Um final perfeito para um dia



N/A: Uma pequena notinha de agradecimento. Primeiramente pra minha betinha querida. Diu eu já nem sei com que palavras eu posso agradecer todo o apoio que você vem me dado desde sempre. Um beijão pra você, te adoro miguinha. Outro beijo muito especial vai pra Myra que me deu uma forcinha básica hoje. Valeu gata! E pode deixar que eu não vou me deixar abalar por criticas infundadas e de mau gosto, como a de certas pessoas, nem vale a pena cansar a minha beleza por isso. Hehe! Em fim, um beijo pra todo o povo que vem acompanhando a minha fic. Valeu!!


HARRY POTTER E A FILHA DE FÊNIX

Capitulo 06: Um final perfeito para um dia perfeito

Harry se voltou, então, para o local onde a jovem se encontrava e depois seguiu o seu olhar, e foi aí que ele pode finalmente descobrir não só a causa do pânico de Fleur (como a do assombro dos demais) mas também pode entender de que se tratava o presente que Dumbledore estava falando. Por mais que ainda lhe parecesse irreal que ele pudesse estar ali Harry não pôde mais conter sua emoção e lentamente começou a caminhar até os dois indivíduos que o observava um pouco mais a diante. O primeiro, Harry logo reconheceu como sendo o seu mais querido professor de DCAT , Remo Lupin. Já o segundo, e o qual provavelmente havia causado o espanto na sua amiga francesa, era um enorme cão negro, quase do tamanho de um urso, que com a sua proximidade começou, para o espanto de alguns que assistiam, a se transforma no até então famoso foragido de Azkaban.

- Sirius!

Harry ainda caminhava incrédulo até onde estava o seu padrinho quando sussurrou para si mesmo o nome deste. Sirius por sua vez abriu um enorme sorriso e começou a caminhar de encontro ao afilhado. Quando os dois estavam a apenas um metro de distância Harry repetiu, ainda perplexo:

- Sirius.

- Olá Harry! Desculpe o atraso, mas enfim, feliz aniversário!

Harry piscou algumas vezes ainda tentando acreditar em seus olhos. Voltou-se para os Weasley, mirando a face assustada da maioria deles. Com exceção do Sr e da Sra Weasley, de Gui e Rony, todos os demais estavam boquiabertos, assim como os outros convidados, exceto Hermione e é claro Dumbledore. Fleur tentava se esconder atrás de Gui. Neville estava quase se enfiando em baixo da mesa, provavelmente a lembrança do seu terceiro ano, quando o perigoso fugitivo em questão invadira o seu dormitório para supostamente atacar Harry, ainda estava muito viva em sua memória, assim como na de Dino que parecia tão assustado quanto o colega. As meninas do time imitavam Fleur, se escondendo cada uma atrás de um dos gêmeos Weasley. E para o desgosto de Rony, Olívio parecia pensar que Hermione precisava do mesmo tipo de proteção, pois este se postou diante dela numa visível tentativa de ocultá-la de um perigo eminente. Harry poderia ter rido de toda essa cena, e principalmente da cara do amigo, se a situação fosse outra ou se sua atenção não tivesse parado, nem que só por um momento, na mais nova dos Weasley. Esta, ao contrário dos demais que desconheciam a inocência de seu padrinho, não parecia de forma alguma assustada com a presença deste ali, pelo contrário parecia apenas curiosa e Harry fez uma nota mental para indagar a garota sobre essa sua reação em outra ocasião.

Voltando-se para o padrinho, Harry ainda muito confuso finalmente perguntou.

- Mas... Mas o que você esta fazendo aqui? Você está louco, Sirius? - perguntou exasperado, tomando consciência de o quão aquela visita podia ser perigosa - Se o ministério te descobre!? Se eles te pegam você vai direto para Azkaban, ou pior te entregam aos dementadores...

- Hei, é assim que você me recebe? Pensei que isso aqui fosse uma festa! - Sirius abriu um sorriso displicente, o que só irritou ainda mais Harry.

- Eu to falando sério Sirius, é perigoso!!! - Gritou exaltado.

- Acalme-se Harry! Está tudo bem. - Harry ouviu a bondosa voz de Dumbledore às suas costas e se voltou para ele incrédulo com a calma que o velho diretor ostentava.

- Como quer que eu fique calmo? Será que só eu estou vendo o quanto isso é arriscado?

- Bom, diante das atuais circunstâncias poderia se dizer que sim. - Respondeu o diretor de bom humor.

- Mas do que o senhor está falando?

- Do meu presente. Foi um pouco trabalhoso é verdade, mais no fim consegui ajeitar tudo para agilizar o processo e agora está tudo resolvido.

- Continuo sem entender nada! - Exclamou sentindo uma inexplicável euforia crescendo dentro de si, misturado com uma certa confusão ainda.

- Bom, nisso eu não posso lhe ajudar, acho melhor que o próprio Sirius lhe esclareça as coisas.

Harry voltou-se para Sirius, que ainda o encarava com o mesmo sorriso bobo de antes. Foi então que Harry percebeu que havia um brilho diferente nos olhos tão azuis do padrinho. Ele pode notar que Sirius não parecia em nada com o mesmo homem sofrido e soturno que conhecera, e tão pouco parecia tão abatido quanto da última vez que se viram. Inclusive, Harry percebeu, que Sirius estava muito bem vestido e parecia bastante forte e saudável. Mas o que poderia ter ocorrido para que tal mudança se operasse nele? Isso Harry ainda não sabia.

- Muito bem Sirius, estou esperando. - Dirigiu-se para o padrinho, cruzando os braços, um pouco mal criado. Mais isso tão pouco pareceu abalar a alegria que Sirius esboçava em seu rosto. Pelo contrário, parecia tê-lo deixado apenas mais ansioso, e ao mesmo tempo sem saber por onde começar.

- Bom Harry, o que acontece é que eu... Bem...

- Vamos Almofadinhas! Não deixe Harry ainda mais ansioso, diga logo a ele o que tem a dizer! - Pela primeira vez Harry ouviu Lupin se pronunciar naquela noite, mas não teve tempo para cumprimentá-lo, pois logo Sirius já estava seguindo a orientação do amigo, e despejando tudo o que tinha a dizer de uma só vez para Harry.

- Certo. Harry, lembra-se do convite que eu lhe fiz quando nos conhecemos? - Harry apenas assentiu com a cabeça sentindo seu coração acelerar. E mal fez isso e Sirius continuou - Pois bem, aquele meu convite ainda esta de pé caso lhe interesse, agora que estou livre.

Livre. Harry precisou repetir mentalmente aquela palavra algumas vezes até que ela começasse a realmente fazer sentido para ele. Sirius estava mesmo dizendo o que ele ouvira? Estava livre! Mas como? E isso importava? Então era disso que Dumbledore estava falando. De alguma forma, não importava como, ele havia conseguido provar a inocência de Sirius. E agora mais uma vez Harry imaginava como poderia ser viver em uma casa de verdade, com Sirius. E dessa vez não poderia haver nada que os impedisse disso. Ainda assim por mais que repetisse para si mesmo que não importava como, Harry se pegou perguntando a Sirius como era possível tudo isso.

- Isso é sério? Você está mesmo livre? Mas como? - Se atropelava com as palavras nervosamente, o que arrancou uma risadinha um tanto infantil de Sirius.

- Calma Harry, uma pergunta de cada vez!

- Mas eu preciso saber como!

- E nós vamos lhe explicar tudo Harry, é só ter um pouco de paciência. - Interveio Dumbledore, também se divertindo com o nervosismo do garoto.

- Ok, já estou calmo. Podem começar. - Ele respirou fundo e continuou - Como conseguiram isso? Certamente não foi convencendo Fudge.

- Ah, de uma coisa você pode ter certeza Harry, agora Fudge está mais do que convencido, e nem podia ser diferente. - Para surpresa de Harry era Artur Weasley que respondia à sua pergunta enquanto se aproximava deles.

- Como assim? - Harry voltou a indagar.

- Bom, digamos que ele não pode se negar a enxergar a verdade sendo esfregada na cara enrugada dele. - Respondeu Sirius um pouco irritado.

- Ok, continuo na mesma. - Harry já começava a se irritar com a forma vaga em que eles insistiam em lhe falar.

- Estamos falando da prova irrefutável da minha inocência, Harry.

- Que seria? - Agora ele estimulava Sirius a continuar gesticulando já nervoso com as mãos.

- Rabicho! Nós o capturamos, ele está preso no ministério neste momento.

Harry não pôde evitar que sua boca se abrisse em espanto. Rabicho, ou melhor Pedro Pettigrew, o homem responsável pela morte de seus pais, estava finalmente preso. Aquele dia podia ficar melhor? Por alguns momentos todos ficaram em silêncio até que este foi quebrado por um dos jovens Weasley.

- Hei! Será que alguém poderia fazer o obséquio de explicar para nós, pobres almas desorientadas, o que está acontecendo?

- É, afinal acredito que deve haver um bom motivo para um criminoso fugitivo de Azkaban ter vindo nos fazer uma visitinha surpresa. - Jorge completou a pergunta do irmão, que provavelmente era a mesma que todos estavam se fazendo, levando em seguida um beliscão de sua mãe pelos maus modos. - Ai mulher! Isso dói!!

- Calado!

- Oh, claro! Sem dúvida que todos vocês merecem explicações. Mas creio que irão concordar comigo que seria muito mais agradável se as escutassem acomodados em suas cadeiras e se servindo de alguma refrescante bebida. Apaziguou Dumbledore caminhado para a mesa, sendo seguido por Lupin e Artur. No entanto, enquanto todos se acomodavam em seus lugares Harry e Sirius continuavam parados, de frente um para o outro, apenas se encarando. Foi Harry que quebrou o silêncio.

- Aquilo que você disse sobre a sua proposta...Foi sério mesmo?

- Acha que eu brincaria com uma coisa dessas? - Respondeu Sirius serenamente. Harry apenas negou com a cabeça. - Então o que me diz? Topas o desafio de morar com esse cachorro velho cheio de manias?

Harry abriu um largo sorriso e respondeu:

- E ainda precisa perguntar? - Os dois em tão sorriram e por mais algum tempo ficaram só se encarando sem jeito, até que Sirius tomou a iniciativa e puxou Harry para um desajeitado abraço, que logo tornou-se mais forte e emocionado.

- Hei vocês dois! Querem ficar a sós?

- Fred!

- Hau!! Anda carregando alicates por aí coroa?

Harry e Sirius cessaram o abraço, ainda sorrindo, e foram se juntar aos outros na mesa. O que se seguiu a isso foi uma série de explicações. Harry, Rony e Hermione ajudaram Sirius a explicar todos os acontecimentos do seu terceiro ano, no qual o ex-foragido invadira Hogwarts atrás de Rabicho e não de Harry como todos pensavam. É claro que tomando o cuidado de ocultar certas informações, como a respeito da capa da invisibilidade de Harry, bem como o Mapa do Maroto. Se bem que em certos pontos Fred e Jorge sempre lançavam olhares perspicazes sobre Harry, que lhes sorria confidente. Também procuraram não entrar em detalhes sobre como Harry e Hermione fizeram para ajudar tanto Sirius como Bicuço a escapar. Mas por fim todos pareciam tão estarrecidos, e por que não fascinados, com aquela estória que nem se importaram em pedir mais detalhes.

Todas as devidas explicações dadas, foi o momento então de se dar continuidade a festividade, agora com mais um motivo de comemorar. Gui acionou novamente a sua vitrola para tocar uma música mais agitada e tirou Fleur para dançar, assim como os demais pares, que já dançavam anteriormente. O Sr Weasley buscou algumas garrafas de vinho, servindo aos adultos, o que deixou tanto Sirius quanto Dumbledore muito satisfeitos. Harry não teve como não achar cômico ver seu padrinho e o diretor de Hogwarts completamente embriagados já perto do final da festa. Sirius cantava alto uma música engraçada que destoava totalmente da que estava tocando na vitrola abraçado a Lupin, que parecia um pouco constrangido e ficava o tempo todo tentando conter o amigo. Enquanto isso o diretor, com o seu grande nariz torto totalmente vermelho, ficava tentando equilibrar uma colher na ponta do mesmo, arrancando risadas incrédulas de Dino e Neville. Harry não teve como não se lembrar do sonho que Gina dissera ter tido na noite anterior.

Gina. Lembrar da garota fez com que Harry procurasse a ruivinha pelo jardim. E lá estava ela mais à frente, dançando com Carlinhos. Um pensamento louco invadiu a mente de Harry, que naquele momento imaginou como seria bom estar no lugar do domador de dragões, dançando com aquela linda jovem. Rapidamente Harry tentou dispersar esses pensamentos de sua mente desviando sua atenção para qualquer outra coisa. Foi então que ele notou os demais casais, ou melhor, a falta de certos casais, como Gui e Fleur que há muito tempo haviam abandonado a 'pista de dança' e agora sabe se lá aonde se encontravam. Também percebeu pela forma que Fred e Angelina dançavam que uma música lenta havia dado lugar a anterior, mais dançante, pois a artilheira e nova capitã da Grifinória encontrava-se repousando sua cabeça no ombro do ruivo, gesto este que, pelo que pode notar, era seguido também por Katie e Jorge.

Quando já estava trazendo sua atenção de volta para mesa Harry ouviu algo se mover bruscamente ao seu lado, quando focalizou o que era se surpreendeu ao notar que havia sido Rony que se levantara parecendo bastante irritado e atravessara o quintal pisando duro até desaparecer porta adentro da Toca. No entanto, antes do amigo se distanciar o bastante, Harry ainda pode o ouvir murmura algo como "...qual o problema dela com jogadores...", imediatamente Harry voltou sua atenção para os 'dançarinos' e pode enfim entender o motivo da irritação de Rony, por mais que ele mesmo jamais fosse admitir pra si. Mais a frente, dançando assim como os gêmeos e as artilheiras , estava

Hermione e Olívio. A garota mantinha a mesma postura que as outras, repousando a cabeça no ombro do goleiro, e vez ou outra Harry pode notar, Olívio se voltava para ela sussurrando algo em seu olvido arrancando risadinhas da menina. Harry suspirou cansado das constantes desavenças de seus amigos, e se perguntou quando que eles iam se resolver de uma vez.

Ao fim da festa o Sr e a Sra Weasley insistiram muito para que Sirius, Lupin e Dumbledore pernoitassem na Toca, mas todos educadamente se recusaram dando alguma desculpa. Sirius prometeu que logo voltaria para ver o afilhado, mas que não poderia o levar por ora consigo pois tinha muitas coisas a resolver, dentre essas a documentação que lhe garantiria a custodia permanente de Harry, sendo assim ele teria que terminar as férias ali mesmo, na Toca. O que para o garoto não era problema algum. Os demais convidados da festa também acabaram não ficando, voltando para suas casas via flú. Com exceção, é claro, de Hermione que assim como Harry, passaria o restante das férias na Toca.




Seu sono se tornava cada vez mais turbulento. Sabia que era mais um sonho. Malditos sonhos, porque tinham que lhe atormentar?

- Eu não vou sem você!!!

- Não seja tola!!! Você precisa ir, eu ficarei bem. Vou detê-lo tempo suficiente para que fuja!!!!

Não queria se lembrar disso justo hoje, por que não podia simplesmente dormir em paz como uma pessoa normal?

Cedrico olhou para a Taça Tribruxo e depois para Harry.

- Alguém lhe disse que a Taça era uma Chave de Portal?

- Será que isso faz parte da tarefa?

- Você sabe o quanto é importante pra mim? Para todos nós? Claro que sabe! E também sabe o que vai acontecer se ele te capturar. Será o fim de tudo. Você entendeu? De tudo!!! É isso que você quer?

Essas vozes, esses rostos...por que tinha que passar por tudo isso?

- Então vá! Salve-se! Eu sempre estarei contigo minha querida, sempre!

Inesperadamente, a cicatriz de Harry explodiu de dor... Ele caiu no chão e não viu mais nada, sua cabeça pareceu prestes a rachar.

- "Mate o outro."

- Avada Kedavra!

- Ora, ora.... Vejam só quem está aqui? Já faz muito tempo que não nos víamos não é mesmo?

- Eu nunca a entregarei para você, Voldemort! NUNCA!!!!

Cedrico estava estatelado no chão... Morto.

Sua cabeça estava uma bagunça. Tantas coisas acontecendo a sua volta. Tantos inocentes sofrendo e morrendo por culpa daquele maldito tirano.

- Coragem não vai lhe adiantar de nada, sua estúpida! Já chega! Estou cansado dessa brincadeira, vamos acabar de uma vez com isso. Depois será a vez E por último, para fechar com chave de ouro a minha vitória, acabarei com o maldito Potter!!!

- Crucio!!!!


A dor, sempre a mesma dor a lhe torturar, a lhe ferir não só o corpo como a alma. Acordou de um sobressalto. Sua respiração arfante, o coração acelerado, tremores por todo corpo e o suor escorrendo por sua fronte. Ah, e claro, a dor. Lá estava ela se fazendo presente como sempre. Levou a mão sobre o ventre, parecia estar tudo normal. Uma luz foi acessa e pode reconhecer a face preocupada dela.

- Está tudo bem meu anjo?

- Não se preocupe, foi só um sonho ruim. Volte a dormir.


Água. O doce elixir da vida, que renova as esperanças das almas afligidas. Depositou o copo sobre a mesa respirando fundo, levou sua mão ainda tremula até sua testa contornando a ainda dolorida cicatriz. Mas uma noite de sono perdida por causa de um maldito sonho. Devia saber que era ingenuidade sua pensar que ele respeitaria um dia como este e o deixaria em paz. Claro que não, afinal Voldemort nunca deixa ninguém em paz, muito menos ele. Começou a caminhar, já sem vestígio nenhum de sono, fazendo o caminho de volta ao quarto de Rony. No entanto algo chamou a sua atenção o fazendo parar. Encarrapitado no ultimo degrau da escada, encontra-se um pequeno vulto ruivo, muito familiar, enrolado num cobertor rosa. Ela parecia não ter percebido ainda a presença dele ali, e Harry ficava se perguntando o que ela estaria fazendo acordada à essa hora.

- Gina?! Tudo bem? Perguntou ele chamando a atenção da menina, que ergueu os olhos para ele não parecendo nem um pouco surpresa de encontrá-lo ali.

- Hum? Tá sim. - Limitou-se a responder.

- Mas então por que você tá aí? Não devia estar dormindo?

- E você? Também não devia? - Rebateu sem respondê-lo.

- Vim pegar um copo de água. - Respondeu dando de ombros.

- Só?

Perguntou o encarando de forma penetrante, sem desviar o olhar um só instante. Não, certamente essa não era a mesma Gina que ele conhecera. A mesma que lhe mandara um cartão ridículo no dia dos namorados ou que ele salvara da câmara secreta. Essa era outra, e ele estava ficando muito curioso para conhecê-la.

- Como assim, só? - Ergueu uma sobrancelha se perguntando aonde ela poderia estar querendo chegar com essa conversa. A garota se moveu no degrau indicando um espaço para ele se sentar, que aceitou.

- Você disse que teve um sonho ruim na noite passada com Você-Sabe-Quem. O que estou perguntando é se este foi o motivo da sua sede?

Harry ficou em silêncio por um momento olhando para os próprios pés. Pelo canto do olho ele podia saber que ela ainda o encarava, e isso o estava o deixando um pouco nervoso. Não irritado propriamente, mais sentia como se uma pedra de gelo escorresse por sua barriga e ele sabia que isso não era um bom sinal. Por fim, dando um suspiro cansado, ele apenas assentiu com a cabeça e depois se virou para ela. Queria não ter feito isso, pois foi só então que percebeu o quanto seus rostos estavam próximos, sentiu imediatamente sua face esquentar e sabia que estava corando. Com certa urgência voltou a encarar o chão rezando para que a escuridão não tivesse permitido que ela visse o seu rubor.

- Quer conversar sobre isso?

- Não tem muito o que dizer, foi igual aos outros. Nada de mais. - Mentiu. Ou melhor, não entrou em detalhes, pois em partes era verdade que o sonho havia sido como os demais, mas por outro lado também tinha sido diferente. Fora uma estranha mistura de dois de seus antigos sonhos, só que sua cicatriz doera como se causada por Voldemort. Era tudo muito confuso mesmo para ele, então como explicar para Gina? Mais um incomodo silêncio se fez, no qual Harry ficava buscando algum assunto que pudesse puxar com a garota. Ainda estava sem sono e a companhia dela estava se tornando cada vez mais agradável para ele. Foi então que algo lhe ocorreu e Harry voltou a falar.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Manda. - Respondeu sorrindo para ele e parecendo bastante satisfeita por ele ter tomado a iniciativa de retomar um diálogo.

- Foi impressão minha ou você não pareceu nada assustada quando Sirius surgiu? - Ela finalmente desviou o seu olhar dele e parecia um pouco desajeitada quando voltou a falar.

- Bem, até que eu fiquei um pouco assustada sim quando... Quando ele começou a se transformar, sabe eu nunca havia visto um animago antes, quer dizer fora a Prof ª McGonagall. E quando eu reconheci quem era, nossa eu quase não me agüentei nas pernas. - Os dois riram um pouco e ela continuou, já mais calma. - Mas depois, quando você começou a caminhar até ele... Você parecia tão emocionado, e não amedrontado ou irritado como deveria ser se ele fosse mesmo culpado. Bom eu logo percebi que devia ter algum motivo para isso, não? Algo que nós, ou pelo menos eu não sabia. E depois nem meus pais ou tão pouco o Prof Dumbledore se alteraram, então por que eu teria medo?

Os dois se encararam novamente e Harry não pôde esconder sua admiração pela reação da garota. Definitivamente ela tinha crescido.

- Não conhecia esse seu lado tão observador. - Comentou voltando a encarar o chão.

- Tem muita coisa sobre mim que você não conhece. - Respondeu entortando um pouco a cabeça em sua direção, aumentando a proximidade de seus rostos.

Por que ela tinha que ter sussurrado essas palavras tão próxima de seu rosto? Agora lá estava ele com seu rosto queimando, o coração descompassado e um incomodo e ao mesmo tempo gostoso arrepio lhe descendo pelas costas ao passo que sentia os pelos de sua nuca se arrepiarem com o sopro de suas palavras tão próximas. Ele respirou fundo tentando se controlar, se recompor. Então procurou puxar outro assunto para se desviar daquela situação.

- Não me respondeu por que esta acordada.

- Ah, é mesmo. Desculpe.

- Tudo bem, mas e então?

- Bom, não foi nada de mais. Eu só escutei um barulho no corredor e vim ver o que era.

- Puxa! Quer dizer que dessa vez eu te acordei mesmo então. Sinto muito! Respondeu sincero, tomando coragem de voltar a encarar a garota que lhe sorria diferente agora. Parecia um pouco ansiosa, e mais sapeca do que nunca.

- Tudo bem, não foi culpa sua, eu tenho o sono leve mesmo. E depois foi bom eu ter acordado.

- Por que? - Ele estranhou não só a resposta da garota como também o fato de que dessa vez foi ela a quebrar o contado visual. O que ele não pôde negar tê-lo decepcionado um pouco.

- É que... Bem, eu estava mesmo querendo falar com você a sós. - Terminou as últimas palavras um tanto baixas e rápidas demais para se compreender, fazendo com que Harry tivesse que se aproximar um pouco mais para poder ouvi-la. Esse gesto fez com que ele pudesse notar pela primeira vez como o perfume dos cabelos dela era bom, camomila.

- O que você queria me falar? - Quando ele se deu conta já estava sussurrando em seu ouvido, causando agora na garota as mesmas reações pela qual ela o fizera passar a pouco. E ele pôde notar com certa satisfação que ela estremeceu levemente.

- Na verdade eu queria apenas te dar o meu presente. É que não podia ser na frente dos outros. Mas agora pensando bem, você ganhou tantas coisas legais hoje, inclusive a notícia de que o seu padrinho foi inocentado. Que eu acho melhor deixar pra lá. - Ela fez menção de se levantar, mas Harry imediatamente a deteve, segurando gentilmente seu braço e pedindo com uma certa urgência.

- Fica! Não me importo em qual seja o presente, desde que seja de coração eu vou gostar muito. - Sentiu-se corar quando terminou de falar, não acreditando na sua própria ousadia. Gina pareceu ponderar por um minuto e depois retomou a sua posição. Os dois permaneceram mergulhados num profundo silêncio pelo que pareceram horas. As velas que iluminavam o alto da escada bruxulearam oscilando a pouca claridade que destacava as suas feições. Harry, cansado daquele incômodo silêncio voltou-se para ela, retomando à conversa.

- E então? Vai me entregar o presente ou eu vou ter que arrancar de você? - Ele perguntou brincalhão tentando descontrair a tenção que parecia ter formado-se entre eles. Gina riu de sua piada, o deixando satisfeito, mas não disse nada por mais algum tempo até finalmente se voltar para ele. Um brilho diferente em seus olhos, era determinação. Depois de suspirar fundo e tomar fôlego ela simplesmente disse:

- Ok! Lá vai!

Harry não entendeu o que ela quis dizer com isso e tão pouco teve tempo de pensar uma segunda vez nessas palavras. No segundo seguinte que elas foram pronunciadas, Gina se precipitou sobre ele e quando se deu conta já estava sentindo os macios e quentes lábios da ruiva colados aos seus.

A princípio Harry ficou tão chocado que mal foi capaz de fechar os olhos, só depois que foi tomando consciência do que estava acontecendo é que ele se permitiu saborear tão nova e maravilhosa experiência. No entanto, mal ele teve tempo de se acostumar com essa nova sensação e teve a decepção de sentir que Gina se afastava, interrompendo o beijo. Demorou um pouco ainda para abrir os olhos, e quando o fez encontrou os castanhos dela fitando-o intensamente. Sua face tão vermelha como os cabelos. Então ela disse, parecendo fazer um grande esforço para encontrar a voz.

- Feliz aniversário!

Ele deu um risinho nervoso que foi seguido por ela. Os dois estavam claramente constrangidos com aquela situação. Harry não sabia o que dizer. A irmã mais nova de seu melhor amigo tinha acabado de lhe beijar, e ele sabia que isso poderia trazer sérias e desastrosas conseqüências à relação dele com Rony, mas por algum motivo ele não conseguia realmente se importar com isso. A única certeza que tinha era de que aquele beijo havia sido incrível, e estava sendo difícil conter a vontade louca que estava sentindo de repeti-lo. Sem se dar conta de seu ato, Harry, ainda entorpecido pelo momento, levou uma de suas mãos até os próprios lábios, tocando-os, e não pôde evitar que mais um sorriso bobo se formasse neste. Por um momento pensou mais uma vez no que poderia dizer, e tudo o que lhe ocorreu foi:

- Obrigado.

Sentiu-se um completo idiota logo depois. Obrigado? Onde já se viu agradecer um beijo daqueles com um simples obrigado? Poderia ter se chutado, mas sua atenção foi novamente desviada para a garota, que parecia prestes a falar algo.

- Desculpe Harry! Não sei o que deu em mim. Deve estar pensando que eu sou uma...

- Não! Você não tem do que se desculpar Gina! E eu jamais pensaria mal de você.

Harry se adiantou em tentar acalmar a menina, que tinha a sua voz tremida enquanto falava. O que cortou seu coração, não queria vê-la chorando. Principalmente quando ele se sentia tão feliz. Nesse momento ela mantinha a cabeça mais baixa do que nunca e os seus tão lisos e curtos cabelos vermelhos caiam-lhe pela face, ocultando-a.

Harry a escutou respirar um pouco mais alto e teve a nítida, e incômoda, impressão de que ela estava enfim chorando. Ficou um momento sem saber o que fazer, até que tomou uma decisão. Se aproximou mais de Gina, e ergueu com uma de suas mãos o rosto da menina, a forçando a olhar para ele. Ele estava certo, ela estava chorando, e isso fez com que ele sentisse um nó na garganta. Com a outra mão ele afastou algumas mechas de seu rosto e com seu polegar secou-lhe as lágrimas que rolavam livremente pela face. Seus brilhantes olhos verdes encontravam-se incapazes de se desviar dos castanhos dela. Não era preciso dizer mais nada. Eles simplesmente sabiam o que fazer. Então pouco a pouco a distância que ainda os separava foi se findando até que finalmente seus narizes se tocaram e puderam mais uma vez fechar seus olhos, para apurar os seus sentidos, e sentir com toda plenitude o tão esperado reencontro de seus lábios.

A princípio Harry apenas sentiu a umidade dos lábios de Gina, salgados pelas lágrimas.

Mas este segundo beijo por mais que ainda fosse infantil como o primeiro trazia uma grande expectativa, o deixado ainda mais envolvente, pois estavam descobrindo juntos algo tão novo para os dois. Harry não tinha certeza do que fazer, queria experimentar mais daquelas novas sensações, e os lábios de Gina eram tão macios. Seguindo seus próprios extintos, ele gentilmente começou a mordiscar de leve os lábios da garota, com os seus próprios, o que pareceu agradar a ruiva que lentamente entreabriu de forma convidativa seus lábios ansiando que ele a tomasse por inteiro. E foi o que Harry fez. Colou novamente seus lábios nos dela e pouco a pouco foi introduzindo sua língua na boca da menina. Logo as duas línguas estavam se encontrando e acariciando uma a outra, sem pressa, apenas procurando identificar cada canto do interior do outro. Queriam aprender juntos o que mais agravava ao outro e cada vez que Gina dava um suspiro mais afoito Harry se sentia mais empolgado em aprofundar o beijo. Foi assim que aos poucos ele foi descendo suas mão pelas costas de Gina, acariciando-a até chegar em sua cintura e traze-la mais para perto, puxando-a e colando ainda mais seu corpo no dela. Gina por sua vez já havia enlaçado o pescoço de Harry e afagava carinhosamente a nuca e os cabelos dele, promovendo vários arrepios no rapaz e tornado aquele momento ainda mais envolvente. Quando finalmente sentiram que seus pulmões clamavam por ar, se separaram. Ambos muito vermelhos e com os lábios inchados. Um sorriso bobo tomou suas faces. Harry abriu a boca para falar algo, mas Gina o calou com um selinho e depois aconchegou sua cabeça contra o peito dele. Harry suspirou satisfeito e a abraçou carinhosamente, afagando seus cabelos. Aquele dia não podia ter sido mais perfeito.

Continua...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.