Capítulo 1



Capítulo um




- E então, qual é a sua com a Evans?


- E com a McKinnon?


- E com a... Ah, por favor, eu não vou fazer essa pergunta. Sinto-me um idiota!


Harry estava parado no meio do corredor bem em frente a James, Sirius e Remus. Os dois primeiros o encaravam com a sobrancelha erguida, em uma expressão claramente ensaiada, ao passo que o último estava visivelmente envergonhado.


Fazia quase duas semanas desde que Harry fizera aquela pequena viagem no tempo, e desde então Lily, Marlene e Emmeline viraram suas amigas. Ele não sabia muito bem como explicar o fato de ser tão amigo assim das meninas, mas elas pareciam gostar de sua companhia, então não seria ele quem iria afastá-las, principalmente porque podia ficar mais próximo de sua mãe.


- Desculpe, o que vocês querem saber exatamente? – Harry perguntou, cruzando os braços em frente ao corpo. Não estava muito confortável com aquela situação, mas o que poderia fazer?


- Nós – Sirius apontou para eles três – queremos saber como você consegue ser amigo das meninas?


- E qual é a sua intenção com elas? – James completou a frase do amigo – Porque, eu não sei se você notou, cara, mas você é um novato.


- E daí?


- E daí que é praticamente impossível essas meninas aceitarem a amizade de um garoto estranho.


Harry franziu o cenho tentando entender tudo o que estava acontecendo ali. Tudo bem que havia ficado muito amigo do trio de meninas, mas isso não era motivo para ser interrogado daquela forma. A não ser que eles estivessem com ciúmes e cogitassem a hipótese de...


- Ah não! Não, não, não e não! – Harry disparou a dizer. A ideia de estar envolvido romanticamente com a sua mãe era algo que lhe embrulhava o estômago – Eu sou apenas amigo delas, certo? Caras, eu tenho namorada, não pensem que eu... Fala sério, vocês realmente pensaram que...?


Sirius, James e Remus riram, fazendo com que as bochechas de Harry ficassem tão vermelhas quanto os cabelos dos Weasley.


- Eu avisei que isso seria estúpido e constrangedor – Remus disse assim que se recuperou da crise – Nos desculpe por isso, Granger. Essa ceninha foi totalmente desnecessária.


- Como se você não estivesse morrendo de ciúmes da Emme, antes da falsa cruza do James e da Lily dizer que tem namorada. – Sirius retrucou, ainda mantendo o sorriso zombeteiro no rosto.


Harry sentiu seu rosto gelar com a brincadeira de Sirius. Será que ele desconfiava de algo? Não, definitivamente não. Era impossível pensar que alguém do futuro pudesse viajar no tempo e conviver com pessoas do passado. Se ele mesmo não tivesse feito isso, continuaria pensando que coisas assim só aconteciam em filmes trouxas.


- Certo, deixe-me ver se entendi bem – Harry tomou novamente a palavra, antes que as especulações a respeito de sua semelhança com James e Lilian continuassem – Essa abordagem aqui é só porque vocês três estavam com ciúmes das meninas e queriam saber se eu tinha algum interesse nelas?


- Garoto esperto! – James disse e levou a mão nos cabelos de Harry, bagunçando-os ainda mais – Como você é membro da nossa Casa, decidimos perguntar ao invés de aprontar alguma que o deixaria constrangido pelo resto do ano. Nossa fama não é muito boa.


- Sei bem que não... – Harry murmurou e então ergueu os olhos para encará-los novamente – Vocês podem ficar tranquilos. Eu só tenho olhos para a minha namorada e, mesmo ela estando longe, não consigo nem me imaginar com outra garota. Talvez isso seja um defeito, mas sou totalmente fiel.


Sirius fez uma careta ao ouvir a palavra. Fidelidade não era seu ponto forte, principalmente porque todas as garotas praticamente matavam e morriam por ele.


- Tudo bem então, agora que nós já bancamos os idiotas ciumentos, vamos para a aula. Caso não lembrem, eu sou Monitor e pega mal chegar atrasado. – Remus disse, fazendo os amigos rirem mais uma vez.


Os três concordaram e seguiram para aula. Estavam quase virando à direita no corredor, quando James parou e encarou Harry, que vinha mais atrás.


- Vem com a gente. – James chamou.


- Eu? – Harry perguntou surpreso.


- Não, o Pirraça. Ele adora as aulas da Minerva. – James brincou – É claro que é você!


- Encare o chamado para andar conosco como uma espécie de pedido de desculpas. – Sirius disse.


- Acredite, não somos tão maus quanto a nossa fama. – Remus falou.


- Ok então! – Harry sorriu e seguiu com os rapazes. Aquilo era muito bom para ser verdade. Dumbledore havia lhe dado o melhor presente de toda a sua vida.


 


 


~*~


 


 


- Alguém viu o novo garoto? – Dorcas, uma garota da Lufa-Lufa, perguntou distraída. Estava folheando seu livro, enquanto esperava a professora entrar na sala. – Não o vi entrar. Deve ter se perdido.


- Não acredito muito nisso. – Emmeline discordou – Quero dizer, para quem está aqui há apenas duas semanas, o Rony conhece o castelo muito bem. Se eu não tivesse certeza de que ele é um novato, diria que é um espião treinado de Você-sabe-quem, por isso conhece todos os lugares.


Lily riu.


- Por Merlin, Emme, você precisa parar de ler romances policiais. – Lily revirou os olhos – Essas histórias trouxas têm mexido com a sua cabecinha loira.


- O que tem mexido com a cabeça loira da nossa amiga aqui é o Remus, mas não que ela vá assumir isso, de qualquer forma. – Marlene provocou e soltou uma risada alta ao ver sua amiga lhe mostrar a língua.


- Eu adoro quando você sorri, Lenezinha! – Sirius comentou em voz alta, entrando na sala de aula acompanhado pelos amigos.


Marlene estreitou os olhos e encarou o rapaz que havia se sentado a apenas duas carteiras da sua. Totalmente inconveniente.


- Você é tão ridículo, Black! Suas cantadas são absurdamente clichês.


- Seria clichê se eu dissesse que seu sorriso ilumina meu dia. – Sirius deu de ombros – Mas como isso não acontece, não tenho porque me preocupar.


Marlene ia dar uma resposta bem mal-educada para o companheiro de Casa, quando Lily interrompeu seus pensamentos, com um comentário:


- Oh não, Ronald, eles pegaram você? – Lily perguntou com desgosto – Por favor, me diga que não se tornará estupidamente convencido e não me fará te odiar para sempre?!


Harry riu e balançou a cabeça. Ia responder, quando James disse:


- Não se preocupe, meu Lírio! O novato aqui não leva jeito para ser como o Sirius e eu. Na verdade ele tem a síndrome de bondade do Remus, o que me deixou totalmente decepcionado.


- Eu acho que posso ser amigo de todos, sem que ninguém tente me matar por isso. – Harry comentou no exato momento em que a professora Minerva entrou em sala.


Por algum motivo sentiu-se feliz. Em duas semanas na “Hogwarts antiga”, não se atrasou para nenhuma aula, o que poderia ser considerado um milagre. Também não havia se metido em confusão, o que era um milagre maior ainda vindo dele.


Em sete anos de Escola, Harry quase tinha se esquecido como era estudar e não se meter em nenhuma encrenca que acarretasse detenção ou até tentativa de expulsão.


 


 


~*~


 


 


Depois da aula de Transfiguração, Harry seguiu com os meninos para encontrarem com Peter Pettigrew e armarem alguma coisa contra os Sonserinos. Apesar de parecer totalmente a vontade, a verdade era que ele sentia desejo de lançar uma maldição imperdoável sobre aquele que seria o futuro traidor de seus pais. Mal conseguia suportar ver Rabicho sendo amigável com seu pai, seu padrinho e seu futuro professor, sabendo que muito em breve ele trairia a confiança de todos e se aliaria ao lado das trevas por pura covardia.


Enquanto os meninos seguiram para algum lugar desconhecido, as meninas caminharam juntas para o jardim. Teriam um tempo vago antes da aula de Poções, e aproveitariam isso para colocar o papo em dia.


- Oh Merlin, alguma de vocês viu a Alice? – Emme perguntou, jogando os longos cabelos loiros para trás, enquanto se sentava na grama – Ela deveria ter feito essa aula com a gente.


- Talvez ela esteja bancando a maluca e espionando o Frank... de novo. – Marlene deu de ombros, sentando-se ao lado de Emmeline.


Lily riu e balançou a cabeça negativamente.


- Não acredito que a Alice faria uma coisa dessas. Não pela segunda vez nessa semana! – Lily encarou as meninas e juntas caíram na gargalhada.


Alice Prewett era uma garota da Corvinal, que tinha longos cabelos castanhos, olhos bem pretos e pele clara. Assim como as outras meninas, detestava Os Marotos – exceto Remus – e sentia vontade de afogar James e Sirius todas as vezes que vinham com piadinhas sem graça para cima delas. Ela era o tipo de amiga fiel, que estava sempre disposta a ajudar, mas tinha um ponto fraco com nome e sobrenome: Frank Longbottom. Era só o rapaz aparecer, sorrir para ela e dizer um simples “oi”, que Alice ia às nuvens e voltava, sem nem tirar os pés do chão.


- Eu realmente espero que ela não tenha seguido ele por aí. A Alice precisa controlar os sentimentos, ou logo ele...


- Logo ele vai perceber que eu sou a pessoa certa e vai parar de olhar para todas as meninas idiotas que babam por aquele corpinho maravilhoso! – Alice completou a frase, se jogando na grama ao lado das amigas – E antes que vocês comecem a me bombardear com perguntas, deixo claro que estava na enfermaria essa manhã. Comi muitos sapos de chocolate na noite passada e isso me rendeu uma bela dor de estômago.


- Por que isso não me surpreende? – Emmeline perguntou em tom zombeteiro.


- Porque eu sou uma menina que na TPM me entupo de chocolate como qualquer outra. – Alice deu de ombros – E sabe, eu deveria ficar muitíssimo magoada com as senhoritas. ‘Tá legal que cultivo um amor platônico pelo Frank, mas ainda não estou obcecada, certo?!


Marlene riu, jogando a cabeça para trás e para frente, fazendo com que seus longos cabelos negros caíssem sobre seus olhos azuis escuros. De todas do grupo, ela podia ser considerada a mais “namoradeira” e a mais estressadinha também. Sempre tinha uma resposta na ponta da língua para tudo e vivia travando discussões com Sirius Black, o garoto que ela mais odiava, mas que só para tirá-la do sério, insistia em convidá-la para sair.


- Tem certeza? Céus, você falta pouco suspirar toda vez que vê o Frank. Se isso não é obsessão...


- Isso é amor, Lene, amor. Mas é claro que eu não espero que você saiba o que é isso.


- E por que não? Eu sou totalmente capaz de amar, Alice!


- Sim, eu sei. A única coisa que você não é capaz de fazer é de assumir o grande amor que sente pelo Black e, até onde eu sei, é totalmente recíproco.


- É melhor você ficar de bico fechado, Alice, se não quiser que eu te afogue no Lago Negro, certo? – Marlene retrucou levemente aborrecida.


Lily sorriu, ignorando as farpas que as meninas trocavam. Ela estava mais interessada no grupo de meninos que havia ido se juntar em um ponto não muito longe de onde elas estavam, e conversavam e riam sobre algo que aprontaram ou iriam aprontar.


Harry estava com eles, o que não era legal – pelo menos não na visão da ruiva. Por algum motivo, aquele novato de cabelos arrepiados e olhos exatamente como os seus, chamava a sua atenção – mas não de um jeito romântico, claro. Lily só sentia essa necessidade estranha de proteger o garoto que parecia fazer o máximo possível para não ficar tão deslocado, e esse sentimento de proteção era algo novo para ela.


A ruiva estava tão distraída observando os rapazes atirarem pedrinhas, que não percebeu o momento em que Severo Snape se aproximou de seu grupo. Foi preciso que Alice lhe desse um cutucão nas costelas para notar a presença do Sonserino.


- Posso falar com você, Evans? – Snape perguntou, tentando não parecer tão antipático, apenas para que ela não se irritasse.


- O que você quer, Snape? – Lily perguntou. Desde que cortara definitivamente os laços de amizade com Severo, não conseguia manter o mesmo tom gentil de antes. Ele havia ultrapassado todos os limites quando a chamou de “sangue ruim” há um tempo.


Snape pigarreou e encarou os olhos verdes de Lily por alguns segundos.


- Eu... Eu queria que voc... – e de repente, Snape precisou interromper a própria frase, porque estava flutuando de cabeça para baixo, praguejando milhares de palavras impróprias.


- Você não deveria incomodar as meninas, Seboso! – James começou com a provocação, sendo seguido por Sirius, Peter, Remus e Harry, ainda que o último estivesse irritado com aquela brincadeira.


- Você não pensa que tem chance com alguma delas, não é? – Sirius perguntou em meio a uma gargalhada – Meninas gostam de caras que tomam banho, Seboso, e você não lava esse seu cabelo há quanto tempo mesmo? Ah, sim, desde que nasceu.


- PAREM COM ISSO JÁ! – Lily se colocou de pé, mais uma vez irritada pela brincadeira estúpida dos rapazes – Coloquem o Snape no chão!


James ignorou o pedido da ruiva e continuou zombando do Sonserino, fazendo com que Snape fosse para cima e para baixo, conforme o aceno de sua varinha.


- Vocês vão me pagar por isso! – Snape disse entre os dentes.


- Ah é? E o que você vai fazer conosco, Seboso? – Sirius desafiou – Vai trocar nosso shampoo para que nosso cabelo fique igual ao seu?


- Ou vai nos lançar um feitiço para que nosso nariz fique grande e horroroso.


- Você ainda pode nos azarar e...


- Liberacorpus!


Snape caiu com um baque surdo na grama fofa do jardim, mas não foi isso que chamou a atenção. O que realmente deixou todos pasmos foi o fato de Harry, sendo um Grifinório, ter defendido Severo Snape, um Sonserino. Ah, e claro, o fato dele também saber o contra-feitiço para um feitiço que não conhecia, era muito suspeito.


- Como você sabia? – Remus perguntou, ainda pasmo.


- Eu... Eu só...


- Ele leu as anotações do Sna... Seboso, claro. – Peter falou pela primeira vez, e o som da sua voz fez com que o estômago de Harry se contraísse de ódio – Vejam – ele apontou para o livro de Severo, aberto exatamente na página do contra-feitiço – foi um puro golpe de sorte.


Harry apressou-se em balançar a cabeça em um sinal positivo. Sorte mesmo foi o livro de Snape estar ali e salvar sua pele.


- Por que você fez isso, cara? – James perguntou irritado.


- Porque ele tem consciência! – Marlene o defendeu – Na verdade, vocês também deveriam ter. Por mais que eu deteste os Sonserinos, provocá-los quando o diretor da casa deles está saindo pela porta do castelo é loucura! Deveriam agradecer ao Rony por ter salvado a pele de vocês e não bancarem os revoltados idiotas.


Marlene praticamente cuspiu as palavras e, puxando Lily pela mão antes que começasse a discutir com James, se afastou do grupo de rapazes junto com suas amigas. Não valia a pena perder tempo com pessoas como eles – pelo menos era isso que elas achavam.


- Me desculpem, eu não...


- Você salvou a nossa pele, porco espinho. – Sirius brincou, se referindo ao fato do cabelo de Harry estar sempre em pé – Pelo menos dessa vez a Grifinória não perdeu pontos.


- E ninguém aqui ficou em detenção.


- Ronald, quando é que você vai perceber que nós gostamos de confusão? – James brincou – É melhor se acostumar com isso de uma vez.


Harry não conseguiu evitar uma gargalhada. Se James soubesse que de confusão ele entendia muito bem, não pediria aquilo.


- O que foi?


- Nada! – Harry disse – É só que... Bom, acho que a partir de hoje, meu sobrenome é confusão.


E rindo, os cinco amigos caminharam de volta ao castelo para mais uma aula e, com sorte, para mais uma etapa de broncas e detenções.


 


 


 


 


 


 


 


~~


 


 


 


 


 


N/A: Heeey *-*


Bom, o que acharam? O capítulo ficou curtinho mesmo, mas encarem isso como uma espécie de “apresentação” ok?! Os próximos serão maiores e terão um pouquinho mais de comédia.


Dessa vez o Harry teve sorte por saber algo que só eles sabiam... Quero ver como ele vai explicar tais coincidências mais para frente kkkkkkk


Espero que tenham gostado desse capítulo.


Comentem, votem e deem sugestões ok?!


Xoxo,


Mily.


 

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Comentários (3)

  • Amy Peverell

    NAAASSS que sorte do harry!!! kkk ele deve estar se sentindo maravilhoso! tipo, ELE TA COM O PAI DELE!! onntiiiii *-----*

    2012-01-28
  • Lana Silva

    Ahhhh impossivel não comentar nas suas fics flr ainda mais quando são tão boas. Eu amei o capitulo Harry defendendo o Snape foi perfeiito \O/ serio, tem uma amiga minha Lethy que é totalmente louca por Snape e acho que me apeguei bastante a ele por isso!!!

    2011-12-06
  • hell yeah

    Estou AMANDO. essa fic. muito muito muito muito! ela é uma das minhas favoritas, de todas as que eu já comecei a ler aqui na FeB! Lá vou eu para os próximos capítulos! xoxo

    2011-07-12
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