A ESCOLHA DE TONKS



CAPÍTULO DOIS – A ESCOLHA DE TONKS

Com lágrimas nos olhos e uma terrível sensação em seu coração, Tonks empunhou a varinha e exclamou:
- Fazer malas... - no mesmo instante as fraudas, mamadeira e roupinhas de bebê começaram a entrar em uma mochila.
Teddy nascera poucos dias antes, e assim como sua mãe, era metamorfomago. Naquele momento, seus cabelos estavam turquesa-berrante e ele estava acordado, quietinho, como se entendesse o que acontecia ao seu redor.
Passados alguns minutos, quando a mochila já estava se fechando, foi como se uma voz invisível sussurrassem aquilo em seu ouvido. Secou as lágrimas, já sabia o que devia fazer e como devia fazer.
Conjurou um frasco de vidro tampado, um pergaminho, uma pena, um tinteiro e uma pequena caixa de madeira. Abriu o vidro, levou sua varinha a têmpora e começou a extrair uma substância, nem líquida nem gasosa, de cor prateada. Colocou-a no frasco e tampou-o. Depois começou a escrever uma carta, as lágrimas ainda caindo de seus olhos escuros e cintilantes, causando algumas manchas no pergaminho.
Talvez, mais por nervoso do que por habito, ela derrubou o tinteiro no chão no momento em que lacrava a carta e a colocava, junto com o frasco de vidro, na caixinha de madeira.
Guardou a caixa na mochila, e colocou-a nas costas. Foi até o berço e pegou o filho de modo que ele permanecesse tranqüilo. Antes de sair, seu olhar percorreu cada centímetro daquele apartamento, tentando gravar todos os detalhes do lugar em que havia sido tão feliz. Fechou a porta, e aparatou.

Segundos depois estava em outro lugar que adorava. A casa de sua mãe. Bateu na porta, muito ansiosa, e ouviu uma movimentação no interior da casa.
- Quem é? – ouviu sua mãe, Andrômeda, perguntar.
- Sou sua filha, Nymphadora Tonks que prefere ser chamada pelo sobrenome pois meu nome é horrendo. Uma metamorfomaga casada com Remus John Lupin, mãe de Teddy Remus Lupin, sou fã d’ As Esquisitonas e minha cor de cabelo favorita é rosa chiclete berrante.
- Dora... – Andrômeda Tonks, uma senhora de cabelos castanhos e olhos grandes e bondosos, abriu a porta. Estava muito pálida de preocupação - o que aconteceu?
- Não tenho tempo para muitas explicações mamãe – disse a jovem bruxa entrando na casa e colocando Teddy e a mochila no sofá – Harry está em Hogwarts e Você-Sabe-Quem está lá para matá-lo. Vamos resistir, e preciso ajudá-los na luta. Vim aqui deixar o Teddy e vou me unir aos outros.
- Não Dora, por favor, fique! – Andrômeda Tonks começou a chorar desesperada – Eu já perdi seu pai, é perigoso, não agüentaria se algo de ruim lhe acontecesse.
- Mamãe eu preciso ir, essa é a nossa chance de acabar com todo esse sofrimento.
- Não acredito que Remus concorde com essa sua idéia, Dora...
- Realmente ele não concorda. Me fez prometer que ficaria aqui com você e Teddy. Mas eu não posso, não agüentaria ficar sem saber dele, e sei que a senhora cuidará muito bem de meu filho enquanto eu estiver fora...
- Eu não vou permitir que você vá! Entenda que é perigoso.
- Não tente me impedir. Sou uma auror formada, reconheço que é perigoso, mas estou preparada pra isso. Só lhe peço um favor... – as lagrimas voltaram a cair dos olhos de Tonks como uma cascata, ela tirou o filho do sofá e segurou-o nos braços. - ... se algo de ruim me acontecer, cuide do Teddy e lhe entregue a caixa de madeira, que está dentro da mochila, quando ele tiver idade para entender o que eu fiz.
Ela deu um beijo no filho e colocou-o de volta no sofá.
- Tudo bem.
As duas se abraçaram muito forte, talvez por que, infelizmente, soubessem que aquela seria a última vez.

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