenas “Hermione”. Abri o bilhete primeiro. Nele estava escrito:


“Começo da surpresa. O use sempre. Com amor, George”


Abri o pacote. Dentro dele, havia uma singela corrente de prata, com um pingente de coração. Ergui, e o coloquei. Então ele se iluminou com uma luz vermelha, e se abriu. Dentro dele, havia uma imagem de George, que se movia, sorridente. A foto emitia uma luz clara, e que sumiu quando fechei o pingente. Era lindo.


Mais tarde recebo uma coruja de George dizendo que ele me pegaria na Toca as oito. O resto do dia se passou normalmente, sem mais surpresinhas. Gina me ajudou a escolher uma roupa, e então, as 7:30 da noite, eu estava pronta. Ele chegou pontualmente as oito. Cumprimentou a mãe e os irmãos, me estendeu a mão e aparatamos.


Estávamos então na mesma colina do primeiro encontro. Ele tinha colocado as toalhas e tudo o mais como tinha feito no primeiro encontro. Ele me guiou, sorrindo, até  a toalha, como tinha feito a dois anos atrás. Então eu me lembrei. Era nosso aniversário de namoro. E eu me senti envergonhada por não ter lembrado.


Nos sentamos e ele olhou nos meus olhos e percebeu que alguma coisa estava errada comigo.


- Mione, o que foi?


- Ah... Bem, não fique chateado. Mas eu só lembrei agora que hoje é nosso aniversário de namoro.


Ele não se abalou em nada. Nadinha.


- Hermione, não se preocupe. Não estou chateado e nem vou ficar. Quem nunca esqueceu uma data na vida?


- Mas essa é uma data especial...


- Esquece, Mione. Relaxa.


- Ah tá né...


Ele riu.


- Eu te trouxe aqui, não porque é nosso aniversário de namoro. Bem, tem a ver. Também foi o lugar do nosso primeiro encontro, e isso também tem a ver. Sabe... Faz muito tempo em que eu te quero comigo pra sempre. Quero acordar todos os dias, e te ver ao meu lado. Quero te acordar com café na cama, com beijos, quero ser a última pessoa a te dar boa noite, e a primeira a te dizer bom dia. Quero ser o pai dos teus filhos. E ultimamente, venho pensando que teu nome está muito sem graça... Quer ter o meu sobrenome? Quer ser a minha mulher, pra todo o sempre?


A esse ponto, meu rosto já estava todo molhado pelas lágrimas de emoção e felicidade. Pela segunda vez na vida, eu não conseguia articular nenhuma resposta. A primeira foi quando ele me pediu em namoro. E agora, eu não sabia mais nem como respirar. Não sabia mais se tinha um coração, pois eu não o sentia mais bater, parecia que tinha se desfeito em pó.


- G-George...


- O que? – Ele me perguntou, com a voz suave mas deixando muito bem estampado o seu nervosismo e a sua ansiedade.


- SI-I-IM! – Eu gritei, gaguejando, chorando. Pulei em seu pescoço, e ele caiu com o meu peso sobre o corpo dele.


 


George.


 


Ok, eu estava super nervoso. Super ainda seria pouco para descrever meu nervosismo. Por que todo esse nervosismo? Porque eu pediria Hermione em casamento. Planejei tudo, onde pediria, quando pediria, e como eu pediria. Seria no mesmo local do primeiro encontro, no dia do nosso aniversário de namoro.


Então eu vi um colar numa loja trouxa muito bonito. Era de prata, com um pingente de coração e ele abria, tendo espaço para uma foto. E tive uma idéia. Comprei o colar e o enfeiticei. Enfeiticei para que quando ela pusesse no pescoço uma luz fosse emitida. Uma luz seria o início do encanto. Assim que o colar entrasse em contato com o peito dela, ele se abriria e mostraria uma foto minha, que emitiria uma luz clara, que ficaria acesa até quando eu deixar de amá-la. E quando isso aconteceria? Nunca. Também tinha comprado um anel simples, o qual enfeitiçaria também.


Mais tarde, a busquei na Toca. Meus pais sorriram para mim, encorajando-me. Eu tinha contado a eles o que eu faria, e eles me apoiaram. Conduzi a aparatação, e logo estávamos na colina do primeiro encontro. Eu tinha feito tudo igual ao primeiro encontro, só para agradá-la. A conduzi sorrindo até a toalha, e nos sentamos. Então vi que havia algo errado em seu olhar.


- Mione, o que foi? – Perguntei.


- Ah... Bem, não fique chateado. Mas eu só lembrei agora que hoje é nosso aniversário de namoro.


Continuei olhando para ela. Eu não me importava se ela esqueceu uma data, afinal, eu já tinha esquecido várias datas antes.


- Hermione, não se preocupe. Não estou chateado e nem vou ficar. Quem nunca esqueceu uma data na vida?


- Mas essa é uma data especial... – Dava para ver que ela estava se culpando, e muito.


- Esquece, Mione. Relaxa.


- Ah, tá né...


Eu ri da sua cara de preocupação e culpa.


- Eu te trouxe aqui, não porque é nosso aniversário de namoro. Bem, tem a ver. Também foi o lugar do nosso primeiro encontro, e isso também tem a ver. Sabe... Faz muito tempo em que eu te quero comigo pra sempre. Quero acordar todos os dias, e te ver ao meu lado. Quero te acordar com café na cama, com beijos, quero ser a última pessoa a te dar boa noite, e a primeira a te dizer bom dia. Quero ser o pai dos teus filhos. E ultimamente, venho pensando que teu nome está muito sem graça... Quer ter o meu sobrenome? Quer ser a minha mulher, pra todo o sempre? – As palavras saíram da minha boca quase sem pensar, não eram essas palavras que eu tinha decorado. A esse ponto, ela estava chorando, e muito. Ela abriu e fechou a boca várias vezes, tentando articular uma resposta.


- G-George...


- O que? – Perguntei, nervoso. Temia que a resposta fosse “não”.


- SI-I-IM! – Ela gritou, gaguejando e chorando ao mesmo tempo.  Ela pulou no meu pescoço, surpreendendo-me, e fazendo-me cair com o peso de seu corpo sobre o meu.  Ela encheu meu rosto de beijos, até parar em minha boca, assim como tinha feito no primeiro encontro. Era um beijo salgado pelas lágrimas, e doce como era o beijo dela. Ela se afastou e olhou nos meus olhos, sorrindo.


- Vou tomar isso como um sim. – Eu disse, tranqüilo, alegre, em êxtase, aliviado, sentindo uma felicidade como nunca havia sentido. A beijei, rolando para cima dela. Me afastei, me sentei, e ela também.


- Quase esqueci... – Eu disse, tirando do bolso uma pequena caixinha preta de veludo. A abri, e revelei seu conteúdo: um anel de ouro simples. Não havia nenhuma escrita, nenhum detalhe. Aparentemente.


- Com licença. – Peguei sua mão, e coloquei o anel em seu dedo. Na mesma hora, ele brilhou com a luz vermelha que era pro colar brilhar, e apareceu a escrita “I’ll always love you”. Ela olhou o anel, boquiaberta, recomeçando a chorar.


- Eu enfeiticei o anel para que, quando você duvidar do meu amor, ele brilhe e te lembre de que eu sempre vou te amar. A propósito, também enfeiticei o colar. A luz na foto do colar só irá se apagar quando eu deixar de te amar. E quando vai ser isso? Nunca. Eu te amo, Hermione.


- T-Também t-te a-amo George.


E a beijei.


 


Hermione.


 


Chorei rios de lágrimas quando ele me pediu em casamento, me deu a aliança e explicou o feitiço que havia nela, e também o feitiço do colar. Eu achei que estava sonhando, porque não parecia ser real. Quando estava sentindo a falta dele, eu abria meu colar só para olhar sua foto. E a foto brilhava cada dia mais intensamente. Eu fazia isso todas as noites antes de dormir, para que seu rosto fosse a última coisa que eu visse antes de dormir, e assim eu sonhasse com ele. Apenas com ele.


 


George.


 


Ela não sabia, mas eu havia enfeitiçado uma foto dela para que tivesse o mesmo efeito do que o colar. A foto estava em uma moldura que eu havia encontrado, e a foto era a última coisa que eu olhava antes de dormir, e a primeira ao levantar. As vezes, a intensidade da luz que a foto emitia era tão grande que eu tinha que virar a moldura para baixo. Mas eu sempre sorria. Por quê? Porque eu tinha a certeza que ela me ama. E pela intensidade da luz, cada dia mais.

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