Cobras não voam



  Capítulo 4 – Cobras não voam.


 


Gina acorda cedo na manhã seguinte. Estava muito ansiosa para continuar na cama, vai logo para o banheiro para se arrumar, ela capricha mais do que o costume.


- Isso tudo é para o Dino? - perguntou uma das colegas de quarto de ruiva, ela nunca tinha visto Gina deste jeito.


- Não, eu mandei aquele porco plantar mandrágoras. Isso é para ‘meu’ Deus Nórdico. – disse ela feliz, deixando a colega confusa e morrendo de inveja.


A caçula Weasley caminha para o salão principal, na esperança de encontrar o moreno pelo caminho. Mas para sua infelicidade, ele não apareceu.


Ela se senta meio desapontada na mesa da Grifinória e come algo só por obrigação, já que depois do jantar a luz de velas e do desapontamento da manhã ela não sentia fome.


Aos poucos o salão foi enchendo. Mas nada do moreno aparecer. E para azar da ruiva assim que Dino entrou foi em sua direção.


- Gina, espero que você tenha pensado no que aconteceu ontem. Eu estou disposto a esquecer tudo aquilo. – disse ele de uma forma superior que enojou a menina.


- Nem tive tempo pra pensar nisso. Me dê mais um tempinho. – disse a ruiva e depois de dois segundos ela fala. – pronto pensei. E nada mudou. Não quero mais você.


- Você não pode decidir isso sozinha. – disse o garoto se alterando. – Nós somos namorados, temos que decidir as coisas juntos.


- Dino se um não quer, dois não brigam. – disse ela. – e não precisávamos decidir tudo juntos só porque ÉRAMOS namorados. Eu não te amo. Não tenho mais motivos para continuar isso, só nos machucaríamos.


- Você esta enganada, Gina. Eu te provarei.  – disse ele apertando o braço dela.


- Ai, me solta. – disse ela.


- Eu se fosse você, escutaria. – alguém disse as costas dos dois.


Gina por um momento achou que fosse Thor, mas ao olhar para quem era viu o Professor Potter.


- Algum problema, Sr. Thomas? – perguntou o professor.


- Nenhum, Senhor. – respondeu o garoto de cabeça baixa.


- Ele só não aceita que terminamos. – disse Gina tentando explicar as coisas para o garoto.


- Certo. Mas infelizmente esse comportamento não deve se repetir. Darei uma detenção para o Senhor, por atrapalhar o café da manhã. E gostaria que você se sentasse longe dela, e se comportasse como um Grifinório. Na próxima deixarei a Minerva cuidar de você. – disse o professor.


Gina deu um sorriso simpático para o professor, que respondeu com uma piscadinha para ela e se afastou.


Hermione e Rony se juntaram a ruiva pouco depois e começaram a comer, enquanto a ruiva pensava que nunca mais iria ver o moreno.


Hermione não comentou nada sobre Thor para Gina, principalmente porque parecia que mais ninguém no castelo sabia dele, e por causa do Rony, que com certeza faria um escândalo.


Sua primeira aula era Poções com Lilian, no sexto andar. Ela estava ansiosa para saber se a professora tinha noticias do moreno. Com certeza o moreno tentaria entrar em contato com a mãe. Porem a professora não demonstrou nenhum sinal disso. Deu sua aula normalmente.


- Srta Weasley. Gostaria que você permanecesse mais alguns minutos aqui. Precisamos conversar sobre a sua detenção de ontem. – disse a professora depois de dispensar a classe.


Gina entendeu que era para falar de Thor.


- Obviamente você conversou com ... com...- começou a falar a professora, mas não sabia como se referir a Harry.


- Thor, eu o chamo de Thor. – disse Gina.


- Bom eu gostaria de perguntar se ele disse que era meu filho? – perguntou ansiosa a professora.


- Ele disse que era filho do casal Potter, mas não de vocês dois.


A resposta entristeceu Lilian, o menino estava realmente magoado e renegava os dois, como foi renegado.


- Ele te contou alguma coisa mais? – perguntou a professora em um tom triste nunca visto pela aluna.


- Sim, contou. Mas acho que ele não vai gostar se eu sair contando para todo mundo. Na verdade ainda não me contou a história toda, só um pedaço. Me desculpe, mas acho que o melhor seria você mesma perguntar.


- Você pelo menos sabe se ele ainda está aqui no castelo? – disse Lilian preocupada, achando que o garoto tinha ido cumprir o que disse e tentar destruir Voldemort, e assim nunca mais iria vê-lo.


- Não sei. – disse a ruivinha com um suspiro triste. – ele saiu correndo ontem depois que jantamos na sala comunal, pouco antes da McGonagall entrar, aliás ele parece ter um mapa do castelo.


- O Mapa do Maroto. – sussurrou a professora, vendo mais provas da verdade dita pelo moreno. – Gina, por favor, se você o vir peça para ele vir falar comigo, é importante.


- Eu falo, mas acho que vai ser difícil. - disse Gina se despedindo da professora.


A menina iria procurar o moreno agora, ela não tinha aula mais pela manhã.  Mas poucos corredores depois da sala de poções, ela se sente agarrada por alguém.


- Acho que temos que terminar o que começamos ontem. – disse Malfoy no ouvido dela. – e desta vez você não poderá me enfeitiçar.


Gina não tinha condições de puxar a varinha, ele estava segurando suas mãos em cima de sua cabeça.


- ME LARGA SEU NOJENTO. – ela gritou. 


- Sabe, para uma pobre, você até que é ajeitadinha. – disse Malfoy com um tom malicioso. – eu repito a minha proposta. Seja minha amante e te cobrirei de ouro.


- Nem se você fosse o último ser vivo da terra. – disse Gina cuspindo as suas palavras.


- Se você quer assim, eu pegarei o que quero sem pagar mesmo. – disse o loiro aproximando mais o corpo da ruiva.


- Posso? – perguntou alguém atrás dos dois e com leve aceno de cabeça ela permite.


Malfoy não teve tempo de entender o que acontecia. Num momento ele era interrompido por alguém, ele tinha posicionado seus capangas de forma a ninguém entrar naquele corredor. No outro ele estava dependurado para fora da janela pelo tornozelo.


- ME SOLTA SEU IDIOTA. – berrou o loiro.


- Já que você insiste. – disse Harry, a pessoa que interrompeu, fazendo que ia soltar o sosnserino.


- NÃO ME SOLTE, NÃO ME SOLTE! – implorou o loiro.


- Vejo que você muda de idéia rápido. – zombou o moreno. – Mas o que você acha que devo fazer, senhorita? Solto ou não.


- Posso pensar? – respondeu ela de forma moleca, mas ainda esfregando os pulsos doloridos.


- Por favor, me coloque pra dentro.  – suplicou o loiro.


Mas antes que um dos dois pudesse falar algo, chega alguém.


- O que está acontecendo aqui? – perguntou Tiago.


- Eu tava testando a teoria de que cobras não voam. – respondeu Harry de forma marota, sabendo que ele não poderia ser punido, nem mesmo pego pelo ‘pai’.


- Por que essa cobra em especial? – perguntou curioso, e um pouco sentido de ano ter pensado nisso na época de escola.


- Pelo mesmo motivo que tomei detenção ontem. – responde a ruiva. – Esse projeto de homem tentou me agarrar a força.


- Não é assim que punimos na escola. – disse sério professor.


- O senhor tem que se lembrar que eu não sou da escola. E eu não estou punindo, estou ensinando uma lição de vida. – disse Harry de forma fria, e depois de virando para o loiro. – A partir de agora, você nunca mais tentará agarrar a ruiva ou qualquer outra menina desta escola, entendeu? Senão digamos que você ficará parecido com uma árvore de natal sem enfeites.


Harry arremessou o garoto para o outro lado do corredor. Este livre do aperto no pé, começou a correr sem olhar para trás, nem mesmo sabia quem era seu agressor, mas sabia que o Professor Potter estava ali.


Gina abre o seu melhor sorriso para o moreno, mas ao perceber que ele não retribuiu pela presença do professor, decide brincar com o Potter mais velho. E com uma piscadinha marota, indica isso para o ‘seu’ moreno.


- Onde você estava com a cabeça para fazer uma coisa dessas? Eu podia muito bem me livrar dele sozinha. – começou ela com um tom falsamente venenoso.


- Ah, é você, Gina. Nem tinha percebido que era você. Minha mania de herói falou mais alto. – disse ele entrando na brincadeira, deixando Tiago sem graça.


- Tudo que preciso agora é um guarda costas, já me basta os meus irmãos. Eu te disse que tinha cuidado dele ontem. E não me venha com essa de que não sabia. Eu escutei muito bem que você disse “RUIVA” para aquele ser.


- Eu disse? – perguntou para a ruiva e depois para o pai. – Eu realmente disse isso?


- Sim, você disse. – respondeu o auror com pesar.


Harry deu um suspiro derrotado. Tiago estava com uma cara de já ter presenciado cenas assim antes e não tinha boas recordações delas. E sem quer soltou um ‘Ruivas’, quase inaudível, mas que foi perfeitamente entendido pelos dois. Que prontamente começaram a rir.


- Ei de que vocês estão rindo. – disse ele se controlando para não rir também.


- Da sua cara, ‘professor’. – disse Harry.


- Quer dizer que foi tido uma peça. – perguntou ele meio ofendido, meio orgulhoso da peça.


-Só a nossa briga. Eu adorei a lição na cobrinha desdentada. Principalmente que eu permiti antes. – disse Gina. – só fizemos isso, porque o Sr. Black me contou que a Profa Potter odiava quando você a protegia.


- Muito engraçado. Pregando uma peça num Professor. – disse ele tentando pegar eles também.


-Infelizmente, como você é um professor honrado e não pode me dar detenção, também não dará para a Gina. – interrompeu Harry.


-Será que nem posso tentar deixar vocês no suspense? Certo, mas o Sr. Malfoy será advertido. – disse o professor.


- Então, até a vista. – disse Harry abraçando a Gina e saindo de lá deixando o pai plantado no lugar sem saber o que fazer.


Depois que se afastaram Harry vira para Gina e fala.


-Me desculpe a demora, mas foi difícil distrair a madame Pince. Precisava pegar um livro para entender o que está acontecendo direito e o que eu posso fazer de agora em diante. – disse ele com um olhar culpado.


- Não se culpe. Se você tivesse chegado antes, provavelmente ele não teria atacado agora, teria feito em outra ocasião e você poderia não chegar a tempo. Agora eu sei que ele não vai mais me incomodar. Obrigada. – disse ele dando um beijo na bochecha dele, como ele tinha feito na noite anterior. – Professora Potter pediu para que você vá falar com ela.


- Agora não é o momento. – disse ele simplesmente e completou quando viu a cara de confusa dela. – Ainda preciso entender o que aconteceu direito. Preciso de provas e certezas. Ainda só tenho dúvidas e incertezas.


Ela deixou transparecer a sua tristeza. Ela queria que o moreno se acertasse ali na escola para ficar perto dele, mas cada vez mais parecia que ele ia sumir dali.


- Porem preciso de alguém que acredite em mim para poder saber o que aconteceu nesta nova realidade. – disse ele ao ver a cara dela, e o sentimento de quer ficar ao lado dela só cresceu. – Qual a sua programação para hoje?


- Só tenho aula depois do almoço.


- Certo vamos ver se acho um lugar tranqüilo para conversarmos. – disse ele tirando o mapa do maroto do bolso.


- Esse é o Mapa do Maroto? – perguntou Gina.


- Como você sabe?


- A sua mãe, deixou escapar, parece que ela o conhece.


- Tem que conhecer. Olhe. – disse ele apontando para os apelidos escritos no mapa.


-Mas esses nomes o Petigrew disse ontem. – disse a menina se lembrando dos apelidos Pontas e Almofadinhas.


- Sim, os Marotos você conhece. São eles os seus professores Tiago ‘Pontas’ Potter, Remo ‘Aluado’ Lupin, o auror Sirius ‘Almofadinhas’ Black e o traidor Pedro ‘Rabicho’ Petigrew. Eles com certeza tem outra cópia dele.   


Depois de analisar o mapa ele fala.


- Parece que poucas turmas têm aulas agora e não tem lugar no castelo para uma boa conversa a sós. Conheço um lugar no lago que nenhum aluno vai conseguir nos ver. Me encontre no portão principal, seria muito arriscado correr pelos corredores cheios.


Ele saiu sem nem olhar para trás. Mas sabia perfeitamente o que ela fazia.


Poucos minutos se passaram até que ela chegasse ofegante ao portão. Ela olha em volta e não encontra o moreno, fica decepcionada pela segunda vez naquele dia.


- Não precisava correr tanto, assim você chama mais atenção para você. – disse Harry no ouvido dela, fazendo a ruiva se arrepiar.


Ela olhou em volta e nada viu.


- Ruiva, você devia perceber que às vezes as coisas não devem ser ‘vistas’ com os olhos.


Ela com um movimento rápido pega em um tecido bem diferente do que estava acostumada a pegar.


- Uma capa de invisibilidade. – disse ela impressionada.


- Cuidado. Não quero que ninguém me veja. – disse ele segurando a mão dela para que não fosse descoberto. – Agora não se mova e não assuste. Eu jogarei a capa em cima de você, e a abraçarei. Ela é um pouco pequena, precisamos ficar bem juntinhos.


E assim foi feito, quando Harry percebeu que não tinha ninguém vendo, rapidamente cobriu a menina com a capa e a abraçando, usando essa desculpa para sentir o calor da menina de novo.


Eles andam um pouco para chegar até a floresta. E de lá pegam uma trilha quase invisível para uma clareira perto do lago escondida da visão do castelo pelas árvores. 


- Acho que aqui está bom. – disse Harry tirando a capa deles.


- Não sabia que tinha isso aqui. – disse a ruiva. – você conhece bem o castelo.


Ele corou ao lembrar o que ele já fez com esse conhecimento.


- Acho que vamos precisar disso. – disse Harry tirando uma cesta miniatura do bolso. – passei na cozinha de novo.


Ele conjurou uma toalha para eles, e se sentou encostado em uma árvore. Gina não perdeu tempo e se sentou ao seu lado e encostou as costas no peito dele, gesto apreciado pelo moreno.


 


Harry e Gina não foram os únicos que decidiram dar um passeio pela floresta e chegaram ao lago. Tiago e Lilian aproveitaram um horário comum sem aulas e também foram procurar a paz daquele pedaço de Hogwarts, se sentaram em uma margem oposta ao dos jovens. Alem de um centauro que sentiu que tinha que estar ali, naquele dia.

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