O segundo duelo




Harry e Gina acabaram tendo que duelar novamente, e Harry acabou vencendo-a com dificuldade. Ele acabou indo para a final das casas contra Rony.

O segundo duelo estava muito próximo agora, só faltavam dois dias. Harry foi tomado novamente pela excitação e pela esperança de vencer Malfoy novamente, mas agora ele tinha outra inspiração: A Corvinal havia ganhado satisfatoriamente da Sonserina com cem pontos de diferença, então Grifinória era a candidata ao título das casas mais uma vez.

O dia do segundo duelo, que era no ar, amanheceu frio e coberto de neve, o que preocupou Harry. Ver Malfoy no meio de tanta neve vai ser difícil. Durante o café da manhã quase não se falou em outra coisa a não ser no duelo. Harry teve duas aulas de Trato das Criaturas Mágicas e uma de Poções antes do duelo. No almoço não se falou outra coisa também.

Harry esperou Rony, que ira ao dormitório masculino pegar sua Nimbus 2004 e Harry já tinha em mãos a sua Nimbus 2008. Seguiram para o gramado e entraram no vestiário grifinoriano.

- Você está bem? – perguntou Rony, observando um Harry pálido que colocava a mesma capa preta do primeiro duelo.

- Claro que estou – respondeu rudemente para ele. Então os dois ouviram a voz de Lino Jordan berrar para Harry e Rony entraram e assim fizeram.

Assim que Harry saiu do vestiário, ele ouviu o ridículo chapéu-leão de Luna rugir e se sentiu um pouco mais nervoso. Todos da Grifinória esperavam que ele vencesse. Ele deu um forte impulso e subiu no ar com Rony ás suas costas. Viu Malfoy e Crabbe do outro lado fazendo o mesmo. O apito de Madame Hooch tocou e o duelo começou. Draco veio rapidamente ziguezagueando para evitar qualquer feitiço que Harry mandasse e tentou dar uma investida contra o garoto, que se desviou em tempo e berrou:

- Estupefaça! – Malfoy desceu com a vassoura uns dois metros para se desviar do feitiço. Harry, ao olhar para ele, viu que estavam muito longe do chão, e começou a se preocupar. Malfoy desviou-se do feitiço e subiu até estar na mesma altura que Harry, e berrou:

- Baslacius! – Harry esperou que o feitiço o acertasse, mas para sua surpresa parecia que o feitiço não funcionara, pois nada havia acontecido. Harry olhou fixamente para Malfoy, que olhava algo atrás dele.
Isto é um truque
, pensou ele.
Se eu me virar ele vai me atacar por trás
. Então Harry berrou:

- Rectusempra! – mas Malfoy conseguiu desviar o feitiço. Harry ouvia a gritaria abafada que existia lá nas arquibancadas e sentiu gotas de chuva pingando em seu rosto. Rapidamente ele levou a mão direita com a varinha à altura da cabeça para fazer o Feitiço da Impermeabilização, mas não deu tempo. Algo acertou fortemente no braço que Harry estava apoiando na vassoura e sentiu seu braço explodir de dor. Olhou para os lados e viu o balaço dar outra investida contra ele. Desviou-se por centímetros. Rapidamente levantou a mão direita e gritou:

- Evanesca! – e o balaço explodiu. Harry olhou para o seu braço, que pendia molemente ao lado da vassoura. Tentou mexer com ele, mas não conseguiu.

- Expelliarmus! – a varinha de Harry saiu de sua mão e foi caindo. Harry, tomado de coragem, rapidamente desceu com a vassoura também. Pegou sua varinha e subiu rapidamente até onde Malfoy estava. Berrou:

- Furúnculus! – agora chovia fortemente. Malfoy desviou o feitiço e, aproveitando o braço quebrado de Harry, apontou a varinha para ele e berrou:

- Estupefaça! – o feitiço não acertara em Harry, mas logo depois Malfoy mandou um ‘expelliarmus’ e a varinha foi caindo. Harry se abaixou novamente e conseguiu agarrá-la antes que fosse tarde demais. Começou a subir, e Malfoy gritou:

- Explodium Octopius! – o feitiço atingiu em cheio o peito de Harry, que sentiu algo a empurrá-lo para trás e caiu da vassoura. Antes de cair no chão, berrou:

- Wingardium Leviosa! – apontando a varinha para si mesmo. O feitiço fez ele diminuir a velocidade, mas não o parou. Ele olhou para cima. A sua Nimbus estava muito longe e não chegaria a tempo.

PAM!

Harry chapou as costas na lama. Levantou-se vagarosamente e ouviu o grito de alegria da torcida da Sonserina. Foi para o vestiário e lá trocou as roupas. Ouviu Lino Jordan dizer para Malfoy ir até lá para receber sua nota. Ouviu Lino dizer que Dumbledore deu sete à ele... Cornélio deu nove... Krum deu (porra!) dez... McLagan deu oito... O total dele era cinqüenta e três. Chamou Harry. Desanimado, Harry entrou no campo de baixo de aplausos educados e de muitas vaias. Harry olhou. Dumbledore acabara de fazer um gesto com a varinha e um imenso quatro apareceu no ar. Cornélio deu dois, Krum deu zero, McLagan deu dois também. O total de Harry nesta tarefa foram oito. O total deste e do primeiro duelo geravam trinta e oito pontos. Malfoy passou Harry em treze pontos.

No café-da-manhã seguinte, como de costume, chegou o correio. Muitas corujas entravam pela janela no alto do Salão Principal e desciam até os seus donos, entregando as cartas, os embrulhos, os pacotinhos e os pacotões. Harry quase nunca recebia nada de ninguém, aliás, nunca tinha alguém para lhe mandar cartas. Uma vez tivera Sirius, mas não foi por muito tempo. Mas desta vez uma coruja que Harry não conhecia pousou na sua frente. Ela era cinza e tinha os olhos verdes iguais aos de Harry.

- Para quem é esta carta? – perguntou Harry, enquanto olhava o nome do destinatário.




Harry Potter,



Mesa da Grifinória



Hogwarts



Harry tentou adivinhar de quem era. Talvez fosse da Sra Weasley. Ele hesitou um pouco e abriu a carta.



Harry,



Espere-me quando todos já estiverem fora do Salão Comunal, eu estarei na lareira.


A carta não dizia mais nada. Harry se perguntou se deveria se atrever a fazer isso, e achou melhor não dizer nada para Rony e Hermione. Foram para a aula de Trato das Criaturas Mágicas.

- Oh, olá Harry! – falou Hagrid quando eles se aproximaram. – estão todos aqui? Venham comigo. – Harry ficou a imaginar que bicho ele iria mostrar hoje, e, para espanto da turma, ele estava indo direto para a Floresta Proibida. Todos hesitaram, mas Harry lançou um olhar significante para Rony e Hermione e eles lideraram o grupo. Pararam na entrada da floresta.

- Observem – falou, mostrando uma grande flecha caída no chão. – Alguém pode me dizer o que é isso? – perguntou ele, passando os olhos por toda a turma. Hermione levantou a mão rapidamente, o que já não era surpresa para ninguém. – Diga, Hermione.

- Isto – falou ela, apontando para a flecha – é uma flecha de centauro.

- Muito bem, Hermione. Dez pontos para a grifinória. E alguém aqui sabe me dizer para que serve esta flecha?

Hermione ergueu rapidamente a mão novamente.

- Fale, Hermione.

- A flecha do centauro pode ser usada como antídoto natural para muitos tipos de ferimentos. Ela limpa o ferimento e fecha-o em menos de dez minutos.

- Excelente, Hermione. Mais dez pontos para a Grifinória. E a flecha de centauro pode ser perigosa, porquê? – perguntou ele. Hermione levantou a mão mais uma vez e, para surpresa da turma, Neville Longbottom também. Hagrid olhou para os dois.

- Diga, Neville.

- A-a-ah flecha do c-c-centauro – começou ele, gaguejando, provavelmente porque nuca havia falado na aula de algum professor, exceto, é claro, Herbologia. – tem um v-veneno que é mortal para nós, humanos. Ainda não se s-sabe o antídoto para reverter este v-veneno, mas o pessoal do St. M-mungus está procurando. – completou ele. Hagrid pareceu meio abobalhado.

- Foi demais, Neville – falou ele – vinte pontos para a Grifinória. A flecha do centauro é perigosa para o contato na pele. O veneno que contém nela se espalha rapidamente pelo sangue, dando á vítima apenas dez ou vinte minutos de vida.
Então se ouviu um grande estrondo na floresta. Vários pássaros voaram das copas das árvores. Hagrid olhou preocupado para a Floresta Proibida e disse:

- Vocês me esperem aqui. Vou ver o que é e já volto.

Hagrid foi rapidamente até a sua cabana e pegou o arco. Rumou sem dizer uma palavra aos estudantes para a floresta. Harry trocou um olhar significativo com Rony.

- Vou ver também – sussurrou ele para o amigo. Saiu sem que ninguém percebesse e se escondeu em um arbusto. Depois de conferir que não dava para ninguém ver onde ele estava, se transformou no leopardo e saiu rapidamente ao encontro de Hagrid. Foi difícil, porque Hagrid dava passadas muito grandes, mas ele conseguiu achá-lo. Achou melhor ficar um pouco atrás dele por que o amigo poderia se assustar e acertar a flecha nele. Andaram muito até chegarem a um lugar sombrio da floresta. Hagrid parou e berrou:

- GROPE! Eu já falei para não arrancar árvores!

Mas Grope ou não ouvia Hagrid ou fingia que não ouvia. Hagrid ficou furioso e pegou um pedaço de pau caído no chão e arremessou contra o rosto de Grope.

- Olha para baixo, seu grande retardado. EU ESTOU AQUI, GROPE. Olha, pára com isso. Eu já falei que NÃO! – mas Grope pegou uma árvore de dois metros e deu um forte puxão. Arrancou-a com facilidade, e então percebeu a presença de Hagrid ali e se sentou.

- MUITO FEIO ISSO, GROPE! EU JÁ FALEI QUE NÃO PODE FAZER ISSO.

- Dess. – falou Grope, e Harry não entendeu o que seria isso.

- Está, bem – respondeu Hagrid – está bem. Eu te desculpo. Mas pare com isso. – Grope pareceu entender, porque imediatamente se deitou e fechou seus grandes olhos.
Hagrid imediatamente deu meia-volta e voltou para sua cabana, pois a aula já havia acabado. Harry achou melhor ir como leopardo somente até a entrada da floresta e assim o fez. Assim que saiu da floresta se transformou em humano de novo e seguiu para o castelo. Chegando lá já estavam todos no banquete. Harry se sentou entre Rony e Hermione e contou o que acontecera. Contou para eles também sobre a carta.

- Harry, eu acho que você não deveria esperar para ver quem é! – falou Hermione, insegura.

- O que esta pessoa poderá fazer comigo? Ela estará do outro lado da lareira. Além disso, vocês estarão lá comigo, não estarão?

- Claro que sim, cara – respondeu Rony.

Eles ficaram esperando os alunos irem para seus dormitórios, e Harry olhava fixamente para a lareira, à espera de que algo acontecesse. Eles ficaram muito tempo ali até o Salão Comunal ficar quase totalmente vazio. Só restavam alguns garotos segundanistas ali e eles. Quando os segundanistas foram embora, os três ficaram com os olhos fixos na lareira. Passaram-se alguns minutos deste jeito. Eles não se entreolhavam nem conversavam. Então uma chama verde surgiu da lareira, e um garoto que teria talvez uns dezesseis anos, ou dezessete no máximo. Tinha os cabelos negros e rebeldes. O rosto exibia um feliz sorriso. Eles se entreolharam por alguns segundos e o garoto disse:

- Então, Harry, gostou da vassoura?

- Foi você que me mandou aquela vassoura? – perguntou Harry, sentindo o queixo cair.

- Claro. Não gostou?

- Mas eu nem te conheço.

- Tá tudo bem. Vou te contar o que aconteceu. Você se lembra de Sirius Black? – perguntou o garoto. Harry, desconfiado, não respondeu. Ele continuou – aquele que você acha que morreu no Departamento de Mistérios? Pois é. Ele não morreu. – Harry sentiu um aperto forte no coração, mas fez o máximo para fingir que nada estava acontecendo. Ele não entendia aonde o garoto queria chegar. – Harry, aquele véu não mata as pessoas. Só esconde os mortos. Quem está vivo não morre ali. A pessoa fica flutuando por ali até encontrar um meio de sair. Lá eu vi seus pais, Harry. Eles estavam lá. E eles pediram para dizer que estão muito orgulhosos de você por escapar quatro vezes de ‘você-sabe-quem’. Ah, voltando ao assunto. Eu entrei lá por que não queria que o Ministério ficasse contra mim. Sabia que se eu continuasse vivo ali, o Ministério iria me capturar novamente. Então ensaiei com Dumbledore uma suposta morte, em público, lógico, para todos esquecerem de mim e eu poder ficar tranqüilamente com você, como você sempre quis.

- Peraí! – falou Harry bruscamente – Você está querendo dizer que é Sirius? Eu não tenho tempo para essas besteiras. Eu vi ele morrer. Eu odeio ter que admitir isso, mas ELE MORREU! E não há nada que eu possa fazer. E tem mais. Meu padrinho não era tão jovem como você.

- Deixe-me terminar, por favor, Harry. Depois disso, se você não acreditar em mim, pode ter certeza que eu nunca mais irei importunar-te. – Harry encarou os olhos verdes do garoto e se sentou novamente. – obrigado. Então eu combinei com Dumbledore e os outros para encenar uma morte minha. Claro que Belatriz Lestrange não sabia disso. Então, quando ela mandou um feitiço, eu murmurei um contra-feitiço e fingi cair dentro do véu. Só que houve um engano que eu deveria saber há anos. Lá eu vi seus pais, os melhores amigos que eu já tive. Então eu pensei seriamente em ficar por lá. Este foi o erro. Eu fui enfraquecido pelo pensamento de ficar lá. Então eu não conseguia ficar mais naquele corpo. Então, seu pai, que era um grande bruxo, me disse o que eu deveria fazer para entrar no corpo de outra pessoa, para meu próprio bem. Eu aproveitei a oportunidade e consegui me livrar do meu corpo. Entrei no corpo deste garoto, obrigando o espírito dele a ficar no meu corpo. Mas o problema é que o garoto vivia no Japão. Eu não poderia fazer uma desaparatação tão longa. Eu passei em todos os países que encontrei no caminho e assim que cheguei aqui procurei por você. Mandei a vassoura e agora estou aqui conversando com você. E tenho uma surpresa para você. Tiago deixou eu ficar com você na casa dele. E tem mais. Eu vou cursar novamente o sexto ano com vocês. Eu não preciso, mas é para preencher o meu tempo. Ah, é claro. Vocês agora só me chamem de Snuffles, ok? Para não dar confusão.

- Como é que eu vou ter certeza que você é Sirius mesmo? – perguntou Harry, desconfiado.

- Me pergunte algo que só o Sirius saberia – falou ele, displicentemente.

- Ok. Humm... Onde é a Sede da Ordem da Fênix?

- Na minha casa, na casa dos Black, no Largo Grimmauld doze. – falou ele, com um grande sorriso no rosto.

- Sirius, eu não acredito – falou Rony. – você nos enganou este tempo todo, e fez o Harry sofrer o tanto que sofreu somente para ficar mais jovem?

- Eu não quis passar para este corpo. Eu não podia ficar no meu, como já expliquei para vocês. E eu sinto muito por ter feito vocês sofrerem. Mas eu não pretendia demorar tanto para voltar.

- Porque foi que vocês não me disseram sobre este plano? – perguntou Harry.

- Se eu caísse no véu e você não esboçasse reação, os Comensais perceberiam que foi algum truque nosso.

- Mas vocês poderiam ter me contado depois.

- Dumbledore achou melhor não, porque você poderia não nos perdoar.

Então eles ouviram um barulho de porta batendo lá no alto e o garoto da lareira saiu. Segundos depois apareceu Neville, segurando Trevo na mão.

- O que vocês estão fazendo?

- Nós vamos nos deitar, Neville. – falou Harry, fazendo um sinal para Rony segui-lo e dando um boa-noite para Hermione.

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