Lágrimas



Capítulo 3-Lágrimas



Na parte bruxa e estranha de Londres, pessoas no mínimo diferente do normal, andavam pelas ruas trajando roupas e vestes normais, porém com uma capa preta sobre elas. Por ser ainda noite, talvez, não era muita gente que andava pelas redondezas.

As casas eram em normal, de porte médio e normal, com dois andares e pequenos jardins. Algumas vassouras nas garagens e luzes acesas, porém, se andarmos mais um pouco, por onde a quantidade de casas diminuía até desaparecer, poderemos ver um muro grande, muito grande, circular, pintado de cinza, com cobras de ferro na parte de cima. As grades eram de cobre e extensas, ocultando um imenso jardim, seguido de uma mansão.

Entrando na mansão, na sala de estar, onde as chamas de uma lareira crepitavam dando um conforto especial ao lugar, podemos ver uma silhueta masculina. O homem sentado era alto, tinha um cabelo comprido como uma cascata de ouro, caindo sobre os largos ombros. O nariz era fino, os olhos azuis. Tinha ao seu lado um cetro preto com uma cabeça de cobra feita de prata. Suas vestes eram verdes escuras e sua capa, preta.

Chegava á sala, neste instante, uma pequena criatura, que andava com passos apressados e desajeitados, quase correndo. Era feio, delgado e narigudo. Tinha grandes orelhas de abano. As roupas eram sujas e surradas. Tinham manchas de molho e de água.

Era um elfo doméstico, que trazia um óculos de leitura e o depositou na mão de Lúcio. Este o pegou, pondo-o em frente aos olhos azuis, e começou a ler o pergaminho, que havia chegado á sua sala a pouco, revelando um sorriso maior a cada palavra que seus olhos bebiam. Seus olhos seguiam de um lado para outro, lendo um pergaminho, e por haver uma coruja no braço da poltrona, parecia ter chegado agora.

Ao final da leitura, ele devolveu os óculos ao elfo, que foi imediatamente os guardar. A este ponto, chegava á sala, Draco Malfoy, seu filho único.

O rapaz, de 18 anos, era como seu pai loiro. Um loiro de cabelos dourados, soltos e curtos, com uma franja caindo sobre os olhos, que como os de sua mãe, eram cinzas; cinzas como um céu diurno nublado e profundo. Pareciam sempre estar ocultando algo, ao mesmo modo como as nuvens nubladas ocultam o sol. Suas vestes eram escuras como as do seu pai.

Descia as escadas com ar superior, pisando com passos firmes e confiantes, sua capa preta arrastando no chão. Chegou até o meio da sala, e de lá mesmo pôde falar com o seu pai, que neste momento, olhava para a varinha misteriosamente alegre.

-Vejo que está contente - disse sarcástico, com seu habitual sorriso irônico.

Lúcio continuou calado, desfrutando da vista de sua varinha. Até que depois de um tempo falou.

-Acabei de receber um pergaminho do ministério - disse jogando-o aos pés de Draco, que o apanhou e começou a ler.

-Arthur Weasley está sendo acusado de fraudes no ministério - ele antecipou, com uma expressão que não se pôde distinguir - Nunca ninguém antes escapou de uma acusação destas no ministério sem sair com uma passagem só de ida a Azkaban.

-O que quer dizer com isso?

-Quero dizer que finalmente poderei ver os Weasleys mais afundados do que já estão. Tudo que sempre quis ver na minha vida. Se ninguém nunca escapou de uma pena, não será diferente com ele. Só de pensar nisso, já me dá água na boca.

Draco fez uma cara de desconfiança e virou-se á Lúcio.

-Por acaso, isto tem dedo seu, meu pai? - perguntou o olhando com um certo cinismo - Isto é o tipo de coisa que com certeza o senhor faria. Na verdade, para mim, não seria surpresa.

Lúcio olhou para Draco com ar ameaçador, mas falou sem alterar sua voz.

-Você, por acaso, está duvidando de minha honestidade e integridade do sangue dos Malfoy?

-Longe de mim; eu só pensei que talvez...

-Você não deve pensar. Só deve ouvir o que penso e ficar quieto.

-Sim pai.

-Mas se é o que você quer saber... Sim. Eu vou tirar proveito da situação. Vou usar isso para humilhar os Weasley ao máximo. Quero que eles beijem os meus pés.

-E como você irá fazer isso? São muito orgulhosos, aqueles ratos. Nunca aceitarão se humilhar a você.

-E uma questão fácil de se responder, Draco. Você que não consegue fazê-lo.

-Se é assim, então, explique-me isto.

-És mesmo inútil, Draco. Não preciso explicar-lhe nada. Basta apenas uma olhada e passará a entender tudo o que digo.

Neste mesmo instante, Lúcio levantou-se da poltrona e retirou do seu cetro, a varinha, que estava encaixada á cabeça de prata de cobra, e deu duas batidas no ar exclamando “momentus revelus”. Jatos de energia verde saltaram da varinha, voando pela sala e depois se concentrando em uma única bola. Nela podia ver se formando um contorno feminino, que, a cada segundo, ia ficando mais claro, até definir-se uma garota ruiva de 17 anos, voando numa vassoura, de noite, pessoa que Draco logo distinguiu ser Gina Weasley, a filha mais nova da família Weasley.

-Essa é Gina Weasley. Mas continuo sem entender o que pretende fazer com ela, pai.

Então ele disse, olhando sonhador para a garota.

-O tempo lhe dirá. Ele lhe dirá.






Gina estava voando sobre as ruas da Londres trouxa, em sua nimbus 2000, a caminho do apartamento onde Harry morava. Seria fácil entrar lá. Sabia que o porteiro sempre saia para jantar neste horário e a portaria estaria livre.

Vista de cima, Londres a noite era uma cidade muito bonita. As pequenas lusinhas das casas davam um charme ás ruas e ao Big Bang. Os carros de pessoas que voltavam para casa após seus trabalhos, exibiam brilhos amarelos e vermelhos pelas estradas.

Viu aproximar-se o prédio em que Harry habitava, e fazendo um feitiço de invisibilidade, desceu com sua vassoura rapidamente e aterrissou no chão, estacionando-a entre as árvores, e voltando ao normal, foi em direção á portaria. Na ponta dos pés passou por ela, e apagou todas as câmeras do prédio, pondo-as ao normal na hora em que entrou no elevador. Apertou para o 9º andar e ficou esperando-o chegar, ouvindo a musiquinha suave que tocava.

Na porta do elevador podia se ver uma placa escrita: sorria, você está sendo filmado. Não se importou muito, pois já tinha subido, mas achou rostinho amarelo que sorria para ela muito idiota.

-Anda logo, vamos - exclamava a toda hora para que o elevador chegasse mais rápido ao destino.

Finalmente, ele para no 9º andar e uma suave voz feminina fala:

-Nono andar.

Gina sai, fechando a porta, e vai a direção ao apartamento de Harry: o 91.

Tenta abrir a porta, porém, estava trancada. Sacou do bolso a sua varinha e exclamou:

-Alorromora - então a porta se abriu devagar.

Gina entrou devagar para não levantar suspeitas e deixou sua bolsa sobre uma poltrona da sala. De lá podia ouvir alguns barulhos, como se fossem gemidos, porém não sabia de onde viam.

-De onde diabos vem isso?

A porta do quarto de Harry estava entreaberta. Ela foi à direção dos barulhos, e descobriu que os barulhos viam exatamente de lá.

Abriu devagar, e a imagem ia se tornando cada vez mais clara. Podia ver uma cabeça, depois um corpo debaixo de um lençol, até que pôde ver a imagem nítida. Harry estava encima de Luna. Estavam transando!

Aquilo estraçalhou o coração de Gina. Seus olhos se encheram de água. Ela caiu de joelhos no chão, praticamente se jogou. Não podia acreditar naquilo que via. Harry, seu grande amor, com Luna Lovegood.

Então Harry viu Gina, ali na sua casa, se enrolou imediatamente no lençol e se levantou, sob o susto.

-Gina, o que você está fazendo aí?

Neste instante, Gina o olhou com profundo ódio e ressentimento. Se levantou e conseguiu falar entre uma lágrima e outra:

-Você é um canalha, Harry. Um canalha!!! - então partiu para cima dele o batendo e gritando “canalha”.

-Você não pode entrar aqui deste jeito. Isto é invasão de domicílio.

-Você que não pôde ter brincado comigo deste jeito para depois me jogar fora - gritava.

-Eu não brinquei com você Gina. O que aconteceu entre agente foi algo passageiro, que acabou por acabar.

-BRINCOU COMIGO!!! Como brincou com a Hermione um dia. Você não presta Harry. É apenas um órfão mimado. Que não sabe o que quer. Que foi acostumado a ser reverenciado por todos e acabou por virar uma pessoa egoísta.

-Gina... - tentou intervir Lua.

-E você cale a boca! E eu que pensava que você fosse minha amiga.

-Mas, Gina...aconteceu...

-Fique quieta, sua vadia!!!

-Você não tem o direito de falar com ela desse jeito.

-Você que não tinha o direito de me enganar assim.

-Gina, você está obcecada. Precisa de ajuda.

-Não seja pretensioso.

-Não é pretensão, mas você está ficando doida!

Aí ele tinha ido longe demais. Gina perdeu a paciência e deu-lhe um tapa na cara.

-Nunca mais dirija a palavra a mim. Vou embora, mas sem derramar uma lágrima sequer; você não as merece.

Dito e feito, Gina foi à sala, recolheu sua bolsa, e foi embora, batendo a porta com toda a força que teve.






Arthur acordou, de repente, numa cela suja e escura, ao lado de um homem grande e tatuado. Nela só havia um beliche sem colchão, um vaso sanitário, uma pia e um espelho. Em frente à cela, havia um policial de prontidão, sentado em frente a uma mesa. Também tinha uma janelinha gradeada.

Levantou-se da cama, olhando para os lados á procura de alguém conhecido, mas nada. Então perguntou ao homem que estava com ele:

-Onde eu estou?

-O que houve? Andou bebendo, é?

-Acho que sim.

Pôde ouvi-lo murmurar baixo um “alcoólatras...” .

-Você está numa prisão de delegacia. Mas num ti preocupa não, irmão. Logo eles devem te soltar.

-Ah... - falou pondo a mão na cabeça – E você? Por que está aqui?

-Eu sou do ramo do roubo, sacou?

-É isso aí que você falou.

Ele se ajeitou melhor na cama, e ficou olhando a lua no céu, até que o homem o interrompeu.

-Ei... Aqueles três cabeças de fogo num são do seu bando, não?

Arthur olhou para fora, e se deparou com Fred, Jorge e Rony, em frente à cela, o olhando. Correu em direção as grades para falar com eles.

-O que vocês estão fazendo aqui?

-Mamãe mandou te procurar - falou Rony – Como você veio parar aqui? Nós te procuramos por toda parte, só fomos te achar agora.

-Eu conto essa história para vocês no caminho, mas agora me tirem daqui, e rápido.

Fred sacou a varinha e executou um alorromora, abrindo assim, a cela. Quando viram isso, o homem e os policiais ficaram pasmos.

-Vocês vão se esquecer disso. - disse Jorge – Obliviate.

Então todos ficaram confusos, sem saber de nada. Eles aproveitaram e saíram.

-Vamos logo.

Saíram os quatro á caminho de casa. Mal sabiam eles que suas vidas iriam mudar drasticamente a partir daquele instante.

N/A: Espero que tenham gostado, e obrigado a todos que me mandaram reviews, continuem mandando, tanto por aqui quanto pelo meu e-mail.
Gostaria de agradecer á minha beta, Nininha, e Anaisa, desculpe-me se a parte da Gina ficou parecida com a sua fic, mas tentei fazer o mais diferente possível.
Até o próximo capítulo.

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