Capitulo 7



Capitulo 7

Não foi necessária uma resposta. Da forma como Hermione decidiu beijá-lo, Harry teve certeza de sua decisão. E, tinha de dizer, quando ela decidia algo, colocava sua alma nisso!

Os beijos se tornaram cada vez mais intensos, mais íntimos, e foi quase sem enxergar mais nada que os dois entraram em casa e fecharam a porta atrás de si. Estavam presos num abraço alucinado e em beijos delirantes.

Afoito, Harry afastou-se e, agarrando-lhe a mão, levou-a consigo escadaria acima. Não queria dar-lhe tempo para raciocinar, para, quem sabe, voltar atrás na decisão que tomara de não lutar mais contra o desejo que os dominava.

Hermione, mesmo sucumbindo à paixão, sabia estar fazendo tudo errado. Clientes ou vítimas, não podia confiar em ninguém. Mas, desde a noite da explosão, parecia ter caído em um redemoinho que a atirava de lá pra cá, ao sabor da sorte.

Em dado momento, por entre os beijos, percebeu uma sombra aparecendo no fim do corredor.

-Harry, pare. – Hermione o empurrou de leve.

Ele deu um passo atrás ao ver o guarda em sua ronda noturna. Mesmo tendo visto o que seu patrão fazia ali, no topo das escadas, o homem apenas assentiu, num cumprimento, e prosseguiu seu caminho lento e calculado.

Assim, Harry levou Hermione consigo para dentro de seus domínios; uma gigantesca suíte, na qual, assim que pisaram, voltaram a beijar-se com loucura.

Sem saber como, estavam no chão, envoltos num arrebatamento de roupas e gemidos, de beijos e carícias, que os levou, ali mesmo, sobre o carpete macio da sala de estar privativa, a um abandono delicioso.

Pouco depois, já saciados, mas ainda colados um ao outro, Harry sorriu e convidou:

-Meu quarto fica logo atrás daquela porta. Vamos para a cama agora?

Era um convite maroto e sedutor, que Hermione aceitou sem pestanejar.

Harry a carregou até o leito, onde, sabia, repetiriam à exaustão os momentos de luxúria e delicia que tinham acabado de vivenciar.

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Harry abriu os olhos quase com cuidado. Uma semana atrás, jamais sonharia compartilhar sua cama com alguém como Hermione Granger. Viu-a acordar e sorriu. Tudo nela lhe agradava; absolutamente tudo.

-Bom dia – ela o cumprimentou.

-Bom dia.

-Nossa... E eu achava que vocês, milionários, fossem frios e sem graça.

-Vou lhe mostrar quem é frio e sem graça.

Mais uma vez, Harry a abraçou, excitadíssimo, e de novo a encontrou receptiva, aberta a seus carinhos.

Só depois de muito tempo Harry deu-se conta de que perdera mais uma reunião sobre a venda da WNBT. Mas não se importou. Estava faminto, e sabia que Hermione devia estar também. Desse modo, decidiram ir até a garagem para buscar a mochila que ficara no porta-malas da Mercedes, para que ela pudesse apanhar suas roupas limpas. Foram juntos, embora Hermione permanecesse a certa distancia, como se essa necessidade de liberdade de movimento fizesse parte dela própria.

-Harry, isto não é uma garagem! É uma concessionária! E de diferentes marcas! – diante da imensa variedade de veículos elegantes e possantes, Hermione se deteve.

-Gosto de caros. Na verdade, são uma grande paixão. Como você.

Ela o olhou de lado e encaminhou-os até a Mercedes. Harry abriu-a e, cavalheiro, pegou a mochila. No entanto, sentiu um volume diferente dentro dela e olhou seu interior. Fechou-a rápido, tenso.

-O que houve? – Hermione alarmou-se

O detetive Malfoy passou pelas portas duplas da garagem, dirigindo-se a Harry para saudá-lo. Com uma imprecação, Harry tornou a guardar a pedra troiana na mochila de Hermione. Ela estava parada, pálida, a seu lado.

-Achei que fôssemos nos encontrar no escritório de Rony, mais tarde.

-Sim, sr. Potter, mas achei que seria mais confortável aqui. – Malfoy notava os roupões que ambos usavam e seus cabelos despenteados.

-Na verdade, creio que seria ainda mais confortável se estivéssemos na cozinha – Harry sugeriu. – Podemos todos tomar um bom café lá.

-Ótimo!

-Se puder nos dar alguns minutos para nos vestirmos...

-Vou levar minhas coisas lá para cima – Hermione murmurou, sem encarar o policial.

-Claro. A propósito, li nos jornais desta manhã que estão namorando. Se não se importarem com a pergunta... de onde trará seus pertences, srta. Granger? Fiz uma busca sobre a senhorita e não encontrei endereço fixo, muito menos uma carteira de habilitação.

Harry decidira, no momento em que tocara a pedra, que protegeria Hermione a todo o custo, mas não sabia ainda se isso lhe acarretaria problemas maiores com a lei. Afinal, passara a esconder evidências.

-Estive hospedada em casa de amigos. – Hermione tentou sorrir. – Sabe, por causa da reputação de meu pai, costumo evitar que a polícia me interpele.

-Entendo. Devia escrever um livro sobre Gerard, sabia?

-Para quê? Quem acreditaria? E depois, ele me fez sempre seguir os passos da lei.

Deixaram o detetive na cozinha e, assim que se viram a sós, Harry segurou os ombros dela.

-Mas o que aquilo estava...

-Aqui, não. É preciso ter cuidado.

-Em meu quarto, então.

Uma vez lá, Harry a encarou.

-Por que mentiu para mim?

-Não menti!

-Eu devia entregá-la a Malfoy agora mesmo!

-Não sei que está havendo. Não fui eu que pus a pedra em minha mochila!

-Não sou tolo, Hermione.

-É verdade!

-está me dizendo que outro alguém colocou? Mas que jogo é esse agora?

-Por que não pergunta ao Weasley? Duvido que haja uma pessoa com mais acesso a esta propriedade do que ele!

-Não mude de assunto!

-Harry, não fui eu. Juro.

Ele balançou a cabeça, descrente.

-Entrou aqui para pegar a pedra, Mione.

-Sim e nunca menti sobre isso. Não sei o que há e também não gosto de ser feita de boba.

-Muito bem. Se é assim, como a pedra foi parar em sua mochila?

Ela ia negar outra vez, mas parou e pediu:

-Deixe-me vê-la.

-Não. Vista-se enquanto ligo para Rony. Não quero que Malfoy saiba o que sta acontecendo.

Mas Hermione não lhe obedeceu. Pensava e colocava suas idéias em voz alta:

-Prentiss morreu enquanto Etienne roubava a pedra. Em seguida, Etienne foi assassinado, imagino que nas mãos de quem o contratou. Não faz sentido que a pedra esteja em minha mochila! Alguém a queria muito, a ponto de matar para tê-la.

Harry baixou os olhos para a pedra, que segurava agora.

-Não, nada está fazendo sentido – concordou, num sussurro.

-Mas alguém deixou de levar um milhão de dólares só para me envolver numa trama de assassinato. Deixe-me ver isso, Harry.

Ele relutou, mas acabou estendendo a pedra troiana na direção dela.

Hermione sentiu a garganta se apertar. Uma lágrima apareceu em seu olho esquerdo, mas fez questão de secá-la. Não chorava. Nunca.

-Obrigada por me dar mais uma chance. – e, acariciando a pedra, acrescentou: - É tão linda!

Havia tamanha reverência na atitude dela que Harry teve certeza de que Hermione jamais a tocara antes. Mas sentira-se tão desapontado quando achara aquele objeto, na garagem. Quase tanto quanto ao surpreender Eric e Samantha em sua cama.

- O que tem em mente? – perguntou, afastando as lembranças dolorosas.

-Alguém teve muito trabalho para me fazer parecer culpada. Ninguém sabia onde meu carro estava... Nem mesmo Stoney ou o moço inteligente.

-Não poderiam tê-la colocado na mochila antes de você a pôr em seu carro?

-Não. Ela estava embaixo de minha cama. Depois que saí da casa de Stoney, fiquei na minha por dois dias, até que a polícia apareceu. Harry, por que abriu a mochila na garagem?

-Vai me acusar agora?

-Não... mas o que o fez abri-la?

-Ela estava embrulhada num pano, quase caindo, e eu ia empurrá-la para dentro. Você não a teria jogado ali. Acho que a teria segurado com o mesmo cuidado com que o faz agora.

-Bem, alguém quer que você acredite que eu a roubei; e me mantiveram longe dela antes.

-Isso significa que você, de fato, era o alvo, e não eu. Nem meu pessoal.

Hermione respirou fundo e ergueu as sobrancelhas.

-Alguém não gosta mesmo de mim...

-Ou a quer fora do caminho. Mas por quê? Por que contratá-la, tentar matá-la e plantar evidencias contra você quando a tentativa de morte falhou?

-E por que desistiram da pedra?

-Se a polícia a achasse em seu poder, deixariam de olhar em outra direção...

-É. Mas algo não bate, ainda. Continuo sendo suspeita, esteja ou não com a pedra.

-Bem, vamos descer, ou Malfoy poderá começar a ter idéias.

Hermione tornou a embrulhar a pedra e deixou-a sobre uma mesa próxima.

-Tem informações sobre essa peça, Harry?

-Tenho fotos e uma descrição feita pela companhia de seguros em meu escritório. Por quê?

-Posso vê-las enquanto você se veste?

-A porta está trancada.

-Isso não é problema para mim, você sabe... – ela sorriu. E, com um beijo rápido, deixou o quarto.

Hermione não mencionara sua nova teoria a Harry, nem o faria até estar absolutamente certa de tudo. Mas era fato que a pessoa que colocara a pedra em sua mochila tinha acesso fácil à mansão.

Abriu a porta do escritório usando um clipe. As informações sobre a pedra troiana se achavam numa pasta marcada com uma seqüência numérica que ela imaginou ser parte do inventário das peças danificadas pela explosão.

Deixou a pasta sobre a escrivaninha e vasculhou em sua mochila em busca de roupas limpas. Em seguida, voltou para a suíte de Harry e tomou um banho. Não parava de pensar um minuto sequer. E, imersa em suas idéias, levou um susto quando Harry voltou.

-O que foi? Que sorriso é esse? – ele perguntou, assim que a viu sentada numa cadeira da varanda, secando os cabelos ao sol.

-Quer me matar do coração?

-Desculpe-me.

-E Malfoy?

-Acabo de acompanhá-lo até o carro.

-O que ele queria?

-Mostrar-me algumas fotos de DeVore, para saber se eu o reconhecia.

-Então, Etienne é um suspeito oficial agora.

-Sim. Veio para Miami três dias antes do roubo, e acharam fio de cobre no quarto que ocupava num hotel, do mesmo tipo usado na detonação da bomba.

Hermione balançou a cabeça. Ainda não acreditava que Etienne tivesse tentado matá-la.

-Ainda não me disse por que estava sorrindo.

-É tão engraçado... Eu queria roubar a pedra, e agora estou aqui, tentando protegê-la.

-Teve mais alguma idéia?

-Algumas teorias.

Harry sentou-se a seu lado.

-Quais?

-Bem, além de quererem colocar a culpa em mim, o único momento em que poderiam ter tido algum contato com minha mochila foi no espaço de tempo entre deixarmos seu carro diante da porta e abrirmos o porta-malas esta manha.

-Sendo assim, alguém entrou na mansão outra vez. Veremos as filmagens desta noite.

-Talvez a pessoa nem tenha entrado aqui...

-Como assim?

-Olhe, não foi Etienne quem voltou e colocou a pedra em minhas coisas, não?

-Acha que foi alguém de minha casa?! Mas você nem os conhecia há dois dias! Por que iriam querer fazer algo contra você?

-Não sei. Mas desconfio de que o culpado pode trabalhar aqui, na mansão.

Harry concordou. Foi até a beira varanda, e de lá respondeu:

-A pedra nunca saiu daqui, não é? Mas que droga!

-Que tal examinarmos com mais atenção a pedra e o arquivo sobre ela? Talvez haja algo que ainda não conseguimos ver...

Ele voltou, enquanto Hermione pegava a pasta e a abria.

-Você ia vendê-la para o Museu Britânico ou doá-la? – Hermione espalhou as fotos pelo sofá, estudando a ranhura na pedra que fora provocada quando de sua extração do solo.

-Seria uma doação. Por quê? Faz diferença?

-Talvez. De acordo com a descrição, a pedra é o objeto que acabou esclarecendo os historiadores sobre a exata localização de Tróia. Por isso cavaram em Hisarlik em 1868, pena eu não ter sabido disso antes. Tive pouco tempo para pesquisar antes de invadir sua casa. – Hermione analisava uma foto e, de repente, pegou a pedra, comparando-a à da gravura. – Meu Deus!

-O que foi? – Harry inclinou-se.

-Veja! Estes sinais que quase não aparecem no retrato estão bem claros na pedra! Esta pedra é falsa!

Harry tomou o objeto nas mãos e passou a olhá-lo. Sim, Hermione estava certa.

-Eu ficaria mais surpresa se colocassem a original em minha mochila. Mas a questão é: essa é uma falsificação boa o suficiente para ser doada ao Museu Britânico?

-Imagino que sim, se demorassem a identificar a fraude.

-É possível que alguém quisesse que você doasse uma falsificação.

-Muito bem, mas por que a bomba?

-E por que fazer uma falsificação tão boa se vai explodi-la?

-A companhia de seguros pagaria a mesma quantia se a pedra fosse roubada, perdida ou destruída.

Harry levantou-se de um salto e, indo até o telefone, digitou um número.

-Kate? Olá, é Harry. Seu marido está por aí?

Hermione fitou o teto. Rony de novo...

Assim que o advogado atendeu, Harry indagou:

-Rony, quem faz minha folha de pagamento? Não, não, a da mansão. Quero saber quem esteve aqui nas últimas três semanas.

Hermione tornava a guardar as fotos.

-Verifique também serviços externos que tenham sempre o mesmo profissional vindo aqui – sugeriu.

-Certo. Não, Rony, não me traga pessoalmente. Mas quero isso hoje. E também uma lista dos que fazem serviços freqüentes aqui, mas são de empresas contratadas. Não. Não é de sua conta! É, algo novo apareceu, sim. Venha até aqui amanha às dez, com um promotor. Malcon, talvez. Alguém que encare o relacionamento advogado-cliente com seriedade.

Desligou e voltou para o sofá. E, antes que Hermione pudesse dizer algo, explicou:

-Não discuta. Quero estar preparado para tudo. Se Malfoy, ou quem quer que seja, colocar as mãos na pedra, você estará encrencada. Seja ou não falsa, não quero que seja pega com ela.

-Quer que eu a esconda?

-Cuidarei disso.

Hermione concordou. Começava a sentir-se segura com Harry, e isso a assustava, porque sempre fizera tudo sozinha, sem necessitar de ninguém. Precisar dele agora era novo e assustador. Sobretudo se a situação piorasse, se alguém cismasse de colocar a arma que matar Etienne em sua mochila, por exemplo.

-Muito bem, daremos uma olhada nas fitas desta noite. – Harry já pegara a pedra. – Onde poderíamos esconder isto? Embaixo da cama?

-Não. Em minha mochila. E a deixaremos em seu quarto até acharmos um lugar melhor.


Obs: Mais um capitulo!!!!Torço para que gostem desse!!!Desculpem, mas capitulo 8 só na semana que vem por que tenho que estudar para uma prova na faculdade.Bom pessoal, eu queria fazer uma perguntinha: quem se habilitaria a tentar fazer uma capa para a fic? É que estou mesmo sem tempo e precisava dessa ajudinha!!!Quem puder deixe um recado para mim, ta?Bjux e bom resto de semana e um otimo fim de semana!!!!!

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