QUANDO SE CHEGA ALÉM DO VÉU



CAPÍTULO QUATRO – QUANDO SE CHEGA ALÉM DO VÉU

Tudo estava claro, e um agradável aroma de rosas perfumava o ar. Ela se encontrava deitada do mesmo jeito que havia caído, porém agora suas mãos não seguravam nem a varinha, nem a foto de Teddy. Abriu os olhos e se deparou com os dois homens que mais amava, agachados ao seu lado.
- Sente-se bem agora, Dora?
- Remus? Ah, Papai?! Eu estava com tanta saudade!... – disse sentando-se e abraçando o pai – Onde estamos?
- Em outro mundo, minha querida. – respondeu bondosamente Ted Tonks.
- Você foi ótima contra Bellatriz, apesar de eu ter lhe dito para fugir, duelou bravamente– Lupin acariciava seus cabelos e ajudava-lhe a levantar.
- Não, eu a deixei passar, não consegui liquidá-la.
- Você fez tudo que pôde. Em breve ela terá o que merece – disse uma mulher de cabelos acaju e olhos iguais aos de Harry.
- Me expliquem uma coisa, eu morri? – falou Tonks como se perguntasse se choveria hoje.
- Exato, assim como todos nós – respondeu Sirius que estava ao lado de um homem parecidíssimo com Harry.
- Mas me sinto tão viva!
- Veja que interessante, prima, eu também – debochou Sirius.
Tonks começava a absorver os fatos. Estava em um belo lugar, repleto de flores, uma brisa amena percorrendo seu corpo. E reparou que haviam mais pessoas ali, além de seu pai, Remus, Sirius e o casal Potter, que ela reconheceu pela semelhança entre eles e o filho.
Um pouco mais afastado do grupo encontrava-se Fred Weasley ao lado de um senhor (que pelos cabelos ruivos só poderia ser Abílio Weasley, que morreu vinte e quatro horas depois de ver um Sinistro) e um rapaz alto e bonito, tão jovem quanto Fred.
Próximo a Remo, estava um casal que tinha a fisionomia muito parecida com marido dela, e que ela lembrava ter visto em foto.
- Muito bonita sua esposa, filho! – elogiou o Sr. Lupin.
E foi com uma certa tristeza, que viu que aquele garotinho que ela salvara a vida, Colin Creevey, assim como ela, agora estava do outro lado da vida.
- Ah, Olá Nymphadora! Vejo que já se recuperou – Dumbledore havia surgido do nada com Snape e um rapaz muito parecido com Sirius, só que mais frágil e menos bonito que só poderia ser Régulo Black, em seu calcanhar.
- O que este assassino desgraçado está fazendo aqui? – Lupin estava indignado e avançou para cima de Snape, ao mesmo tempo em que Régulo se colocava entre os dois.
- Você arrancou a orelha do meu irmão, seu filho da... – disse Fred correndo até eles.
- Talvez seja necessário esclarecer alguns pontos antes de ajudarmos Harry. Remus, Nymphadora e Fred, saibam que Severo nunca nos traiu ou me assassinou deslealmente. Quanto a orelha de Jorge, foi um acidente...
- Quê? – exclamaram os três.
- Depois lhe explicaremos os detalhes. Fato é, que agora Harry precisa muito de vocês quatro – continuou Dumbledore apontando para os Potter, Sirius e Remus – Ele os chamará com a Pedra da Ressurreição, e por favor, digam-lhe palavras de apoio, pois ele acha que morrerá.
- Certo – falou Tiago.
- Há muito tempo que esperava para dar um passeio com Harry – exclamou Sirius.
- Faremos o melhor para apoiá-lo – disse Lílian a Dumbledore. E virando-se para Snape completou – Obrigada por tudo que você fez por meu filho, Sev! Você foi muito corajoso!
- Você me perdoa por tudo Lílian?
- Claro que sim Sev. Você deu inúmeras provas de seu arrependimento e protegeu meu filho.
- Com tanta boa vontade que até me comoveu – debochou Tiago.
- Não deixe as implicâncias do passado tomarem conta de você Tiago. Severo fez muito por Harry, seja grato – interpôs Lílian.
- Tudo bem, obrigado Ranh... digo, Severo.
- Pode ter certeza que fiz por Lílian e não por você!
- Bem, Harry chamará vocês em breve, - explicou Dumbledore que estava felicíssimo – agora vão!
- Eu volto logo Dora – Lupin a beijou e saiu com os quatro.
Os demais, continuaram onde estavam, em silêncio. Até que finalmente o Sr. Tonks, puxando a filha para um pouco além, resolveu explicar-lhe algumas coisas:
- Dora, existem uns detalhes que você precisa saber...! Agora que você está do lado de cá, não poderá se comunicar com o lado de lá.
- Isso significa...?
- Significa que não conseguirá entrar em contato com Andrômeda e Teddy. A propósito, amei sua homenagem de por meu nome em seu filho.
- Como sabe disso, papai? Você não acabou de me dizer que não conseguimos nos comunicar com os viventes?
- Dora, meu amor, entenda uma coisa: não conseguimos falar com quem está lá por que eles não são capazes de nos ouvir. Mas nós somos capazes de ouvi-los e podemos estar com eles em momentos especiais. Quer um exemplo, eu estava ao seu lado no nascimento de meu neto.
- Então eu poderei ver o meu filho de novo? Mesmo que ele não me veja ou não me ouça? – perguntou a bruxa, com um sorriso radiante.
- Sim, e mais cedo do que você pensa.
- Que ótimo! Remus já sabe disso?
- Acredito que não, ele deve estar pensando que nunca mais poderá ver o filho! Os pais dele iam contar esse pequeno detalhe, mas ai, na hora que Sirius disse que você estava duelando com Bellatriz e a caminho daqui, ele perdeu o controle. Ficou furioso, com medo que aquela vaca te torturasse antes de matá-la. E também preocupado, o que seria de Teddy, que já estava sem ele, e agora ficaria sem você.
- Foi muito difícil para mim vê-lo morto, meu pai. Eu não queria morrer, mas só de imaginar minha vida sem ele... – não conseguiu completar a frase, reviver aquele sofrimento arrancou sua voz.
- Eu imagino querida. Também não agüentaria ver sua mãe morta se eu estivesse vivo.
Neste momento, Lílian, Tiago, Sirius e Lupin retornavam do mundo dos vivos.
- Missão cumprida, Dumbledore – exclamou Sirius.
- Coitado do meu filho, está com medo da morte, porém determinado a fazer o que tem que ser feito – disse Lílian orgulhosa.
- Esse é o meu menino, não esperava menos dele – falou Tiago.
- Bem, agora é a minha vez de entrar em cena – afirmou Dumbledore – Se as coisas ocorrerem mais ou menos como eu planejei, hoje será o fim de todo o sofrimento deles. Até logo.
- Aonde ele foi? – Perguntou Tonks ao marido, mas foi Lílian que respondeu:
- Conversar com Harry.
- Mas Harry também está morto?
- Ah, não! Meu filho ainda tem muitos anos de vida pela frente. – explicou – Voldemort acabou de lançar-lhe uma maldição da morte, mas, digamos que por inúmeros motivos, isso não o matará.
- É, Harry está protegido por todos os ângulos – falou Tiago.
- Que bom!
Tonks estava aliviada, afinal, tudo o que fez foi para acabar de vez com Voldemort e todo o sofrimento causado por ele e seus Comensais da Morte. Não lhe agradaria muito se sua morte, a de Remus e tantos outros fosse em vão.
- Agora é entre eu e você, Dora! – exclamou Lupin com uma expressão séria no rosto, puxando sua mulher para longe, na intenção de que os outros não escutassem sua conversa – Percebe agora por que eu te disse para ficar em casa. Neste exato momento você poderia estar viva, com Teddy, feliz por viver em um mundo melhor sem Voldemort.
- Não, eu estaria morta de tristeza sem você.
- Ela tem razão Remus – Ted Tonks interrompia os dois – Era a hora de Dora vir para cá, assim como você. E ela compreendeu isso, acatando minha idéia de deixar lembranças do amor de vocês à Teddy.
- Sua idéia? Mas papai, você me disse que nós não podemos...
- Em certos momentos, os viventes compreendem o que lhe dizemos, mas pensam que foi uma idéia deles, ou que é uma intuição. – completou antes de sair, deixando o casal a vontade.
- Você fez isso Dora? Deixou lembranças do nosso amor ao Teddy?
- Sim, Remus. Assim que você saiu, decidi que iria atrás de você. Então peguei as lembranças, escrevi uma carta explicando tudo e coloquei em uma caixinha de madeira. Pedi para minha mamãe lhe entregar quando ele tenha idade para entender o porque de tudo isso. Por que lutamos e morremos...
Antes que Lupin pudesse dizer algo, Dumbledore voltou:
- Ah, que maravilha! Nunca estive tão feliz em toda a minha morte! Agora vamos todos para Hogwarts ver o desfecho desta história!

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Notas da autora: Esse capitulo talvez não existisse... mas como eu sou uma pessoa que acredita na vida após a morte, tive de escrevê-lo.
então, peço a aqueles que acreditam no conceito céu e inferno, que pensei nesse lugar bonito em que eles se encontram como o céu.
Vejam no próximo capítulo:
*A queda dos vilões;
*A comemoração das vítimas;
*A reação de Remo ao saber que poderá rever Teddy;
*entre outras coisinhas mais...

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