A Vida de um menino fora do no

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Capítulo 5 – A Vida de um menino fora do normal.


 


Harry e Gina terminaram o almoço e agora conversavam tranquilamente sentados na cama. Harry apoiado na cabeceira e Gina de frente para ele nos pés da cama.


- Não é tão difícil assim. – disse Harry. – Com certeza tem mais riscos.


- Mas não conheço ninguém que concorde com você. – disse Gina balançando a cabeça. – Nem mesmo Hermione que deve ter lido todos os livros que existem na Biblioteca de Hogwarts.


- Realmente algumas pessoas não conseguem, assim como tem gente que não consegue dobrar a língua, fazer uma boa poção, ou fazer conta sem usar os dedos. Então se ela não consegue vai falar para todos que é impossível. Ou é uma forma de ser único, evitando que todos consigam.


- Você tem razão. – disse ela fascinada com o conhecimento dele, principalmente para ele que não teve professores para orientar.


- Sem contar que o ministro quer ter o máximo de controle sobre os bruxos, por isso faz o registro obrigatório. Imagina se todos conseguissem se tornar animagos, teríamos mais problemas. Nunca saberiam com certeza quem é o que. Você poderia se fingir de morto e ficar na sua forma, se ela for discreta e comum. Eu não poderia.


- Por quê? Qual é a sua forma? – perguntou a ruiva curiosa.


- Você vai ser a primeira pessoa que eu mostrarei. – disse ele. – Todos já viram uma parte.


- As asas. – disse ela.


- Sim. – disse ele se levantando e indo para a sala de treinamento. – Aqui é meio apertado.


Gina ficou imaginando o que poderia ser, uma vez que o quarto era bem espaçoso.


Harry parou no centro da sala e fez as asas aparecerem.


- Elas são pretas por causa dos meus cabelos, mas dá um toque especial ao personagem. – disse o moreno.


Tanto o cabelo quanto as asas foram clareando, para um tom de castanho claro. O cabelo se tornou uma juba. Ele foi se encurvando, mas não parecia diminuir. Ele estava crescendo.


Gina podia jurar que ele parecia ser um hipogrifo do Hagrid, mas ela olhou novamente e percebeu que estava mais para um grifo. A envergadura das asas era impressionante, por isso ele não queria fazer isso no quarto, assim ela poderia ver todo o potencial dele.


- Um Grifo? – Ela perguntou espantada.


- Esperava o que de alguém que se torna animago aos sete anos. – disse o animal.


- Você fala! – disse ela mais espantada ainda.


- Desde antes de conhecer Voldemort. – disse ele, e ao receber um olhar mortal, ele completa. – Grifos são animais muito sábios, e se alguém tivesse coragem de conversar um pouco com um, com certeza eles aprenderiam rapidamente. Pode perguntar para seu irmão que trabalhou no Egito.


- Como se eu fosse vê-lo tão cedo. - Disse ela


- Você realmente acha que vamos ficar aqui muito tempo? – perguntou ele. – Já te disse que estou aqui só para descobrir como acabar com Voldemort, depois me mando. E levo você junto comigo. Ai vai ser questão de alguns dias para que eu possa dar fim nisso tudo.


Um apito vez com que ele voltasse ao normal.


- Esse povo não sabe o significado de “Não Perturbe”? – perguntou ele aborrecido. – Venha. A Bella não se deixa enganar como o Malfoy. Ela vai querer ver você de qualquer jeito. Entre debaixo das cobertas.


Mesmo sem entender o que ele queria com aquilo, ela obedeceu. Mas ficou completamente corada quando percebeu o que ele retirou a sua blusa e lançou em um canto da sala, depois pegou as roupas dela, e fez o mesmo, lançando aleatoriamente pelo quarto.


Ele continuou com seu sutiã na mão, e foi abrir a porta. Antes de falar algo, ele olhou para a peça na sua mão, e fez uma cara de que não entendia como aquilo poderia ter ido parar na maçaneta, e lançou para dentro do quarto. Gina corou mais ainda, e escondeu o rosto na coberta, deixando visível apenas seus olhos e o topo de sua cabeça ruiva.


Bella não perdeu o movimento. Nem a presença da menina na cama.


- Vejo que anda se divertindo. – disse ela de forma bem maliciosa.


- O que eu faço com meus prisioneiros é assunto meu. – disse ele de forma séria. – Eu não fico dando palpites na forma que você tortura os seus.


- Eu posso assistir? – perguntou a comensal.


- Claro que não. – disse ele. – Eu trabalho sozinho, e se quisesse ter platéia, teria feito isso no momento que a requeri pra mim, lá mesmo no meio dos comensais. E nem adianta querer participar também. Já disse que não misturo prazer com trabalho. E se fosse para você estar no meio ia ter o mesmo tratamento dela, e acho que Voldemort, digo, seu marido não ia gostar de ver você sendo dominada deste jeito.


Bella ficou irada com a menção do marido, que estava preso em Azkaban, por que o moreno não queria libertar ninguém que foi estúpido o bastante para ser capturado. E ficou ainda com mais raiva ao notar o deslize intencional do rapaz ao falar no mestre deles, eram poucos os que sabiam que ela era amante dele, segredo que se fosse revelado para a Ordem poderia colocar todos em risco.


- Como se eu deixasse ser dominada. – disse ela saindo resmungando pela falta de respeito do moleque.


Harry fechou a porta.


- Me desculpe por isso, mas era a única forma de fazer ela ir embora sem falar com você. – disse o moreno para a ruiva.


Mas ela não prestava atenção nele, ou pelo menos nas suas palavras. Depois que a louca foi embora, ela notou algo que deveria ter visto assim que ele tirou a camisa. Se bem que só agora seus cabelos permitiram a visão das costas nuas. Ali havia uma tatuagem, a representação perfeita da forma animaga dele.


- Assim fica fácil de te identificar. – disse Gina apontando para o desenho.


- Isso se as pessoas souberem dela. – respondeu o menino. - Normalmente eu uso um feitiço para que ninguém possa a ver.


- E por que você não está usando agora, ainda mais que você sabia que era a Bella?


- Quem disse que não estou usando? – perguntou ele, com a sobrancelha direita erguida. – Aliás, eu estou me perguntando como você a vê. Acho que deve ser por você saber como sou na forma animaga.


- Pode ser. – disse ela, vendo suas roupas voltarem para pilha que estavam antes, e o moreno vestir novamente sua roupa.


- Quando você fez ela? – perguntou a ruiva.


- Na verdade eu não a fiz. – disse o menino desconcertado. – Ela apareceu um dia nas minhas costas, a mais ou menos sete anos atrás.


- Mas como ninguém sabe disso então. Algum comensal deve ter visto, ela antes de você fazer esse feitiço.


- Alguns comensais sabem que eu tenho a tatuagem, mas não sabe o que é. – disse ele. – Não tenho o costume de andar por ai sem camisa. Bella já me viu sem roupa quando eu era criança, mas não depois da tatuagem e nunca com o que ela propôs agora a pouco.


- Não me leve a mal, mas eu gostaria de saber como alguém que é criado por comensais da morte pode ser um bom garoto.


- E que eu não fui criado pelos comensais, fui treinado por dois deles, mas não criado. – disse ele se lembrando de algo. – Fui criado por uma menina trouxa. Voldemort achou que pelo menos enquanto eu fosse uma criança pequena, deveria ser criado como uma criança normal. O normal da cabeça dele. Desde pequeno via pessoas sendo torturadas, mortas, para que eu me acostumasse com isso. Michelle, a menina que me criou, me contou que ela foi sequestrada depois que a sua família foi morta em um ataque. Aparentemente, foi pouco depois que eu cheguei aqui. Antes disso quem tomava conta de mim, era a Bella. Michelle ficou feliz, por apenas ter que tomar conta de mim. O que ela fez muito bem. Foi ela quem me mostrou o que é certo e o que é errado.


- Oh. – disse a ruiva, numa mistura de pena, e ciúmes da menina, pela admiração que Harry falava dela.


- Voldemort devia ter me deixado com algum casal de comensais, pelo menos até poder realizar os treinamentos, mas ele não quis essa alternativa. Era Michelle que me mostrava que aquilo tudo era errado, e que me consolava quando eu tinha meus pesadelos e visões da mente de Voldemort.


- O que aconteceu com ela? – perguntou Gina temendo a resposta.


- Enquanto eu estava em um treinamento, dois comensais conseguiram entrar no nosso quarto e... Bem, eles tentaram, mas eu cheguei a tempo, o comensal que treinaria comigo fugiu assim que entrei na sala. Foram as primeiras pessoas que eu matei.


Gina o puxou para um abraço, podia sentir o quão mal ele estava mesmo depois de anos.


- E o que aconteceu depois? – perguntou ela para ver se o resto da historia seria melhor.


- Como os dois foram mortos por uma faca, foi possível supor que foi a Michelle quem fez isso. – disse ele. – Ajudei ela a fugir, a minha primeira libertação.


Agora ele estava feliz.


- Levei a para uma fazenda que a família tinha e com um feitiço Fidelius, a deixei segura. Todos o que libertei estão lá. Não importa se são trouxas ou bruxos. Até mesmo dois ou três membros da ordem, que decidiram que seria melhor proteger aquelas pessoas a revelar que eu os ajudei a fugir.


- Deve ser uma decisão difícil. – disse a ruiva. – Será pra lá que você vai me levar?


- Deixa de ser boba, você vai pra sua casa. – disse ele. – Não acredito que Voldemort vá perceber que você voltou para lá, e se fizer não vai atrapalhar os meus planos.


- Ah, bom. – disse ela feliz, mas com uma sensação estranha de abandono.


- Depois disso, Voldemort não permitiu mais ninguém no meu quarto, pelo menos não se fosse para que eu me divertisse. E a definição de diversão dos comensais é aquela que você viu quando a Bella apareceu. Mas eu já tinha idade para me virar sozinho. E também acabei ganhando Dobby. Meus treinamentos continuaram, e passei a ir em missões sempre acompanhado de Bella ou do Malfoy, eu não participava, mas deveria aprender tudo. Nestas saídas desta prisão que eu comecei a recolher os livros. Já tinha consciência de que tudo era falso, mas não consegui encontrar meus pais, por isso tenho certeza que estão mortos.


Ele parou um pouco neste ponto, ele sempre esperava que seus pais estivessem vivos, era doloroso pensar que nunca teria uma família.


- Depois passei a comandar algumas missões. Mas nenhuma morte atribuída a mim é real, como posso fazer qualquer coisa com a minha magia, posso criar ilusões quando aos mortos e mandar a pessoa para a fazenda.


- Mesmo para aqueles que já estão aqui? – perguntou ela. – Dobby me disse que não é possível sair daqui.


- Não é impossível. Mas muito difícil e com chances de sucessos baixíssimas. E possível aparatar aqui, mas Voldemort monitora isso, e sabe quem saiu, quando saiu, e para onde, mesmo os elfos. Assim ele evita os traidores, e espiões. Assim como ele faz com as chaves de portal. Como seria estranho ter lareiras ligadas à rede de Flu, ele nem se preocupa com isso. Como você pode ter visto pela janela, estamos no meio de uma floresta cheia de criaturas das trevas, como os dementadores, e com apenas um caminho para fora, muito bem vigiado.


- E como você faz para levar todos para fora? – perguntou ele.


- Voando. – disse ele apontando para suas costas como se dissesse com as asas. – Se for mais que uma pessoa ou duas, dependendo do tamanho, tem que ser com vassouras. Vamos até o limite do feitiço de Voldemort e depois aparatamos.


- Você sabe jogar quabribol? – perguntou ela animada.


- Conheço as regras, sei as técnicas, mas nunca joguei. – disse ele. – Não é doloroso o suficiente para Voldemort e mesmo os filhos dos comensais que vem aqui de vez em quando para se familiazarem com o ‘negócio’ da família, não gostam de mim. Mas sei voar muito bem, com ou sem vassoura.


- Disso eu não duvido. – disse ela rindo.


Depois do jantar trago por Dobby, Harry passou a ensinar alguns truques de magia sem varinha que poderiam ser úteis para a menina, durante a prisão, ou quando os irmãos dela tentassem algo. Eram coisas simples, e a ruiva mostrou grande aptidão com tudo isso.


 


Longe dali, em uma casa outro moreno observava pela janela de seu quarto, mas não via nada, não pela escuridão lá fora, mas por estar perdido em seus pensamentos. Tiago ainda estava analisando o que o seu desafeto de escola tinha dito.


- O que te preocupa? – disse Lílian o abraçando por trás. Ela adorava mania dele de andar sem camisa, pelo menos quando os dois estavam sozinhos. Ela sempre podia sentia a pele dele.


- Dumbledore não pediu segredo, e mesmo que pedisse ele sabia que eu não poderia esconder algo de você. – disse ele, mas para ele que para a ruiva. – Ele me apresentou a um comensal traidor. Um que se tornou um espião para a ordem. Acredito que ele não tenha revelado isso antes, ou para todos, por que poucos seriam os que acreditariam nele, e também por saber que existe um traidor entre a gente.


- Quem poderia fazer isso conosco? – perguntou a ruiva abalada com a revelação.


- Ele não disse nada. Só que descartou alguns nomes, como o meu e o seu.


- Quem é o comensal? – perguntou Lílian depois de alguns segundos.


- Snape. – disse ele, depois de se virar para a esposa.


- Não, não pode ser. – disse ela olhando para o marido e tentando ver se era uma brincadeira. – Dumbledore não pode acreditar neste maldito que arrancou Harry dos meus braços.


- Sim, ele confia. – disse Tiago de forma a mostrar seu descontentamento com a ideia. – E isso não é de hoje. Já tem alguns anos.  Eu já deixei claro que não foi uma coisa boa. Mas não posso fazer mais nada, até o fim desta guerra.


- Eu farei questão de devolver toda a dor que eu senti aquele dia. – disse Lílian se referindo ao ataque a casa.


- Sim, mas não era sobre isso que eu estava pensando. – disse o moreno. – Mas no que o Seboso falou.


- E o que seria? – perguntou ela.


- Ele disse que Gina está no poder do tal Anjo do Caos.


- Não. – a ruiva levou as mãos à boca, imaginando o sofrimento da filha, e de Molly.


- Mas o que mais me preocupa é a descrição que foi feita dele. Um jovem moreno, com o físico parecido com o meu e do Almofadinhas. E que possui uma tatuagem nas costas.


- Uma tatuagem como a sua?


- Isso não se sabe bem. Ele disse que era um rumor, mas é possível. Nem mesmo Lestrage que é uma das poucas pessoas que viram seu rosto, sabe disso.


- Você acha que pode ser o Harry, o nosso Harry? – disse ela com lagrimas nos olhos.


- Ninguém sabe quem ele realmente é. E Voldemort não mandou devolver seu corpo, como é de seu feitio macabro. Eu sei que você tem esperanças de que ele esteja vivo. Eu mesmo tenho, mas preferia-o morto que como o Anjo do Caos.


 

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Comentários (6)

  • Bárbara JR.

    Aaai que agonia KK' Tenho um nervosismo de esperar capitulos quando a fic é boa, fico quase tendo um ataque cardiaco >< ANSIOSA PELO PROXIMO Õ/

    2011-09-19
  • Jonathan

    aloca, adorei a fic. espero atualização logo.

    2011-09-18
  • Sophie Lauren Potter

    Muito boa sua fic, Estou anciosa pelos proximos capitulos, Parabens...

    2011-09-17
  • Clara Black Potter

    OMG OMG OMG O Tiago já desconfia que o Anjo do Caos é o Harry!! Oo A fic está incrivel! Quando que o Harry e a Gina vão fugir?? Quando o Harry vai reencontrar os pais? Estou super ansiosa!! Posta logo o proximo cap, please!! Beijos

    2011-09-17
  • Gigi prv

    uma surpressa agradavel descobri q tinha capitulo novo. qual sera a realção dos portte e de todos quando dscobri a verdade sobre o anjo do caos e q a gina esta muito mas muito bem.... 

    2011-09-17
  • Aurora Weasley Potter

    Perfeito  nem acreditei quando vi que tinha capitulo novo.

    2011-09-17
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