Rúbeo.



No dia seguinte, Diêgo acordou e foi direto a sua mãe perguntar. Ela tinha voltado no meio da noite, Nena levou um susto quando ouviu um barulho de tiro na sala e só viu Cleide lá, ela disse que tinha fechado a porta com força demais. Diêgo logo soube que ela tinha vindo por apararação ou seja lá o que era aquilo. Em seguida a coruja voltou e Diêgo a colocou em uma pequena gaiola.

- E como é lá? Você vai deixar? Eu posso ir?

Sua mãe que estava preparando o café apenas disse:

- Eu deixo você ir, a Escola é enorme e tem uma boa estrutura. Depois eu te conto como é lá, mas agora não, eu tô ocupada

- Ah, mãe...

- E não insista! Anda, vai logo tomar teu café!

Mesmo no sábado, Cleide trabalhava até tarde na prefeitura, então depois de passar o dia inteiro assistindo TV esperando, sua mãe só chegou as 11 da noite, ele foi direto até ela.

- Então agora pode me contar como é lá?

- Amanhã meu filho, eu estou muito cansada...

Muito irritado, Diêgo trancou-se no quarto e ficou deitado até adormecer, então no dia seguinte...

- Bem meu filho... - Disse Cleide – Eu só vou dizer o que me contaram, lá tem 4 casas: Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina, eles disseram que você ao longo dos sete anos...

- Sete anos? - Diêgo interrompeu.

- Sim meu filho, você vai ficar lá por sete anos, é o que o diretor me disse. Enfim, eu aceitei, talvez seja até bom pra você - Ela parou em tempo - Nesses sete anos, você vai viver em uma dessas casas, e cada uma tem sua história e algo que as define. eu não me lembro muito bem o que disseram depois, enfim, é isso, a escola é ótima, enorme, e o resto eles vão lhe explicar lá...


- Mas como é que eles selecionam?

- Isso eu não sei, desculpe filho, agora eu tenho que sair – Disse Cleide.

Diêgo agora tinha mais uma dúvida na cabeça: como era a seleção? Infelizmente, ele não teria como saber. Quem dera se ele ainda tivesse uma coruja, ele perguntaria ao professor Dumbledore tudo que ele queria saber, ou pelo menos... Poderia esperar o tal guarda-caça chegar então poderia perguntar.

Algumas semanas depois, as férias de Diêgo acabaram, e ele mal podia esperar para ir até sua nova escola. Três semanas depois do fim de junho, Alguém bateu a porta na casa dele.

- Deixa que eu atendo! - gritou Diêgo, que correu até a porta.

Por alguma razão, Diêgo não se assustou quando abriu a porta, e viu uma figura gigante de uns 3 metros de altura e parecia ter quase o mesmo de largura parado em frente a ela. O gigante tinha barba e cabelos negros que pareciam nunca ter tomado banho, tinha um casaco de couro enorme que caberiam uns cinco Diêgos dentro, ele ainda segurava um guarda-chuva rosa, apesar de fazer um calor de 35 graus. Do rosto só se viam praticamente os olhos. O gigante sorriu e falou:

- Olá, eu sou Rúbeo Hagrid, o Guarda-caça dos terrenos de Hogwarts, você deve ser o senhor Lemos eu presumo...

- Me chama de Diêgo mesmo – Diêgo disse, foi então que ele notou que o gigante não estava sozinho, uma garota baixinha e morena estava escondida atrás dele com um malão enorme, o gigante notou.

- Oh, essa é a senhorita Luana...

- Carla – Ela interrompeu.


- Oh sim claro – Disse o Gigante – Bem, a Carla é a outra nascida trouxa que eu vim buscar. Eu vou levar vocês dois para se hospedar no caldeirão furado e então nós vamos comprar seus materiais no beco diagonal ok? Então... Já arrumou suas coisas Diêgo?

- Quem é meu filho? - A voz de Cleide veio da sala, em seguida ela apareceu, e quase caiu pra trás quando viu o gigante.

- Esse é o Rúbeo mãe – Disse Diêgo – Ele veio me buscar...

- Oh sim – Disse sua mãe, claramente assustada com Hagrid e ao mesmo tempo tentando disfarçar – Eu... Já deixei um malão arrumado lá no seu quarto Diêgo, eu... vou lá buscar – Ela saiu rapidamente.

- Bem – Disse Hagrid – Está ansioso para ir estudar Diêgo? Em que casa você gostaria de ficar? - Perguntou.

- Eu to ansiosíssimo pra começar – Disse Diêgo – Mas eu não sei em que casa eu quero ficar, eu não conheço nada de Magia – Terminou desanimado.

- Ora não se preocupe – disse Hagrid – Muitos nascidos-trouxas aprendem mais rápidos do que alguns... puro-sangues, entende? Olha, você vai entender muitas coisas quando ler A História da Magia Ok?


- Você também é nascida-trouxa? - Diêgo perguntou se dirigindo a Carla.

- Sim, sou, foi uma surpresa quando nós recebemos a carta da Escola e depois veio o professor Dumbledore e contou que eu era uma bruxa, meu pai quase chutou Dumbledore porta afora mas não fez porque estava com medo. Depois de muita briga entre eu, ele e minha mãe, ele me deixou ir. - Ela terminou meio animada.

A mãe de Diêgo chegou com um malão enorme.

- Aqui estão suas coisas meu filho, e a gaiola, vocês... vão agora?

- Oh sim – Disse Hagrid – Então... Vamos?

Depois de alguns minutos de constrangimento em que a mãe de Diêgo chorou e o abraçou(e que não queria soltá-lo). Diêgo saiu de casa levando a coruja junto com Hagrid e Carla.

- Então... Onde fica esse tal de caldeirão furado? - Diêgo perguntou.

- Em Londres – Respondeu Hagrid – Nós vamos pegar uma chave de portal em Fortaleza, de lá nós vamos comprar suas coisas no Beco Diagonal. Bem, nós vamos de “ôbinus” ou seja lá como se chama, eu não tenho permissão de usar magia depois que eu pegar vocês.

Depois de alguns minutos a pé, os três chegaram a estação rodoviária da cidade.

- Estão vendo? Olha só o que esses trouxas inventam pra se virar sem magia, é incrível o que eles podem fazer! - Exclamou Hagrid apontando para alguns carros e ônibus.


Essa foi a viagem mais estranha que Diêgo já fez, afinal, um gigante de três metros de altura viajando de ônibus não é uma coisa que se vê todo dia. Hagrid teve que ficar no fundo do ônibus, que afundou um pouco com seu peso. Depois de duas horas de viagem um pouco embaraçosa em que os passageiros não tiravam os olhos do estranho grupo, eles chegaram em fortaleza. Quando os três desceram na estação rodoviária, Um homem baixinho, na verdade um anão com óculos e bigodes o recebeu.

- Oh, vocês dois, esse será o professor de Feitiços, o Professor Flitwick! - Disse Hagrid – Então, onde está a chave?

O professor Flitwick tirou uma varinha do bolso, fez um pequeno movimento e falou:

- Primeiro preciso do feitiço para que eles entendam inglês, claro, eu não me dei ao trabalho de aprender português como você e Dumbledore. Ah, a chave, está em uma casa de uma família de bruxos muito simpática ali do outro lado – O anão respondeu com uma voz um pouco fina, apontando para uma casa um pouco ao longe - Vamos, vamos.

Os quatro andaram um pouco e chegaram até a casa. Ela parecia mais uma Igreja do que uma casa, tinha dois andares e Diêgo teve a estranha impressão de que apenas eles podiam ver a casa, as pessoas na rua passavam como se não houvesse nada ali.

- Fidelius, adoro esse feitiço – Disse Hagrid distraidamente – serve principalmente para esconder-se agora nesses tempos de Você-sabe-quem... - Disse para Flitwick.

- Quem é Você-sabe-quem? - Perguntou Carla.

- Esperem uns instantes – Disse Hagrid, em seguida bateu na porta da casa – Uma senhora ruiva abriu a porta.


- Olá Kin – Flitwick disse alegremente.

- Oh, entrem, a chave vai funcionar daqui a alguns minutos. - Ela disse.

Eles entraram, era a casa mais estranha que Diêgo já vira, a sala de estar parecia absolutamente comum, se não fosse o fato de as vassouras estarem varrendo sozinhas. Haviam quadros nas paredes retratando pessoas que Diêgo não conheciam, e as pessoas se moviam nos quadros como se fosse televisão, eles olhavam para eles distraidamente e e seguida voltavam a encarar o nada, de vez em quando coçando o nariz. De vez em quando, eles ouviam um estampido vindo de cima da casa. Eles sentaram-se nos sofás, Hagrid ficou com um somente para ele, que afundou um pouco. Flitwick saiu com a mulher ruiva até a cozinha.

- Então... Hagrid... Quem é esse Você-sabe-quem? - Perguntou Diêgo.

- É... Bem, eu não acho que vocês deviam ir até Londres sem saber... Bem, por onde eu começo... Olha... - Disse Hagrid – Há um bruxo... Um bruxo muito mau... Que é mais poderoso do que qualquer bruxo, ou quase, bem, o nome dele...

- Qual o nome dele? - Perguntou Carla.

- Bem, é que eu não falo se puder evitar, na verdade... Ninguém gosta de falar...

- Qual é o nome dele?

Hagrid parecia nervoso.

- Por que não anota então? - Perguntou Diêgo.

- Não, não sei soletrar o nome – Disse Hagrid - Está bem... Voldemort – Hagrid estremeceu - E não me faça repetir. Bem, olhe, esse bruxo se tornou mais maligno do que qualquer outro bruxo, e ele reuniu seguidores das trevas, que são chamados de Comensais da Morte. Ele está reunindo mais seguidores, e está tentando dominar o mundo bruxo, pessoas estão morrendo... - Hagrid fez uma pausa, ao ver a cara de horror dos dois - Mas, vocês não tem com que se preocupar, Hogwarts é o lugar mais seguro do mundo pra vocês estarem, principalmente quando Dumbledore está por perto, ele é um bruxo magnífico afinal.


Carla Luana parecia muito assustada.

- Não se preocupe, Saiba que os Ministérios da Magia de todos os países estão trabalhando duro para pegá-lo – Disse Hagrid.

- Existe um Ministério da Magia? - Diêgo perguntou.

- Sim, e também um Ministro da Magia, naturalmente. Já ofereceram o cargo para Dumbledore várias vezes, mas claro, ele sempre recusou. Estão pensando em colocar o velho Crouch para o trabalho, eu até apoio, ele vem trabalhando duro junto com os aurores nesses tempos.

- Aurores? - Perguntou Carla.

- Sim, são bruxos que trabalham no Ministério em que sua função é caçar bruxos das trevas. E eles são muito bons, principalmente Olho-tonto, já encheu um quarto de Azkaban de bruxos malígnos.

Diêgo não entendeu nada, Azkaban? Olho-tonto?

- Falta um minuto! - A mulher ruiva apareceu de repente seguida por Flitwick – Aqui, tomem – Ela segurava uma chaleira.

- Aqui, vocês, vamos, segurem aqui – Disse Hagrid apontando para a chaleira - vamos, toquem, não temos muito tempo.

Diêgo e Carla puseram as mãos em cima do objeto, Flitwick tocou no ultimo instante, foi aí que aconteceu.

Como se houvesse um gancho no umbigo, Diêgo se sentiu puxado contra a chaleira. Olhou em volta e viu apenas o grupo segurando o objeto e luzes em volta deles, não conseguiu respirar por uns instantes, seus pulmões estavam comprimidos e então veio o alívio.

Diêgo caiu e sentiu a grama no rosto e nas mãos. Ele levantou-se e viu que não estavam mais na casa, estavam em uma espécie de quintal de um bar. Diêgo notou que Carla também havia caído, e a ajudou a levantar-se enquanto Hagrid entrou no bar.

O bar era muito escuro e miserável, haviam algumas velhinhas sentadas a um canto, bebendo em cálices, uma delas fumava um cachimbo. Um homenzinho de cartola conversava com outro homem com capa azul-marinho. A conversa de todos parou quando viram Hagrid entrar.


- Ora ora, Tom, está tudo bem por aqui? - Hagrid perguntou.

- Oh, Hagrid! - Disse o Barman atrás do balcão, ele era careca e parecia uma noz viscosa - vejo que trouxe novos alunos, Olá! - Acenou para Diêgo e Carla.

- Bem Tom – Disse Hagrid – Você ainda tem quartos?

- Sim, sim, quantos vão querer?

- Dois.

- Ótimo, venham, eu vou lhes mostrar – Disse Tom – Por aqui – Apontou para uma porta atrás do balcão.

Eles entraram por um corredor escuro, subiram algumas escadas e chegaram a duas portas.

- Aqui estão, justamente os dois que estavam vagos – Disse Tom.

- Ótimo, Carla, você fica nesse – Hagrid disse apontando para a porta a direita – Eu e Diêgo ficamos nesse, vamos, entre. Obrigado Tom.

- Eu estarei lá em baixo se precisarem.

Diego entrou, o quarto era pequeno, tinha duas camas pequenas e uma janela que ficava em frente a rua. Diêgo colocou a coruja em cima de um pequeno banco, sentou-se em uma das camas, poeira subiu do colchão.

- Limpinho não? - Diêgo disse com ironia.

- Eu dou um jeito nisso – Disse Hagrid – Mas, olha, eu não tenho permissão de usar magia desde que fui expulso da Escola, então, se você puder não contar a ninguém em Hogwarts...

- Por que você foi expulso? - Perguntou Diêgo.

Hagrid apontou o guarda chuva para o centro do quarto e disse: “Tergeo”, Imediatamente o quarto ficou completamente limpo.

- Isso funcionou melhor do que eu esperava – Hagrid disse olhando para o guarda-chuva – Ande, arrume suas coisas, tome um banho e se troque, nós vamos comprar suas coisas no Beco Diagonal mais tarde.


Hagrid saiu do quarto. Diêgo pegou suas roupas e colocou sobre a cama, foi para o pequeno banheiro e tomou um banho, se trocou e ficou esperando, então Hagrid apareceu.

- Vamos, vai descendo que eu vou chamar a Carla.

Diêgo saiu do quarto e desceu, sentou-se em uma das mesas do bar e ficou esperando. Uma senhora velha com vestes negras e uma verruga no nariz o encarava sem a menor vergonha.

Diêgo estava nervoso ali no meio do bar, a algumas horas ele estava em casa tranqüilo, agora ele estava em um bar de bruxos a caminho de uma escola de bruxaria. Logo, Hagrid apareceu com Carla atrás dele, ele chamou Diêgo e eles saíram pelos fundos do bar, exatamente onde tinham chegado pelo portal, havia um muro de tijolos, Hagrid puxou seu Guarda-chuva e apontou para o muro.

- Agora vejamos... - Disse ele – Três pra cima... Dois para o lado... Isso, é aqui – E ele bateu no tijolo três vezes.



--- Fim do Segundo Capítulo ---

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.