11º Aniversário



- Levanta Diêgo, senão tu vai perder o ultimo dia de aula da semana!

Era sempre assim desde pequeno, Diêgo Damohill tinha sempre de acordar as 6 da manhã para ir no colégio, ele estudava no colégio G.V.A. Pois é, ela ficava razoavelmente longe de sua casa, e ele ia a pé.

- Diêgo era negro, mais ou menos 1,50, era magro, cabelos negros e olhos também, morava em Quixadá-CE, no Brasil.

- Quer pão? - Perguntou sua mãe na cozinha.

O nome da mãe de Diêgo era Cleide, ela trabalhava na prefeitura local, o que tomava quase todo o seu tempo durante a semana. Ela era casada com Antônio, mais conhecido como Nena que é o padrasto de Diêgo, que não gosta nem um pouco dele, Cleide ainda tinha uma filha com ele chamada Rebeca, que é meia-irmã de Diêgo, Rebeca tinha 1 ano de Idade

- Não, eu como quando tiver fome – Diêgo Disse, era quase o seu refrão diário.

Diêgo tomou banho, colocou o seu uniforme, sua mochila e saiu de casa, indo para a Escola. Tropeçando várias vezes na calçada, não porque ele era sempre lesado, mas porquê hoje era um dia especial, hoje era seu 11º Aniversário, 03 de junho. Mesmo feliz com isso, não havia porque comemorar, já que ninguém se lembrava mesmo, até mesmo sua mãe, quando ela se lembrava, ela dava somente os parabéns. Mas ele nunca teve uma festa porque sua mãe era Testemunha de Jeová o que não permitia, mas agora ele já estava acostumado.

Em meia hora, chegou no colégio, ainda era meio cedo, havia somente os funcionários da Escola, apenas 2 ou três alunos estavam do lado de fora da sala, colocou sua mochila na carteira vermelha(que os alunos da sala sempre disputavam, o que rendeu a Diêgo várias brigas pois aquela era a única carteira vermelha da sala, e quem tinha a cadeira era considerado quase um herói diário, coisas de ensino fundamental, hahaha), e sentou-se, olhando para o quadro negro vazio.


Diêgo não tinha tantos amigos, e as únicas matérias em que se dava bem eram Inglês e matemática, não conversava muito, e preferia passar o tempo apenas admirando o silêncio das aulas, quer dizer, das aulas em que haviam silêncio, justamente nas aulas de Inglês e matemática era quando isso acontecia, a turma tinha um certo respeito(medo?) dos professores, considerados por muitos os melhores da cidade, mas enfim, vamos agora a volta de Diêgo para casa as 11 da manhã, Diêgo só estudava um turno no ensino fundamental, e a primeira coisa que fazia ao tocar o sinal era simplesmente correr até sua casa para assistir Dragon Ball Z.


Depois de alguns minutos correndo, Diêgo logo chegou, abriu o portão e entrou, sentia uma dor no lado do corpo, ofegando, ele foi até a sala.

- Foi aí que ele viu o que mudou sua vida.

Sua mãe estava sentada no sofá ao lado de um senhor velho ela tinha um ar de preocupação e não tirava os olhos do homem, Diêgo nunca viu ninguém mais estranho em sua vida, ele era alto, tinha vestes verdes-esmeralda, um chapéu pontudo, usava óculos de meia-lua, tinha cabelos e barba prateados, tão longos que quase chegavam a cintura, ele tinha olhos azuis que faiscaram ao ver Diêgo entrar na sala, o homem sorriu bondosamente.

- E aqui está o nosso pequeno Milagre – Ele tinha uma voz suave e gentil.

- Oi – Diêgo disse simplesmente, foi então que ele notou que estava com a boca aberta, impressionado com a aparência do senhor.

O homem virou-se para sua mãe, em seguida para Diêgo.

- Bem Diêgo, meu nome é Albus Dumbledore, eu estava aguardando sua chegada para contar a sua mãe, eu queria contar a vocês dois juntos.

- O quê? - Diêgo perguntou. - Cadê o Nena e a Rebeca?

- Saíram – respondeu a mãe – foram para a casa da vó dela.

- Agora... Bem, é uma longa e divertida história, vocês podem acabar achando que eu estou louco enquanto eu conto, mas eu peço que escute até o final para fazer quaisquer perguntas tudo bem? - Perguntou Dumbledore

- Diêgo senta aqui – Disse sua mãe apontando para o sofá bem em frente.

Diêgo sentou-se e ficou olhando com receio para o homem barbudo, ele sorriu e falou:

- Diêgo, você é um bruxo.

Diêgo quase caiu do sofá, e não se surpreendeu ao ver que sua mãe quase fizera o mesmo.

- Hahaha, isso sempre acontece – riu o homem – Bem, escute, acredite ou não, existem bruxos nesse mundo, sim. E também existe uma escola, uma escola de bruxaria, a que eu ensino, sou o diretor, ela se chama Hogwarts e fica na Inglaterra.


- Sim, Inglaterra, é de lá que eu vim, vocês não sabem o quanto eu sofri pra aprender Português, é uma das línguas mais difíceis do mundo, mas o motivo que me trouxe a vir aqui é porque seu nome foi registrado na nossa escola desde que você nasceu, e você é nascido-trouxa... Ah, trouxa é o nome que damos as pessoas que não podem usar magia como sua mãe, você é nascido-trouxa por ser filho de trouxas e mesmo assim você pode usar magia. - O homem levantou as mãos e falou rápido ao ver a cara de indignação de Cleide.

- Quem foi que registrou meu filho em sua escola?

- Ninguém minha senhora, ele foi destinado, a inscrição é um contrato mágico que não pode ser quebrado, e mais ainda, seu filho é muito especial, mesmo sendo do Brasil, o nome dele foi registrado em Hogwarts que fica na Inglaterra, o que nunca aconteceu antes.

- Você é um bruxo de verdade? - Perguntou Diêgo, tava na cara que sua mãe não estava acreditando nenhum pouco na História, ela estava com cara de quem queria chutar o homem portão afora.

- Senhorita Cleide... - Disse Dumbledore – Eu sei qual é a religião da senhora e eu sei que a senhora acha que eu posso desencaminhar seu filho ou algo parecido, mas veja bem, bruxos existem desde muito antigamente, mais do que a senhora pode imaginar, e eu posso afirmar com toda certeza, não somos nenhum pouco satânicos – Ele disse gentilmente, a mãe de Diêgo pareceu estar ao mesmo tempo muito assustada e ao mesmo tempo aliviada – Agora, para provar tudo isso...

Dumbledore colocou a mão direita dentro das vestes e tirou uma varinha de madeira, ou pelo menos Diêgo achava que era madeira.

- Isso é uma varinha de bruxo? - Ele perguntou.

- Sim, olhe atentamente.

Dumbledore fez um movimento rápido e o sofá da sala em que Diêgo estava sentado sumiu, dando lugar a um grande porco, a mãe de Diêgo abafou um grito, Diêgo caiu de bunda no chão, levantou-se e com os olhos lacrimejando, viu Dumbledore transformar o porco novamente em sofá.

- Como você fez isso? - Diêgo perguntou.


A mãe de Diêgo estava pálida e ainda estava com a mão na boca para abafar outro grito.

- Como eu lhe disse, eu ensino em uma escola de bruxaria e eu sou um bruxo, e você também.

- Quer dizer que eu posso fazer isso também? - Diêgo apontou para o sofá que tinha se transformado em porco.

- Sim.

- Eu posso tentar? - Ele apontou para a varinha.

- Desculpe Diêgo, mas você precisa de estudo para fazer isso, e você não poderia usar minha varinha, você terá a sua própria... Talvez seja bom você ir até Olivairas, ele é o melhor fabricante de varinhas que eu conheço, também precisará comprar seu material para o primeiro ano, livros, ingredientes para poções enfim, tudo que vai precisar durante todo o ano.

- Desculpe meu senhor, mas eu não vou gastar dinheiro com material escolar para meu filho aprender... Bruxaria! Onde já se viu uma coisa dessas? Eu até posso aceitar que o senhor seja um bruxo, mas meu filho?! - Cleide disse indignada.

- Senhora, eu garanto que o seu filho terá uma vida completamente normal, mas como eu disse, seu filho foi registrado em nosa escola, e isso é um contrato mágico que não pode ser quebrado, aqui... - Dumbledore estendeu um papel – Aqui tem todas as informações, e não se preocupe com gastos, nós temos uma bolsa para nascidos-trouxas que não tem dinheiro. Eu vou mandar nosso guarda-caça, buscar seu filho uma semana antes do começo das aulas juntos com outros alunos, se a senhora quiser me contatar... - Ele colocou a mão dentro das vestes e tirou um minúscula corujinha que piava freneticamente – Basta me mandar uma coruja, ela vai me achar...

- Mas eu tenho dinheiro para o material do meu filho! - Cleide disse olhando para a minúscula coruja meio assustada.

- Minha senhora, nós usamos outro tipo de dinheiro, não se preocupe, seu filho será ensinado na melhor escola do mundo! Agora, se me dão licença, eu tenho de ir atrás de mais alguns alunos trouxas, que sorte nós tivemos esse ano, nós temos mais seis alunos brasileiros, é realmente muito estranho, admito...


- Mas, se a escola é na Inglaterra, como meu filho vai entender Inglês lá? - perguntou Cleide, ele pode até ser bom na escola, mas não o bastante para...

- Eu quase me esqueço, feliz aniversário Diêgo, pode ficar com a coruja. Não se preocupe, basta apenas um super-feitiço para união-de-fala, eu vou pedir ao nosso professor Flitwick para cuidar disso, todos vão entender o que os outros falam, não se preocupe, mas isso vai ser bem difícil, mas eu tenho certeza de que ele consegue - Dumbledore respondeu – Devo admitir, vocês aceitaram mais facilmente do que qualquer outra pessoa, da ultima vez eu quase levei um tiro de um fazendeiro um pouco perto de Londres, mas eu transformei a arma dele em uma galinha, Agora eu tenho de ir... Tchau...

E então com um barulho de um tiro, Dumbledore desapareceu no ar. Depois de alguns minutos em que Diêgo e sua mãe ficaram olhando estupefatos ao lugar onde o velho desaparecera, Diêgo perguntou ansiosamente:

- Eu vou?

- Eu... Eu não sei – disse sua mãe – Meu filho, veja bem, é na Inglaterra que você vai! E pra aprender bruxaria! Eu não posso acreditar!

- Mas mãe, você viu o que ele fez com o sofá e o que ele disse, Magia não tem nada de Satânico, e bruxos já existem faz tempo!

- Eu preciso pensar, você vai ficar muito tempo em outro país, eu tenho de garantir que você fique seguro, e você não vai sentir saudades daqui? Da sua família? Dos seus amigos?

- Eu não sei... - Diêgo apanhou o papel em cima do sofá que Dumbledore tinha entregue.

- Mas eu posso voltar nas férias não posso? - Ele perguntou.

- É claro... Mas mesmo assim...

- Eu quero ir! - Diêgo disse com raiva e agora começara a ler o papel:


ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS
Diretor: Alvo Dumbledore (Ordem de Merlim, primeira Classe, Grande feiticeiro, Bruxo Chefe Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)

Prezado senhor Lemos;

Temos o prazer de informar que V.Sa tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1º de Setembro.

Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.
Atenciosamente,

Minerva McConagall

Diretora substituta.


As perguntas explodiram como fogos de artifício na cabeça de Diêgo, mas a primeira e única que ele sabia que sua mãe poderia saber era:

- Mas as minhas aulas só acabam no começo de Dezembro! Como é que eu vou começar a estudar em Setembro?

- Lá na Inglaterra as aulas começam em setembro e acabam em junho meu filho, mas eu acho que você vai fazer o resto desse ano lá e ao mesmo tempo estuda... As outras matérias – Cleide disse olhando outro papel.

- Deixa eu ver esse? - Diêgo perguntou apanhando o outro papel e leu:


ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

Uniforme

Os estudantes do primeiro ano precisam de:
1.Três conjuntos de vestes comuns de trabalho(pretas).
2.Um chapéu pontudo simples(preto) para uso diário
3.Um par de luvas protetoras(couro de dragão ou similar)
4.Uma capa de inverno(preta com fechos prateados)
As roupas dos alunos devem ter etiquetas com seu nome.

Livros

Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:
Livro padrão de feitiços (1ª Série) de Miranda Goshawk
História da Magia de Batilda Bagshot
Guia de transfiguração para iniciantes de Emerico Ewitch
Mil ervas e fungos mágicos de Filifa Spore
Bebidas e poções mágicas de Arsênio Jigger
Animas fantásticos e onde habitam de Newton Scamander
As Corças das trevas: Um guia de auto-proteção de Quintino Trimble.

Outros Equipamentos:

1 varinha mágica
1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)
1 conjunto de frascos
1 telescópio
1 balança de latão

Os alunos podem ainda trazer uma coruja, um gato ou um sapo de estimação para uso.

LEMBREMOS AOS PAIS QUE OS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO NÃO PODEM USAR VASSOURAS PESSOAIS.
- Como é que nós vamos comprar tudo isso? - Perguntou Diêgo.

- O Diretor disse que você ganhou uma bolsa, mas eu não sei, eu quero ver como é essa escola antes de você ir, aí eu decido ou não, mas eu nem sei como é que eu vou até lá, nem sei onde fica exatamente. como é que eu contato aquele Diretor meu Deus?

Foi incrível a velocidade com que a mãe de Diêgo disse tudo isso.

- Ele disse pra mandar uma coruja – Diêgo apontou para a coruja que estava agora voando em círculos pela sala.

- E como é que eu faço isso pelo amor de Deus? – Cleide perguntou agarrando a coruja com certo medo, ela olhou por uns instantes para a coruja, e notou que ela tinha uma espécie de bolsa em uma das patas – Ah... é aqui... - Ela disse, logo em seguida pegou um pedaço de papel, e meio sem saber o que fazer, escreveu alguma coisa e colocou junto a coruja.

- E agora? Será que eu solto?

Ela soltou, e a coruja rapidamente voou janela afora.

- Eu acho que você fez certo – Disse Diêgo – Eu vou para o meu quarto! - Disse em seguida.

Diêgo correu e trancou a porta do quarto, ele mal podia acreditar, Ele era um bruxo! E ia estudar em uma escola de bruxos! Ele iria ter varinha mágica, chapéu pontudo e tudo! Era um sonho! Um sonho mágico! foi o que pensou. Ou pelo menos, se a mãe dele aceitar, ele ainda tinha dúvidas sobre várias coisas, mas ele poderia perguntar depois, quando visse Dumbledore novamente. Diêgo passou o resto do dia terminando as lições de casa, e quando saiu do quarto, sua mãe preparava o jantar. Foi então que eles ouviram um estampido vindo da sala.

Cleide correu, e logo voltou para a cozinha com alguém atrás dela, era Dumbledore.

- Senhor Dumbledore, não que eu não confie no senhor, mas eu tenho de ver como é a escola em que meu filho vai estudar, por favor.

- Sim, sim, claro – Respondeu Dumbledore – Hum... Isso é Frango assado? - Apontou para a mesa.

- Ah... Er... Sim, o senhor que se unir a nós? - Cleide perguntou.

- Desculpe, eu não tenho tempo, tenho de voltar para a escola, se a senhora quiser uma carona, eu posso levá-la, a senhora pode fazer uma pequena excursão e em seguida volta, que tal? Eu peço para a professora Sprout guiá-la.

- Eu posso ir ver também? - Diêgo perguntou.

- Você não pode ver a escola antes da seleção das casas Diêgo – Disse Dumbledore – Tenha paciência.

- Seleção das casas?

- Mas... Agora? Como é que eu vou pra Inglaterra agora? Eu não tenho dinheiro para passagens de avião! - Disse a mãe de Diêgo.

- Vamos aparatar, a senhora deve voltar daqui a umas 3 horas, pode ser?

Aparentemente querendo saber como ela iria e voltaria da Inglaterra em três horas, Cleide disse:

- Sim, claro, mas eu não vejo como...

- Senhora, segure firme no meu braço, Ok... Agora, nós vamos até A cidade de Fortaleza onde pegaremos uma chave de portal até a Escola, pronta? Até mais Diêgo! - Disse Dumbledore acenando com a mão.

- Então como é que nós...

Mas Cleide não teve tempo de terminar a pergunta, ela e Dumbledore sumiram no ar com outro estampido. Foi quando Nena apareceu pelo corredor carregado Rebeca.
Nena era negro, gordo, muito gordo. Diêgo sempre dizia que ele tinha cara de porco queimado, e era baixo. A dois anos, Nena sofreu um acidente envolvendo um caminhão que feriu seriamente sua perna esquerda, desde então ele não consegue esticar a perna, então não pode apoiar a perna no chão. A Idade dele só Deus sabe, porque nem Diêgo nem sua mãe sabiam, ele chegou na cozinha, olhou para os lados e perguntou:

- Cadê tua mãe? - Ele tinha uma voz rouca.

- Saiu com o Diretor da minha futura escola pra ver como ela é... - Diêgo respondeu. Ele não estava com vontade de repartir a história de bruxaria, porque, Diêgo sempre achava que Nena nunca se contentava quando Diêgo estava feliz, ele provavelmente tentaria convencer sua mãe a não deixá-lo ir, e Diêgo estava extremamente feliz agora.

- A essa hora? - Nena resmungou.

Nena colocou Rebeca em um carrinho de bebê próximo e agarrou metade do frango e começou a devorar. Logo em seguida Diêgo foi para a cama.

Diêgo deitou-se, este dia fora o aniversário mais estranho que ele já teve. Como seria a Escola? Ele se daria Bem? Provavelmente não. Agora ele se lembrou, nunca tinha feito mágica na vida antes! Como é que ele ia saber o que fazer? Provavelmente passaria vergonha. E o que era essa seleção? Diêgo passou mais de uma hora pensando, quando sentiu-se cansado e seus olhos começaram a ficar pesados, Diêgo adormeceu.

--- Fim do Primeiro Capítulo ---

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