Estômago ao Avesso



Eu vou me casar, Hermione



Melissa Hogwarts






Capítulo Um – Estômago ao Avesso




“Meu Deus, o que colocaram na minha cerveja amanteigada ontem? Nossa, parece que minha cabeça pesa uma tonelada... ai, que dor... que horas serão?”



Hora de tomar remédio para enjôo. Hermione saiu correndo do quarto tropeçando no tapete, foi até o banheiro e colocou pra fora o que aparentemente fora seu jantar da noite anterior.



“Mas o que em nome dos céus é isso? Que eu saiba até hoje ninguém ficou de ressaca com um copo de cerveja amanteigada! Mas o que está acontecen...”



Não teve como terminar o raciocínio. Uma onda de enjôo tremendo a dominou uma segunda vez.



“Que porcaria!”



Quando sentiu que seu estômago dera permissão para que ela pudesse se levantar, Hermione desceu as escadas a fim de tomar café. Sua mãe estava sentada na mesa, lendo uma revista qualquer. Vendo-a chegar, Jane Granger levou um susto:



- Mas o que aconteceu com você?



- Nada, eu estou bem – murmurou Hermione debilmente achando que todo aquele cheiro de comida estava consumindo-a.



- Ora, bem não está. Como está pálida e... oh, Mione querida, olhe só para essas olheiras!



Hermione não respondeu de imediato. Primeiro porque sabia que sua mãe sempre exagerava nessas coisas (seu pai sempre não dizia que as duas eram idênticas?) e segundo porque achava que se abrisse a boca, colocaria as tripas pra fora novamente.



- Eu vou procurar algum remédio pra você agora e trate de voltar lá pra cima e se deitar – e antes que Hermione pudesse protestar – e não ouse me contrariar!



Se não estivesse tão mal, ela mesma prepararia uma poção simples, mas tudo estava começando a rodar. Péssimo sinal.



Voltou para o quarto e só quando estava novamente deitada que olhou para o relógio no criado-mudo. 8:57. “Ah, tinha de estar no Ministério às 9:00!” O que tinha dado naquele relógio, ela mesma o tinha encantado. Por que não despertara? Acordava todo dia religiosamente às 7:00. E por que a mãe não chamara? Ou, como ela, que sempre acordava cedo e nunca faltava a um compromisso, conseguira acordar tão tarde?



Quem sabe ainda dava tempo. Podia explicar que não estava se sentindo bem, provavelmente iriam entender. Eles ainda iriam querer entrevista-la. Ela era Hermione Granger! Resolveu levantar da cama, foi até o armário e pegou qualquer roupa ao acaso (tudo estava rodando tanto... “ora, o armário não ficava à esquerda?”). Calçou os sapatos que estavam ao lado da porta, foi até o banheiro fazendo força pra não cair em cima da pia, escovou os dentes e prendeu o cabelo num horroroso e torto coque na nuca. Pegou suas pastas em cima da escrivaninha juntamente com sua varinha, e desceu.



- Onde você pensa que vai, garota? – perguntou a Sra. Granger.



- Para o trabalho – respondeu Hermione – tenho uma entrevista hoje. Vai dar tudo certo, não se preocupe. Eu só não estou passando muito bem... – e aparatou.



* * *




Muito bem não seriam exatamente as palavras que Roberta Youngblood usaria para descrever a chefe aquela manhã. Hermione parecia ter passado a noite dentro de um caixote de tão desconjuntada que estava. O andar sempre tão imponente e a pose elegante que a moça sempre exibia, pareciam ter sido postos sob efeito de um feitiço do Desaparecimento. “Coitadinha, mal percebeu que vestiu a blusa ao contrário” e assim que Hermione passou entrando em seu escritório dando um “Bom d-dia, Rob”, Roberta viu sua admiração por ela desmoronar o que não melhorou muito depois da visão de “oh, isso é uma mancha de vômito na saia dela?”



- Por Merlin, aquela mulher que passou por aqui é a famosa Hermione Granger? – exclamou um homem de terno muito alinhado, barba bem-feita e cabelos cobertos de gel – vamos Derick, não podemos perder essa – e voltando-se para Roberta disse numa voz macia – diga a Srta. Granger que vamos recebe-la agora, apesar de seu leve atraso.



Roberta, que era assistente de Hermione fazia mais ou menos uns dois anos, nunca se sentiu tão nervosa ao bater na porta da chefe quanto naquele dia:



- Hermione, o pessoal do Profeta já está aí.



Não houve resposta. Resolveu entrar. A cena que encontrou não foi muito agradável. Um furacão parecia ter passado pela mesa de Hermione.



- Já vou indo – murmurou a jovem vacilante.



- Ah, não vai não! Eu não vou deixar que você apareça diante daqueles homens dessa maneira! – falou Roberta firmemente – vou agora mesmo providenciar uma poção e vamos dizer que você não estava bem... marcaremos isso para outro dia...



- Não será necessário – falou uma voz macia mais atrás de Roberta – já estamos aqui e creio que podemos fazer a entrevista.



Vincent Key era o mais prestigiado repórter do Profeta Diário e comentava-se que provavelmente se tornaria o próximo editor do jornal. Diziam que fazia relativo sucesso com as mulheres, que esbanjava dinheiro e era internacionalmente reconhecido por seu... digamos, ham, talento. Somente seu fiel fotógrafo Derick sabia que na verdade Vincent Key era americano e se chama Wendy Ass (não me pergunte onde a mãe dele estava com a cabeça quando batizou o menino). Morava num apartamento bolorento nos subúrbios londrinos, devia aparentemente até a alma e só fazia sucesso por causa das... ham, digamos, reportagens um pouco enfeitadas sobre a vida alheia.



- Podemos começar a entrevista, Srta. Granger? – Hermione fez que sim com a cabeça enquanto Roberta bufava – vamos Derick, vamos começar.



Derick entrou segurando sua câmara fotográfica e bateu algumas fotos do escritório.



- Oh, isso é vômito? – perguntou o rapaz quando se aproximou da mesa.



- Não estava me sentindo muito bem essa manhã – declarou Hermione simplesmente.



- Hum – fez Vincent – interessante...



* * *






- Você não devia ter dado essa entrevista, Hermione! – gritou Roberta Youngblood enquanto fazia a chefe engolir cada gota de uma poção cor-de-rosa – não devia. Você sabe como aquele Key é. Vai escrever calúnias sobre você. Como espera obter aprovação do Ministério se todos vão vê-la como se tivesse passado a noite na rua?! Olhe só pra você, mal sabia quem estava na sala!



- Se eu dei conta de Rita Skeeter, não vai ser muito difícil com esse Vincent Key – murmurou Hermione depois de colocar o cálice em cima da mesa.



Como começava a se sentir melhor, Hermione resolveu ficar no escritório relendo alguns relatórios enquanto Roberta, com auxílio de sua varinha, limpava tudo. Na verdade, não conseguiu fazer nada. Apesar de não estar mais enjoada, a tonteira não passava de jeito nenhum e depois de confundir a palavra “decisão” com “gnomos com dedão”, resolveu parar e descansar. Sentou-se na confortável cadeira que era a sua e ficou observando um lindo quadro abstrato que tinha na parede. Harry lhe dera de presente assim que conseguira o emprego no Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas.



Nunca pensara que fosse ingressar no Ministério e muito menos naquele departamento. Mas quando terminara Hogwarts, decidiu que alguma coisa precisava ser mudada para que conseguisse progresso em seu projeto em relação aos elfos domésticos. Não adiantavam manifestos, nem greves de fome, nem ditos de “não vamos jogar quadribol enquanto os elfos não forem livres” (não é de se admirar que este último manifesto não fora exatamente muito popular entre os grifinórios) e muito menos adesivos, faixas e botões da FALE. Descobriu que as coisas tinham de ser mudadas na lei. Na lei. E onde ficava a lei? No Ministério da Magia.



Hermione era uma funcionária dedicada e inteligente. De uma simples “auxiliar do assessor-júnior” passou para chefe do Departamento, com indicação de Amos Diggory que acabara se aposentando. Ela era conhecida no mundo bruxo. Escrevera dois livros. Trabalhava muito, principalmente com relação aos duendes. Oh, os duendes! Eles davam dor de cabeça!. Agora estavam exigindo propriedades no Beco Diagonal a fim de abrirem uma loja de bombas. Duendes e bombas. Para Hermione era mais fácil nomear Parvati Patil para Ministra da Magia. Os duendes eram difíceis. “Prof. Binns tinha razão.” Ela fora lá e conversara com eles. Explicara os pormenores que envolviam o assunto. Como resposta, eles invadiram uma casa trouxa, pintaram todos os moradores de vermelho com tinta não-removível e atolaram sua mesa de cartas e berradores, muitos dos quais contendo as palavras “machado”, “tortura” e “cabeça” inúmeras vezes. Na próxima quinta-feira, iria a uma reunião de acordo com eles, protegida por uma escolta.



As coisas eram complicadas, mas ela continuava trabalhando arduamente num projeto de apoio aos Elfos Domésticos. Iria apresenta-lo no final do mês e tinha esperança que dessa vez, fosse aprovado.



O Sr. Malfoy deseja falar-lhe – eram as palavras de um memorando que chegou à mesa de Hermione – Já está a caminho.



“Era só o que me faltava acontecer hoje!” Antes que ela pudesse pensar em qualquer coisa a mais, Malfoy esmurrou a porta da sala, entrando a passos firmes.



- Eu exijo os meus direitos!



- O que aconteceu desta vez, Sr. Malfoy?



- Como assim o que aconteceu dessa vez Sr. Malfoy? – falou ele em vez de deboche – sua assistente me disse que não tem meu pagamento! São exatos setecentos e sessenta e oito galeões, quinze sicles e um nuque! – o loiro leu o número de um pergaminho que agora se encontrava muito amassado.



- E posso saber porque o Ministério deve lhe passar isso? – perguntou Hermione tentando controlar a tontura.



- Mas que tipo de departamento é esse? – gritou Malfoy cuspindo – eu exijo uma indenização! Ontem mesmo eu vim aqui tratar disso. Eu tenho mais o que fazer do que ficar por sua conta, Granger.



Então Hermione se lembrou. Na manhã do dia anterior, Draco Malfoy invadira seu escritório com aquele mesmo jeito arrogante, contando-lhe que um duende invadira sua propriedade, instalando-se no banheiro a fim de preparar terreno para uma invasão. O tal duende, ainda ameaçara Malfoy com um barbeador mágico-multi-uso. Draco, tentando reagir, jogara um vidro de tônico capilar em cima de seu agressor e o resultado disso tudo foi que o duende partiu pra cima de Malfoy com violência, arrancando-lhe grande parte do cabelo muito loiro. Como pudera se esquecer disso? Oh, simplesmente se esquecera.



- Oh, peço desculpas Sr. Malfoy – disse Hermione com a cabeça latejando de dor enquanto amaldiçoava Gina por ter escolhido dentre todos os garotos de Hogwarts, logo o mais detestável – não tenho a quantia da sua indenização aqui, mas o senhor – ela acentuava o “senhor” – poderá voltar amanhã.



- Eu acho bom, Granger – falou Malfoy ajeitando o chapéu que estava usando a fim de esconder seu novo penteado – acho bom mesmo ou eu a verei no gabinete do Ministro da Magia!



Bufando, Malfoy saiu da sala batendo a porta com violência. Hermione gostaria que ele não tivesse feito isso. Sua cabeça estava explodindo.



- Oh, meu dia está péssimo! Estou devendo favores a Draco Malfoy!



- Ele é um péssimo homem se quer saber minha opinião – disse Roberta entrando pela porta que Draco acabara de bater – olhe só quem é o pai dele.



- Sim – concordou Hermione lembrando-se de Lúcio – disse que enlouqueceu lá em Azkaban.



- Foi e bem-feito se quer saber a minha opinião – finalizou a assistente com firmeza – bem-feito pra aquela família de malditos.



Hermione riu um pouco. O jeito com que Roberta falava da família Malfoy parecia com o jeito de alguém que ela conhecia... de... de Rony. O jeito que Rony falava de Draco. “Rony... quanto tempo faz que não penso nele? Quanto tempo faz desde a última vez que o vi?” Ela afastou o pensamento.



Pensar em Ronald Weasley não fazia com que ela se sentisse menos tonta.



* * *




N/A: o que acharam do primeiro capítulo? Fraquinho? Super legal? O maior lixo que já vi em toda minha vida? Por favor me mandem a opinião de vcs!!! Faça uma escritora maluca feliz!!!



Oh, fans do Draco Malfoy não me matem! Mas eu simplesmente não resisti naquela história de revolta de duende e tônico capilar... hahaha... eu também adoro o Draco (e mesmo assim faço tanta maldade com ele!). Um beijo grande para minha beta Mel que lê minhas fics e sempre tenta me ajudar quando eu to desesperada me sentindo um lixo total! Obrigada pelos comentários (até mesmo pelos nossos delírios por homens-altos-e-ruivos-que-de-preferencia-se-chamem-Rony-Weasley...)







No próximo capítulo...



A vida de Hermione fica de cabeça pra baixo! Muitas mudanças... pra melhor? Pra pior? Vocês terão de continuar lendo... ah, e onde está o Rony nessa história toda? ? ? Não percam o próximo capítulo, ´Os Anjos Voltam a Espiar´ com direito a flashback e tudo...

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