Nunca fez parte da vida dela

Nunca fez parte da vida dela



-Senhores passageiros, apertem os cintos, dentro de instantes estaremos pousando no aeroporto internacional de Londres! - o piloto do avião anunciou no viva-voz.


- Nem acredito que já estamos chegando! - Hermione se encostou mais na cadeira – Já estava com saudades de casa.


- Eu também! - o moreno concordou – Nem acredito que vou poder comer uma comida caseira.


- Será que eu posso imaginar por esse seu comentário – levantou, para poder olhá-lo melhor – Que você não gosta da minha comida?


- É claro que eu não quis dizer isso, Mione! - apressou-se para explicar – Mas é que eu estou com saudades da comida da minha mãe.


- Quanto a isso, eu não posso discutir com você – deu de ombros – Até por que, eu também estou com saudades da comida da sua mãe.


- E nesse recesso de natal tudo que você vai fazer é descansar – avisou, bem sério – Você e a nossa princesinha – passou a mão pela barriga da esposa, que agora estava um pouco maior que de costume.


- E quem foi que te disse que vai ser uma menina? - cruzou os braços para encará-lo – Sabe que pode ser um menino.


- Mas alguma coisa me disse que vai ser uma menina – deu de ombros – E, é claro, ela só vai namorar depois do trinta anos.


- Não vai começar Harry! - ela revirou os olhos – Vamos esperar até conseguirmos ver o sexo do bebê no ultra-som.


- E então você vai ver como é que eu estou certo! - avisou.


O avião pousou e eles puderam sair. Pegaram as malas na área de desembarque e encontraram os pais deles esperando do lado de fora.


Oi meus queridos! - Lilian deu os abraçou e deu um beijo no topo da cabeça dos dois – Como vocês estão?


- Estamos bem mãe! - Harry garantiu.


- Espero que vocês estejam se alimentando direitinho! - estava bem séria nesse momento – Principalmente você, Hermione, quero que o meu neto nasça grande e saudável.


- Não se preocupe, tia Lilian – a morena disse – O seu neto ou neta está muito bem.


- Assim que chegarmos lá em casa, vou te mostrar as roupinhas que comprei para o bebê – avisou para a nora – Assim que vocês ligaram para contar as novidades, Lizzie me fez vir para Londres para começarmos a fazer compras.


- Muito obrigada! - respondeu – Eu e o Harry também começamos a comprar roupas de bebê, tudo com cor neutra, é claro.


- Queria saber por que vocês decidiram vir em um avião comercial! - o senhor Potter virou-se para o filho – Sabe que o avião da Granger & Potter está sempre a disposição de vocês.


- Não queríamos dar trabalho! - explicou – Além do mais, foi até divertido vir em um vôo normal.


Então eles saíram em direção ao estacionamento para poderem sair do aeroporto. Depois de um tempo, os dois morenos, perceberam que estavam indo para o lado oposto em que deveriam ir.


- Pai, Windsor fica para o outro lado – Harry observou – Para onde nós estamos indo?


- Vamos buscar a sua irmã! - explicou – Ela quer muito ver vocês dois.


- E aonde ela está? - achou muito estranho que Lizzie estava em algum lugar em Londres.


- Aproveitou que estávamos vindo para Londres e foi ver o Draco! - o homem explicou – Ele não vai passar o natal na casa dele por que tem muita coisa para fazer na faculdade e sua irmã ficou muito triste com isso.


- Ótimo! - pareceu satisfeito – Pelo menos não vou precisar aturar o Draco lá em casa nessas próximas duas semanas. Não era como eu esperava passar os meus dias de folga.


- Você vai mesmo começar com isso de novo Harry! - a morena revirou os olhos – A Lizzie ama o Draco e você tem que se acostumar com isso.


- Com tantos garotos naquelas escola ela tinha começar a namorar o meu maior inimigo? - reclamou – Você sabe como nós dois sempre competimos por várias coisas.


- Isso foi na escola – ela lembrou – Agora estamos na faculdade, já está mais do que na hora de superar isso.


- A Hermione tem razão, meu filho! - Lilian se virou para eles no banco de trás do carro – E tente ser simpático com o Draco quando o encontrarmos.


Não demoraram para eles entrarem no campus da London University. Pararam no carro em frente ao alojamento dos estudantes.


- Lizzie, nós já estamos aqui em baixo – a mulher falou no seu celular – Está bem, estamos aqui esperando.


Não demorou muito para a garota aparecer. Ela estava de mãos dadas com o seu namorado.


- Harry! Mione! - Lizzie sorriu para os dois, que acenaram para ela da janela – Não sabe como é bom ver os dois. Depois vocês tem que me contar tudo que aconteceu nesses últimos meses.


- Potter! - o loiro acenou para ele.


- Olá Malfoy! - o outro correspondeu ao gesto, tentando ser o mais simpático possível – Espero que tenha cuidado muito bem da minha irmãzinha.


- Pode ter certeza de que eu cuidei – a puxou para mais perto de si e deu um beijo no seu rosto.


- Vamos embora Lizzie! - a senhora Potter pediu – Seu irmão e sua cunhada devem estar cansados da viagem.


- Tudo bem! - deu um suspiro triste antes de se virar para o namorado – Tchau Draquinho, você vai me ligar amanhã?


- Eu vou te ligar todos os dias, meu amor! - garantiu antes de beijá-la – Agora vai, antes que o seu irmão tenha mais um motivo para me odiar.


Ela entrou no carro e sorriu para os dois, em seguida abraçou Hermione.


- Você não tem idéia do quanto eu senti a sua falta, Mione! - disse para a amiga – Windsor não é a mesma coisa sem você.


- Quer dizer que você só sentiu falta dela, Lizzie? - Harry cruzou os braços se fingindo de bravo – E quanto ao seu irmão mais velho aqui?


- Eu poderia dizer que morri de saudades suas! - respondeu – Mais a mamãe disse que é muito feio mentir.


Todos no carro começaram a rir, apenas Harry permaneceu sério.


- Você disse que quer saber tudo o que aconteceu lá na Brown! - a garota mais velha voltou a falar – Mas eu também quero saber tudo o que está acontecendo na escola.


- É claro que eu vou te contar! - garantiu – Não poderia te deixar por fora das últimas notícias da escola de Windsor.


As duas começaram a conversar bem baixinho e, algumas vezes, riam. O garoto revirou os olhos, elas não tinha jeito mesmo. Decidiu ficar olhando a paisagem na janela, que ia mudando conforme saíam de Londres.


Não demorou muito até estarem parando em frente a casa dos Potter e todos eles saíram de dentro do carro.


- É mesmo muito bom estar de volta a Inglaterra! - ela comentou com um enorme sorriso – Acho que não tinha idéia de como setia falta de tudo isso aqui.


- Tenho que concordar com você Mione! - colocou a mão em volta dos ombros da esposa – Agora teremos essas duas semanas para matar as saudades de tudo.


Entraram na casa e estava tudo da mesma maneira como se lembravam. Exatamente como no dia do casamento, que foi a última vez em que estiveram lá.


- Vocês dois vão ficar no antigo quarto do Harry! - a mulher avisou – Podem levar as coisas de vocês para lá enquanto eu preparo um lanche.


- Na verdade estávamos querendo dormir um pouco, mãe! - Harry avisou – Foi uma viagem muito cansativa. Não é mesmo, Mione?


- É verdade! - concordou com a cabeça – Até por que, essa gravidez está me deixando com muito sono.


- Vocês acham mesmo que eu vou deixar vocês irem dormir sem nem ao menos comer alguma coisa? - encarou os dois – Até parecem que não me conhecem.


- Nós não estamos com fome! - ele revirou os olhos, nem sabia por que estava tentando discutir com a mãe, sabia que não iria levar a nada – Comemos uma coisa no avião.


- Essas comidas de avião nunca alimentaram ninguém! - lembrou – Vocês vão comer, querendo ou não. Principalmente você, Hermione. Não quero que meu neto nasça desnutrido.


- Posso garantir que isso não vai acontecer, tia Lilian – explicou – Mas pode deixar que eu vou comer tudo que você colocar na minha frente.


- Está vendo só, mãe! - foi o moreno quem completou – Está satisfeita que vamos fazer as suas vontades?


- É claro que sim! - concordou com a cabeça – Agora vão até lá em cima.


Eles foram até o quarto e apenas deixaram as malas lá. Guardariam as roupas mais tarde ou, talvez, apenas no dia seguinte.


Quando chegaram a cozinha, Hermione se arrependeu da promessa que fez para a sogra. Tinha tanta comida em cima da mesa que dava para alimentar toda a população da cidade.


- Oba, mamãe fez o seu famoso bolo de laranja! - Lizzie entrou na cozinha – Será que eu posso comer um pedaço ou é tudo para a Mione e para o Harry?


- Claro que você pode se servir, Liz – a morena garantiu, apontando uma cadeira para que ela se sentasse – Tem comida o suficiente para todos.


- É que a mamãe nunca faz o bolo de laranja quando eu peço – revirou os olhos – Agora para vocês dois, tem um banquete.


- Quando você for para a faculdade e vier nos visitar em casa também iriei fazer isso com você – prometeu.


- Olha que eu vou cobrar! - avisou – E pode ter certeza de que eu não vou esquecer,minha memória é muito boa.


- Claro, uma memória de elefante – Harry riu, até que recebeu um chute da irmã – Ai, isso doeu.


- Essa era a intenção, irmãozinho! - deu um riso cínico antes de voltar a comer – Essa foi a minha intenção.


Mas pode ter certeza de uma coisa, eu sempre gostei do seu bolo de laranja com calda, tia Lilian! - a garota mais velha tentou mudar de assunto para desviar o assunto da briga dos dois -Ainda me lembro de quando eu, Harry e Rony eramos pequenos, sempre tinha esse bolo para o nosso lanche quando vinhamos brincar aqui.


- Eu também estava sempre aqui com vocês! - a outra completou – Lembra disso, Mione?


- Como é que poderíamos esquecer da minha irmãzinha caçula que fica correndo atrás da gente o dia inteiro – ele a abraçou e deu um beijo no topo de sua cabeça.


- Nós vivemos muitas aventuras nessa casa! - Hermione já podia sentir algumas lágrimas se formando no canto dos seus olhos, essa gravidez a estava deixando muito sensível – Mas agora vamos parar com esse momento nostálgico.


- Quando é que você vai ligar para o seu pai, Hermione? - a senhora Potter perguntou, em seguida – Ele queria ter ido buscar vocês no aeroporto, mais tinha que revisar uma papelada da empresa.


- Vou ligar antes de ir descansar um pouco – avisou – Coitado do meu pai, deve estar se sentindo muito sozinho naquela casa enorme.


- Acho que ele não está se sentindo tão sozinho assim não – Lizzie comentou, ela estava com um sorriso malicioso nos lábios – Quinta-feira eu precisei dar uma passada na escola, e quando estava passando pela padaria, o vi conversando com uma mulher.


- Elizabeth Judite Potter, já disse para que ficar fazendo fofoca é muito feio – a mulher reprimiu a filha – Mas não se preocupe com isso Hermione, eu e James sempre estamos convidando o seu pai para vir jantar aqui em casa, ele não tem ficado muito tempo sozinha.


- Obrigada! - sorriu em resposta -Mas, de qualquer maneira, não seria tão ruim se ele estivesse com uma namorada, sempre disse isso para ele.


- Assim que terminou de comer, a garota foi ligar para a casa do seu pai.


- Alô! - ouviu a voz dele do outro lado da linha, não tinha idéia do quanto sentia falta dele até aquele momento.


- Oi pai, sou eu, a Hermione! - disse – Nós acabamos chegar na casa dos Potter. Está tudo bem comigo e com o Harry, foi uma viagem bem tranqüila.


- Quem bom, minha filha – respondeu – E como está o bebê? Você tem enjoado muito?


- Está tudo bem sim! - passou a mão, protetoramente, pela barriga – Enjoei muito, mas agora está tudo sob controle.


- Fico feliz com isso! - garantiu – E quando é que você pretende vir visitar o seu velho pai? Só por que agora é uma mulher casada, não significa que pode me esquecer, lembre-se que fui eu quem troquei as suas fraldas.


- Não poderia esquecer nem se eu quisesse, está sempre me lembrando, não é pai? - revirou os olhos e riu – Mas eu e Harry estamos querendo ir até ai amanhã, tudo bem?


- Amanhã? - ficou em silêncio alguns segundos, como se pensasse em uma resposta – Tudo bem, estarei esperando vocês para o almoço.


- Ótimo! - concordou – Agora eu tenho que desligar.


Despediram-se e ela colocou o aparelho no gancho. Sentiu dois braços envolvendo sua cintura e virou-se para encontrar o marido.


- Está tudo bem? - ele quis saber.


- Sim! - concordou com a cabeça – Avisei para o meu pai que iremos visitá-lo amanhã.


- E por que essa carinha preocupada? - quis saber, enquanto passava a mão pelo rosto da morena.


- É que meu pai parecia ansioso com alguma coisa! - colocou a mão no queixo pensativa – Só não sei dizer, exatamente, o que é?


- Tenho certeza de que não é nada! - garantiu – Mas, iremos descobrir amanhã quando formos até lá.


Então, eles subiram em direção ao quarto. Tinham certeza de que não demorariam para estar dormindo profundamente.


No dia seguinte, Harry e Hermione acordaram bem cedo e foram tomar café da manhã. Não demoraram muito para eles saírem em direção a casa do pai da morena.


- Será que o meu pai já acordou? - ela comento quando estavam na metade do caminho – Detestaria acordá-lo.


- Você sabe que o seu pai sempre acorda cedo! - lembrou – Ele é assim desde que você era pequena.


- Mas hoje é final de semana! - comentou – E não sabemos se o comportamento do meu pai mudou depois que eu fui embora. Faz bem ficar dormindo até tarde uma vez ou outra.


- Agora é um pouco tarde demais para você pensar nisso – comentou enquanto parava o carro ao lado da calçada – Acabamos de chegar.


- Certo! - abriu a porta do carro para pode sair – Nós tocamos a campainha e esperamos três minutos. Se ele não atender, a gente vai embora e volta um pouco mais tarde.


Ele chegaram a porta e tocaram a capinha. Alguns segundos depois o homem abriu a porta a deu um pequeno sorriso para eles.


- Oi minha filha! - deu um forte abraço na garota – E como você está Harry? Vejo que o casamento e a faculdade fizeram muito bem para vocês dois.


- Pode ter certeza pai! - ela concordou com a cabeça – Você vai nos convidar para entrar?


- Claro que sim! - deu espaço para que os dois entrem na casa – Ainda não consigo acreditar que já dá para ver a sua barriga!


- Eu é que não consigo acreditar! - comentou revirando os olhos – Se eu já estou assim com apenas três meses, imagina como vai ser quando eu estiver com nove meses.


- Eu já falei que ela é a grávida mais linda do mundo! - Harry tinha um sorriso maroto nos lábios – Mas ela não acredita em mim!


- Não acredito por que é simplesmente impossível alguém ficar bonita com um barrigão – fez uma careta.


- Acredita em mim, minha filha! - o senhor Granger voltou a falar – Quando sua mãe estava grávida também engordou bastante nos primeiros meses, mas depois ficou muito bem.


Eles ficaram em silêncio. Hermione não gostava quando ouvia um comentário a respeito da sua mãe, ela a abandonou e não merecia nenhum tipo de consideração.


- Imagino que vocês estejam com fome – se levantou – Vou buscar alguma coisa para vocês comerem.


- Acabamos de tomar café da manhã! - ele respondeu – Não precisa preparar nada para gente.


- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Mas vou pegar um copo de água para vocês.


No momento em que o homem entrou na cozinha, viram um táxi parando na frente da casa e uma mulher saiu de lá de dentro.


- Que estranho! - Hermione disse – Será que o meu pai está esperando alguma vista?


- Talvez sim! - ele deu de ombros – Vai ser que foi por isso que o seu pai estava ansioso por virmos aqui hoje Por que ele tinha um encontro.


- Exatamente como a Liz disse – completou – Vou adorar conhecer a nova namorada do meu pai.


Foi então que a campainha tocou a morena se levantou rapidamente indo em direção a porta.


- Deixa que eu atendo! - gritou na direção da cozinha.


- Não precisa, minha filha! - avisou – Eu já estou indo.


Mas ela já tinha ido atender a convidada. A mulher estava sorrindo, mas assim que a viu, ficou séria.


- Não acredito! - disse bem baixinho, mas não o suficiente para a garota ouvir.


- Oi! - estendeu a mão para a recém-chegada – Eu sou Hermione, a filha do Jonh. Acho que ele já deve ter falado de mim, pelo menos eu espero.


- Hermione, deixa que eu... - começou, mas assim que viu as duas juntas, não conseguiu mais sair do lugar.


- Agora alguém vai ter que me explicar o que está acontecendo? - pediu – Está tudo muito estranho.


- Tudo bem minha filha, eu te explico tudo o que está acontecendo – colocou a mão sob o ombro dela.


- Não, Jonh, deixa que eu explico – a mulher pediu – Eu sou Emily, a sua mãe


Agora quem não conseguia falar mais nenhuma palavra era Hermione. Então quer dizer que aquela era a sua mãe, ou melhor, a mulher que lhe deu a luz e depois a abandonou ainda na maternidade.


- Como foi que você nos encontrou aqui? - ela, finalmente, conseguiu falar, depois de alguns minutos – Pensei que nunca mais tivesse tido notícia dela, pai.


- Eu vi a noticia do seu casamento na coluna da Rita Skeeter – explicou – Tentei ligar algumas vezes, mas sempre que ouvia a sua voz, desligava o telefone. Queria ter vindo na cerimônia, mas só consegui um tempo para vir a Windsor no final do verão, e você não estava mais aqui. Mas seu pai acabou falando que você vinha na férias de natal, então eu voltei há uma semana.


- Acho que vou deixar vocês duas sozinha conversando – o homem avisou – Venha Harry, preciso de ajuda na cozinha.


- Claro! - concordou enquanto se levantava também.


- Ele parece ser um bom rapaz! - deu um pequeno sorriso assim que os dois saíram da sala – Espero que esteja te fazendo feliz.


- Ele está sim! - sentou-se no sofá, parecendo indiferente.


- Sei que tenho muita coisa para te explicar! - sentou-se ao lado a da filha – Nem sei por onde começar.


- Eu tenho uma sugestão! - colocou a mão no queixo, pensativa – Que tal começar falando por que abandou a mim e ao meu pai? Embora eu ache que isso não tem explicação.


- Eu estava totalmente perdida! - começou a contar – Não tem idéia do que é engravidar nova e estar em um lugar longe da sua família.


- Acho que eu posso imaginar como é! - deu de ombros e apontou para a própria barriga.


- Mas o seu caso é diferente. Tem o apoio do seu pai e da família do seu marido, sem contar que está estudando em uma das melhores universidades do mundo – suspirou pesadamente – Meus pais pararam de falar comigo quando descobriram que eu estava grávida e eu fui obrigada a me casar e mudar para essa cidadezinha.


- Realmente a minha situação não é igual a sua! - concordou – Mas se fosse, eu nunca teria coragem de abandonar o meu bebê e ainda voltar 18 anos depois como se nada tivesse acontecido.


- Sei que nada que eu falar vai mudar o que eu fiz! - ficou encarando o chão – Mas tudo o que eu peço é um chance? Poderíamos tentar nos conhecer.


Ficou esperando que a garota falasse alguma coisa, mas ela permaneceu calada e encarando a mesa de centro.


- Venho a Londres, pelo menos uma vez por mês, mas, na verdade, moro em Los Angeles – falou – Você e seu marido poderiam ir me visitar no verão, isso é, se o bebê já puder viajar.


Ela apenas deu de ombros.


- O meu marido quer muito conhecer você – continuou – E você tem dois meio-irmãos. Jason, que está com 11 anos e Allana, que tem 8.


- Fico feliz que esses filhos você não tem abandonado – seu tom de voz era frio – Agora eu preciso ir, Harry e eu queríamos dar uma volta pela cidade ainda hoje.


Chamou o marido para poderem ir embora. Todo o caminho de volta para casa foi feito em total silêncio, mas assim que passaram pela porta da sala, a morena começou a chorar.


- O que houve Hermione! - Lilian apareceu, estava ligeiramente preocupada – Aconteceu alguma coisa.


Então, eles contaram tudo o que tinha acontecido na casa dos Granger. Inclusive a conversa que Hermione teve com sua mãe.


- Eu imagino que esteja muito confusa, minha querida – passou a mão pelos cabelos castanhos da garota – Mas pelo menos ela está aqui tentando se redimir.


A morena passou o resto do dia em seu quarto, não desceu nem para comer. Já estava escuro quando o garoto chegou trazendo uma bandeja.


- Você precisa comer alguma coisa, Mione! - sentou-se na beira da cama e colocou a bandeja entre os dois – Quer mesmo ficar doente por causa de uma mulher, como você mesma disse, te abandonou.


- Só acho que é muita cara de pau ela aparecer aqui como se nada tivesse acontecido – enxugou as lágrimas no seu rosto – E ainda quer que tenhamos uma convivência normal de mãe e filha.


- Tem certeza de que não está nem um pouquinho feliz em vê-la? - perguntou – Quero dizer, ela é a sua mãe e é bom saber que ela está ai em algum lugar.


- Estava bem melhor quando não sabia e era somente eu e o meu pai – deu de ombros – Não quero saber de nada que tem a ver com essa mulher.


- Por mais que eu não concorde com o que ela fez, ainda é a sua mãe e merece o seu amor! - continuou – Da mesma maneira que quer que o nosso bebê ame você, apesar de que vai magoá-lo às vezes.


- Sei de tudo isso! - concordou com a cabeça – Mas eu não sei se conseguirei perdoá-la.


- Não vou pressioná-la agora! - avisou indo até a porta – Vou deixar que fique algum tempo pensando. Não esquece de comer.


No dia seguinte, uma visita inesperada chegou a casa da família Potter, logo pela manhã.


- Emily! - a senhora Potter disse assim que a viu para na entrada de casa – Quanto tempo eu não te vejo.


- Olá Lilian! - deu um fraco sorriso – Imagino que você saiba que eu estou na cidade. Hermione deve ter comentado alguma coisa.


- Ela falou sim! - respondeu – E eu acredito que queira falar com ela.


Foi nesse momento que a morena saiu de dentro da cozinha e se virou para as duas.


- O que você está fazendo aqui? - gritou um pouco mais alto do que estava planejando.


- Eu preciso falar uma coisa com você – respondeu – Não vai levar muito tempo, eu prometo.


- Vocês podem ir até o escritório! - a outra mulher avisou – Assim vão ficar mais a vontade.


Elas foram até o outro aposente e se sentaram nas poltronas que existiam lá. Ficaram alguns segundo apenas se encarando.


- Você saiu com tanta pressa ontem! - Emily começou – Sei que tem todos os motivos do mundo para estar com raiva de mim e não vou mais pedir para fazer parte da sua vida.


Eu pensei muito sobre isso tudo ontem a noite e eu tive um comportamento é muito infantil! - suspirou pesadamente antes de continuar – Eu agora estou casa e vou ser mãe daqui a pouco tempo. Tenho que aprender a perdoar.


- Você está mesmo falando sério, Hermione? - algumas lágrimas se formaram no canto dos seus olhos – Vai mesmo me deixar participar da sua vida de agora em diante?


- As coisas não são tão simples assim! - explicou – Não estou com raiva de você, mas ainda preciso de um tempo para pensar a respeito de como eu quero que seja o nosso relacionamento.


- Tudo bem, minha filha, eu vou te dar todo o tempo que precisar – garantiu – Quando decidir pode me ligar – entregou o cartão para ela antes de ir embora.


Nenhuma das duas sabia como seriam as coisas entre elas a partir de agora. Mas já tinham esperado 18 anos para se “reencontrarem” e podiam esperar mais uns poucos meses.

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