O ex-Lobisomem



Todos arrumaram suas malas e partiram via pó de floo. A casa na praia era quente, perfumada e aconchegante. As meninas foram para seus quartos e os meninos para os deles. Na casa da praia havia dois quarto a mais, portanto Harry e Gina não iriam precisar dividir o quarto. Tiveram de se fazer satisfeitos de não precisarem mais dividir o quarto, mas na mente dos dois, o que eles mais queriam era dividir mesmo e não se incomodavam com isso.
Amaram a praia mais não havia muita gente além deles. Estava vazia para ser um feriado. Havia uma família a mais de um quilometro de distancia e você podia construir uma casa entre as pessoas que nadavam no mar. Mesmo assim era reconfortante o barulho das águas nas pedras da beira da praia. A lua cheia estava chegando. Seria dali 4 dias e Remo já estava ficando deprimido.
Os dias eram todos preenchidos com o divertimento nas águas e esqueciam até da fome. Passavam o dia todo sem comer e nem davam atenção. E Harry e Gina não tinham tempo para pensar na profecia, pois quando iam dormir, estavam tão cansados que capotavam na cama. No outro dia começavam as brincadeiras e a profecia caia no esquecimento de novo. Mas logo o divertimento acabou. A noite de lua cheia seria naquele dia. Remo já acordou indisposto para fazer qualquer coisa a não ser jogar xadrez ou Snap Explosivo. Passava a maior parte do tempo deitado na toalha debaixo do guarda-sol vendo os outros brincarem. Mas é claro que Tonks não o deixava sozinho, ela fazia companhia a ele, mesmo o que o mesmo a mandasse se divertir.
-Tonks eu não posso fazê-la sofrer, você vai ficar preocupada comigo, eu não quero que eu seja motivo para olheiras nos seus olhos, eu não quero que você esteja correndo perigo ao meu lado… - mas ela o cortou
-Remo, em minha opinião você está sendo egoísta. – ele moveu-se para falar algo, mas ela não deixou. – Eu não me importo com o que você pensa. O importante é você esquecer esse problema e tentar ser feliz, pois não vai adiantar você dizer que não serve para mim, se já estamos destinados um pro outro! Quer uma prova? Pergunte ao Harry, tenho inteira confiança nesse garoto.
Remo se calou, não falou mais nada em relação à separação. O que deixou Tonks muito contente. Enquanto isso, havia uma guerrinha na água. Tiago e Sirius eram duas maquinas de jorrar água nas meninas, Harry só não era como eles, porque se segurava para não fazer as três coitadas morrerem afogadas. Mas Gina e Lene era um páreo duro para Tiago e Sirius. Como Lily não jogava muito, pois não tinha tanta força, jogava em Harry, que estava pegando mais leve do que os outros. Tiago tava sofrendo na mão da norinha enquanto Sirius e Lene empatavam na guerra. A água estava pela barriga deles, mas a brincadeira logo teve um fim. Gina teve de repente uma vantagem sobre Tiago, que já estava se cansando, e jogou água na cara dele, fazendo-o cair sentado na areia. Ela o venceu e saiu da água com Harry ao seu encalço. Tiago de levantou sorrindo e abraçou Lily, e também foram se sentar na areia junto com o filho. Sirius e Lene estavam numa batalha cerrada e não se sabia que era o melhor. Até que o casaco bateu em Sirius e ele deixou a água, e Lene logo veio atrás.
-Sirius, nem vem querendo se gabar que não estava afim de ficar na água mais, porque você se cansou e sabe que ninguém me supera.
Sirius permaneceu quieto, mas mandou um olhar fuzilador à garota.
Tiago se pronunciou:
- Acho que um dos seus extra-poderes é não se cansar facilmente, norinha. Puxa, você é melhor que o Sirius em requisitos de liderança!
Lily revirou os olhos e disse marota:
-Quanto apelido, Tiago! Ruivinha, norinha, Leninha, você não se cansa não? Será que é tão fácil para você arranjar apelido pros outros? Acho que precisamos arranjar um apelido para você também… - Tiago olhou-a maroto com um olhar meio questionador. –Será que você aprova. Sirius? - o menino a olhou com interesse. –Veadinho? Cervinho? Chifrudinho? Qual seria o melhor? – Sirius deu uma gargalhada que mais parecia latidos. Tiago emburrou e disse para Lily com cara de abandonado.
-Poxa Lils, com todas as pessoas que eu contava tirar sarro de mim, você era a única que eu achava que me defenderia, mas me enganei. Minha própria namorada me chama de chifrudinho, o que eu vou fazer da vida, Merlin?!
Todos riram e voltaram para casa almoçar. Eram três horas da tarde quando terminaram de se alimentar, e decidiram ficar em casa. Logo pelas 6 horas da tarde os meninos iriam sair para a floresta que tinha perto da praia.
Quando os meninos saíram, as meninas ficaram na varanda. A noite estava tão fresca e bonita, que a vontade delas eram estar com os meninos na praia curtindo tal beleza. Mas já eram 9 horas e elas nada podiam fazer, pois eram meninas e era perigoso sair para andar na praia a noite. Se ao menos os meninos estivessem ali… Elas estavam observando as estrelas, quietas, cada uma com seus pensamentos, até que passou uma estrela cadente. As três viram e fizeram os pedidos ao mesmo tempo. Lily, Lene, Gina e Tonks pediram, respectivamente.
“Queria que Tiago estivesse aqui comigo… e que chegasse sem nenhum arranhãozinho, ele é tão bonito para ficar todo machucado… tadinho…”
“Queria não amar o Black, ou ele poderia ser um garoto com Harry ou Tiago, que fazem de tudo para agradar a menina que ama…”
“Queria poder sair dessa missão logo e voltar pro futuro, me casar com Harry…”
“Queria que essa maldição de remo acabasse hoje e nunca mais ele voltasse a ser um lobisomem…”
Mas a estrela cadente só resolveu atender um pedido aquela noite…


Os meninos saíram da casa e foram direto a floresta perto da casa da praia. Entraram e se embrenharam fundo na floresta e só foram parar em uma clareira onde tinha apenas árvores a volta deles e as arvores eram tão juntas que era impossível deles saírem de lá como animais.
Não demorou mais de 10 minutos para Remo começar a se transformar. Os olhos começaram a ficar amarelos e ele começou a ficar corcunda. Após mais 10 minutos, ele já era um lobisomem adulto com um cão e um cervo ao seu encalço. Mas o impossível aconteceu. Remo conseguiu sair por uma brecha entre duas arvores. Os meninos, principalmente Tiago, eram maiores que um lobisomem, tiveram que voltar ao normal e passar entre as arvores como humanos. Depois se transformaram em animais de novo. Nesse meio tempo Remo já estava longe, mas mesmo assim, eles conseguiram alcançar o bicho.
Ouviram um uivo não muito distante. Tiveram certeza que não era Remo, porque ele estava apenas três metros à frente deles. Ouvindo o uivo, Remo mudou de direção. Os meninos o seguiram de perto. Andaram um quilometro procurando, rodando a mini-floresta. Quando encontraram, havia um vulto mais a frente. Remo rosnou. Sirius e Tiago se comunicaram.
“Cara, ou o Remo vai acasalar hoje e a gente vai ter que presenciar essa nojeira, ou vai ter uma briga de território aqui hoje.” – Sirius
“Fico com a 2ª opção” – Tiago.
“Cara, vou ser sincero: Tô com medo” – Sirius
“Concordo, você está com uma cara de cachorro cagão” – Tiago riu, era mais como um relinchinho de cervo.
“Não estou brincando, Potter. Isso vai dar merda!” – Sirius
“Vixi, se é Potter, a coisa é séria. Tô tentando deixar as coisas menos aterrorizantes, Black. Aprenda isso com um Potter, você já devia ter acostumado.” – Tiago.
Eles prestaram mais atenção nos lobisomens. Sim, aquele vulto era outro lobisomem.
Remo se aproximou e olhou nos olhos do outro. Se encararam por um instante até que Remo o reconheceu: Greyback. Fenrir Greyback, aquele que o tornara uma besta igual ao próprio. Greyback reconheceu Remo e soltou um uivo, que era mais parecido com uma risadinha de deboche.
Remo se irritou e partiu para cima do outro lobo. Então começaram uma briga travada.

Greyback estava com uma mínima vantagem sobre Remo, pois este nunca brigara com um da mesma espécie. Greyback já brigara muitas vezes.

Vendo que o inimigo estava com uma porcentagem a mais, Tiago e Sirius foram de encontro com os lobos. De primeira, acharam que não iriam reconhecer e saber quem era quem. Mas Remo era mais jovem e os pêlos dele eram mais assentados. Greyback tinha falhas de pêlos pelo corpo, e eram todos bagunçados, piores que os cabelos de Tiago.
Os dois chegaram e Sirius de uma mordida na barriga de Fenrir. Tiago deu uma patada na cabeça dele, o que deu a Remo uma vantagem. Remo uivou e partiu para cima do infeliz. Socou-lhe uma mordida no pescoço. Fenrir esbugalhou os olhos e soltou um ganido. Remo soltou o uivo mais alto que já dera em sua vida, e aos poucos, conforme Greyback ia definhando, ele ia voltando a ser humano. Já passava da 1 da manha. Então, ali, naquela floresta, Greyback deixou de existir e Remo, de ser um lobisomem.

Quando os meninos tiveram certeza de que Remo era Remo e que não ia mais nascer garras nele e atacá-los, eles voltaram a forma humana.
-Remo, você está bem? – perguntou Sirius.
-Claro, Almofadinhas, acabei de me transformar, nunca poderia estar melhor! – respondeu Remo ironicamente.
-Calma Remo, sabemos que você pode estar chateado, mas queríamos saber se não esta machucado por ter brigado com Greyback. – terminou Tiago.
-Estou bem. Aquela briga não foi nada em comparação ao que eu já sofri até hoje. Mas eu nunca mais vou sofrer assim. Nunca mais.
-Nunca… Mais… Como assim, Remo? – perguntou Sirius – Não me diga que…
-É Sirius, eu nunca mais vou ser um lobisomem. – e deu um grito de alegria, mas foi um grito misturado com riso e euforia. – Matar o lobisomem que te transformou em um, é o único jeito de você se livrar da maldição! Agora eu sou livre… PARA SEMPRE! – e deu berro. Sirius e Tiago se jogaram no amigo para um abraço.
-Vamos voltar, Aluado. As meninas precisam saber da novidade também! – terminou Tiago e depois se juntaram para um abraço coletivo.

Chegaram na casa eram 2 e meia da manha. As meninas estavam na varanda, ainda.
Subiram bem silenciosamente, mas a alegria não deixou. As meninas ouviram que tinha gente na casa e saíram com as varinhas em punho, mas abaixaram quando viram que eram os meninos.
-O que aconteceu? – perguntou Lily, meio preocupada.
-Vocês voltaram cedo meninos… O que houve? –perguntou Lene.
-Cadê o REM o? Não era para vocês estarem lá com ele? – era visível que Tonks era a mais preocupada. Gina estava quieta até então.
Os dois meninos (Sirius e Tiago) estavam andando um ao lado do outro bloqueando a visão para que andava atrás deles. Então eles abriram o caminho e deixaram Remo a visão. As meninas soltaram um grito e correram para abraçar Remo.
Harry estava na biblioteca esse tempo todo, mas saiu de lá correndo quando ouviu o grito da meninas. Quando chegou na sala, encontrou todo mundo abraçado, alguns chorando, outros sorridentes, perguntou:
- O que houve, pessoal?
Então, a história foi contada para as meninas e para Harry.
Com essa boa noticia, eles festejaram a noite toda e foram dormir apenas quando o sol saiu entre o horizonte, mostrando que já amanhecera.




As férias seguiram normalmente. Inclusive nas noites de lua cheia. Remo já não se transformava mais. Apenas gostava de comer carne mal passada, e não ficava de humor muito agradável. Mas fora isso, as férias estavam ótimas. O que estragava, como Sirius dizia, era a Lily querer fazer os deveres de casa logo no começo da semana. Mas seguiram o conselho da ruivinha e fizeram as lições. Até Sirius, um pouco contrariado por si próprio, havia gostado de ter feito a lição logo, pois ficaram livres o resto da folga. Os casais estavam felizes e tudo o que faziam eram juntos. Mas havia um problema: Sirius e Lene. Os joguinhos de sedução não paravam. Mesmo que ela já não agüentasse mais, ela não entregava os pontos. Havia se acostumado com o jeito do menino, que para ela os joguinhos eram rotina do dia-a-dia. O menino já estava ficando maluco. Sonhava com a menina todas as noites, mas o orgulho maroto falava mais alto e não o deixava mostrar apaixonado. Lene estava tranqüila quanto a isso, pois ela sentia as defesas do menino tremerem quando ela se aproximava perigosamente. Mas ela não ia dar o braço a torcer e se dizer, mesmo que para si mesma que estava apaixonada por Sirius Black. Não mesmo. Os dois eram muito orgulhosos. O que impedia ambos de serem felizes, mesmo sem saber.
Mas, tudo o que é bom dura pouco, essas duas semanas voaram como balaços e as mini-férias acabaram.
Voltaram pra escola. Mas logo foram abordados na semana que voltaram.
Depois da aula de Transfigurações, McGonagall pediu para que todos eles ficassem mais, que ela precisava dar umas palavrinhas com eles. Terminando a aula, eles esperaram dentro da sala e logo a professora veio ao encontro deles:
-Quero ser direta no assunto. Houve uma percepção entre os professores e percebemos que há dias, Pettigrew não está comparecendo nas aulas. Seus avós disseram que o menino não está respondendo as correspondências que estão lhe enviando e nós todos sabemos que vocês são amigos do menino. Vocês sabem o que aconteceu com o garoto?
Nenhum deles se atreveu a encarar a professora, mas se encararam entre si, até que Tiago resolveu responder:
-Sabe Minnie, há tempos descobrimos que ele vinha se envolvendo com o lado das trevas. Nós também demos falta dele, mas estávamos deduzindo que ele estivesse bandeando para esse lado, mas ele desapareceu e decidimos não ir atrás, pois ele pode ter sido seqüestrado por esses tais de comersais da morte, ou pode ter sido até mesmo morto. Se fôssemos atrás dele, tenho quase certeza que correríamos perigo.
A professora encarou cada um deles e vendo que eles, evidentemente, pareciam não ter culpa, finalmente falou:
-Estão dispensados. Averiguaremos esse problema. Obrigado.
Saíram sem nem responder a professora e rumaram via Salão Comunal.

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