Plataforma 9 e 3/4



Depois de uma semana hospedados no Caldeirão Furado e todo dia andar pelo Beco Diagonal, Diêgo e Carla já não podiam mais dizer que não sabiam nada sobre o mundo bruxo, e esperaram com ansiosidade a sua partida até Hogwarts, mesmo sem saber pacas onde ficava. Hagrid tinha voltado à Hogwarts na noite em que eles tinham comprado suas coisas prometendo voltar no dia do embarque do trem até Hogwarts.

Finalmente chegou o 1º de Setembro, Hagrid chegou cedo no caldeirão furado, Diêgo mais do que ansioso já havia acordado mais cedo e havia arrumado suas coisas no malão e colocou Sophie dentro da gaiola, que tinha deixado solta pelo quarto, e desceu até o bar.

Naquele dia o bar não estava tão movimentado quanto os outros dias normais, o Beco Diagonal estava praticamente vazio. Diêgo sentiu vontade de tentar algum feitiço com sua varinha nova, mas lembrou-se que Hagrid o avisou que não podia fazer mágicas fora da escola, então ficou apenas sentado em uma mesa no canto do bar olhando Tom, o garçom limpar copos e talheres. Lá pelas 9 da manhã, Carla Luana apareceu no bar, segurando o livro A História da Magia.

- Bom dia – Ela disse sentando-se ao seu lado. - Já comeu alguma coisa?

- Já – Respondeu Diêgo desanimado – É bom você comer logo porque eu ouvi Hagrid contar que nós vamos partir lá pras 11 e só vamos chegar no colégio de noite.

- É... Vai demorar mesmo – Carla disse passando uma página do livro.

Alguns minutos depois que Carla terminou seu café, Hagrid chegou no bar.

- Vocês já estão prontos, nós vamos daqui a... 20 minutos, ok? Então, eu vou esperar aqui, vamos, vão lá e peguem suas coisas.

Diêgo e Carla subiram rapidamente e pegaram seus malões, Diêgo arrastou o malão enquanto levava a gaiola com Sophie dentro, eles seguiram a pé até a estação ferroviária de Londres, Hagrid levou os dois até entre as plataformas 9 e 10.


- Aqui – Hagrid apontou exatamente para o meio entre as plataformas, onde só havia um muro – Rápido!

- Onde?

- Ah, esqueci – Disse Hagrid - olha, pra vocês chegarem até a plataforma, basta vocês irem entre essas duas plataformas direto para a parede, vão de encontro a parede sem medo, que vocês irão atravessá-la. Foi o meio que encontramos para que os trouxas não percebessem um bando de bruxos embarcando em um trem, vamos, é melhor fazer isso correndo se vocês não se sentirem muito confiantes.

Diêgo olhou para Carla que devolveu o mesmo olhar de dúvida, eles ficaram de frente para o muro e correram até a parede, quando chegaram perto esperando a colisão, mas ela não aconteceu, quando Diêgo parou de correr e abriu os olhos, ele estava em outra plataforma. Haviam vários bruxos, e crianças com malas, gaiolas, gatos e sapos por todo lado, Um trem vermelho soltava vapor, crianças se despediam e entravam no trem, logo Hagrid apareceu atrás deles.

- Aqui estamos, King Cross – Disse Hagrid – Andem, é melhor entrarmos logo.

Eles entraram, e Hagrid disse que iria para uma cabine separada por causa do seu tamanho, Diêgo e Carla acharam uma cabine vazia e ficaram ali por alguns minutos vendo várias pessoas passarem pelo corredor, logo um garoto loiro e outra garota loira entraram na cabine.

- Podemos sentar aqui? - O garoto perguntou – Diêgo o reconheceu imediatamente, era o mesmo garoto que vira quando fora comprar as vestes escolares.

- Oh, Antonio, Claro, entrem.

- Me chama de Cledevan, ou então de Kedel – Ele disse – Olha, minha prima Jéssica, Jéssica, esses são Diêgo Damohill e Carla Luana.

- Você tem uma boa memória – Diêgo Disse – Olá Jéssica.


- Oi. - Ela disse amigavelmente, eles se sentaram.

- E então... Onde vocês moram? - Jéssica perguntou.

- Eu vim do Brasil – Diêgo respondeu, dá pra acreditar?

- Eu vim de Manaus, sou do Brasil também – Carla Luana disse.

- Que sorte, nós dois também somos do Brasil – Disse Cledevan.

- Eu sou de São Paulo – Disse Jéssica.

- Então – Disse Jéssica – Em que casas vocês querem ficar?

- Grifinória! - Disseram Diêgo e Carla Juntos, algum tempo no Beco diagonal e caldeirão furado lhes renderam opiniões sobre as casas.

- Eu bem que queria – Disse Cledevan – Mas nossa família inteira é da Sonserina, eu acho que vou ficar lá também – Ele terminou desanimado.

- Não faz essa cara, se você tiver de ficar em outra casa, então vai ser sorte da casa! - Jéssica comentou animada – Eu espero ficar na Grifinória também – Mesmo que nossa família tenha sido da Sonserina, Já imaginou Kedel? Toda a nossa família na Sonserina e nós dois, somente nós dois na Grifiória! É simplesmente...

- ...Assustador! - Terminou Kedel.

Diêgo riu fracamente.

- Como é a seleção? – Diêgo perguntou. Mesmo com todo o tempo do mundo, ninguém quis lhe falar. “Ah, isso estraga a surpresa” Diziam.

- Eu não sei – Disse Cledevan, um tipo de teste, acho.

Pronto, agora não podia ficar pior, um teste pra toda a escola ver, e ele não sabia praticamente nenhuma mágica, iria pagar mico na frente de todos. Mas a sua preocupação maior não era com ele, mas com Carla ao seu lado. Não era porque ele achasse que ela não sabia nada, mas porque não queria mais um que passasse vergonha, no pouco tempo hospedados no caldeirão furado, os dois acabaram tornando-se amigos. Carla olhava a janela.


- Bem, eu espero que seja alguma coisa fácil – Disse Diêgo meio nervoso.

Um apito mostrou que o trem iria partir, ouviram ao longe o sons de alunos se despedindo, viram outros correndo pelo corredor, então o trem partiu.

Depois de algum tempo, o visual moderno da cidade deu lugar a pastos, campos e florestas pelas quais o trem passava, os quatro ficaram em silêncio na cabine por um bom tempo, até que Cledevan puxou uma conversa sobre Quadribol, em seguida explicou com ajuda de Jéssica as regras do jogo.

- É bem simples – Cledevan começou – Jogamos montados em vassouras, dois times, sete jogadores para cada lado, em um campo enorme com três balizas no ar. Em cada time tem três artilheiros, a função deles é jogar a bola vermelha, a goles, passar entre um dos três aros, se conseguirem, marcam dez pontos para cada vez que a bola passar, para impedir isso existem os goleiros, um de cada time. Existem também dois batedores em cada time, a função deles é direcionar os balaços, que são duas bolas duras que ficam voando por ai tentando derrubar qualquer jogador, e por último, tem o apanhador, essa é a posição mais difícil...

- Por que? - Diêgo perguntou.

- A função dele é apanhar o pomo de ouro – Disse Jéssica, a partida só acaba quando o pomo é apanhado, e o time que o apanha ganha mais 150 pontos, o que praticamente garante a vitória.

- Oh, entendi – Disse Diêgo.

Depois de alguns minutos em que Cledevan contava algumas das mais de setecentas maneiras de se fazer falta em um apanhador, uma mulher velha com um carrinho de doces parou a porta da cabine.

- Vão querer alguma coisa queridos? - Ela perguntou.

Cledevan e Jéssica logo se levantaram e pediram várias coisas, Diêgo olhou para Carla que retribuiu o olhar com certa tristeza e ao mesmo tempo rindo, eles não tinham dinheiro algum, o seu material tinha sido conseguido através de uma bolsa, Cledevan e Jéssica sentaram-se com vários embrulhos e pacotes.


- Não querem nada queridos? - A senhora se dirigiu a Diêgo e Carla.

- Não Obrigada. - Responderam ao mesmo tempo – É que... estamos sem fome. - Terminou Diêgo.

A senhora saiu e logo em seguida o estômago de Diêgo roncou alto. Jéssica riu.

- Você quer um? - Ela perguntou oferecendo alguns sapos de chocolate para eles – Andem, não façam cerimônia... Olha... - Ela tirou uma figura de dentro do sapo – Tinha a foto de Dumbledore que se mexia – Você pode começar a colecionar, pra mim faltam a do Bartolomeu Crouch e do Olho-tonto-Moody.

Eles aceitaram os doces e comeram até ficarem parcialmente satisfeitos. Depois de alguns minutos, um garoto alto, loiro, de uns 15 o 16 anos parou na porta da cabine, ele tinha um grande “M” em um crachá prateado.

- Oh, aqui estão... - Disse o garoto com uma voz grossa e arrastada – Os únicos sangue-ruins desse ano...

Diêgo não entendeu nada, mas percebeu que era uma espécie de insulto, porque tanto Cledevan como Jéssica levantaram-se com os rostos vermelhos em fúria.

- O que você disse?! - Cledevan perguntou.

- Oh sim... Eu reconheço você... é o Antonio Cledevan não é... parente dos De Sá... Espero que mantenha a tradição da família e fique na Sonserina, seria vergonhoso se você ficasse na Grifinória não é? - Ele perguntou rindo – Eu tenho de ir, vou continuar a minha patrulha... - E saiu corredor afora.

- Cledevan estava vermelho como um tomate quando se sentou.

- Não liga pra ele – Disse Jéssica.


- Mas ele tem razão – Disse Cledevan – Vou ser uma vergonha para minha família se eu for para qualquer outra casa.

- Não vai não! – Jéssica disse com rispidez – Pare de lamentar o que nem aconteceu ainda! Não ligue para o que os outros dizem, isso não importa!

- Quem era ele? - Diêgo perguntou – E o que significa sangue-ruim?

- Eu peço desculpas por ele – Disse Jéssica – É que... Sabe, algumas famílias bruxas não simpatizam muito com nascidos-trouxas, e Lucio Malfoy faz parte de uma delas. Sangue-ruim é a pior coisa que você pode dizer a um nascido trouxa, é e pior ofensa que se pode dizer... Ah, se aproveitando porque é monitor, um dia eu ainda pego esse Malfoy...

Depois de algumas horas e várias conversas, um apito avisou que o trem chegara ao seu destino. Os quatro deixaram suas coisas no trem, avisados por um monitor, então avistaram Hagrid gritando “Alunos do primeiro ano por aqui!”, então eles foram em direção a Hagrid, depois de alguns minutos...

- Todos estão aqui? Ótimo, venham comigo...

Eles o seguiram até um pequeno grupo de árvores, depois de alguns minutos caminhando, Hagrid avisou:

- Já vão ter uma primeira visão de Hogwarts! - Disse Hagrid – Olhem!


Por entre as árvores, Diêgo viu um enorme castelo um pouco distante, cheio de torres e janelas. Eles continuaram andando e chegaram a beira de um enorme lago, onde estavam estacionadas várias canoas, Hagrid ficou com uma inteira somente para ele, quando todos embarcaram Hagrid disse: “Vamos!” E as canoas partiram ao mesmo tempo magicamente, sem ninguém remar.

Silenciosamente, o grupo de barcos deslizou na água como se fosse vidro, depois de alguns minutos Diêgo teve a impressão de ver uma espécie de tentáculo saindo da água, quando se inclinou para ver melhor, a coisa sumiu com mais rapidez do que aparecera. Logo o grupo de barcos chegou até o penhasco onde se situava o castelo.

- Abaixem as cabeças! - Hagrid gritou antes de eles passarem por uma espécie de túnel até um tipo de câmara subterrânea. logo a frente um pequena plataforma dava acesso a enormes escadas.

Depois que Hagrid conferiu se todos estavam ali, eles subiram, passaram por alguns corredores e mais algumas escadas, e chegaram a uma enorme porta de carvalho.

- Ok... - Disse Hagrid – É aqui que eu deixo vocês! - Gritou para os alunos e em seguida batendo na porta.



--- Fim do Quarto Capítulo ---

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