Uma visita inesperada




Estava em algum lugar parecido com o departamento de mistérios, mas Harry não o conhecia. Ele ria alto e fantasmagoricamente, olhando diretamente para um garoto que aparentava ter lá seus dezoito anos de idade que estava caído aos seus pés. Estava ofegante e machucado, por um duelo que Harry e ele acabaram de ter. Então, quando Harry parou de rir, disse em voz alta e estranhamente fria:

- Então, Weasley, você vai pegar ou prefere ser torturado mais um pouco?

- Pode me torturar e até me matar Voldemort, mas você não vai consegui-lo por minhas mãos. – disse o garoto e Harry agora reparava que ele tinha cabelos avermelhados e usava vestes de segunda mão, e que a voz lhe lembrava a de... Fred Weasley. Parecia decidido a não entregar nada para Harry.

- Weasley você é um idiota. – disse Harry, com sua voz fria e insensível – Não me resta outra alternativa... Crucio!

O vulto de Fred Weasley na hora soltou um grito de dor, e começou a se contorcer no chão, gritando mais que nunca. Então, ele sentiu como se sua cabeça estivesse rachando ao meio, e fechou os olhos. Quando os reabriu estava na rua dos Alfeneiros número 4.

Harry estava sentindo sua cicatriz formigar. Ficou passando a mão nela por algum tempo e resolveu se levantar. Ao trocar de roupa Harry reparou que estava muito suado e com a respiração rápida e cortante.

Harry desceu para a cozinha e preparou seu café da manhã. “Ainda bem que os Dursleys ainda estão dormindo” – pensou Harry – “Dá para eu pensar no que acabei de ver”. Harry pensou em mandar uma carta contando tudo para Dumbledore e para Rony e Hermione, mas ele se lembrou que não deveria ter tido este sonho, pois deveria estar praticando oclumência.
Decidiu-se em ficar quieto e não dizer para Rony e os outros, simplesmente porque Harry sabia qual seria a reação deles. Rony iria pedir que contasse todos os detalhes ou iria dizer “Legal”; Hermione iria fazer sermão lembrando que ele precisava praticar oclumência; e Dumbledore nem mandaria resposta. Harry decidiu mandar uma coruja para Rony e Hermione perguntando se eles estavam bem, mas sem mencionar no sonho.
Quando Harry chegou ao seu quarto percebeu que havia uma coruja diferente ali. Pegou o pergaminho na perna da coruja e leu-o o mais rapidamente possível.


Harry,



Como você está? Nós estamos muito bem. Estamos sentindo muitas saudades suas. Seus tios tem sido legais com você? Eu e Rony estamos n’A Toca e você também poderá vir daqui a uma semana (se você quiser, claro), quando estiver faltando duas semanas apenas para a ida à Hogwarts. Você tem praticado oclumência? Espero que sim, porque Voldemort já sabe que você lê a mente dele. Tome muito cuidado. Rony e os irmãos dele estão morrendo de saudades de você também. A Sra. Weasley pediu para avisar que não nos mande respostas por essa coruja (ela pode ser interceptada), mande a Edwiges.



Mil Beijos



Hermione.





Quando Harry leu a parte da oclumência, ele sentiu seu estômago despencar. Rapidamente ele pegou um pergaminho limpo e começou a escrever:



Mione,




Também estou com muitas saudades de vocês. Eu estou ótimo. Meus tios fingem que eu não existo, o que já é um começo. Eu quero ir para A Toca sim. Se pudesse iria agora, mas eu vou esperar. (Nessa parte, Harry quase conta sobre o seu sonho, mas decide que era melhor ignorar a pergunta da amiga sobre oclumência). Não se preocupe, eu vou me cuidar direito. Também estou com saudades de todos. Estão todos bem? Todos os irmãos de Rony? E Gina? Percy? Fred? Jorge? Gui? Carlinhos? E a Sra Weasley? O Sr Weasley? Por favor, responda.



Muito grato,



Harry Potter.





- Entregue isso nas mãos de Hermione, tá, Edwiges? Entregue só para ela. – disse isso e soltou a coruja, que voou silenciosamente até a janela e dali foi-se para leste, e Harry ficou observando-a até perder de vista.
Então, Harry ouviu uma batida na porta. Lembrou-se que os Dursley estavam dormindo e foi atendê-la. Harry chegou perto da porta e esta se escancarou. E para sua enorme surpresa quem estava na porta era ninguém menos que Lúcio Malfoy.

Eles se encararam por um momento, então Harry disse:

- O que faz aqui?

- Harry isto não é jeito de tratar visitas. – disse o Sr Malfoy calmamente.

- Tenho muito o que fazer, Malfoy, com licença – e fechou a porta, mesmo sabendo que Lúcio Malfoy não deixaria a porta bater. Harry esperou apenas a porta impedir que o Sr Malfoy o visse e sacou a varinha. Então a porta se abriu novamente e Lúcio Malfoy, para surpresa de Harry não pareceu incomodado com aquele gesto de Harry.

- Ora, Harry, não vai dizer para eu entrar? Eu vim lhe fazer uma visita e você me ameaça deste jeito? O sr não acha que é muita falta de educação? – perguntou Lúcio Malfoy com sua voz arrastada e os olhos cinzas olhando diretamente para Harry.

- O que você quer aqui, Malfoy?

- Eu vim lhe dar um aviso, Potter. O Lord das Trevas não errará na próxima vez.

- Como assim? – perguntou Harry, abobalhado. Lúcio Malfoy sacou sua varinha também. Eles se olharam por um momento e Malfoy disse:

- Harry, eu sei que você o viu torturando um Weasley.E irá fazer o mesmo com você, Potter. Você não escapará da próxima vez. E se você der um movimento em falso, eu juro que te azaro. – Mas não acabou de dizer a frase, e olhou para a rua distante, onde houve um barulho de carro. Harry, que estava do lado de dentro da casa aproveitou a oportunidade:

- Expelliarmus! – Gritou Harry e Lúcio foi mandado ao outro lado da rua.

O sr Malfoy se levantou calmamente e disse:

- Vem aqui, Potter. Você não tem coragem de me enfrentar na rua?

Harry, de impulso, saiu da casa e disse:

- Rectusempra! – Mas Malfoy estava preparado.

- Protego! Crucio! – Harry sentiu uma dor imensa e caiu na calçada, se revirando e gritando de dor. Mas, no momento seguinte, a dor parara quase que totalmente.

- Então, Potter, vejo que não é páreo para mim. – Disse Malfoy com um sorriso desdenhoso no rosto.

Harry se levantou com dificuldade, ainda respirando rápido.

-Estupefaça! – Gritou Harry, mas novamente Malfoy estava preparado.

-Protego! Locomotor Mortis!

-Protego! Expelliarmus! – gritou Harry que também esperava um ataque.

Malfoy não esperava um ataque repentino, e foi jogado contra o carro mais próximo, que ficou todo amassado. Harry novamente foi mais rápido que Malfoy e gritou:

-Accio varinha! –E a varinha de Malfoy voou direto para sua mão. – Bem, Malfoy, creio eu que assim isto termina aqui. Eu vou chamar Dumb... – Harry olhou novamente, procurando, mas não acreditou que Malfoy teria ido embora com a sua varinha nas mãos de Harry.

Malfoy agiu rápido, aparatou e apareceu bem atrás de Harry, e com um puxão pegou novamente a sua varinha, e não perdeu tempo, gritou:

-Expelliarmus! – e Harry foi jogado do outro lado da calçada, o rosto pingando suor. – Harry, Harry, Harry – disse ele desdenhoso. – Você deveria prestar mais atenção nas coisas em sua volta.

Harry estava se levantando e Malfoy disse:

- Você é insistente hein, Harryzinho? – zombou ele.

- Eu ainda não desisti, Malfoy.

- Idiota! Petrificus Totalus! – bradou Malfoy, mas Harry esperava por isso.

- Protego! Estupefaça! – Gritou Harry e Malfoy foi atirado longe, inconsciente – PETRIFICUS TOTALUS!

As pernas e braços de Malfoy se juntaram e ele caiu duro no chão. Harry rapidamente escreveu uma carta para Dumbledore, dizendo o que aconteceu e pedindo que ele viesse imediatamente. Ele correu para dentro e despachou a coruja.

Dois minutos depois Dumbledore apareceu com uma cara de fúria que Harry nunca tinha visto antes. Ele conjurou cordas e amarrou firmemente Malfoy e disse para Harry entrar em casa e não sair mais de lá. Harry ficou com raiva de Dumbledore por ele ter dito para entrar. Dumbledore achava que Harry ainda era uma criança. Será que não percebera que Harry acabara de nocautear um comensal da Morte? Será que não viu que Harry sabe se defender?

Mal acabara de se fazer essas perguntas quando Dumbledore aparatou ao seu lado.

- Harry, preciso conversar com você.

- Prof. Dumbledore, ele tirou a varinha e ia me matar se eu não tivesse usado magia, ele é um comensal da morte e me disse que...

- Harry, primeiro eu quero lhe agradecer – cortou Dumbledore – afinal você capturou um comensal da morte, não é? E segundo, eu queria te parabenizar pela incrível batalha com o sr Malfoy. E em terceiro, você usou muita magia em terra habitada por trouxas, e eles viram tudo. Eu tive que usar um feitiço para eles perderem a memória, mas mesmo assim o ministério quase que com certeza enviará à você uma carta falando sobre is...

Ele nem precisou terminar de falar. Uma coruja-das-torres entrou no aposento e esticou a perna para Harry tirar o embrulho:



Prezado Sr. Potter,



Sinto lhe dizer que você usou magia em lugares habitados por trouxas, e na nossa lei isso significa a (o coração de Harry gelou) expulsão da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e a quebra de sua varinha, mas, devido ás circunstâncias, o Sr. Nos livrou de mais um comensal da morte, e esta carta veio para lhe parabenizar e agradecer. Tome cuidado da próxima vez.



Atenciosamente,



Mafalda Hopkirk



Seção do Restrição ao Uso de Magia




- Bom – disse Dumbledore – acho que já vou indo.

- Espere – tentou dizer Harry, mas ele já tinha aparatado.

Harry rumou para seu quarto, ainda pensando no que acabara de acontecer. Escreveu para Hermione contando o que acabara de acontecer.

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