Capitulo 8



Capitulo 8

Tom Clark fora transferido para o turno do dia depois do roubo e estava sentado diante dos monitores, na sala de vigilância, quando Harry e Hermione entraram.

Harry pediu os teipes da véspera, na garagem, a partir das nove horas. E Hermione acrescentou que queria também o que fora filmado na entrada principal.

-A que horas você começou seu turno esta manhã? – ela quis saber, enquanto o guarda preparava os monitores.

-Às seis. Loui Mourson cobriu o turno da noite. Por quê?

-Por nada.

Juntando-se a Harry, diante de um dos monitores, Hermione segredou:

-Ele estava aqui em ambas às ocasiões.

A imaginou começou mostrando a garagem quando a Mercedes ainda não estava lá. Apertando um botão do teclado, Hermione fez a fita correr, adiantando quarenta minutos, quando o carro apareceu na tela. Voltou a fita para que pudessem ver sua entrada.

Ben Hinnock colocou o carro no lugar, limpou alguma coisa no pára-brisa e saiu. As portas se fecharam atrás dele. Pouco depois, as luzes preparadas para se apagar deixaram a garagem em total escuridão.

-O que faremos se encontrarmos algo? – Harry se mostrava preocupado.

-Mostramos a Malfoy, dizemos que olhamos em minha mochila por causa da fita e... Olhe! O marcador de tempo. – Hermione fez a fita voltar e tornou a passá-la, à velocidade normal.

O marcador pulou quatro minutos.

-Quatro minutos... Foi o mesmo que aconteceu ao vídeo da sala de segurança na noite da explosão. – ela se voltou e, em voz mais alta, dirigiu-se ao guarda: - Clark, a que horas você tem seu intervalo da manhã?

-Em geral às sete e quinze, mas fico por apenas cinco minutos fora daqui, e não faço outro intervalo até as nove e meia. Hans, o cozinheiro, só apronta o café depois das sete, e disse que me mataria se eu o fizesse sem seu consentimento.

-Hans ganhou um prêmio por seu café, certa vez – Harry comentou, casual.

-Azar meu não gostar de café. – Hermione tornou a acelerar a fita, mas nada aconteceu até que os dois entraram na garagem, de mãos dadas e usando seus roupões.

Ainda bem que a pedra não apareceu no vídeo.

-Seria bom vermos a fita da entrada da casa também, mas acho melhor comermos algo, primeiro, ou acabarei desmaiando de fome.

-Ótima idéia, Mione. Na varanda de meu quarto, então.

-Não. Na varanda do meu. De lá, pode-se ver a entrada da mansão.

-Certo. Falarei com Hans, e depois verei em meu escritório se Rony já enviou o fax.

No corredor, Hermione parou e disse:

-Quero pegar minhas coisas em seu quarto.

-Hermione...

-Harry, não quero que encontrem aquela pedra em seus aposentos. E tenha certeza de que não farei nada com ela.

-Muito bem. Nós nos veremos em alguns minutos, então.

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Diante da porta da suíte dele, Hermione sorria. Uma semana em companhia de Harry Potter e se sentia viciada nele, inebriada com sua presença, sua voz, seu charme.

-Srta. Granger? – ouviu, junto a si, e voltou-se, num ligeiro sobressalto, deparando com o gerente de aquisições. – Gostaria apenas de dar-lhe as boas-vindas à firma.

-Como?

-Li os jornais desta manhã. Harry a contratou como segurança.

-Ah, sim...

-Fiz algumas ligações e descobri que a senhorita trabalha para o Norton e que é perita em arte e antiguidades.

-De fato. Mas fique tranqüilo, pois não pretendo tomar seu lugar ou coisa assim. Estou por causa da segurança, e é algo temporário.

Longbotton sorriu-lhe, mas havia algo nele que mostrava não ser um sorriso genuíno.

-Claro. Bem, só mais uma coisa...

-Sim?

-Você não é a primeira funcionária que dorme com o patrão, e nenhuma delas continua trabalhando aqui...

Ela ficou séria.

-Isso interessa apenas a mim, não é mesmo?

-Sim, mas temos de procurar os melhores interesses para todos.

-Entendo.

-Tenha um bom dia, senhorita.

Hermione se arrepiou ao vê-lo se afastar. Notava em Neville uma autoconfiança que nenhum gerente de aquisições teria se tantas peças valiosas tivessem sido danificadas, e uma pedra tão importante, roubada.

Mione apanhou seus pertences no quarto de Harry e foi para o seu. Assim que entrou sentiu algo pressionando sua perna. Olhou para ver o que era. O fio em que encostara havia tirado a alça de uma granada colocada bem próxima à parede.

Mantendo o sangue frio, mas com o coração aos pulos, Hermione pegou o objeto, detendo a explosão ao manter a alça no lugar. Pretendia lançá-la no jardim, mas, ao aproximar-se das portas de vidro, seu pé enroscou-se noutro fio, e outra granada quase foi acionada. O pino ficou preso por um milímetro. Apavorada, a única coisa que Hermione pôde fazer foi gritar por Harry.

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Ele vinha pelo corredor, trazendo um pote de morangos frescos, quando a ouviu. De imediato, largou os morangos e entrou correndo no quarto dela.

-Pare! É uma granada!

Viu-a no chão, o pé imóvel, segurando o pino de uma granada que ainda não fora acionada; na mão, outra, que conseguia deter por manter a alça presa com certa dificuldade. Se Hermione se movesse, as duas granadas poderiam detonar.

-Vá buscar alguém! – berrou, apavorada. – E não volte aqui!

Mas Harry não saiu. Por telefone, pediu a Clark que chamasse a polícia, explicando a situação.

-Vou matar quem tentou fazer isso a você. – e foi se sentar junto dela, apoiando-lhe a perna, para que o cansaço não a fizesse movê-la.

-Mandei que saísse daqui.

-Nada disso. Vou ficar. E quero ver você me obrigar, já que não pode nem se mexer. – ele sorria, tentando manter a calma.

Dez minutos depois, o esquadrão anti-bomba entrava e, com extremo cuidado, livrava Hermione da situação terrível. E pediram para que todos deixassem a casa enquanto isolavam as granadas para impedirem-nas de explodir.

Trêmula, Hermione deixou que Harry a amparasse até o jardim. Lá, acomodou-se num banco, tendo-o a seu lado.

-Fui tão idiota! Não percebi nada! – ela se recriminou.

E, em poucas palavras, contou a Harry tudo o que acontecera. Por fim, suspirou.

-Jamais baixo a guarda dessa forma.

-Não se recrimine, Hermione. Alguém tentou ser mais esperto que você pela segunda vez e não conseguiu.

-Mas me assustou, e muito.

-Agora, acabou. Deixaremos a mansão.

-Não! As respostas estão aqui! Estávamos certos, é a mim que querem matar.

O carro de Malfoy parou diante da entrada principal. E Harry sentiu Hermione tensa.

-Calma. Nada lhe acontecerá.

-Como quer que eu me acalme? A pedra ainda está em minha mochila, em meu quarto, com todos aqueles policiais lá em cima!

-Vocês estão bem? – Malfoy perguntou, assim que se aproximou.

-Sim. Ninguém explodiu. – Hermione forçou um sorriso.

-Ótimo. Fiquem aqui. Vou subir para dar uma olhada.

-Malfoy vai achar que fui eu – Hermione afirmou, mais para si mesma do que para Harry.

-Vou ligar para Rony. Mesmo se Malfoy queira prendê-la, vamos tirá-la com fiança de imediato.

-Não! Não irei para a cadeia!

-Seria melhor ir e sair do que ter Malfoy e seus homens a vigiá-la o tempo todo.

-Estou acostumada a me esconder e não há como me limpar com a polícia. Se me prenderem, jamais sairei.

-Acalme-se! Rony e eu veremos o que fazer, certo?

-Vou me acalmar, mas não aqui.

-Hermione, alguém acabou de tentar matá-la!

Harry respirou fundo. Ela lhe deu as costas e se foi, em direção à piscina.

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Malfoy estava diante da janela do quarto. Pelo que a equipe anti-bomba dissera, ou Hermione armara toda a história, ou tinha reflexos espetaculares. Viu que ela e Potter conversavam, diante da residência, e imaginava que devia ser sobre o quanto iriam lhe contar. Não poderia simplesmente levá-los para a delegacia, porque Harry Potter era um magnata, e dos mais poderosos. E apostava que Hermione Granger era a mulher que Potter vira na noite da explosão e que dissera ter salvado sua vida. Evidente que não fora a única a entrar na casa, mas a outra pessoa fora parar no necrotério e não lhe daria explicação alguma. E, sabendo que ali havia mais a ser revelado do que um simples explosão e o desaparecimento de um antiguidade, Malfoy se via impelido a não desistir de suas investigações.

O casal começava a seguir em direção à piscina. Achou melhor estar por perto.

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-Rony trará minha lista de empregados. – Harry andava pelo gramado.

-Aposto que ele deve estar furioso. Deve achar que trago má sorte.

-Não. Na opinião dele, você é perigosa. E os dois se detestam, o que é ainda pior.

-Me faz bem antagonizá-lo.

-Podia, pelo menos, parar de chamá-lo de “moço inteligente”?

Ela riu com desdém.

-Por que Rony me acha perigosa?

-Porque guarda segredos, tem um estilo de vida não muito claro e me colocou em grande risco.

-E você? Qual sua opinião?

-Para mim, você é adorável e virou minha vida de cabeça para baixo.

-Exemplo disso é que começou a mentir para a polícia.

-Sim. – nesse momento, Harry viu Malfoy e chamou-o. – Descobriram algo?

-Não há nada no quarto. O restante da residência está sendo verificado. Os empregados vêm sendo interrogados, mas até o momento não há novidades. O que temos aqui, sr. Potter, é um impasse.

-Como assim? – com discrição, Harry olhou para Hermione, notando-a quieta, mas atenta.

-Há várias peças de um quebra-cabeça – Malfoy prosseguiu. – Eu poderia apostar que o cadáver no necrotério foi quem entrou aqui e levou a tal pedra troiana, além de colocar os explosivos. Mas não foi ele quem colocou as granadas de hoje, e também não se parece em nada com a mulher que o senhor disse ter estado na mansão naquela noite.

-Eu poderia estar enganado quanto àquela mulher.

-Isso me levaria a apontar para DeVore, mas... e quanto às granadas?

-Não foi o mesmo sujeito – Hermione interveio.

-O esquadrão anti-bomba também pensa assim, srta Granger. Acham que o primeiro serviço foi de um profissional, mas o de hoje, de um amador tentando imitá-lo.

-Os explosivos usados daquela vez são bem mais difíceis de serem acionados do que granadas, detetive. E permitem alguns segundos para se fugir.

Harry respirou fundo. Era melhor falar:

-E se eu lhe disser que uma falsificação da pedra troiana apareceu esta manhã e que uma das câmeras foi desativada da mesma forma que na noite da explosão?

-O quê?! Quero ver a fita outra vez. Também quero repensar a respeito do tempo para as granadas explodirem. A que horas deixou seu quarto esta manhã, srta Granger?

-Ela não passou a noite lá – Harry explicou. – As granadas poderiam ter sido colocadas nas últimas vinte e quatro horas.

-Não creio que tenha sido assim – Hermione tornou a inter ferir. – Apareci no jornal desta manhã como parte da segurança e perita em arte. Esse é o problema. Não gosto de acusar ninguém sem provas, e só quero informá-los. Neville Longbotton deu-me as boas-vindas à firma, hoje, e deixou claro que sabia sobre meu trabalho no Museu Norton.

-Ele a ameaçou? – Malfoy quis saber.

Harry se deixou dominar pela raiva contra seu gerente de aquisições.

-Não. Mas sugeriu que eu não ficaria muito tempo por aqui. E me fez ver que sabia onde eu tinha passado a noite.

Harry meneou a cabeça, enfurecido. Olhou para a casa e ia se dirigir para lá quando o detetive fez-lhe um sinal para que se detivesse.

-Srta. Granger, tem certeza do que diz?

-Sem dúvida. Tenho excelente memória.

-Muito bem, então. – Malfoy enfiou a mão no bolso e tirou um rádio transmissor. – Mendez, encontre Neville Longbotton para mim. Quero lhe fazer algumas perguntas. – Tornou a guardar o rádio. – Gostaria de ver aquele vídeo de que falaram.

-Certo. – Harry foi na frente.

Quando os dois chegavam à sala de segurança, Harry viu Hermione se aproximando.

-Terá de explicar a ele que encontramos a pedra em minha mochila e não o avisamos, porque tudo estará na fita – ela segredou.

-Mesmo assim, fique tranqüila. Prometi mantê-la em segurança, e é o que farei.

Diante da porta da sala, seu celular tocou e Harry atendeu:

Era Rony, furioso:

-Harry, diga para esses policiais abrirem os portões para mim!

Sorridente, ele pediu ao detetive que falasse com seus homens.

-Tem certeza de que quer Rony Weasley aqui para atrapalhar nossa conversa? – Malfoy protestou, com calma.

-Ah, concordo com ele! – Hermione se apressou em dizer.

Harry meneou a cabeça. Ótimo. Agora, eram dois a detestarem Rony.

-Acredito que seja necessário, sim. Ele deve ter mais informações, que poderão nos ser úteis.

Mesmo a contragosto, Malfoy deu a ordem.


Obs: Resolvi postar o capitulo 8 antes de quinta, por que terminei ele hoje. Andei revendo meu horários e acho que consigo postar um capitulo de cada fic por semana, ou seja, as duas serão atualizadas sempre na mesma semana. Hoje atualizei "Flertando...", até sexta atualizo "Da magia..."!!!Espero que gostem desse capitulo!!!!Bjux e até sexta!!!!!

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