Uma rosa-touro para Hermione

Uma rosa-touro para Hermione



Aquela tediosa aula de Herbologia, que não foi muito diferente de Poções e Adivinhações, cessou ás 5 horas da tarde. A Professora Sprout ordenou que os alunos parassem de podar a Roseira-touro, da qual muitos alunos ganharam arranhões e os dispensou. A Roseira-touro era uma enorme planta dentro de um vaso pequeno, e no seu ápice, tinha duas folhas grossas que faziam o formato de chifres, daí seu nome “Roseira-touro”, sem falar nos berros monstruosos que ela emitia quando algum aluno cortava algum lugar onde não deveria ser executada tal ação. Hermione dividiu uma roseira com Pansy Parkinson, Harry com Rony, Phoenix com Cicci e Draco com Goyle. Durante a podagem, Parkinson só tinha olhos para Malfoy e língua para falar mal de todos os presentes. Hermione fez grande parte do serviço, enquanto a companheira se recusava, com desculpas irritantes, como “ela vai desarrumar meu penteado!” e “minha unha quebrou!”. Ser parceira de Parkinson nas aulas de Herbologia, Hermione disse para si mesma, não seria nunca mais. Enquanto ainda estavam com a mão na massa, Pansy tocou em um assunto desagradável para Hermione:
- Mione, porque você nunca namorou?
- o que? – perguntou Hermione, arregalando os olhos para a amiga.
- ah, você sempre viveu ladeada pelo Potter e pelo Weasley. Estou surpresa de nunca ter visto você e algum deles se beijando.
- Harry e Rony são meus amigos, Pansy! Tenho eles para mim como irmãos, e não como namorados!
- huum... – disse Pansy arrumando o cabelo – e com qual garoto você teria coragem de sair?
Hermione engoliu em seco.
- você primeiro. – respondeu ela sem dar atenção
- não, você. – retorquiu Pansy, ansiosa.
E antes que Hermione se atrevesse á responder, o sinal tocara. Porém, enquanto todos se arrumavam para sair, a Professora Sprout, que reparou que poucos haviam prestado atenção em sua aula, gritou para eles:
- quero para depois de amanha, um rolo de pergaminho sobre onde podem ser achadas as Roseiras-touro e quais as suas principais propriedades mágicas!
Vários alunos reclamaram; Outros, apenas acenaram em “sim” com a cabeça.
O sol já sumia por detrás das copas das arvores da floresta proibida. Uma fina fumaçinha cinzenta saia da chaminé da cabanihna de Hagrid, quase encoberta pela penumbra. Os alunos saíram das estufas lentamente, exaustos, e rumaram para o grande salão para o jantar.
Hermione pode finalmente ficar livre de Pansy, quando as filas de Grifinória e Sonseria se formavam na frente das estufas. Sonserina saiu primeiro, seguida de longe por Grifinória. Os jardins de Hogwarts aos poucos iam ficando escuros, e as luzinhas nas janelas de destacavam na escuridão repentina. Rony, bufando de cansaço, perguntou ao monitor que os guiava:
- puxa! Que dia! As segundas-feiras são sempre assim no sexto-ano?
O monitor fingiu não ter ouvido a pergunta.
Hermione e Harry iam logo atrás. Quando a fileira se dissipou, á entrada do salão principal, Hermione avisou aos amigos:
- vou até a biblioteca pegar algum livro sobre as roseiras-touro.
- Hermione! – reclamou Rony, segurando o braço da amiga – é para quarta-feira! Deixe isso para depois!
- hum! - rosnou ela, soltado-se da mão que a apertava - Só pessoas como você deixam as coisas para ultima hora! Você não aprende mesmo não é Rony Weasley?
Rony fez uma careta de incredulidade, enquanto Harry não protestou, rumando para a mesa da Grifinória com Gina agarrada em seu braço. Vendo Hermione desaparecer pelo pátio em direção a biblioteca, Rony se juntou á multidão preparada para o jantar.
Hermione Granger percorreu alguns corredores mal-iluminados pelos archotes, até chegar á uma biblioteca deserta. Andou ligeiramente para a prateleira com a placa: “Herbologia”, e, quase no escuro, procurou por livros que falassem sobre roseiras. A biblioteca estava quase por inteiro na penumbra, um fino raio de sol quase desaparecendo era a única fonte de luz no aposento. Hermione percorria os livros na prateleira com o dedo, mas nada de satisfatório apareceu.
- posso não ser um grande admirador de Herbologia, mas roseiras-touro me fascinam! – disse Draco Malfoy, segurando um grosso livro de capa verde, sentado em um canto escuro. Hermione abafou um grito de susto, e virou-se para ver quem era.
- nunca faça isso denovo! – reclamou ela
- sem problemas.
- como você me achou?
- acho que quem achou quem foi você.
- estou atras de um livro para o relatório das roseiras-touro.
- e é justamente este aqui – disse Draco erguendo o livro contra a luz da janela – podemos dividir, como fizemos pela manha.
- nem sonhando. Me dá o livro.
- como as meninas educadas pedem?
- por favor...
- ah, coloca mais animação nisso Granger.
- já chega Malfoy! Me dá o livro ou eu chamo o Filch!
- sabia que presentear uma donzela com uma rosa-touro , nos tempos medievais, significava que o rapaz estava pedindo-a em casamento.
- e daí?
- daí que eu te trouxe isso. – Draco enfiou a mão no bolso, e retirou uma rosa. Não uma rosa comum. Seu talo era mais grosso e os espinhos haviam sido tirados. Entre suas pétalas vermelhas como rubi, estava uma pequena boca com pequenos dentes pontiagudos saltados para fora dos finos lábios negros.
- que é isso? – perguntou Hermione, assustada.
- é uma rosa-touro. Estou te dando.
- para que?
- Hermione, apenas aceite, está bem?
A Garota segurou a rosa com a mão tremula e retirou-a da mão de Draco. O rapaz se aproximou. Hermione só ouvia a respiração dele, cada vez mais rápida. Hermione não suportou a pressão daquele estranho momento á sós com o garoto que ela antes odiava com todas as suas forças, e soluçou.
- porque... porque... – disse ela, começando á chorar – porque está... fazendo isso comigo, Draco... porque você está?
- fazendo o que Hermione?
- me fazendo sofrer!
- não é minha intenção te fazer sofrer... eu só... Hermione, você é totalmente diferente da Pansy, e eu fui um idiota em ter notado isso só agora. Se antes eu te magoei, o que eu sei que fiz me perdoe! Eu era manipulado pelo meu pai! ele é quem vivia falando mal de você e de Potter e dos Weasley; Pansy e ele são farinhas do mesmo embrulho!
Hermione conteu as lágrimas. Draco se aproximou mais e secou o rosto da garota com sua gravata verde e prateada.
- eu... estou tão confusa... eu...
- não diga mais nada, por favor.
Os bicos dos sapatos de Hermione e de Draco estavam grudados uns nos outros, os rostos de ambos estavam muito próximos, as pontas dos narizes roçando, a respiração de Malfoy mais acelerada e audível. Ele passou um braço pela cintura da moça, enquanto Hermione tocava seus cabelos dourados com as pontas dos dedos trêmulos. No segundo seguinte, na biblioteca escura, os lábios rosados de Hermione Granger tocou os de Draco Malfoy, e eles se uniram em um tímido beijo infantil, os olhos fechados, caricias sendo trocadas na penumbra, e ali eles permaneceram por longos e prazerosos minutos, até Hermione empurrar Draco contra uma prateleira, tomar o livro que ele ainda segurava e desaparecer pela porta, correndo sem olhar para trás pelo corredor vazio. Draco secou os lábios nas costas da mão e ainda olhava para o caminho pelo qual Hermione passara. E ficou feliz de ver que a garota não deixou a rosa-touro cair, e nem se importou pelo fato de ela ter levado o livro. Ainda haviam muitos nas prateleiras sobre roseiras, os quais Hermione não vira.

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