Considero o réu...



O juiz em questão, o qual julgaria Arthur, não lhe era desconhecido. Já havia falado algumas vezes com ele pelo ministério. Eram freqüentes suas visitas ao seu amigo, na ocasião lhe trocava uma ou duas palavras. Jamais poderia ter imaginado que em algum dia seu destino poderia estar nas mãos daquele homem. O mundo era mesmo um pião ambulante. Como todos dizem, dá muitas e muitas voltas, mas ao contrário do pião, ele não para.



Tudo dependeria daquele julgamento. Toda uma vida poderia ir por água abaixo em apenas uma hora. E o que era pior, se fosse julgado culpado sairia dali para Azkaban, sem direito a se despedir, nada.



Sentia que não iria escapar. Era um fio de esperança para um carretel de insegurança.



Estar ali, como se fosse um criminoso, um canalha, safado, depois de tantos anos de dedicação e fidelidade ao ministério, era o cúmulo da ingratidão e da desconfiança. Como se nada pelo qual ele havia passado tivesse contado ou valido a pena.



Todos olhavam para ele. Alguns com desprezo, outros com indiferença e alguns raros com compaixão. Pelo menos o juiz, nem fazia questão de olhá-lo. Apenas, como já era sabido antes, falou:



-Todos presentes. Podemos começar. - e deu uma batida com o martelinho na mesa.



Cada batida, para Arthur, era como se fosse uma sentença de morte. Perfurava-lhe o ouvido, como som fatal.



-Aos senhores presentes - começou ele – Como já sabem, os sentados a minha lateral, poderão ajudar-me no julgamento do senhor Arthur Weasley, porém, a decisão caberá única e exclusivamente a mim.



Ajeitou alguns papeis encima da mesa, provavelmente para anotação, e finalmente começou.



-A que crime está sendo acusado o Senhor Weasley?



Um homem negro, alto e forte, vestido com vestes azul escuro, levantou a voz e falou:



-Está sendo acusado o senhor Arthur Weasley, por cometer graves infrações, fraudes e outros do gênero, no seu setor, Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas, e principalmente pelo crime de sonegar dinheiro em sua conta particular, ou seja, desvio do dinheiro do Ministério da Magia, no dia 28 de novembro deste mesmo ano, ás três horas da tarde.



-Sendo julgado desta maneira, o senhor Weasley tem algo á declarar em sua defesa?



Tendo conversado com o senhor DiGregio no dia anterior, Arthur sabia exatamente o que ele diria e o que deveria dizer. Mesmo assim, Marcos tomou conta da pergunta.



-Meretíssimo! Sendo eu, advogado do senhor Weasley, não vejo fundamento algum na acusação.



-Pode nos explicar?- perguntou o juiz.



-Com toda certeza meretíssimo. Que entre a testemunha.



As portas traseiras do tribunal se abriram, e um homem anormalmente grande, com cabelos crespos e sujos e uma barba curta entrava. O homem era ninguém mais, ninguém menos que Rúbeo Hagrid. Ele se sentou num lugar perto do juiz, para que o processo começasse.



O mesmo homem que falou a acusação de Arthur para o juiz foi até Hagrid. Estes levantaram as mãos, e o gigante começou a repetir tudo que o outro falava.



-Direi apenas a verdade...



-Direi apenas a verdade...



-Nada mais que a verdade...



-Nada mais que a verdade...



-Sem nenhuma mentira...



-Sem nenhuma mentira...



-Sendo fiel a minha honestidade...



-Sendo fiel a minha honestidade...



-E pela minha integridade, alguns sapos de chocolate poderei ganhar.



-E pela minha integridade, alguns sapos de chocolate poderei ganhar.



-Senhor Rúbeo Hagrid - começou Marcos – Onde estava na tarde do dia 28? Mais precisamente ás 3:00 horas?



-Estive numa loja no beco diagonal, comprando algumas coisas para a escola.



-Estava sozinho?



-Não. O Sr. Weasley estava comigo.



-E o que ele havia feito lá para estar com o senhor?



-Ele foi visitar seus filhos, na loja de logros e brincadeira “Gemialidades”, que lá se localiza.



-E em algum momento ele passou no banco Gringotes?



-Não, em momento algum.



-Então o senhor Arthur Weasley tem consigo um álibi.



Um outro homem, muito bem trajado, com vestes cor de vinho, gravata vinho e azul marinho, capa preta e sapatos italianos, devidamente engraxados e reluzentes, se levantou. Sua postura era de um cavalheiro e seus cabelos já tinha alguns fios grisalhos. A sua barba estava feita, e um pulôver marrom ficava entre impecavelmente branca e engomada e a capa preta.



Era o promotor Wildermond, Richard Wildermond. Vinha de uma linhagem nobre de bruxos sangue puro. Na verdade era amigo de Lúcio Malfoy, porém nunca teve envolvimento com magia negra. Desse modo não era amigo de Arthur.



-Objeção, meritíssimo!- falou levantando a mão.



-Concedida - falou o juiz.



-Sr. Hagrid, não é verdade que já esteve envolvido em assuntos criminais duas vezes?



-Bem, eu... - dizia Hagrid tentando se explicar.



-Não é verdade que não tem uma ficha limpa, manchada com uma ida á Azkaban?



-Na verdade...



-Diga apenas, sim ou não.



-Bem... Sim... Mas acontece...- ele disse, mas foi interrompido.



-Meritíssimo, acho que não deve ser considerada a informação dada por este cidadão, devido sua ficha suja...



-Objeção, meritíssimo - falou o Sr. DiGregio.



-Negada.



Deste modo, pôde continuar o Senhor Wildermond com a sua explicação.



-Como dizia eu, devido a sua ficha suja e seu caráter duvidoso. Ele poderia muito bem estar tentando proteger o Senhor Arthur Weasley, os quais mantém um elo de amizade.



-Mantida - exclamou o juiz, permitindo Marcos fazer uma cara de derrota – O senhor Rúbeo Hagrid, favor, queira se retirar.



-Sim meritíssimo - falou o gigante, levantando da cadeira, por pouco sã, e saindo pela porta traseira do lugar do julgamento, mas antes de sair, exclamou ao juiz, o deixando pasmo:



-Que a justiça seja feita. - em seguida, saiu fechando a porta com tanta força, que houve uma pequena tremura no chão, mas felizmente a porta não havia se quebrado.



-Grosso!- exclamou o juiz.



O promotor ajeitou sua gravata e seguiu com o tribunal.



-Peço-lhe licença, para que se chame a testemunha, contra o réu.



-Toda - falou o juiz.



O homem grande e negro exclamou em alta voz.



-Que entre o duende Marlon - falou o homem.



As portas se abriram, e delas, entrou uma criatura pequena e nariguda. Um duende de Gringotes. Entrava cheio de importância, com passos firmes, em seus sapados sujos e furados. As roupas estavam um pouco empoeiradas. Guardava um relógio de bolso de ouro, a perecer apenas por sua corrente a mostra. Seu olhar era frio e superior. Pode-se dizer ameaçador. Como todo duende, parecia mal-humorado e cheio de si. Não cumprimentando o juiz, ele apenas se sentou no seu lugar comodamente.



O grande homem lhe veio, e no mesmo instante, levantou a mão, começando a falar o costumeiro juramente.



-Direi ape...



-Pare com essa baboseira - ordenou autoritariamente o duende Marlon.



-Acontece que...



-Acontece que nada. Eu não disse que vim dar meu testemunho?



-Sim.



-Então, assim o farei. Vá dar uma voltinha pelo Ministério, e pare de me encher a paciência.



O homem saiu de perto do duende mal amado, e voltou ao seu lugar, ao lado do balcão do juiz, e lá ficou durante todo o pronunciamento do duende.



O promotor se levantou se seu lugar, para poder começar a interrogar o duende Marlon.



-Então, senhor Marlon.



-Sim, esse é o meu nome, então vamos logo com isso, que eu não posso ficar papeando o dia intero com vossa senhoria.



-Sim, serei breve.



-Hunf...- bufou ele, num tom de incredulidade.



-Estava trabalhando no dia 28 de novembro, no banco Gringotes ás 3:00 da tarde, correto?



-Sim.



-Pode me dizer, o que presenciou em sua mãos, exatamente a esse horário?



-Sem dúvida. No dia 28, neste horário, chegou nas minhas mãos, um documento, em que seria transferida para conta do senhor Arthur Weasley, uma grande quantia em dinheiro. Acima de 100 galeões. Nele estava sua assinatura. Achei estranho, pois tenho acesso á conta do senhor Weasley, e seu salário não chega a tanto. Também não houve nenhuma noticia de que ele havia ganhado na loteria, mas mesmo assim, a soma em dinheiro foi para sua conta pessoal.



-Obrigado Marlon.



-A testemunha pode se retirar - disse o juiz, fazendo com a mão, um sinal em direção á porta.



-Com satisfação - disse Marlon, indo até a porta, carrancudo, do jeito que havia chegado. Saiu e fechou a porta normalmente.



-Os peritos estão verificando a assinatura no papel de transferência de dinheiro, com as assinaturas dos documentos do senhor Weasley, trazidos por seu advogado - falou o juiz – Enquanto isso dou o direito da palavra ao senhor Arthur, para dizer algo em sua defesa.



Arthur se preparou. Levantou de sua cadeira, e ficou de pé, bem em frente ao juiz.



-Eu só quero dizer que eu não tenho nada a temer. Tudo o que está acontecendo agora comigo, não é nada mais que uma pura armação, feita por alguém que desconheço. Mas muito me impressiona, que todos esses anos de dedicação plena ao Ministério não tenham servido de nada, já que não pude inspirar um mínimo de confiança. Então, mesmo que algo aconteça comigo. Sei que será esclarecido logo. E assim, nunca perdoarei o Ministério, por tentar desgraçar um pai de família, que de todas as suas acusações é completamente inocente.

Isto é tudo o que tenho a dizer. Com sua licença, meritíssimo.



Arthur voltou a sua cadeira, depois de ter podido falar tudo que lhe estava entalado no peito.



Minutos depois, chega ao salão, um homem um pouco velho, de trajes elegantes e segurando uma lente na frente do olho. Pediu licença, e entrou na sala, indo em direção ao juiz. Subiu num balcão um pouco menor que o do juiz, e exclamou em alto e bom som a sua sentença.



-De acordo com a minha análise e a de outros peritos, concluímos com firmeza, que a assinatura presente no papel de transferência de dinheiro, é legitimamente de autoria do senhor Arthur Weasley. E, também, não houve nenhum feitiço de cópia, sofrido pelo papel.



Ele falou e depois se retirou do local. Cabia agora, para finalização, a decisão do juiz.



Arthur, simplesmente, não podia acreditar naquilo. Nunca havia assinado tal coisa. Não conseguia entender, como aquilo tinha acontecido.



O juiz se levanta, juntamente com todas as pessoas para dar a sua sentença.



-De acordo com as testemunhas e com todas as provas apresentadas, com base na assinatura e na história vinda á mim, com o poder a mim investido, eu declaro o senhor Arthur Weasley, culpado de suas acusações, até que se possa provar o contrário, sendo transferido daqui, diretamente, á prisão de Azkaban, onde cumprirá pena, durante oito anos - ele falou, e em seguida, bateu o martelinho na mesa.



-Não! - exclamou Arthur, sendo segurado por seguranças, e arrastado sala afora –Vocês não podem me levar. Eu juro, sou inocente!



Era uma cena deplorável, Arthur sendo arrastado, diante de todos os olhares. Uma humilhação inimaginável e desmerecida, á um homem justo e bondoso, tal qual ele sempre foi.



Ao sair da sala sendo arrastado, pôde a família Weasley o ver. A reação foi a pior: Molly começara a chorar, Rony, Fred e Jorge gritavam “não” de modo altamente audível.



Gina, porém, sempre foi a mais apegada ao pai, e não resistiu de velo sendo arrastado, ministério afora. Quando Arthur já tinha sido levado para baixo. Ela correu, para poder alcançá-lo, não poupando fôlego.



Não esperou chegar o elevador, desceu as escadas. Ao chegar á entrada, saiu e foi para fora. Chegou á fora, onde estavam amontoados fotógrafos de jornais e revistas. A cena que viu a deixou chocada. Seu pai foi jogado numa condução preta, com o feitiço algemus. Ela correu até a condução, e se agarrou ás grades que a fechavam.



-Pai, pai!- gritava, ainda agarrada.



-Não e preocupe, Gina. Te juro. Eu vou voltar.



Ao falar isso, a condução saiu veloz, deixando Gina no chão, chorando, ao ver seu pai partir.





N/A: Este capítulo foi meio curto, mas estou me esforçando para escrever bem. Me desculpem, mas a action ainda vai demorar um pouco para acontecer, e terão que esperar. No próximo cap, Lúcio põe seu plano em prática, e Gina tenta ir á Azkaban. Não percam.



Mandem muitas REVIEWS!!!!!! Eu amo vocês!!!!!!



Antonio Costa Lupin



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