Capítulo 13 Parte II



Capítulo 13 Parte II


 


Luke esperou para abrir o presente depois do café. Não queria que seu pai ficasse enchendo o saco, embora soubesse que mais cedo ou mais tarde ele perguntaria o que Lílian havia dado para ele.


Os dois comiam em silêncio. Esse era o lance dos Zabine, eles comiam em profundo silêncio, eles não precisavam de palavras ocupando o espaço quando se sentiam perfeitamente à vontade sem ter que falar asneira para ocupar o tempo.


- Hm... – Começou Blaise comendo um pedaço de frango – Hoje nós vamos jantar na casa dos Malfoy.


- Jura? – Um sorriso iluminou o rosto de Luke e ele sentiu que o Natal não era tão ruim como ele esperava que aquele ano fosse, principalmente porque estaria longe de Lily.


- Sim, Astoria nos convidou.


- Isso vai ser foda!


Blaise riu com o comentário de Luke, mas logo sorriu malicioso para o filho.


- Ganhou alguma coisa da Potter?


Luke fechou a cara, mas ao olhar para o pai riu com gosto.


- Ganhei, mas ainda não abri.


- E o que você deu a ela?


- Hm... Depois eu te conto. – Brincou Luke piscando.


Blaise balançou a cabeça.


- Você gosta mesmo dessa garota não é? Não é nada passageiro como com as outras meninas?!


Luke pensou por um tempo enquanto engolia a comida.


- Pai, lembra da mamãe?


- Lembro, perfeitamente.


- Lembra o quanto você se sentia bem na presença dela?


- É claro.


- É isso, mas mil vezes mais forte.


Blaise sacudiu um pouco a cabeça, aturdido e voltou a comer em silêncio.


- Você a amava? – Perguntou Luke fazendo Blaise erguer os olhos. Viu que uma sombra de emoção perpassou pelos olhos de Blaise.


- Mais do que você possa imaginar.


Luke sorriu sentindo que aquele era o momento de maior emoção que vivera com o pai, depois da morte da mãe.


- Sinto falta dela.


Blaise não agüentou em ao disse nada, sentiu algumas lágrimas vindo-lhe aos olhos.


- Blaise – chamou Luke e o senhor o olhou.


- Fale Luke.


- Você sabe que ninguém barra o seu posto como pai, não é? Você é o melhor pai do mundo.


Blaise sorriu agradecido. Anos com a função de pai e de mãe valera a pena, e o resultado disso estava na sua frente.


 


A paisagem era só neve. Branco para todos os lados. A única coisa que se destacava era um ruivo sentado em frente ao lago como se não tivesse nada melhor para fazer do que congelar e morrer lentamente. O garoto nem balançara a cabeça ao sentir neve caindo em seu cabelo, apenas levantou a cabeça devagar. Viu um par de olhos o observando. A pessoa ria com gosto.


- É tão engraçada assim essa cena? – Perguntou Hugo com mal humor. – Aposto que você também deseja que eu morra.


- Claro, todos os dias. – Brincou a garota sentando ao lado de Hugo. O garoto bufou.


- Todos na escola querem isso. – Comentou enquanto seus dedos protegidos pela luva brincavam na neve.


- Nem todos. Eu não quero.


Hugo olhou para a garota. Era a tal de Lara que nunca falara com ele.


- Vem cá, está falando comigo agora? Seu gosto é bem estranho. Você prefere garotos odiados a garotos desejados?


Lara riu do menino.


- Não. Digamos... Que agora eu tenha permissão para falar com você.


- Ah é? Algum namorado babaca havia dito para não conversar?


- Não. Uma amiga babaca.


Hugo fez cara de descrença e Lara começou a explicar:


- Digamos que eu tinha uma amiga doida por você, muito doida mesmo, mas que agora...


- Mas que agora não gosta mais de mim por causa da minha fama.


- Pois é.


Hugo riu sem humor.


- Novidade.


- E nós brigamos.


Hugo observou lentamente Lara.


- Brigaram?


- Sim. Eu falei que se ela gostasse mesmo de você isso não abalaria ela. Sabe? Essa sua situação com a família e os amigos. Ao contrário, ela te daria força, mas ela fez isso? Não. Aí eu briguei com ela, falando que se ela não gostava de você não tinha motivos para eu não ficar mais do seu lado.


- Hm... Entendi. – Hugo balançou a cabeça agora tentando dispersar o frio – Por isso que você não queria falar comigo?


- Exato.


Lara riu da cara de Hugo.


- Você anda muito para baixo.


- É, todos perceberam isso.


- Sabe, eu não te conheço direito – começou Lara colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha -, mas posso dar minha opinião?


Hugo apenas deu de ombros.


- Você está agindo totalmente errado – disse Lara na cara de pau -, ao contrário de proteger os outros como queria, você só está fazendo com que eles se afastem cada vez mais de você. Eu vi sua briga com sua irmã. – Ela falou e Hugo ergueu os olhos – E dou total razão para ela, assim como dou razão para aqueles Sonserinos terem feito o que fizeram.


- Ah é mesmo? – Hugo perguntou azedo – Se está tão do lado deles por que ainda está aqui comigo e não com os outros?


- Porque eu acredito em você. Acredito que você é uma boa pessoa e que vá fazer a coisa certa.


- Como você pode ter tanta certeza?


Lara riu com gosto.


- Qual é Hugo Weasley?! Eu tive uma amiga apaixonada por você, você acha que ela não me informava tudo sobre a sua vida? Todos os detalhes? Onde você estava, o que estava fazendo? Eu sou uma verdadeira enciclopédia sobre você.


Hugo assustou-se um pouco, mas depois riu.


- Sabe, não sei se vai adiantar muito isso que eu falei, mas...


- Não. – Hugo cortou Lara e virou-se para ela – Adiantou bastante. Você é incrível. Sabe, eu sempre tive bom gosto.


Lara sorriu timidamente e levantou-se.


- Vamos Weasley – falou estendendo a mão -, minha bunda está congelando nessa neve.


Hugo riu e caminhou ao lado da garota de volta ao castelo.


- Antes que eu vá me esquecendo – falou Lara quando já estavam dentro do castelo e andavam sem rumo pelos corredores -, feliz Natal.


Hugo sorriu tristemente ao lembrar da família na Toca.


- Feliz Natal. – Respondeu Hugo sorrindo de lado – Por que não está em casa com sua família?


O sorriso de Lara sumiu.


- Eu moro com minha avó. – Falou a garota olhando para baixo – Meus pais moram nos Estados Unidos, tiveram que se mudar.


- E por que você não foi junto?


Lara olhou para Hugo como se ele fosse louco.


- E abandonar Hogwarts? Jamais.


- Mas você poderia estar com sua avó agora.


- Poderia, assim como poderia estar com meus pais. Mas digamos que eu não me dê bem com minha avó e que meus pais não ficaram muito contentes com a minha decisão de ficar aqui.


- Que dureza.


- Nem me fale.


- Você vai ao almoço de Natal hoje? – Perguntou Hugo tentando mudar de assunto.


- Nem sei... E você?


- Eu gostaria, mas gostaria ainda mais de estar na Toca.


- Eu te entendo. Então, você vai seguir o meu conselho? – Perguntou Lara, feliz.


- É claro que vou. – Hugo sorriu – Você abriu meus olhos.


Lara corou e do nada Hugo agarrou o braço da garota e a virou.


- Eu tive uma ideia.


- Ideia? – Perguntou Lara, temerosa.


- Gostaria de passar o Natal comigo? – Perguntou Hugo sorrindo.


- Adoraria.


- Então faça as malas, eu tenho um plano. Me encontre no Saguão de Entrada.


- Pra quê? – Perguntou Lara sem entender enquanto Hugo se distanciava.


- CONFIA EM MIM! – Berrou o ruivo saindo correndo para a Sala Comunal da Grifinória.


 


- Não agüento mais arrumar a mesa – falou Lílian para Rose que a ajudava. – Não é possível que venha tanta gente hoje almoçar.


- Não é só possível, como vão vir.


Lílian fez uma careta e continuou a arrumar a mesa. Logo toda a família já chegara e estavam sentados a mesa enquanto conversavam e comiam.


- Sinceramente – Rose cochichou para Lílian de um lado da mesa -, isso não parece Natal. Olha o estado da minha mãe.


Lílian olhou para Hermione que tinha os olhos vermelhos e inchados. Rony parecia cabisbaixo a mesa. Os outros tentavam agir normalmente.


- O babaca faz falta. – Comentou Lílian fazendo Rose rir.


- Pois é.


- OLHA O PÃO! – Alvo acabara de tacar um pedaço de pão pela mesa até o outro lado. James conseguiu segurar o pão antes que ele caísse no chão. Era típico dos irmãos Potter tacarem a comida quando alguém pedia para lhes passarem algo. Já era normal ver comida voando de Alvo para James e vice-versa.


BAM.


Todos ouviram um barulho vindo da casa e calaram a boca ao mesmo tempo. Olharam apreensivos para a Toca.


- O que foi isso? – Perguntou Rose um pouco assustada.


BAM.


Outro barulho fez a maioria pular em suas cadeiras. Ted já se levantara assim como o senhor Weasley, preparados para ver a tal coisa. Mas antes que qualquer outra pessoa levantasse, a porta dos fundos da casa se escancarou e por ela apareceu um ruivo encabulado.


- Será que vai sobrar comida pra mim?


Todos olharam calados para Hugo e o primeiro som foi de cadeiras sendo arrastadas. Hermione chegou a cadeira para trás e correu na direção do filho dando-lhe um abraço apertado enquanto lágrimas rolavam de seus olhos.


- Me desculpe mamãe – pediu Hugo abraçando Hermione fortemente.


Em um segundo a maioria da família Weasley estava de pé o abraçando.


- Gente – Hugo chamou e todos o olharam -, eu queria apresentar a Lara.


Lara saiu da casa, vermelha de vergonha. Todos olharam para a garota e a cumprimentaram.


- Foi ela quem me fez ver que eu estava errado.


- Agradeço a ela então, maninho. – Falou Rose que ainda não cumprimentara o irmão. Mas logo o abraçou. – E seja bem vinda Lara.


 


Já era de noite quando Lílian subiu para o quarto e foi abrir o presente.


Era um embrulho pequeno e a garota o abriu com cuidado.


Duas flores estavam juntas entrelaçadas: uma rosa e um cravo. Do lado das flores uma letra de uma música trouxa estava escrita em um pergaminho.


“O cravo brigou com a rosa


Debaixo de uma sacada


O cravo saiu ferido


E a rosa despedaçada...”


Lílian ria enquanto lia a música.


“Essa música me lembra da sua ida a Ala Hospitalar me ver”


Lílian encarou, perplexa, o papel. Não acreditava. Ele sabia que ela havia ido até a Ala Hospitalar.


- Oh Meu Merlin – murmurou a garota imaginando que era possível o sonserino ter ouvido tudo que ela havia dito -, que infeliz! Por isso ele me procuro daquela maneira depois!


A garota olhou novamente para o papel que continha uma frase final.


“PS: Toque nas flores e feliz Natal.”


Lílian olhou confusa e colocou os dedos nas flores. No mesmo instante as duas desapareceram e deram lugar a uma corrente de ouro com um pingente. A garota olhou espantada e pegou a corrente na mão. O pingente era uma rosa e um cravo entrelaçados, como as flores estavam.


Lágrimas vieram aos olhos da garota enquanto colocava o cordão no pescoço.


- E aí? Ganhou o que? – Perguntou Rose entrando no quarto. Lílian mostrou-lhe o cordão e Rose prendeu a respiração.


- Eu poderia estar ganhando um desses. – Comentou a garota tristonha.


- Pois é, eu concordo plenamente.


Rose não disse nada. Apenas sentou na cama da prima e fixou o olhar na janela.


 


- Como eu abro isso?


Era a constante pergunta de Luke enquanto ele tentava abrir o embrulho do presente que Lílian havia lhe dado.


- Rasgando! – Disse Scorpius atrás de Luke. Luke obedeceu rasgando rapidamente o embrulho. Dentro havia um livro de capa grossa e no centro da capa havia uma serpente.


- Hm... Ela me deu um livro? – Perguntou Luke olhando intrigado para o livro. Scorpius começou a rir.


- Abra o livro, retardado.


Luke obedeceu e quase caiu para trás.


Estava vendo fotos. Fotos de Lílian pulando em cima dele com raiva, fotos deles dois brigando e discutindo. Fotos dos beijos deles.


- Como ela fez isso? – Perguntou surpreso.


- Sei lá – Scorpius olhava as fotos. Uma tinha Rose ao seu lado na discussão de Luke com Lílian -, a garota é foda.


Luke riu enquanto passava as fotos. Elas iam mostrando o passar do tempo: as brigas, o primeiro beijo deles, os primeiros encontros, até a despedida de antes do Natal.


- Ok, ela me surpreendeu agora. – Disse Luke fechando o que achava que era um livro. – Meu presente ficou no chinelo com esse aqui.


Scorpius riu do amigo.


- Mulher é sempre mais perfeccionista.


- Pode crer.


- SCORPIUS, LUKE!


Os dois se assustaram e se entreolharam.


- Acho que estão nos chamando para irmos para sua casa.


- Seu pai sempre foi inquieto. – Disse Scorpius sorrindo de lado.


- Não sei porque você veio até aqui.


- Estava com saudade dessa casa, além do mais, meu pai esqueceu de falar o horário do jantar.


Luke riu enquanto saía do quarto para ir até a casa de Scorpius.


- Recebeu muitos presentes? – Perguntou Luke andando ao lado de Scorpius.


- Hm... Não muitos e você?


- Também não. – Luke avaliou se era possível perguntar o que queria saber – Ela mandou algum presente?


Scorpius fez que não com a cabeça, mas preferiu não falar nada.


Luke entendendo apenas assentiu e não tocou mais no assunto.


 


N/a: O capítulo acaba aqui. O próximo já será em Hogwarts ook pessoal? E mais uma coisa... A fic está no fim. Só tem até o capítulo quinze e depois epílogo. Pois é. E só mais uma coisa, eu não sei se eles morrem ook? Podem morrer, podem não morrer. Dependendo disso o epílogo será diferente, porque temos outros personagens também importantes na história.


Bem, sem mais delongas...


Agradecimentos: Lari_sl, Leeh Malfoy, Júlia Griebeler, Lara Zabine Pena, Luh_Lovegood, Loreline Potter, L. Moony  e M.M Potter .


Beijoos,


Ciça ;***

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