Família

Capítulo 20 – Família

 

- Harry, quero te apresentar Tiago e Lilian Potter. – disse Sam. – Seus pais.

Harry olhou para os dois tentando ver se era alguma brincadeira. Mas só pode ver Lilian com os olhos marejados e Tiago com um olhar orgulhoso, o mesmo que via nos pais que tinham filhos na fazenda.

- Isso é verdade? – ele perguntou para ninguém.

- Claro que é. – disse Sam. – Como você acha que descobri que você era real.

- Mas... – disse Harry.

- Harry, você se parece muito com seu pai. – disse Gina. – Mas tem os olhos de sua mãe.

O moreno olhou para os dois tentando imaginar como ele próprio seria.

- O que aconteceu? – perguntou Lilian quando o menino ficou com o olhar desfocado.

- Nada, só estava imaginando... – disse ele.

- Como seria seu rosto. – disse Tiago assustando as ruivas.

- Sim. – disse ele.

- Não entendi. - disse Sam.

- Se eu fosse Voldemort e tivesse enganado um inimigo como fez com Harry, seria uma coisa que eu faria. Alteraria a forma com que ele se vê.

- Sim, eu não posso ver meu rosto. – disse Harry. – Nem no espelho, nem em fotos ou memórias. Já tentei de tudo.

- Mas com seus poderes, você já poderia ter mudado isso. – disse Gina.

- De algum modo a nossa ligação mantém isso. – disse ele.

- Que ligação? – perguntou Lilian preocupada.

- Harry tem uma ligação com a mente de Voldemort. – disse Gina. – Ele pode ver os pensamentos, emoções, memórias e o que ele está fazendo.

- O que não é muito agradável. – disse Sam se lembrando da cena que viu no sonho com o irmão.

- Desde quando vocês sabem? – perguntou Harry.

- Alguns anos. – disse Sam. – Desde que vi uma foto do papai quando pequeno. Não falei antes, pois sabia que você não ia conseguir sair de lá.

- Fui descobrindo aos poucos. –disse Gina. – Uma dica aqui, outra ali. Seus sonhos com a Sammy. Se eu conhecesse seu pai antes, teria te dito logo que nos conhecemos.

Harry se virou para Gina, sem demonstrar nenhuma emoção.

- Eu queria te contar.  – disse ela. – Mas não conseguia te falar que conhecia a sua família. Por isso insisti tanto que devíamos procurar seus pais.

Passou-se um minuto antes que mais alguém falasse. Gina já estava se sentindo péssima.

- Faz sentido. – disse Harry. – Provavelmente não acreditaria, mas como você sempre me disse para ter esperanças.

Lilian parou de se segurar e o abraçou.

Agora Harry entendeu o que ele tinha sentido quando isso tinha acontecido na casa de Sirius.

Samanta se juntou ao abraço. Gina se emocionou com isso.

- Belo serviço. – disse Tiago.

- Eu não fiz nada. – disse ela. – Um dia ele ia chegar a essa conclusão. Só acelerei um pouquinho. Sam ia se encher disso rapidamente, e contar tudo.

A família entrou na casa. Alguém poderia ver um menino ali.

Lilian quis saber de tudo sobre a vida de Harry. Tiago fez algumas perguntas, mas deixava tudo para esposa.

Gina e Sam responderam algumas que Harry não quis responder, o que deixou o menino vermelho.

 

- Quem conhece seu rosto? – perguntou Tiago preocupado com o futuro depois que eles terminaram o jantar.

- Do nosso lado, vocês. – disse Harry. – Molly e Michelle. Do outro, Voldemort, Malfoy e Bella.  Nenhum vai sobreviver.

- Vejo que você pensou em tudo. – disse Lilian.

- Tive que pensar nisso, mas Voldemort me ajudou, quando me deu essa máscara e evitou que seus próprios comensais soubessem quem eu era.

- Provavelmente queria usar isso como um trunfo. – disse Tiago.

- E uma coisa que ele teria pensado em fazer.

Harry ajudou a retirar a mesa, mesmo com a insistência por parte de Lilian de que ele não precisava.

Gina foi com ele.

- Você aceitou bem a sua família.  – disse ela. – achei que você teria algum ressentimento.

- Voldemort odiava os Potter, sempre dizia que era retaliação por algo que ele fez. E Emma sempre disse que eles tiveram um filho que eles amavam, mesmo morto, queriam saber onde estava o corpo para pelo menos honrar. Eles não desistiram de mim.

- Agora você vai ter que se virar para passar lá por casa, pela fazenda, aqui e ainda combater Tom.

- Eu dou meu jeito. – disse ele.

Eles voltavam para a sala, quando Harry sentiu uma dor forte na cicatriz.

- HARRY. – berrou Gina.

- O que está acontecendo? – perguntou Lilian preocupada.

- É a ligação. – disse Gina. – Quando Voldemort perde o controle de suas emoções, quem sofre é o Harry.

- Eu vi isso uma vez. – disse Sam. – Não posso imaginar como ele consegue viver com isso, e olhe que nem foi uma cena tão impactante. Foi nojenta, mas podia ser bem pior.

Lilian ia perguntar o que ela tinha visto, mas uma labareda saiu de Harry, quase acertando ela e Gina.

- Se afastem. – disse Tiago.

- Não posso deixar ele assim. – disse Gina. A expressão dela era refletida nas outras duas mulheres.

- Ele já passou por isso antes. Mas se algo acontecer com uma de vocês, ele não vai se perdoar.

Um feitiço veio na direção dele, e por reflexo ergueu uma proteção sem varinha.

Todos se afastaram, mas ficaram de olhos nele.

Os vidros se quebraram, feitiços disparados para todos os lados.

Quando Harry pareceu se acalmar eles voltaram a se aproximar.

- Harry. – chamaram as ruivas.

- Vocês estão bem? – perguntou ele, sem coragem de olhar.

- Sim, nada nos afetou. – disse Gina.

- Papai nos protegeu, mesmo que nada tenha ido na nossa direção mesmo.  –disse Sam, mentindo um pouco para não deixa-lo pior que já estava.

- O resto a gente concerta. – disse Lilian.

- Mas o que aconteceu? – perguntou Tiago.

- Voldemort descobriu. – disse ele.

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