Só mais um fim



 


“Você já se perguntou se somos nós que fazemos os momentos em nossas vidas ou se são os momentos da nossa vida que nos fazem? Se você pudesse voltar no tempo e mudar apenas uma coisa na sua vida, você mudaria? E se mudasse, será que essa mudança tornaria a sua vida melhor? Ou será que ela acabaria partindo o seu coração? Ou partindo o coração de outro? Será que você escolheria um caminho totalmente diferente? Ou você só mudaria uma única coisa? Um único momento. Um momento que você sempre quis ter de volta”.


 


 


O procurador do jogador Ronald Weasley telefonou confirmando que faltava pouco para a assinatura do contrato de 3 anos com o Arsenal. O Sunderland receberia R$ 3 milhões pelo passe do jovem meio-campista. Hermione não reagiu bem na primeira vez em que o marido lhe contou sobre o interesse do Arsenal em seu futebol. Frustrado, o rapaz saiu de casa temendo perder a segunda maior oportunidade de sua vida. Por mais que a classificação para a primeira divisão estivesse assegurada, ele sabia que seu time dificilmente passaria da primeira fase. Sozinha, Hermione refletiu sobre a escolha que poderia determinar o sucesso ou o atraso definitivo da carreira do garoto que mais amou em toda a vida. Ela não poderia exigir nova recusa por parte do atleta, na primeira vez ele optara pela família. Agora, seria sua vez em decidir manter sua família unida. Em menos de um mês, Ronald era apresentado como a principal arma do Arsenal para a etapa decisiva do Campeonato Inglês, que iniciaria em breve.


 


Com o casamento de Harry e Gina marcado para logo, Ron tentaria de todos os modos indicar o amigo para o reforço na zaga de seu atual clube. Ron marcou um gol em sua estréia vestindo a camisa 7 do Arsenal. Nem mesmo a possibilidade de vestir a camisa 10 do Milan havia lhe tirado tanto o fôlego.


 


Nos bastidores, a diretoria se mexia para contratar o jovem zagueiro indicado por Ron e aclamado pela boa exibição na final da divisão especial britânica. Desta vez, ele havia acertado em suas escolhas e ser recebido em sua nova e mais espaçosa casa em Londres pela mulher e o filho – devidamente vestido com o uniforme do novo time – lhe decretavam esta certeza.


 


Assustado, Ronald acordou com extrema dificuldade para respirar. Estranhando o quarto, ele tentou se sentar na cama sendo impedido por uma inexplicável dor em seu abdômen e colocar a perna no chão também estava fora de cogitação. Após respirar fundo, ele analisa onde se encontrava e com considerável desespero nota o quarto branco de um hospital qualquer e com a mão consegue sentir as seqüelas do tiro a queima-roupa que, realmente, havia levado na véspera de Natal. Atordoado, ele não pode acreditar que tudo aquilo havia sido apenas uma ilusão, um maldito e revelador devaneio proporcionado pela proximidade das datas comemorativas, da quase morte e da dose cavalar de remédios que tinha ingerido. A confusão aumentou com a entrada de seus pais no local, seguidos por enfermeiros e um médico que em espanhol tentava acalmar o rapaz. Nova rodada de tranqüilizantes com a certeza de que tudo que havia descoberto não passara de dolorosa fantasia.


 


Três dias se seguiram com a entrada de rostos conhecidos que pouco acrescentavam para o paciente. Sonolento, ele foi despertado por sua mãe que adentrava silenciosamente no recinto a fim de zelar pelo sono do filho.


 


_ Mãe?! – ela percebe a lucidez do filho – Eu... Eu... Hum... Que dia... É hoje? – questiona ainda sob efeito de remédios.


 


_ Trinta e um de dezembro, Rony. Tenta não se esforçar demais, ta? Você tem melhorado, mas, seu estado ainda é delicado. – recomenda.


 


_ Mãe... Desculpa por... Por não aparecer no Natal... E bom... Acabar estragando a comemoração de vocês...


 


_ Você não teve culpa de nada, filho. Nosso Natal ficou ainda mais completo com a notícia de que você havia resistido. E... Bom... – a fala da senhora é cortada.


 


Inesperadamente, um garotinho não demonstrando possuir mais do que seis anos invade o quarto. Ron olha demoradamente o menino, mais crescido do que se recordava das fotos e de sua experiência. Mas, definitivamente aquele era seu filho com Hermione Granger. O que ele estaria fazendo ali? A resposta é devastadora como a entrada repentina e envergonhada da castanha no recinto chamando levemente irritada pelo filho desaparecido. No exato instante em que os olhos dos dois ex-namorados, o desconforto e o constrangimento foram imediatos.


 


_ Eu sinto muito... Eu... Eu não queria atrapalhar vocês... Hugo vem comigo agora! – puxa pela mão o menino.


 


_ Mas, mãe... Eu queria saber se o meu pai vai ficar bom logo... – pergunta inocentemente mirando Ronald e embaraçando ainda mais a jovem.


 


_ Hermione, fique mais um pouco. Eu só queria ver se o Ron já havia acordado... Acho que vocês precisam conversar urgentemente. Bom, espero que você escute bem o que ela tem a lhe dizer, filho. Fique a vontade! – fala a mãe do rapaz saindo do quarto.


 


_ Oi... – ele arrisca tímido.


 


_ Oi! – devolve a jovem.


 


_ Mamãe, então... O papai vai ficar bom rápido, né? – arrisca novamente o pequeno.


 


_ Vai, Hugo. É claro que vai. – responde ao garoto – Desculpa, eu realmente não queria forçar esse encontro. Não desta forma... Mas, o Hugo ficou desesperado quando soube do... Bem... Do que aconteceu com você... E não sossegou até que eu prometi traze-lo para te ver...


 


_ Sem problema, eu to um pouco sedado ainda... Mas, acho que consigo compreender as coisas. – responde Rony vendo a aproximação do menino.


 


_ Você vai se recuperar rapidinho, né pai? Eu sempre vejo você jogar na televisão... Sabia que eu treino todo dia para ficar assim... Tão bom como você?! – confessa infantilmente – Mas, eu queria jogar bola com você um dia. Acho que eu ia melhorar bastante se o meu pai me ensinasse um pouquinho. – sonha o pequeno emocionando seus pais.


 


_ Claro, Hugo! Se a sua mãe deixar... A gente pode jogar sim, várias vezes... O papai só precisar melhorar mais um pouquinho e vai poder brincar sempre com você, ta bom? – o menino sorri e abraça o pai pela primeira vez.


 


_ É obvio que eu deixo, Ronald. Eu nunca quis afastar você do seu filho. Muito pelo contrário. Ele adora você, cresceu vendo seus jogos na televisão... – ela chama o menino – Filho, vai ficar lá na rua com o tio Harry que a mãe tem que falar coisas de adulto com o seu pai! – o menino se despede e sai do quarto.


 


_ O Harry ta aqui também? – ela sinaliza positivamente – Eu não queria... Bom, ocupar e nem preocupar vocês... – sente-se ainda mais desconfortável.


 


_ Sinto muito pelo o que aconteceu... – se solidariza a jovem.


 


_ Depois de sete anos, eu nunca imaginei que a nossa conversa começaria com você dizendo que sente muito... Ainda mais porque quem fez algo imperdoável fui eu. – mostra-se estranhamente arrependido.


 


_ Eu confesso que também não esperava essa sua reação, já que nos últimos meses você fez de tudo para não manter contato comigo ou com o Hugo. – revela Hermione.


 


_ É, eu sinto muito por isso... Também... – Ron não consegue mais articular as palavras.


 


_ Olha, Ronald... Eu não vim até aqui para te exigir nada... Nem reconhecimento, nem dinheiro ou qualquer coisa desse tipo... Eu só queria que o Hugo pudesse conhecer o pai antes que outra coisa impedisse isso. Eu não entendo, mas, o seu filho tem uma adoração imensa por você. – revela sentida.


 


_ Mas, a mãe dele me odeia... – frisa o desconforto pela realidade, ela deixa de encara-lo – Ele parece ser um menino incrível. Me desculpa por agir como idiota e perder tudo nos últimos anos...


 


_ Eu não te odeio. Você, simplesmente, não existe de forma alguma para mim além da fantasia que o Hugo faz a respeito de como é sensacional o pai craque dele. Você destruiu o meu coração indo embora daquele jeito, Ronald. Mas, ele não parou de bater por sua causa.


 


_ Eu fiz tantas coisas que me arrependo... Mas, quando eu remonto a minha vida, eu sei que tudo começou a desmoronar no momento em que eu sai da Inglaterra sem você. Eu tava tão apavorado com a possibilidade perder a única chance de aparecer no futebol, que esqueci de tentar virar alguém fora dos gramados. – confessa sensibilizado.


 


_ Sinceramente, eu acho que essa não a hora para termos esse tipo de conversa. Na verdade, eu nem sei porque estamos discutindo isso. Eu vou deixar você descansar, ta? – fala abrindo a porta.


 


_ Será que você não poderia ficar mais um pouco... Ou... Quem sabe para sempre? – arrisca, ela vira visivelmente alterada.


 


“Sombras preenchem um coração vazio


Enquanto o amor está acabando


Por tudo o que somos


Mas não falamos


Podemos ver além das cicatrizes?”


 


_ Ronald, não existe mais essa história de “nós”. Eu espero que você cumpra a palavra com o Hugo e tente se aproximar dele... Eu não vou impedir... Só que... – ele lhe corta.


 


_ Eu nunca vim para a Itália. Eu fiquei e te pedi em casamento no seu quarto mês de gravidez. Eu ainda jogo no mesmo time que o Harry na Inglaterra... Eu fico fora quase todas as semanas... Mas, voltar para casa... Para você e o Hugo é a melhor sensação que eu já senti. O nosso filho pede todo dia se eu marquei gol nos treinos... Você ta estagiando e quase se formando na faculdade. A gente mora em uma casa pequena, mas, com a nossa cara. Você me obriga a te ajudar a arrumar a casa toda semana... E você não deixa que eu toque em você antes de falar que eu te amo e que eu sempre serei apaixonado por você... Não sei se foi o Natal ou o tiro... Se foi um sonho ou uma amostra de tudo que eu abri mão... Mas, se eu não lutar por isso ou apenas te falar... Que você ainda me tira o fôlego... Eu estaria jogando tudo fora de novo. – lágrimas acompanham a declaração do rapaz e a surpresa da garota.


 


“Mudam as cores do céu


E abrem-se para


Os modos que você me fez sentir vivo


Os modos que eu te amei


Por todas aquelas coisas que nunca morreram


Para que durante a noite


O amor te encontre”


 


_ Eu soube que por R$ 5 milhões, o Milan te tirou da minha vida... E, agora, eu não te quero de volta nela. Infelizmente, o meu filho sonha em que você algum dia faça parte do mundo dele. Eu só fico pensando mais quantos milhões bastaram para que esse seu discurso mude e você desapareça da vida dele. – dispara – Eu, realmente, sinto muito pelo o que te aconteceu... Mas, isso não muda o que você fez e nem quem você se tornou. E eu nunca amaria essa sua versão, Ronald Weasley.


 


A conversa estava encerrada. A porta batendo decretava a realidade de que Ronald não poderia simplesmente desejar arrumar as coisas. As seqüelas de sua atitude em abandonar tudo há sete anos foram muito mais profundas do que o tiro que recebeu no abdômen.


 


Harry ainda visitou o antigo amigo acompanhado de sua esposa, a repórter da rádio BBC, Ginevra Potter. Surpreendentemente, Harry não demonstrara tantas magoas do amigo ou estaria penalizado pelo estado deplorável do ex-companheiro de time?


 


_ Ai, vocês me desculpem... É da rádio, eu preciso mesmo atender. Só um minuto! Alô! – declara a moça saindo do quarto atendendo a ligação.


 


_ Parabéns, cara! E me desculpe... Bem... Por tudo... – tentou articular Ronald.


 


_ Você não precisa se desculpar, eu sei que o começo na Itália não foi nada fácil. É normal tentar assegurar a nossa base antes do que qualquer coisa. Eu nunca senti raiva de você, cara... Só lamentei em perder o meu melhor amigo... Mas, são coisas da vida.


 


_ E a sua vida como que está? Quero dizer... Além de estar casado...


 


_ Bom, há duas temporadas eu to no Sunderland... Estamos bem neste ano, acho que estou me firmando como titular... O mais difícil foi disputar posição com o capitão do time. Mas, não estou muito preocupado com isso. Existe mais do que o futebol.


 


_ Você poderia ter me dito isso há uns sete anos, Harry. – brinca – Mas, e a Gina? Trabalha na Rádio BBC? Eu costumo ouvir pela Internet!


 


_ Sim, ela trabalha lá há 4 anos... Começou na época em que disputamos o Pré-Olimpico, lembra? Ela foi a primeira pessoa que me entrevistou. Nós conhecemos ali e ela acabou cobrindo outros jogos do Campeonato Inglês e bem... Acabamos no altar. Agora, ela está cobrindo mais o setor de variedades, só que... Quando souberam que nós viríamos aqui insistiram para que ela te entrevistasse. Por isso, as ligações... Mas, é claro que nem cogitamos isso.


 


_ E por que não? – surpreende Ronald.


 


“O sol está batendo nos seus olhos


Para começar um novo dia


Esse coração partido ainda pode sobreviver


Com o toque de sua graça


Sombras são dissolvidas na luz


E eu estou ao seu lado”


 


O Milan não apoiou seu principal jogador depois do assalto. Com o tornozelo deslocado e uma recuperação de tiro, o clube preferiu romper o contrato com Ronald  discretamente. A notícia correu boa parte da Europa e aportou novamente na Inglaterra. Depois de intermináveis negociações e perder importantes peças, o Liverpool voltou a olhar com bons olhos, o jovem que revelou para o mundo anos atrás. Pouco prestigiado e extremamente em conta, o passe do jogador seria inferior a sua venda para o futebol italiano há sete anos. A possibilidade de voltar para seu país e estar mais perto do filho convenceram o jogador, que lentamente recuperava a forma física.


 


Através de Gina, Ron anunciava oficialmente sua transferência para o futebol inglês a fim de estar mais próximo do filho, Hugo. Depois da alta hospitalar, o jogador partiu para a Inglaterra e seu primeiro contato com a bola aconteceu em brincadeiras com o filho de 6 anos. Pouco conversou com a mãe do menino, porém, percebeu que ninguém havia ocupado seu lugar no coração da jovem. Era um progresso.


 


“Que tal agora?


Que tal hoje?


Será que eu me tornei tudo que eu estava destinado a ser?


E se nosso amor nunca tivesse acabado?"


 


No colo da avo, o pequeno Hugo ocupava uma cadeira de honra no estádio durante a estréia do pai como jogador do Liverpool no complicado Campeonato Inglês. Recebido com desconfiança pelo consagrado treinador, Ron entrou no decorrer da partida e fez boas jogadas.


 


Aparentemente recuperado, Ronald se tornou um jogador prestigiado e foi em grata surpresa que ouviu a preocupação da comissão técnica sobre a defesa. Ainda mais surpreso, indicou o nome de Harry Potter para suprir a carência da equipe. Bom defensor, jovem e barato. As condições ideais para que fosse contratado. A promessa não foi cumprida em solo espanhol, entretanto, já dizia o ditado antes tarde do que nunca.


 


Em menos de um mês, Harry assinou contrato por quatro anos com o Liverpool e se acomodou nas primeiras semanas na casa do melhor amigo, enquanto procurava uma residência para ele e sua esposa. Gina não titubeou em apoiar a decisão do marido e revelar imediatamente a Hermione a considerável mudança de vida do antigo namorado. Hermione não tinha mais como fugir da presença de Ron em seu dia a dia. Hugo estava encantando com a companhia do pai, com o restante das descobertas que ter um pai acarretar para a vida de uma criança.


 


No Liverpool, as baladas foram extremamente reduzidas e Ronald Weasley ficou mais conhecido pela mídia pelo que fazia dentro de campo do que em sua vida privada. A primeira temporada em seu retorno a Inglaterra terminou de maneira vitoriosa para os novos contratados e o clube que os acolheu. Campeão da Copa UEFA, o Liverpool conquistou vaga no Mundial Inter-Clubes.


 


Nas férias, Ronald fez de questão de ficar o máximo de tempo com o filho. A convivência mexeu com o intimo de Hermione, que pela primeira vez questionou-se ainda seria possível resgatar alguma migalha do amor que um dia destinou ao pai de seu filho.


 


Harry se apaixonou pela vida na capital e ao tempo em que sua carreira deslanchava e conquistava sua primeira convocação para a seleção, recebia da mulher de sua vida a noticia que seria pai. Ronald invejava o amigo e diferente de sua versão paralela de universo, não servia como exemplo para ninguém. Talvez, como exemplo a não ser seguido nunca. Os jovens atletas são fundamentais para a campanha do Liverpool durante o Mundial Inter Clubes e Hugo assiste a diversos jogos do pai. Até mesmo Hermione aceita um convite para passar um período na capital com a desculpa de visitar Gina e lhe parabenizar pela gravidez. Entretanto, com o jogo mais importante do clube se aproximando, outra decisão primordial cruzaria o caminho de Ronald.


 


Faltando duas horas para comparecer ao Centro de Treinamento e se concentrar para a terceira partida das Eliminatórias Européias, a mãe de Ronald lhe telefona desesperada. Um acidente em um passeio escolar deixara Hugo entre a vida e a morte. Ronald nem sequer titubeou em se apresentar pontualmente para o embarque.


 


“Não há nada a temer


Estou ao seu lado


Por toda a minha vida


Sou seu.”


 


Jamais em seus 26 anos de vida uma viagem entre o Londres e Sunderland demorara tanto. Antes de embarcar teve um lampejo de lucidez e ligou para Harry e um dos integrantes da comissão técnica do selecionado inglês explicando a terrível situação que se abatia sobre sua família e a impossibilidade de disputar a partida. O dirigente comprometeu-se em contar o ocorrido para o treinador, mas, não poderia garantir que o jogador não fosse repreendido depois. A punição nem foi processada pelo cérebro de Ron. Nas alturas, as lembranças de seu sonho ou ilusão naquela véspera de Natal pareceram ruir de uma vez por todas. A chegada no hospital foi imediata ao seu desembarque em sua cidade de origem.


 


_ Eu não esperava você aqui. A Gina me contou da partida da seleção, você poderia ter jogado e depois vindo para cá, Ronald. – tentou parecer forte a jovem mãe.


 


_ O que? Eu não teria condição de entrar no campo sem saber como estava o Hugo. – revelou.


 


_ E a sua carreira? Você não pode ser prejudicado? – observou.


 


_ Existe muito mais do que futebol na minha vida. Nada é mais importante do que o meu filho. Eu não posso me imaginar perde-lo, como eu te perdi... – confessa o jogador.


 


“E se eu me tornei tudo que eu estava destinado a ser?


E se nosso amor nunca acabar?


E se estiver perdido em palavras que nunca conseguimos achar?”


 


_ Você, realmente, ainda me ama? – questiona olhando em seus olhos.


 


_ Você ainda me tira o fôlego. Eu sou completamente apaixonado por você e pelo filho que você me deu...


 


_ Obrigada por estar aqui. – limita-se a dizer.


 


A reação da jovem lhe causa surpresa, no entanto, não tamanha como a ação dela em pegar a sua mão. Aproximadamente 26 horas depois do único dialogo entre o antigo casal, o elenco inglês entrava em campo e Ronald abraçava o filho recém-saído da cirurgia, que estancou a hemorragia e estabilizou o quadro do menino.


 


_ Pai, você não devia ta jogando? – questiona o menino vendo o jogo pela TV em seu quarto no hospital.


 


_ Não, o seu pai deveria estar exatamente aqui cuidando de você, filho, junto com a sua mãe. – Hermione sorri.


 


_ Eu queria ver mais jogos seus, sabia? Mas, a mãe fala que eu preciso ir para a escola. Ai, eu não consigo nem assistir e nem treinar para ficar tão bom como você. – resmunga o menino divertindo os pais.


 


_ Hugo, nós já conversamos sobre isso. Nas férias da escola, você pode brincar quanto tempo quiser. – repreende Hermione ainda sorrindo.


 


_ Eu tenho uma solução para isso. – arrisca Ronald – O Hugo poderia vir morar comigo em Londres. – a jovem lhe mira assustada – Você teria apenas que aceitar o meu pedido de casamento, Mione.


 


“Que tal agora?


Que tal hoje?


 


 


 


Seis Meses depois...


 


Ronald Weasley não foi severamente punido pelo treinador da seleção inglesa, que entendeu sua situação. Entretanto, o atleta fez questão de esclarecer publicamente os motivos para não comparecer em um importante jogo das Eliminatórias. Apoiado pelos torcedores de seu time, Ronald ficou de fora de duas convocações para ser chamado em partidas amistosas e conquistar novamente a confiança do treinador e da comissão técnica.


 


A Inglaterra classificou-se como líder de sua chave na primeira fase das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Enquanto, que no Mundial Inter-Clubes, Ronald se destacou, mas, optou por renovar seu contrato com o time que lhe deu uma oportunidade na fase mais critica de sua vida.


 


_ Eu achei que aquele menino nunca fosse dormir. – reclama Ronald jogado no sofá de sua casa em Londres.


 


_ Imagina, a festinha da filhinha do Harry e da Gina tava cheia de doces. Você conhece o Hugo, ele troca a pilha quando se enche de açúcar. – relembra Hermione sentando ao lado do marido.


 


_ Esse menino já é hiperativo normalmente, com toda aquela dose de açúcar no corpo fica incansável. Se continuar com esse pique pode se tornar um bom lateral. – fantasia com o futuro do filho dentro dos gramados.


 


_ O seu filho está dormindo e é nisso que você pensa? – brinca Hermione.


 


_ Eu disse isso, não quer dizer que foi o único pensamento que passou pela minha cabeça. – confessa matreiro beijando suavemente a jovem.


 


_ Sabia que o Hugo está pedindo de novo por um irmãozinho? – provoca, parando para analisar o olhar do marido. - Como você consegue isso? – Hermione fala admirada, ele demonstra confusão – Me olhar como se fosse pela primeira vez.


 


_ Porque você ainda me tira o fôlego e porque... Eu não conseguiria acordar todas as manhãs sem você do meu lado. – Ronald se declara – Eu sou apaixonado por você há dez anos e ainda sinto a mesma coisa cada vez que te vejo.


 


A jovem sorri correspondendo ao beijo do marido.


 


_ Você realmente sabe dizer as coisas certas nas melhores horas possíveis. Por isso que eu te amo tanto, marido! – confessa Hermione.


 


 


 


"A maior parte da nossa vida, é uma série de imagens. Elas passam pela gente como cidades numa estrada. Mas algumas vezes, um momento se congela, e algo acontece. E nós sabemos que esse instante é mais do que uma imagem. Sabemos que esse momento, e todas as partes dele...Irão viver para sempre."


 


 


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História mais curta e postada totalmente. Agradeço os comentários e as sugestões. Inicialmente, a história já estava esquematizada para 5 capitulos, por isso, prolongará poderia prejudicar a qualidade. Bem, espero que o fim tenha agradado. Tenho outras fics em desenvolvimento. |Fiquem a vontade para dar uma olhada. Novamente, obrigada pelo apoio sempre!

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Comentários (3)

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