18 - Meu Novo Pai Parte II



Capítulo 18 Parte II – Meu novo pai


- Aonde você vai? – Perguntou Jason, puxando Dominique para longe dos primos. Todos pareciam em estado de choque, e a loira não se encontrava em melhor estado. A grifinória o encarou, e lágrimas começaram a aparecer em seus olhos.


- Aparentemente a um enterro... Eu preciso ir, Jason. – Murmurou Dominique, sem entender a pergunta do garoto – Você não sabe do meu tio?


Jason olhou apressado para os lados. Batia o pé, impassível, no chão.


- Sim, eu sei. Foi uma pergunta idiota. E eu precisava falar com você. Pode me ouvir por um minuto?


Dominique franziu o cenho, e fez que não com a cabeça.


- Jason, você enlouqueceu? O que poderia ser mais importante que o enterro do meu tio?


O olhar do sonserino era suplicante. Agarrou com força a mão de Dominique.


- Eu apenas preciso falar com você.


- Mais tarde – disse a loira soltando-se do aperto. – Mais tarde, Jason...”


Jason suspirou, enquanto decidia o que fazer. Iria ao enterro? Não era de seu feitio ir a um lugar onde todos estivessem com lágrimas escorrendo, enquanto soluçavam. Não... Preferia ficar na dele. Observou Dominique descer as escadas do jardim e ser amparada pelos primos ao chegar perto do local onde ocorreria o enterro.


- Não vai descer Miller? – Perguntou uma voz atrás do garoto, fazendo-o pular assustado. Olhou para o lado e viu que Marion sorria tristemente, enquanto observava a cena que ocorria no jardim. Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, antes de Jason começar a falar:


- Não sou muito de enterros. – Murmurou quase que para si mesmo. Marion balançou a cabeça em um gesto afirmativo.


- Entendo... Pensei ter visto sua namorada fungar enquanto passava por mim – comentou Marion, como quem não quer nada. Jason pode sentir que ela estava alfinetando-o.


- Não tenho namorada, quero dizer, não acho que eu deva ter.


- É mesmo? – Perguntou Marion, fingindo-se surpresa. – Por que essa decisão de ficar encalhado, Miller?


- Não acho que ela me mereça – Jason suspirou e passou as mãos no cabelo, bagunçando-o.


- E o que te faz achar isso? – Marion sentou-se em um banco de pedra na entrada do castelo. Jason acompanhou a garota.


- Você sabe muito bem, Kramer. Muito bem. Recebi uma carta da Bulgária hoje, parece que não estão muito satisfeitos com a expulsão da minha irmã. Agora, estão querendo que eu controle as coisas aqui.


- E o que você quer? – Jason foi pego de surpresa pela pergunta de Marion. Olhou sem entender para a garota.


- Como?


- O que você quer? – Repetiu Marion impaciente. – O que você deseja no momento?


Jason riu friamente.


- Como se o que eu quisesse fosse fazer diferença a eles. – falou com desgosto.


- A eles, garanto que não fará diferença. – Marion se levantou e ajeitou a saia que usava – Mas garanto que na sua vida fará. Não esqueça, Miller, não podemos mudar quem fomos ou quem somos. Mas podemos fazer nossas escolhas daqui para frente.


Marion piscou o olho e saiu de perto do sonserino. Jason ainda ficou observando as pessoas se encaminharem para fora do castelo. Seus olhos percorriam todo o ambiente, enquanto a multidão ficava cada vez mais concentrada. Sentiu raiva de si mesmo quando começou a ouvir um homem falar sobre o herói que estava sendo enterrado. Como poderia ser tão covarde?


x-x


Rony observava, enquanto várias pessoas iam até sua irmã dar condolências pela morte do seu marido. O ruivo já chorara tanto na noite anterior, que não possuía mais lágrimas para derramar. O ambiente lembrava-lhe muito o enterro de um grande bruxo que havia acontecido naquele mesmo local. Era impressionante como os bons se iam quando menos se esperava. Nenhum dos dois havia merecido a morte que teve; nenhum dos dois havia merecido sofrer como sofreram na vida.


Hermione chorava silenciosamente ao seu lado, enquanto os últimos “adeus” eram ouvidos pelas pessoas, e todos começavam a se dispersar. Abaixou a cabeça, olhando para os próprios pés. Preferia mil vezes que tivesse morrido no lugar do amigo. Como podiam ter sido tão burros a ponto de não imaginar que atacariam o hospital? Harry sempre fora o alvo nas guerras, e ali não poderia ter sido diferente. Talvez o que o inimigo estivesse tentando dizer era que até seu maior herói havia morrido em suas mãos. O que era um grande feito, visto que nenhum outro bruxo havia conseguido realizá-lo.


Ao olhar para a família Potter, que estava abraçada desde o início do enterro... Ao olhar para o rosto de Alvo, derrotado... Prometeu a si mesmo nunca deixar que seu amigo fosse esquecido. Prometeu a si mesmo, garantir que Harry não teria morrido em vão.


x-x


Todos haviam se reunido para jantar no Grande Salão, após o enterro. A família Weasley e Potter se encontrava em massa na mesa da Grifinória, com todos os parentes que haviam ido à escola naquele dia. A senhora Weasley assoava o nariz, sendo amparada por Arthur Weasley – os dois estavam em péssimo estado, a dor de perder mais um filho era muito grande.


Jorge brincava com uma batata em seu prato, seu olhar se perdia pelo que havia sido sua casa durante anos. Vários entes queridos haviam partido e se despedido naquele mesmo local, era como se todos quisessem ser lembrados em Hogwarts. Gina conversava com Hermione sobre passar um tempo na Toca, longe de casa, para conseguir melhorar. Hermione segurava carinhosamente a mão da amiga, tentando pensar em palavras que pudessem confortá-la. Alvo comia, silenciosamente, como se ninguém mais estivesse presente no Salão. James olhava para os lados, parecendo confuso e preocupado.


- Cadê a Lily? – Perguntou em voz alta para os presentes. Alguns procuraram pela menina, mas ninguém a encontrou. Rachel apertou a mão do namorado.


- Que tal você procurá-la? – James fez que sim com a cabeça e olhou para Hugo, que já havia se levantado.


- Deixa que eu faço isso. – pediu, tentando dar um sorriso. Hugo concordou com a cabeça e sentou-se novamente ao lado do pai.


James caminhou lentamente para o Saguão. Várias pessoas lhe davam tapinhas amistosos no ombro. Ele apenas sorria em forma de agradecimento. Só quando resolveu sair do castelo, foi que encontrou Lily sentada em frente ao lago, tacando pedrinhas na água escura.


Desceu silenciosamente, até postar-se ao lado da irmã. Pigarreou tentando chamar-lhe atenção, e Lily virou-se abruptamente.


- Ah, é você. – murmurou com a voz rouca. James percebeu que a irmã tinha o rosto todo manchado de lágrimas. – Não estou com fome.


- Não vim te chamar para jantar. – falou o irmão mais velho, sentando-se ao lado da ruiva. Suspirou antes de pensar no que dizer. – Desabafe, por favor.


Lily soltou um soluço, enquanto suas mãos voavam para o rosto, cobrindo-o. James olhou para o céu escuro, pedindo forças para não começar a chorar novamente.


- Dói, como dói. – Disse a menina, enquanto soluços escapavam por entre seus dedos. Lily sentiu seu irmão mais velho tocando de leve sua mão. James Sirius tinha lágrimas nos olhos, embora as repelisse. A ruiva sentiu-se protegida ao olhar para o irmão. Abraçou-o, molhando completamente a camisa dele. Ele não pareceu se importar, beijando seu cabelo enquanto murmurava que ficaria tudo bem. Lily concordou com a cabeça, era tão bom ter James para ajudá-la nos momentos de fraqueza. Sempre fora seu melhor amigo, sempre correra atrás dela quando estava para baixo.


- Você estará sempre comigo? – Perguntou a ruiva olhando para o rosto do irmão. James apertou mais o abraço, enquanto beijava sua testa.


- Até o fim.


x-x


Alexis estava sentada a mesa da Sonserina. Sua mãe – Lilá Brown – estava sentada ao seu lado, comendo silenciosamente. Ela sabia que a mãe estava estranhando por estar sentada junto a tantos sonserinos. Não podia deixar de sorrir pensando no que estava prestes a acontecer.


- Mamãe, tenho algo para lhe contar. – anunciou Alexis, enquanto largava o garfo em cima do prato. Lilá estreitou os olhos e, por fim, deu um suspiro cansado.


- Espero que não seja nada ruim, Alexis. Não estou com muito ânimo no momento. Embora eu e o Harry não tenhamos sido íntimos, ele foi, durante muito tempo, um colega muito querido meu. – Falou Lilá, enquanto fazia carinho na mão da filha. Alexis olhou penalizada para a mãe.


- Não, mãe. Não é ruim. Sabe, eu tenho um novo professor em Hogwarts. – Disse, enquanto sorria fracamente.


- É mesmo? – Perguntou Lilá, enquanto voltava a comer. – E quem é?


- Simas, Simas Finnigan. Já ouviu falar, mãe? – Alexis interrogou, fingindo-se inocente. Lilá engasgou-se com o pedaço de torta de abóbora que acabara de comer, e teve que ser amparada pela filha para conseguir parar de tossir.


- Ah sim. Já ouvi falar, um velho amigo também. – contou Lilá, com os olhos brilhando. Parecia distante dos terrenos de Hogwarts. Alexis esperou a mãe continuar, mas essa permaneceu calada.


- Mamãe? – Chamou Alexis, dando-lhe um pequeno susto. Lilá balançou a cabeça enquanto sorria para a filha.


- Sim, querida?


- Quero que o conheça. – Alexis abriu um amplo sorriso para a mãe. – Ele tem sido de grande ajuda e suporte nesse ano para mim, um confidente que tem me apoiado em tudo.


- Ah, minha filha, acho muito legal que tenha encontrado um professor tão atencioso como o Simas. Mas não vejo o porquê de falar com ele, já que o conheço há anos.


- Então! Pior ainda! Já imaginou? O professor que mais tem me apoiado aqui, não recebe nem um agradecimento por parte da minha mãe? Sendo que ele está nos aposentos dele nesse momento, e sei o quão triste está pela morte de um amigo seu.


Lilá crispou os lábios e suas bochechas ganharam um toque rosado.


- Isso é realmente necessário? – Perguntou em um fiapo de voz.


- Eu faço questão mãe. – disse Alexis, como se desse o assunto por encerrado. Lilá concordou levemente com a cabeça. – Ótimo, após o jantar nós passamos nos aposentos dele.


x-x


Alexis guiou a mãe até os aposentos do professor, ou melhor, do seu pai. A garota sorriu pensando naquilo, ainda não se acostumara com aquela ideia. Porém, sentia que seria muito mais feliz de agora em diante.


Lilá sentiu receio de a filha perceber que estava tremendo dos pés a cabeça. Não via Simas fazia anos. Nossa, como gostaria de tê-lo visto em todo aquele tempo, mas depois daquela briga épica que tiveram, os dois juraram que nunca mais se falariam. E agora, lá estava sua filha, querendo lhe “apresentar” ao seu professor favorito – sem ter ideia de que aquele já tinha sido seu homem favorito. Respirou fundo, prometendo a si mesma que deixaria o passado de lado... Aquele homem não a afetaria em nada.


Alexis bateu na porta, praticamente pulando no lugar. Deu um sorriso grande para a mãe, o que fez Lilá franzir o cenho.


- Por que essa alegria toda? – Perguntou, sem conseguir entender. Não via a filha tão animada com algo desde que dera um hipogrifo de pelúcia para ela quando tinha sete anos.


- Você verá. – garantiu Alexis, no mesmo momento em que a porta foi aberta por um Simas Finnigan um tanto afobado e temeroso.


- Olá Alexis. – cumprimentou-a com um sorriso nos lábios. Virou-se para Lilá, fazendo a mulher enrubescer e sentir um tremor nas pernas. Esperava que ninguém tivesse percebido. – Boa noite, senhorita Brown.


- Boa noite. – murmurou, sentindo um calor súbito. Fazia tempos que ninguém a chamava de senhorita.


- Por que não entramos? – Perguntou Simas, chegando para o lado. Alexis apressou-se, quase correndo para dentro do recinto. Lilá olhou inquieta para Simas enquanto entrava, mas esse apenas piscou para a mulher.


- Mamãe, como a senhora sabe, esse é o meu professor Simas. Nós precisamos conversar.


- Aconteceu algo de errado? – Perguntou Lilá, temendo pela educação da filha. – Seja o que a Alexis tenha feito, podemos consertar sem que seja preciso nenhum castigo muito severo...


- Não, mamãe! Não! Eu não fiz nada de errado – disse Alexis, uma mistura de irritação e animação.


- A Alexis é uma ótima estudante, senhorita Brown. – garantiu Simas, parecendo satisfeito com a garota. Alexis sorriu para o homem.


- Mas então, não estou entendendo para que fui chamada aqui. – disse Lilá, sentindo-se cada vez mais nervosa por não entender a situação.


- Mãe, quero que a senhora se prepare para o que eu vou falar. – disse Alexis, puxando a cadeira para a mãe. Lilá concordou com a cabeça, várias hipóteses lhe surgindo à mente: a filha engravidara de Simas; Alexis estava tendo um caso com seu ex amante; os dois iam casar e...


- Simas Finnigan é meu pai. – as palavras de Alexis pareceram serem ditas de uma longa distância. Lilá praticamente só ouvia um zumbido.


- O que? – Perguntou assustada, crente que entendera errado o que a filha acabara de tentar lhe dizer.


- Tenho razões suficientes, e provas também, de que eu sou o verdadeiro pai de Alexis. – Simas não sabia o porquê, mas sentia certo orgulho ao pronunciar aquilo. Caía-lhe bem, como se fosse correto.


Lilá deu graças a Merlin por Alexis ter posto uma cadeira atrás dela. Seus joelhos cederam e a menina puxou rapidamente o assento para perto da mãe. Desabou no mesmo, sentindo todo seu corpo tremer. Aquilo só podia ser uma brincadeira de mau gosto.


- Vocês estão brincando certo? Nós sabemos muito bem quem é o pai de Alexis e, embora nem eu, muito menos ela, nos orgulhemos disso, vocês não podem sair dizendo que...


- Não, mamãe! Ele é realmente meu pai. – o tom de Alexis era suplicante. Lilá ia interrompê-la, mas Alexis se apressou. – Ouça, eu fiz um teste de DNA. E bate perfeitamente. Ele realmente é meu pai. Você tem ideia do quão feliz eu estou? Em como isso facilita nossas vidas?


Lilá não conseguia ver como aquilo poderia facilitar a vida dela. Ao contrário, tinha tudo para complicá-la mais ainda. Já estava acostumada a ter tido uma filha com Not. Porém, a ideia de Alexis ser um fruto seu com Simas, a fez sentir seu corpo ficar completamente vermelho, enquanto vários pensamentos corriam por sua mente.


- Alexis. – chamou Simas gentilmente, e a garota o olhou, cheia de expectativas. – Você pode me dar um minuto a sós com a sua mãe?


A garota fez que sim e retirou-se do quarto. Lilá olhou suplicante para o homem, que lhe parecia bem determinado.


x-x


N/B: MAS GENTE, PENSA EM ALGUÉM LOUCA DO CU DE ALEGRIA? CIÇA VOLTOU A ESCREVER, E MAAAAAAIS, SIMAS E LILÁ POOOOOHA <3 Ai gente, to enchendo o saco dela há quase dois anos para isso e, afinal, aconteceu *---*


E eu não consigo nem me sentir triste com a morte do Harry, porque fico em êxtase por isso. É tipo a morte do Snape no filme, que eu não consigo chorar por ainda estar em outro mundo com o beijo Romione. Tenho SÉRIOS problemas, sério.


Bom Ciçs, capítulo estava incrível, e é bom as leitoras concordarem com isso HUAAHUAHUAHUAHU


Tchau macaquinhas, até o próximo capítulo.


N/A: Olá... nossa, quanto tempo. :) Tudo bom com vocês? Creio que não precisarei prolongar muito o pedido de desculpas, já que todos nós sabemos que de vez em quando temos que nos afastar de algumas coisas na vida. Mas que quando amamos de verdade algo, sempre arranjamos uma forma de voltar. E foi isso que aconteceu com a escrita <3 Voltei com tudo, babies. Ontem fiquei até quatro da manhã escrevendo meu livro.


Quanto ao fato do capítulo ser curto, é por conta de ser a continuação da parte I e para eu ver se conseguia realmente voltar a ativa. Se conseguiria de fato escrevê-lo e retornar com a Fanfic.


Espero que tenham gostado! E que vocês voltem tão animados quanto eu.


Beijão,


Ciça.

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Comentários (2)

  • Manu_Black

    CIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIÇAAAAAAAAAAAAAAA VC VOLTOOOOOOOOOOOU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Aiin q emoção! Vc nao nos abandonou! *-*Mas cara q capitulo triste (e pequeno u.ú)Mas okay... Legal mesmo assim =DVoltou com tudo mesmo né? Entao nao demora mais pra postar!!!Por favor? *-*Enquanto isso eu leio tudo de novo... =BB 

    2013-07-29
  • Thomas Cale

    Ah, se eu estivesse com a minha varinha... [olhar ameaçador].  De verdade, achei que você tivesse largado tudo e estivesse cagando e andando para os leitores dessa fanfic. Você demorou PRA CARAMBA! Tem noção disso? Quase que eu desisto! Maaaaas, estou muito feliz que tenha voltado, porque eu li e reli essa fanfic toda procurando algum indicio do final, porque depois de você ficar fora todo esse tempo, eu pensei que a fanfic tivesse acabado e eu que tinha custado a reparar... VOCÊ VOLTOU! [Thomas se debulhando em lágrimas] TÔ TÃO FELIZ o/Não demora para postar, hein?Beijo 

    2013-07-21
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