Revendo Pessoas



Hermione passara alguns longos minutos pensando na melhor forma de chegar em Hogwarts, e visto que o confortável e prático trem que costumava deixá-la seguramente na escola era apenas para alunos e ela não tinha mais a licença para aparatar (que tinha que ser anualmente renovada) e nem tampouco possuía nenhuma reserva de pó-de-flu, concluiu que o único meio de transporte que ela poderia utilizar era o nôitibus andante. Ela lembrava-se que Harry já tinha feito uso dele uma vez e que para pegá-lo bastava estender a varinha. Mas antes ela tinha que encontrar a varinha...


Procurou por muitos armários até finalmente localizá-la, lembrava-se que quando deixou a comunidade bruxa tinha decidido queimá-la, mas isso não foi possível porque ela permaneceu intacta quando exposta ao fogo. “Talvez aquele velho vendedor prevesse que eu ia tentar me desfazer dela e então escolheu uma bem resistente para mim” – pensou fazendo reverencia ao senhor Olivaras, que possuía uma loja no Beco Diagonal, quando finalmente encontrou a bela varinha.


Então arrumou as malas e foi dormir ainda admirando o belo anel que reluzia em seu dedo, dormiu feliz e acordou ainda de madrugada, tomou café e foi para a rua temerosa que alguém a visse entrando no ônibus indiscreto. Da calçada, pegou a varinha da bolsa e olhou muitas vezes a sua volta antes de levantá-la pouquíssimo. “Isso não ta funcionando!” – pensou levantando a varinha um pouco mais e sacudindo-a muito discretamente “Ah não acredito! Será que desativaram isso?” – irritada, levantou bem alto a varinha e a sacudiu de modo veloz. Um homem que passava pelo outro lado da calçada a olhou intrigado.


“Oi seu O´Donnel, como vai?” – cumprimentou tentando soar normal – Incrível a quantidade de mosquitos desse bairro né?!” – disfarçou como se estivesse espantando insetos apenas. O senhor concordou e continuou seu caminho. Aliviada a garota acabou nem notando que o ônibus acabara de surgir em sua frente.


Após cumprimentar o maquinista e o outro funcionário a garota avisou que estava indo para Hogwarts. Lá dentro passou momentos de medo devido a velocidade incrível que aquela coisa andante atingia. Assim que desceu agradeceu há alguns santos por ainda estar viva.


Parou em frente ao portão principal do castelo: “Caramba, isso está simplesmente igual” – por alguns instantes não conseguiu se locomover, apenas fitava o castelo com todo o saudosismo que aquele momento pedia. Lembrou-se de quando vislumbrara aquilo pela primeira vez, e por todas as outras vezes. Sempre admirara o colégio. Sempre se orgulhara de ser uma estudante daquela instituição. Nunca nem sonhara em abandonar tudo. Jamais. Nem quando as coisas pareciam não ter solução. Nem quando estava completamente sozinha e sem amigos durante seu primeiro ano. Tentou se lembrar quando tudo havia mudado quando uma voz familiar cortou todos os seus pensamentos.


“Mas se não é Hermione Granger!” – era ele? Meu Deus, claro que era ele! Dois metros e um sorriso amigável, ninguém menos que Hagrid! – “Eu sempre soube que você voltaria, garota!”. – ele disse abraçando-a, coisa que a deixou sem ar por alguns instantes.


“Ah Hagrid que saudades! Mas eu não estou de volta não. Só quero pôr em dia uma documentação e voltar o mais rápido possível pra casa”.


“Você costumava chamar isso aqui de casa, Mione”.


Mione! Há quanto tempo ninguém a chamava assim! Ela apenas sorriu “Minha casa nunca mais vai ser esse lugar, Hagrid! Mas então, eu gostaria de falar com o professor Dumbledore”.


“Acredito que isso seja impossível”. – disse o grandalhão mudando de expressão bruscamente, para uma bem mais triste.


“Eu tenho que marcar hora?”.


“Não Mione, o professor Dumbledore faleceu há três anos”.


“Ah, não acredito!” – Hermione jamais pensara que Dumbledore poderia algum dia morrer, ficou tristíssima. Era como se parte de suas memórias morressem junto. Dumbledore sempre lhe aspirou confiança e até mesmo um certo paternalismo, e agora estava morto, e ela nem estivera presente em seu enterro... “Eu queria ter sabido disso antes”. – disse comovida.


“Não tínhamos como contar... Você sumiu...”.


“Ah, claro que não tinham...” – Hermione sabia que ninguém fazia idéia de onde ela estava, só sabiam que ela vivia entre os trouxas. – “Mas quem é o diretor de Hogwarts agora?”.


“É o professor Snape. Quando Dumbledore faleceu, ele era o único capaz de assumir o cargo. Confesso que apesar de ser antipático o narigudo vem fazendo uma boa administração”.


“Imagino que ele não seja muito popular entre os alunos. Mas por que a professora Minerva não assumiu o cargo?”.


“Minerva não quis assumir. Bom é uma longa história” – Hagrid limitou-se a dizer – “Vamos Mione, eu te acompanho até a sala do diretor”.


“Muito obrigada”.


Hermione e Hagrid foram conversando o caminho todo, quando finalmente ele a deixou na sala de espera prometendo que Snape a atenderia em instantes, ela agradeceu e esperou cerca de dez minutos até ser chamado por um Snape idêntico ao do que ela se lembrava, com exceção de alguns cabelos brancos que começavam a surgir e que o deixavam com uma cara menos intimidante.


“Pois quem é vivo sempre aparece!”.


“Ola senhor diretor, como vai?”.


“Granger, eu nunca fui simpático com você, não tem porque fingirmos sermos amigos de longa data que se reencontram, seja direta e diga o que você quer”.


“Certo, vejo que o senhor continua o mesmo intragável de sempre. Pois bem, eu só quero o meu diploma”.


“Aquele que você não vaio receber na festa de formatura? Sabia que nenhum outro aluno já fez isso antes?”.


“Eu li Hogwarts: Uma História. Não há nada sobre esse colégio que eu não saiba”.


“Pois bem. Foi lamentável o que a senhora fez”. – disse ele a irritando, pois o que ela menos precisava naquele momento era de uma lição de moral, ignorou a frase para apenas corrigi-lo:


“Senhorita”.


“Que seja. Mas o seu diploma não se encontra mais aqui”. – disse como se sorrise por dentro e pensasse “Bem feito!” – talvez ele realmente tivesse pensado isso...


“Não? Então onde ele se encontra?”.


“Como você pretende que eu saiba?”.


“Bom, então eu preciso de uma cópia”.


“Não estamos no seu mundinho trouxa, Granger. Não tem cópia nenhuma”.


“Mas eu preciso desse diploma”.


“Que o tivesse vindo buscar seis anos atrás. É meio tarde agora”.


“Não é possível que não haja uma cópia”.


“Acho que estamos conversados. A senhorita poderia se retirar?”.


A contragosto, Hermione deixou a sala com toda a raiva que sempre sentira de Snape revigorada. Ele sempre fora e sempre seria um grosso! Enquanto fazia o caminho de volta ao portão por onde entrara passou em frente à sala dos professores, decidiu entrar para rever a professora Minerva, afinal ela sempre a admirara e queria rever a professora. Bateu na porta e recebeu um “Entre” em resposta.


"Hermione Granger?!” – a professora disse com uma voz mista de surpresa e emoção, levantou-se para abraçar a garota – “ Meu Deus, quanto tempo, menina!”.


“Muito tempo professora! Como vai a senhora?”.


“Bem, e você o que te trouxe para cá depois de tanto tempo, menina?”.


“Ah, precisava pegar o meu diploma, mas pelo visto ele nem se encontra mais aqui. E Snape fez questão de não tentar encontrá-lo também”.


“Snape não é um dos mais bem quistos diretores por aqui, Hermione... Mas me conte! O que você fez depois de deixar Hogwarts?” – Hermione contou a professora, resumidamente que fizera faculdade, se formara, trabalhava numa firma importante, fora recentemente promovida e ia se casar em breve. – “E como estão as coisas por aqui?”.


“Estão bem melhores do que quando você nos deixou, Hermione. A guerra foi ganha meses depois da sua partida apesar de ter deixado várias vítimas fatais... Desde então a vida aqui voltou a ser muito mais calma”.


“Vítimas fatais?”.


“Não, isso não inclui nem Harry nem Rony. Aliás, por pouco não inclui Harry, ele ficou em coma por quase dois meses depois da batalha final, mas como dizia Dumbledore o garoto é mais forte do que a gente esperava” – Hermione instintivamente suspirou aliviada – Mas infelizmente Remo Lupin, George Weasley e Neville não tiveram a sorte de saírem vivos.


“Ah, não acredito! Nossa, isso me deixou realmente triste” – lamentou Hermione horrorizada, saber da morte daquelas pessoas a estava deixando inconsolável – “Tudo isso foi tão horrível”.


“Você sabe o quanto. E depois que você se foi as coisas continuaram tão ruins quanto estavam, por sorte durou mais pouco tempo”.


“Bem professora foi um prazer conversar com a senhora, mas eu preciso ir”.


“O prazer foi todo meu Hermione. Fico contente que você tenha continuado tão bem sua vida e que esteja tão satisfeita. Eu reparei na beleza dessa sua aliança!” – Hermione sorriu e se despediu da professora, quando estava abrindo a porta para deixar a sala, a professora a chamou, ela olhou e ouviu o seguinte:


“Bem, acho que você devia saber... O Harry pegou seu diploma na noite de formatura, aparentemente quis levar como recordação. Ninguém imaginou que algum dia você voltaria para buscá-lo...”.


“Ah! Muito obrigada pela informação professora! Muito abrigada mesmo!”.


Depois de falar com Minerva, Hermione foi até a cabana de Hagrid despedir-se dele e também perguntar se ele sabia onde encontrar Harry, o guarda-caça respondeu negativamente. “Harry não tem residência fixa, vive viajando a trabalho e quase nunca está por aqui, fora que ele desistiu de ter uma única casa por causa dos repórteres que ficam o perseguindo”. Hermione lembrou da aversão de Harry por invasão de intimidade, tão diferente de John... Ela aproveitou para perguntar se ele conhecia algum meio de transporte mais confortável que o nôitibus para que ela fosse até o beco diagonal. Como não existia nenhum, ela sofreu novamente com aquele ônibus desagradável.


Hospedou-se num hotelzinho localizado no Beco Diagonal, afinal, ainda teria que localizar Harry e isso poderia demorar mais do que o previsto, depois foi até um restaurante para almoçar.


“Meu Deus, é o Rony!” – ela notou que o amigo estava saindo do restaurante, se dirigiu até ele – “Rony!” – chamou-o.


“Nossa! É você mesma! Hermione quanto tempo!” – Rony disse alegremente antes de se levantar e dar um abraço na amiga. – “Mas o que te traz aqui?”.


“Na verdade é assunto profissional, preciso pegar meu diploma, coisa que está difícil”.


“Ah, você não deve ter obtido sucesso com o seboso né?” – disse Rony, fazendo alusão a Snape - “ Não sei porque colocaram aquele infeliz como diretor! Só temo pelo Juninho...”.


“Juninho?”.


“Ah, meu filho!” – disse Rony aumentando o sorriso no rosto – “Já sei! Você vem jantar com a gente hoje a noite! Todos da minha família vão adorar te rever”.


“Ah que é isso, Rony! Não quero causar trabalho pra vocês”.


“Não ouse recusar meu convite, Hermione! Sabe-se lá mais quanto tempo você vai ficar sumida, melhor matar as saudades agora!”.


“Ah Rony, então eu vou sim!”.


“Ótimo! Agora eu infelizmente preciso voltar ao trabalho. Apareça lá em casa por volta das oito”.


“Pode deixar!” – ela afirmou já lamentando ter que pegar o nôitibus mais tarde. Despediu-se do amigo e voltou ao hotel, onde passou algumas horas tentando inutilmente fazer o seu celular obter sinal.


“Mas será possível que nessa droga de lugar não tem sinal pra telefone celular?!” – berrou irritada. Então decidiu dar uma volta e ver como estavam as coisas. Passou por várias lojas, inclusive nas que costumava comprar material escolar. “Mas os livros daqui estão interessantíssimos!” – lamentou não ter dinheiro bruxo e foi imediatamente a gringotes efetuar a troca. Assim que retornou, entrou em algumas lojas e comprou livros diversos, um sobre feitiços recém descobertos “Não que eu pretenda voltar para cá algum dia, é só que eu gosto de me manter atualizada sempre”, um sobre magia de defesa avançada “Que culpa eu tenho de me viciar sobre esse assunto depois da guerra que enfrentei?”, um sobre trouxas “É bom saber como os magos nos vêem” e por fim um sobre Harry Potter “Não que eu ainda sinta qualquer tipo de coisa sobre ele, não nem de leve, é só que... Bem... Ah, eu não posso ter interesse sobre a vida do meu ex melhor amigo?” – Comprou os quatro livros e foi para o hotel, afinal ainda tinha uma tarde inteira sem nada pra fazer e a leitura a distrairia.


Olhou para os quatro livros, leu os prefácios e decidiu começar pela biografia de Harry Potter, “Não que isso me interesse mais que os assuntos dos demais livros, é só que... Bem, eu preciso começar por um deles...” – Ela pulou as partes que contavam infância e pré-adolescência pois já sabia tudo sobre isso, foi para a parte que narrava o sexto ano do garoto em Hogwarts, pois foi nesse período que começaram a namorar, queria ver se a tinham citado...


“Aos 16 anos, Harry assume publicamente seu primeiro namoro, que mais tarde seria também sua primeira desilusão amorosa, a pretendente é sua melhor amiga, Hermione Granger, uma nascida trouxa descrita como muito inteligente. A garota o deixou dois anos depois sem dar grandes explicações. Harry nunca confirmou, mas pessoas de seu convívio afirmam que ele ficou inconsolável chegando até mesmo em pensar em abandonar a guerra. Desde então, talvez pelo choque emocional, Harry não mais assumiu publicamente nenhum romance. Apesar de já ter sido flagrado com Virgínia Weasley algumas vezes e boatos sobre um romance entre ambos circularem livremente. Também já foi visto e fotografado ao lado de outras mulheres, mas como já foi dito, não assumiu ter nada com nenhuma delas, também porque evita ao Maximo dar declarações para a imprensa”.


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“Hermione, querida!” – disse a senhora Weasley quando abriu a porta segundos antes de abraçá-la tão forte que Hermione chegou a sentir uma certa melancolia por ter abandonado aquele mundo – “Quando Rony me disse que você seria a convidada do jantar eu juro que não acreditei! Mas quando ele finalmente me convenceu que era verdade eu quase chorei de tanta felicidade!” – disse Molly com toda aquela simpatia que Hermione recordava. “Mas você está linda!”


“Obrigada senhora Weasley, eu também estava com saudades da senhora e de todos da família” – disse a garota ainda na porta.


“Molly, por favor, faça Hermione entrar!” – disse Arthur Weasley, assim que Hermione o fez foi a vez dele de abraçá-la e dizer o quanto sentia saudades dela.


“Mione! Eu quase não acreditei quando Rony me disse que você tinha voltado!” – disse Gina empolgada abraçando a garota também, “Falsa!” – pensou Hermione meio sem saber porquê.


“Hermione, acho que você se lembra da Luna né?” – disse Rony ao lado de uma mulher bonita apesar da cara de espantada, Hermione a reconheceu no ato e fez que sim com a cabeça – Então, nos casamos. Esse é o Júnior, nosso filho. – Rony mostrou um pequeno garotinho ruivo que devia ter uns quatro anos, Hermione cumprimentou a todos e depois disse sinceramente:


“Ah Rony, sua família é linda!” – estava feliz pelo amigo. Jamais imaginara que Rony seria o primeiro do trio a casar, ele sempre fora o menos responsável. Hermione chegou a pensar que Rony nunca seria capaz de assumir compromissos sérios. Sentiu que aquela era a prova que ela nem sempre estava certa sobre tudo.


Enquanto os Weasleys acabavam de pôs a mesa – não deixaram-na ajudar - ficou observando a casa e notando que pouca coisa havia mudado desde a ultima vez que lá estivera. Hermione sempre achou fascinante a residência Weasley. Enquanto olhava tudo, instintivamente lançou um olhar de esguia para a mão de Gina em busca de algum tipo de anel indicativo de compromisso, não encontrou nenhum “Menos mal” – pensou, “Não que eu me importe que ela e Harry estejam namorando, é só que eu acho que eles não combinam”.


“Vamos jantar” – disse a senhora Weasley e todos foram para a mesa, a comida estava ótima e Hermione não deixou de elogiar cada prato – foram três.


“Mas então Hermione, querida, Rony me disse que você voltou para buscar seu diploma, é verdade?” – foi a senhora Weasley quem puxou o assunto.


“Ah é sim, eu preciso dele no meu trabalho, é importante... Mas parece que está com o Harry e eu não faço idéia de como localizá-lo”.


“Acredite, é difícil até para nós, Harry está sempre viajando” – disse Rony.


“Mas ele está pra voltar, só não sei aonde vai se hospedar dessa vez” – informou Gina enquanto Hermione a fitava sem conseguir segurar uma raiva crescente “Então ela sabe onde ele está!” – pensou irritada, antes que pudesse se conter, perguntou:


“Gina, eu soube que você e Harry estão juntos, é verdade?”. – justificou-se mentalmente, como sempre: “Não que eu me importe, é só curiosidade, mesmo”.


“Ah claro que não! Faz mais de quatro anos que terminamos, só porque continuamos a nos falar os tablóides ficam anunciando que a gente reatou, mas não acredite, viu!” – ao ouvir aquilo passou toda a raiva que Hermione antes sentia involuntariamente pela garota, até deu-lhe um sorriso. Bem nessa hora, o celular de Hermione começou a tocar.


“Que diabos é isso?” – perguntou Luna assustada por causa do barulho, ou talvez não tivesse assustada e fosse só a cara normal dela...


“Ah, é o meu celular, gente, esse é o primeiro lugar que eu acho nas redondezas onde ele tem sinal!” – disse a garota que pediu licença e foi atender a ligação – “Oi amor! Eu estou na casa de um amigo dos tempos de escola... Não, eu não volto amanhã... Acho que vai levar mais tempo do que o previsto, eu te ligo depois, a bateria está acabando, é quase impossível achar sinal por aqui! Também te amo! Beijo!”


Quando voltou para a mesa notou os olhos enormes do senhor Weasley “Isso é um daqueles celulites?” – perguntou interessadíssimo – “Sabe o que é, a tecnologia trouxa sempre me surpreende!”.


“É, um celular, senhor Weasley. É um aparelho bem prático. O senhor gostaria de ver?” – ele afirmou que sim e se divertiu enquanto Hermione explicava resumidamente como aquilo funcionava, ele acabou assumindo que pusera um sistema na casa que permitia o funcionamento de celulares.


“Por favor, Arthur, deixe Hermione em paz” – pediu a senhora Weasley – “Essa sua curiosidade sobre trouxas irrita qualquer um”.


Hermione sorriu, as brigas deles sempre foram engraçadas. Assim que acabaram de jantar, foram todos para a sala conversar.


“Hermione, eu não pude deixar de notar esse belo anel no seu dedo” – disse Gina sorrindo, Hermione só então lembrou-se do anel, estava começando a se acostumar com o peso dele.


“Ah, eu ganhei ele ontem! Estou noiva!”.


“Opa! Festa a vista” – disse Rony empolgado, fazendo Hermione fechar a cara, afinal não pretendia convidar nenhum deles, Molly percebeu:


“Ora deixa de ser idiota Rony, é obvio que Hermione não nos convidaria. E nem tem porque... Não conhecemos o noivo, não fazemos parte da nova vida dela”.


Hermione não respondeu nada, estava muito constrangida, a sorte foi que Gina mudou de assunto – coisa que a deixou muito aliviada – “E aí Mione, você fica quanto tempo por aqui?”.


“Bem, até eu conseguir meu diploma” – disse a garota. – “E isso não pode demorar mais de uma semana, por que é o tempo que eu tenho de férias”.


“Então você fica até encontrar o Harry” – disse Rony, ao ouvir aquilo Hermione se deu conta de que teria que rever Harry de alguma forma. Não sabia estava pronta para isso.


“É acho que sim” – ela disse apenas.


“Se você quiser a gente fala pra ele, o Harry sempre aparece por aqui depois que conclui as missões”. – disse o senhor Weasley.
“Ah, por favor!” – ela disse, a curiosidade dela induziu outra pergunta – “Seria demais se eu perguntasse em que ele trabalha?”. " Ele é como um espião. Algo que lhe custa muito tempo, posso te garantir”.- informou Gina “Ela de novo!” pensou Hermione irritada com o quanto da vida dele ela sabia – “Alias, Mione, fale em que hotel você está para que a gente possa avisar ele”.
Ela informou o nome do hotel e depois de mais uma hora de conversa mais ou menos decidiu ir embora, dessa vez não precisou do nôitibus, pois o senhor Weasley, generoso, abriu uma chave de portal para a garota.
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Incrível como viajar via chave de portal era o melhor e mais rápido meio de transporte, chegou no hotel em segundos e totalmente livre de cansaço e dor de cabeça. Adentrou o edifício louca para subir as escadas e dormir um pouco, estava muito cansada e sabia que o dia seguinte reservaria emoções fortes – rever Harry traria uma conseqüência imprevisível, ela sabia disso. Parou na recepção para pegar a chave do quarto.
“Eu quero a chave do 301, por favor” – pediu notando que um dos rapazes estava indo lá para fora, provavelmente algum hospede noturno estava de chegada, não deu grande importância para isso. Pegou e chave e se virou com o intuito de ir para o quarto.
“Obrigado, Arnold!” – ouviu uma voz familiar dizer – “Quero o quarto de sempre, se for possível. Eu assino a papelada amanhã, estou cansado demais hoje!”. – ela automaticamente virou para certificar-se do óbvio, era ele. Claro que era ele. Ela reconheceria aquela voz em qualquer outro lugar. Aquela voz era inconfundível. Era linda! Era a voz que ela ainda conseguia ouvir dentro de sua cabeça dizendo “Eu te amo” sempre que quisesse, ainda que as vezes que quisesse tivessem se reduzido muito no ultimo ano... Ela estava diante de Harry Potter.
“Certo senhor Potter, as suas coisas já estão indo pro 302” – falou o empregado gentilmente, mas não obteve resposta... O rapaz já tinha notado a presença dela... Os dois estavam se encarando. Não tinham idéia do que dizer e nem muito menos coragem de desviar o olhar...

Comenta ae pessoal vai num custa nada!!!

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