Capítulo 9 - Fim



Quando Marisa desceu viu que Gabriel tinha chegado antes dela.
Já estava na sala de estar,servindo-se de um uísque,de costas para a porta.Marisa parou e olhou para aquele corpo,sentindo-se atraída.Gabriel trajava uma roupa escura o que lhe realçava as feições.
Como se percebesse a presença dela,virou-se ainda segurando a garrafa de uísque.Seus olhos registravam a presença de Marisa com uma intensidade fora do comum.
Encheu demais o copo.Deu um passo para trás,blasfemando,o rosto vermelho como um peru.
- Droga ! - Tentou limpar a manga do paletó enquanto Marisa se aproximava suavemente.
- Deixe que eu limpo. - pegou o lenço dele e limpou-lhe a roupa.Gabriel a observava,mas ela fingia não perceber seu olhar atento e próximo.
- Você está maravilhosa.
- Obrigada. - Devolveu-lhe o lenço e seus dedos se tocaram,provocando uma corrente elétrica entre eles.
Havia vozes no hall e outras pessoas se aproximavam,conversando e rindo.Pararam extasiados diante de Marisa.
- O que posso lhe oferecer para beber? - Gabriel tinha um lindo sorriso nos lábios.Estava se divertindo com a expressão dos parentes,apesar dele também ter se surpreendido com Marisa.
Ela havia levantado os cabelos no topo da cabeça,prendendo-os com uma estrela de diamantes.Toda vez que mexia a cabeça, a estrela brilhava chamando atenção sobre ela.O penteado tinha realçado suas feições,alongando seu pescoço pálido e alto como o de um cisne branco,e que combinava maravilhosamente com o vestido de seda em tom claro.Era muito simples,mas o tecido,macio ondulava em seu corpo esguio.O decote profundo dava realce ao colo branco e suave.
Estava longe de se parecer com aquela adolescente magricela que tinha sido.O vestido fora comprado especialmente para a ocasião e Gabriel não o conhecia.Tinha resolvido surpreendê-lo e também a família dele.
Silvia apareceu,sempre a olhar Marisa com seus olhos de gata maldosa.
- Você está maravilhosa,Silvia.Que vestido lindo!
Silvia limitou-se a mostrar os dentes,o que poderia passar por um sorriso.
- Seu colar também é lindíssimo,minha querida.Que combinação perfeita de pedras.Onde encontrou isso,Gabriel?
Que víbora,Marisa pensou.Não queria fazer-lhe nenhum cumprimento pessoal.
- Esqueci. - Ele sorriu com ironia. - Marisa fica tão linda com ele que me faz esquecer de qualquer outra coisa.
Silvia corou,afastando-se delicadamente e juntando-se aos outros.
O resto da noite foi calma,sem nenhuma ameaça de Silvia ou de nenhum dos outros membros do clã Radley.
Durante o jantar,observando a mesa enorme,Marisa percebeu que os piores momentos já tinham passado.
Cada palavra que Gabriel dizia, cada olhar que dirigia ás pessoas, era um sinal de que teriam que aceitar e respeitar Marisa tanto quanto a ele.Uma vez estabelecido isso, o clã dos Radley poderia sentir-se seguro novamente e preparado para aceitá-la com mérito e graça.Ninguém ousaria ofender Gabriel.
Durante aqueles dias,Marisa notou atitudes mais amenas em alguns convidados.Percebeu que James contribuíra para isso também.Ele seria o herdeiro de Gabriel e como mãe dele,ela também seria poderosa.Sabia que isso não fazia com que gostassem mais dela agora do que antes,mas procurava encarar a realidade.
Estava resolvida a contemporizar, a não levar a batalha contra os Radley até a exaustão,já que podia conseguir as coisas de uma forma mais diplomática.
Sabia perfeitamente que não tinham se tornado seus amigos de uma hora para outra.Mas sabia também que não iriam ofendê-la para não ofender Gabriel.Procurou disfarçar o sentimento por trás de um sorriso.
Na noite da festa dos funcionários houve um jantar onde todos dançaram durante horas.
As crianças tinham sido despachadas para a cama e os adultos procuravam aproveitar o feriado,divertindo-se a valer.
Marisa dançou com a maioria dos homens.Alguns eram pesadões,outros cansativos,cheios de fórmulas prontas e clichês preparados para a ocasião.
Rodney era o melhorzinho deles.Era sincero,talvez porque fosse muito burro para ser diferente.
Mas suas observações,com aquele ar de garoto,entre a doçura e a incerteza,eram bem mais convincentes do que as dos demais.
Quando dançavam juntos pela segunda vez,seu irmão bateu-lhe no ombro.
- Você já teve sua vez.Dê o fora Rodney,deixe-me falar com Marisa.
Rodney obedeceu e dirigiu-se até o bar.Surpresa,Marisa olhou para Martin Radley.Não gostava dele.Tinha a idade de Gabriel,elegante,muito bem vestido e bastante convencido do seu charme e aparência.
- Eles todos subestimaram você. Pensaram que estavam livres de você quando fugiu daquele jeito.Mas você é bem mais esperta,hein?
Decididamente,ela não gostava de Martin Radley.
Se ele a insultasse,poderia até rir.Mas o idiota estava pensando que aquilo era um elogio, e isso era muito pior.
- Obrigada.- Não havia como responder de outra forma.
Ele observava seus ombros pálidos naquele vestido azul-claro admirando-a abertamente de uma maneira revoltante.Nunca suportou esse olhar dos homens sobre ela.Vinha sempre do mesmo tipo de homem,dos que se consideravam impenetráveis e um Deus para o sexo oposto.Não lhe passava pela cabeça que o seu charme não tinha o menor efeito sobre ela.
- Gabriel é esperto também.Não se engana facilmente.Você melhorou muito,sabe? Vestida desse jeito é realmente algo muito especial.
- É muito gentil. - respondeu friamente.
- Confie em Gabriel,ele é um vencedor! Sua sorte nunca falha.
- vou falar para ele que você disse isso.- Sorriu para Martin,divertindo-o com a resposta.
- Eu não faria isso.Gabriel é muito zeloso com seus pertences.
- Não pertenço a Gabriel.
Os olhos de Martin brilharam.Marisa lamentou o que tinha dito.Ele aproximou-se dela,sorrindo com todo o charme que lhe era possível.Aquilo a irritou profundamente,fazendo-a querer gritar de nojo.
- A quem você pertence,então? A você mesma? Isso é muito interessante.Admiro uma garota com a cabeça no lugar,principalmente quando sabe se impor perante uma família inteira.Nós temos muito em comum,sabia? Também acredito em independência.
- Por que não almoçamos,um dia desses,e falamos sobre isso/
- Falar sobre o quê? - Estaria ele pensando que ela era o tipo de garota que pensava assim?
Ele estava.Seu sorriso tinha aquele ar de conspiração e zombaria.
- Vida,família,o que você quiser.O que você precisa mesmo é de um aliado.Sabia que eles podem lhe fazer mal?
- A mim? - perguntou,mas nem precisava esperar pela resposta.
- Você é um perigo,menina.Silvia estava de olho em Gabriel.Queria que ele se casasse com uma das filhas.É por isso que não gosta muito de você.
- Eu nao sabia disso. - Marisa respondeu,com voz doce.Isso explicava todo o ressentimento de Silvia! Será que Gabriel conhecia os planos da prima? Que filha? Marisa tencionava descobrir. Eram três e nenhuma casada.Olhou ao redor á procura de Gabriel e viu que ele dançava.Ele também a observava.Seus olhos se encontraram e se falaram.Ele olhou,então,para Martin.O que haveria por trás desse olhar impenetrável? Estaria imaginando que ela estava se divertindo com as atitudes ousadas de Martin?
A música parou e alguém resolveu colocar uma nova fita.Martin olhou-a com insistência.
- Que tal,vamos almoçar juntos? Vou dar-lhe um anel na próxima semana,posso?
Outras pessoas da família já lhe tinham feito convites.Estavam se esmerando em demonstrar como estavam satisfeitos por ela ter voltado.Mas o convite de Martin era completamente diferente.Sabia o que havia por trás.
- Terei que conversar a respeito com Gabriel mas,de qualquer forma,telefone e vamos aceitar com prazer o seu convite.
O sorriso de Martin não sofreu nenhuma alteração.Marisa sorriu para ele e retirou-se.Gabriel foi ao encontro dela.
- O que está acontecendo?
-Martin achou que gostaríamos de almoçar com ele.
Dudley estava por perto.Marisa percebeu o olhar do mordomo e foi até ele.
- Será que não está na hora de servir o café e os licores?
- Você acha que eles ainda vão querer alguma coisa? - A cozinha tinha funcionado o tempo todo,fornecendo comida.O apetite da família e dos convidados era surpreendente.
- Talvez dentro de uma hora,mais ou menos?
-Como quiser,Dudley...Como é que a sra.Dudley está agüentando esse rojão?
- Ela gosta.Para ela é uma espécie de desafio...
Quando se afastou,Gabriel segurou o braço de Marisa.
- Você não acha que está na hora de dançarmos um pouco? Você foi a anfitriã polida para todos eles.Agora é minha vez.
- Posso ser sua anfitriã polida a qualquer momento. - falou com um sorriso agradável.
- Se flertou com Martin pode flertar comigo também.
- Não me lembro de ter flertado com Martin.
- Não?
- Pode ser que ele tenha tentado flertar comigo.
- Ele tentou e para seu governo não gostei nada disso.
- Para o seu governo você não é o meu dono! Não sou um de seus pertences e se quiser flertar com alguém, vou fazê-lo. - Afastou-se dele,indo conversar com uma das mulheres,deixando Gabriel a olhá-la,boquiaberto.
Tinha sido ridículo ficar zangada com aquela explosão de ciúme.O culpado era Martin,que tinha feito veneno,colocando-a como um pertence de Gabriel.Ele próprio nunca havia falado isso.
A festa foi até as três da manhã.No final,ninguém mais dançava,os mais jovens e alegres é que ainda mantinham a animação.
Marisa não podia ir para a cama antes que todos subissem ou fossem embora.Ficou disfarçando os bocejos e conversando até não agüentar mais.
Quando se deitou adormeceu quase que imediatamente.Ao acordar,a luz de um sol de inverno invadia o quarto,e seu corpo estava dolorido depois do sono pesado e nada reparador.
Ficou na cama espreguiçando-se sob as cobertas.Depois olhou as horas.
- Oh,meu Deus, James! - Se ninguém tivesse se ocupado dele,estaria berrando no berço,morto de fome.
Colocou o robe e foi até o quarto do filho.Estava vazio.Suspirou,aliviada.Provavelmente a sra.Dudley já o tinha levado para a cozinha.Marisa lavou-se e passou um pente nos cabelos antes de descer.
O resto da casa estava em silêncio.O relógio de parede marcava onze horas quando passou por ele.Será que todos estavam dormindo ainda? Sabia que algumas das pessoas pretendiam sair cedo,já que tinham que dirigir durante horas,mas não havia sinal de ninguém na enorme casa.Foi até a cozinha e parou a porta.Gabriel e James estavam sentados á mesa.Estavam ocupados,construindo uma torre com os tijolos que James ganhara de presente.Marisa observou James colocar um tijolo no topo com os dedinhos inseguros.A torre estremeceu e despencou.James pareceu desapontado,nervoso,depois jogou-se na cadeira,rindo pra valer.
- Mais. - ele pediu.
- Já é a sexta vez. - Gabriel protestou.- Você ainda não se cansou?
- Mais. - James falou obstinado. - Mais,mais!
- Você é um Radley mesmo! - Gabriel observou satisfeito.
- Pobre menino. - Marisa falou.
- Oh,você estava aí? Pensamos que ia dormir o dia todo.
- Onde estão os outros? Não há ninguém em casa?
- A maioria já se foi e os outros estão desmaiados,incluindo a pobre sra.Dudley.
Marisa olhou para James que lhe mostrava os dentinhos,num sorriso de bom dia.
- James já tomou café?
- Montes. Eu lhe dei esse cereal que ele adora.Come com tanta vontade que dá gosto de ver.
Marisa curvou-se para beijar o nariz de James.
- Divertindo-se,queridinho?
-Ele está,quanto a mim já não posso dizer o mesmo.Ele tem uma energia inesgotável.Eu já reconstruí essa torre não sei quantas vezes,mas ele nunca se cansa.
- Bem: vou subir para me trocar então,já que James está tão bem cuidado.
- Ei,volte aqui! Não vou construir essa torre sozinho novamente.
- Você está adorando. - ela ironizou,retirando-se.
- Sua bandida! - ele berrou enquanto Marisa se afastava,rindo.Apesar das queixas de Gabriel,ela viu que ambos estavam se divertindo.Era a primeira vez que ele tinha o filho só para si.E era melhor que ela não estivesse por perto para que ele começasse a descobrir James,senão o garoto ia querer ficar só com ela.Afinal Marisa tinha uma vantagem de dezoito meses sobre ele,e havia ainda um longo caminho a percorrer.
Será que Gabriel tinha dado banho e vestido James? Ele tinha ido para a cama na mesma hora que ela.Será que não estava cansado? Ou será que não precisava de tantas horas de sono como os outros?
Depois do banho,vestiu-se e desceu para despedir-se dos que restavam do clã.Submeteu-se a despedida fria de todos ele e ficou ao lado de Gabriel vendo os carros se afastarem.
- Isso é tudo? Acabou?
- Graças a Deus. Até o próximo ano. - Gabriel,sorriu irônico. - Que tal passarmos o próximo Natal fora daqui?
Ela não respondeu,voltando para dentro da casa.A sra.Dudley dava leite com cereais para James,sentadinho em seu cadeirão.Ele soprava o leite,fazendo bolhas e se divertindo com o barulho quando Gabriel apareceu.
- Ele tem péssimos hábitos - Gabriel observou,olhando para Marisa. - Você sabia que ele come sabão?
- Só se você deixar.Seu dever é impedi-lo.
- Vou me lembrar disso.Não sabia se devia deixá-lo experimentar ou não.Não queria que ele ficasse frustrado.
- Não vai ser por não comer sabão que ele vai ficar. - Ela retirou o leite. - Você não quer mais,quer?
- Acho que quer sim. - Gabriel falou,vendo que James se jogava,berrando.
- Se está brincando,fazendo bolhas no leite,é porque nao quer mais. - e Marisa levantou-o do cadeirão.
- E agora? - Gabriel a seguia.
- Ele precisa tomar um pouco de ar.Acho que vou levá-lo para um passeio.
- Espere até que eu pegue meu casaco. - Ele voltou e abriu a porta para Marisa que empurrava James para fora.Ela sentiu que ele a observava e enrubesceu levemente.
- O que é que me dá a sensação de estar sendo colocado a prova? - perguntou para Marisa.
- Também não sei.O que será?
- Quem vai decidir? Você...ou James?
- Decidir o quê/
- Quero deixar bem claro,aqui e agora,que não me casei com James,eu me casei com você.E não vai ser ele quem vai decidir se continuamos casados ou não.
Então era isso que ele estava pensando? Que ela estava dando um tempo para saber se James se adaptava ao pai? Teria sido essa a razão do esforço de Gabriel para conquistar o filho?
- Você está tornando as coisas mais simples,Gabriel.James faz parte de nosso mundo,mas é apenas uma parte.A sua família é uma outra parte.Mas o que importa mesmo é como eu me sinto.
- Bem,isso já me alivia um pouco. - A ironia naqueles olhos astutos a faziam estremecer.
o problema é que ela não sabia mais qual era o veredicto.Nesse período tudo tinha mudado.O tempo tinha se encarregado de cicatrizar o trauma da perda de James,sentindo sua autoconfiança se restabelecer.A luta com a família de Gabriel tinha acabado e ela se sentia forte o suficiente para encarar seus amigos com a mesma confiança que eles tinham.
Há três anos não tinha sabido adaptar-se nem lidar com o casamento,mas agora sabia dominar-se e dominar melhor as coisas,o que facilitava tudo.
A decisão final era dela.Será que ela queria,amava e desejava Gabriel? Será que os dois queriam a mesma coisa do casamento?
Vendo-o com James ela sentia que ele era amável,cordial,protetor e todas as coisas que admirava num homem.Quando ele estava a vontade seu rosto era bastante amistoso,mas no fundo de seu coração ainda se sentia um pouco insegura em relação ao marido.
Não conseguia entender de onde vinha essa insegurança e não queria render-se a ele enquanto ela existisse.
Nessa noite,depois do jantar,sentaram-se na sala e conversaram ouvindo musica,agradavelmente relaxados agora que a casa estava vazia novamente.
- Foi um tremendo sucesso. - Gabriel observou,entusiasmado.
- Você achou?
- Eles vieram,viram e foram conquistados. - Ele zombou.
- Eu não diria isso.
- Estava preparado para assistir a uma explosão.Teria preferido que eles só viessem aqui quando eu tivesse seguro sobre você.
- O que faz você achar que isso vai acontecer um dia? Não seja pretensioso. - Levantou-se e saiu antes que ele pudesse alcança-la.
No quarto,começou a despir-se, o rosto vermelho de raiva.
Essa era a barreira,pensou.A tremenda obstinação de Gabriel,o seu sentido de posse,a sua arrogância,a certeza que de sempre obteria o que quisesse...Isso estava bloqueando seus sentimentos em relação a ele.Não poderia deixá-lo fazer com ela o que quisesse.Se agisse assim,caso se abandonasse a ele ou a sua força ,se anularia como pessoa.
Gabriel abriu a porta e ela virou-se para ele,ainda vermelha e agitada.
- Bata antes de entrar no meu quarto !
- Que foi que eu falei demais dessa vez ? - Ele aproximou-se. - O que há com você? - Gabriel estava aborrecido mesmo. - O que foi que disse de tão errado? Tive bastante paciência até agora.Quanto tempo você ainda vai passar me chutando para fora do seu quarto?
- Para sempre,se eu decidir assim.Ponha na sua cabeça isso de uma vez por todas.Pertenço a mim mesma,você não vai me incluir na sua lista de propriedades,nem agora nem nunca.!
Gabriel foi até ela com os dentes cerrados.
- Não fale comigo dessa maneira! Nunca pensei em você como uma propriedade.
- Pensou sim.Foi exatamente assim que você me tratou.Bem,agora basta,sr.Radley.Pertenço,finalmente,a mim mesma.
- Já lhe falei para não me empurrar.Não suporto isso.
- Você não suporta? Isso é péssimo.Vai ter que suportar.
- Aí é que você se engana. - Gabriel falou isso pegando-a pelos cabelos e puxando sua cabeça para trás.
- Não ouse! - ela lutava para libertar-se.
- Inferno ! Um de nós dois deve ser maluco,e eu não sou.Sei que você me deseja.
- Você não sabe de nada! - Soltou um profundo suspiro.
- Sei sim,Marisa.Não sei ainda o que está nos mantendo separados,mas sei que você me quer.Soube disso dias atrás.
O rosto dele estava agitado,os olhos brigavam com ela e Marisa desviou o rosto.Houve uma pausa.Gabriel apertou,então,seu queixo de maneira suave.
- Já lhe disse... você não sabe o que quer.
- Mas suponho que você saiba,não é?
- Sei sim, é claro. - A mão dele percorreu o corpo de Marisa,passando por seus seios,fazendo-a vibrar de excitação. - Nós dois queremos a mesma coisa,mas você se recusa a admitir.
- Não serei mais uma das propriedade Radley.- Gostaria de poder ignorar as caricias que ele fazia.
- Esqueça que meu nome é Radley.Esqueça minha família.Esqueça James.Esqueça o mundo inteiro.Olhe para mim,querida.Agora seja sincera com você mesma e comigo.Você pode negar que me deseja?
Ela engoliu em seco.
- Isso não é justo.
Ele sorriu.
- O amor não é uma questão de justiça.Não há justiça no amor.Responda a minha pergunta apenas.
Marisa abandonou seu corpo já fraco e submisso.Inclinou-se e aninhou-se naquele peito largo e forte,sentindo o conforto do abraço que Gabriel lhe dava.
- Isso quer dizer que sim? - Ainda não tinha certeza,mas sua mão continuava a acariciar as costas de Marisa.
Ela encolheu-se no peito de Gabriel,os lábios trêmulos,ele segurou seu rosto entre as mãos.
- Você teve coragem de me abandonar,teve coragem de dizer que se recusa a ser uma propriedade dos Radley.Tenha também coragem de confessar que me deseja,Marisa - Seus olhos estavam brilhando,divertidos e zombeteiros,marcados por um sentimento diferente.
- Machista! - Marisa suspirou.
- Diga! - Gabriel mandava,observando-a atentamente.
- Eu desejo você ! - Ela quase gritou,assustando-se com o eco que o som de sua voz produziu no quarto.
Gabriel começou a rir com prazer.
- Finalmente ! - Levantou-a nos braços.
- Isso não significa... - Ela começou a falar enquanto ele a colocava sobre a cama deitando ao lado dela,respirando cada vez mais agitadamente.
- Fale depois...- E Gabriel mergulhou sobre ela.Beijando-a ardentemente, fez uma pausa para completar. - Muito depois...




F I M

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