Tudo Como Sempre Foi



Aula de Trato da Criaturas Mágicas, com a Corvinal. Eles estavam cuidando de vermilhóides, que eram vermes maiores, porém curtos e, segundo o que a professora falou, deveriam ficar gordos e verdes até o final da aula. Era o resultado esperado depois de “entupí-los” de alface.

Sirius achava graça ao observar que Angelina estava com problemas com o seu verme. Cada vez que ele mordia a alface ela tinha ânsia. E fora isso outro “agravante” para a cena era o fato de ela estar com os cabelos estranhamente presos: seu cabelo, que eram de longas madeixas com vários tons de louro, estava partido ao meio e presos em dois rabos, um de cada lado, no entanto ao descer seu olhar pelas mechas (que eram muito compridas) Sirius percebeu que elas se uniam mais abaixo e um laço azul as prendiam. De repente então, ele foi de impulso ajudá-la.

_ Oi!

_ Oi! - Disse ela, tendo mais uma vez ânsia.

_ Problemas com a sua criatura mágica?

_ Você está brincando, né?! Olha só para isso, da para ver a digestão da alface através dele. – E dizendo isso ela levou a mão à boca mais uma vez.

Vendo isso Sirius tomou a alface de sua mão e começou a puxar papo.

_ E então, como você se sente? – Ele perguntou.

_ O estômago está meio embrulhado, mas desde que eu não olhe pra essa coisa... – E ela olhou e teve mais uma vez ânsia, e a cada um desses impulsos sua franja soltava-se um pouco mais, escorregando com elegância até seus olhos castanho-esverdeados.

_ Eu me referia ao incidente do pó de borboleta! – Disse ele sorrindo ao observá-la.

_ Ah, sim! Claro... – Ela corou levemente, empurrando a franja para trás da orelha. – Estou bem já. Falei para o Denis que se ele quiser me matar deve ser mais discreto da próxima vez, e utilizar algo mais forte!

Sirius riu. Nesse instante, na outra extremidade da turma de alunos Lílian apontou para os dois e Remo e Tiago se viraram para olhá-los, com sorrisos marotos nos rostos.

_ E por que você acha que ele queria te matar?

_ Sei lá... Preciso te confessar uma coisa na verdade! – E dizendo isso ela o chamou para perto com o dedo indicador, e mais uma vez teve que jogar a franja para trás. Esse gesto o fez pensar que esses “escorregões” a irritavam levemente.

Quando ele se aproximou pode sentir a respiração dela, e o cheiro de seus cabelos. Ela não usava nenhum perfume e ele achou isso particularmente maravilhoso, pois sua pele e cabelos exalavam um cheiro natural esplêndido. A sensação que ele teve por esse um minuto lhe deu um enorme frio na espinha.

_ Ás vezes, eu percebo que as pessoas têm sentimentos por mim que eu não sei explicar! – Sussurrou ela ao pé do seu ouvido, em tom grave.

Quando ele voltou (com relutância) a posição normal, se deparou com ela sorrindo largamente e os dois riram.

_ Talvez eu conheça alguém assim. – Disse ele.

_ Verdade? E quem é? – Disse ela fingindo ignorância.

_ O Remo...

Os dois riram novamente.

_ Não... Eu nutro um sentimento não correspondido por você. Por isso acho que você não deve me compreender! – Disse ele rindo marotamente.

_ E por que você acha que não o compreendo?

_ Mas eu já te disse... Porque você não me corresponde!

Ela sorriu.

_ Sabe o que eu não entendo às vezes também? – Disse ela parecendo por fim ao teatrinho de provocações dos dois.

_ O quê? – Indagou ele curioso.

_ Você...

_ Mas eu sou um livro aberto para você, meu Anjo. – Ele disse essa ultima palavra desviando o olhar dela, tentando amenizar o que ele achava que veria a seguir. Por um triz ele achou que tinha escapado de dar explicações á ela sobre as últimas semanas.

_ Primeiro: eu já disse que vai levar mais 4 anos para você poder me chamar assim...

_ Me desculpe, Angelina! – Disse ele sorrindo, encabulado.

_ Segundo: não, você não é!

_ Pois então, o que você quer saber de mim? – Ele relutou para poder falar estas palavras.

_ Por que... – Ela fez uma pausa parecendo considerar se deveria ou não fazer algo. - Você me trata diferente das outras garotas?

_ Han?! – Seu coração dava pulos de felicidade.

_ Pois é, Sr. Black. Eu posso dizer que conheço muitas garotas que cederam aos seus charmes.

_ Então você fez uma pesquisa?

_ Sem graça! – Disse ela fazendo cara de frustrada. – Não, mas as garotas falam, principalmente no banheiro!

Ele começou a ter um ataque de risos.

_ E o que elas dizem de mim no banheiro? – Disse ele ainda rindo já quase a chorar.

_ Dizem que você xaveca um tempinho, mas o essencial é quando você as joga na parede e arranca aquele beijo inesperado.

_ E elas simulam isso? – Disse ele que desatou a rir novamente.

_ Sirius, isto é sério! – Disse ela rindo da situação também.

_ Hum... – Fez ele se contendo. – E você quer que eu faça isso com você também? Sem problemas, pena que estamos ao ar livre, mas ao entrarmos no Hall do castelo... Primeira coisa a se fazer: te jogar na parede!

_ Para! – Disse ela rindo e o empurrando de leve. – É sério! E não! Eu não quero que você faça isso comigo até porque eu imagino que você queira ter filhos um dia, e se você o fizer digamos que, além de uma esposa não satisfeita... Nada de herdeiros!

_ Nossa, vai levar pro lado pessoal?

_ CLARO! – Ela falou isso tão alto que chamou a atenção de quase todos que estavam presentes, o que a fez corar. – Mas então... – Continuou vários tons mais baixo. – Por quê?

_ Por que eu estou levando tanto tempo te xavecando só?

_ Uhum...

_ Mas eu já não te disse que você é especial? Já não te disse que só você não me leva a sério, mas que eu te levo e muito? Eu simplesmente acho que você vale à pena, ué?! – Disse ele displicente.

_ Hum... – Fez ela, num tom meio descrente. – Valho á pena, é?!

_ É, talvez, quem sabe, se você finalmente ceder aos meus encantos – E falando isso ele fez uma careta que a fez rir. – e daí, talvez, a gente possa ficar junto até uma semana. Seria meu mais novo recorde, o que você acha?

_ Seu cretino...- Disse ela baixinho, rindo muito.

E eles ficaram um tempo rindo. Nesse momento a professora perguntou:

_ Vocês já terminaram o trabalho com o vermilhóide?

Angelina gelou na hora, tinha até parado de alimentar o seu, mas quando a professora chegou a sua mesa... Seu vermilhóide estava verde e rechonchudo.

_ Lindo trabalho senhorita Houston. Seu vermilhóide vai viver muitos anos ainda. Em compensação o seu Sr. Black... Tomara que o senhor não tenha filhos.

_ Tudo bem, a gente vai providenciar isso logo mais, lá no hall, né?! – Ele cochichou para Angelina que riu.

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