Ovos mexidos, Fire Whiskey...

Ovos mexidos, Fire Whiskey...



Title: Cogitari Ancilla
Author name: Jesse Kimble
Author email: [email protected]
Category: Drama *se não virar só um romance...*
Rating: PG-13
Spoilers: Todos os cinco livros, incluindo a Ordem da Fênix. Se você não leu o quinto livro, então desliga esse computador e vai ler agora mesmo!! E, obviamente, Departamento de Mistérios, que é a primeira parte dessa fic.
Shippers: Harry e Hermione, obviamente
Summary of the chapter: alguns ovos mexidos no café-da-manhã, um pouco de Whiskey de Fogo à tarde... é, esse dia não pode terminar bem, ainda mais quando um espião deve ser revelado...
Disclaimer: bom, já que a Jo disse... ESTA HISTÓRIA É TOTALMENTE MINHA E AI DE QUEM TENTAR COPIAR!!! Até porque ninguém vai conseguir copiar essa coisa maravilhosa que eu escrevi... desculpem, fiquei muito orgulhosa desse cap, eh o meu preferido...
A/N: Tem uma frase que foi dita em Smallville e que serviu de inspiração para certa parte do capítulo, se alguém adivinhar, ganha o cap 11 primeiro...
A/N 2: Agradeço a Galadriel, Ligia, Aya, Isa, que me ajudaram com esse capítulo. Se eu esqueci de alguém vocês sabem que é por causa da minha memória de formiga que foi afetada pela conspiração estadunidense...
A/N3: Nhai, meu cap preferido, nem acredito que terminei ele... ai eu amei tanto tanto tanto escrevê-lo... passei por tudo com ele... falta de inspiração, idéias malucas.... sem comentários. Espero que vocês gostem.



Capítulo Dez – Ovos mexidos, Fire Whiskey e Espiões de Você-Sabe-Quem


“Scrambled eggs and Whiskey

in the false-dawm light. Chicago,

a sweet towm, bleak, God knows,

but sweet. Somethimes. And

weren´t we fine tonight?”

–– Hayden Carruth, “Scrambled Eggs and Whiskey”




***

– O que você está fazendo? – perguntou Hermione, entrando na cozinha.

– Nada – murmurou Harry, sentado à mesa de costas para ela.

– E o meu café? – Hermione perguntou sorrindo, enquanto se aproximava da mesa.

Harry ainda não a olhara, sua atenção estava voltada para o espelho largado perto de sua mão direita sobre a mesa. Com um breve movimento ela fez menção de pegá-lo, mas Harry foi mais rápido. Levantou-se abruptamente, segurando o espelho contra o próprio peito.

– NÃO – ele falou alto, quase gritando –toque... no espelho... pode quebrar.

Harry sabia que agira por impulso e que não importava se o espelho quebrasse; ele mesmo já deixara isso acontecer antes, e um simples “Reparo” resolveria isso. Não sabia por que, mas não queria que Hermione o pegasse. Talvez por ser uma lembrança tão íntima, uma das únicas lembranças de Sirius que ele se permitira guardar.

Ele deixou o ar sair de seus pulmões e seus ombros caírem. Sentindo como se estivesse sendo pressionado por aquele lugar, sentou-se novamente, tentando entender por que estava tão tenso.

É claro que ele sabia por que estava tenso: só podia ser por causa daquela maldita casa. Cinco anos depois e ela ainda o afetava. Talvez ele realmente devesse ter voltado para os Dursley, pelo menos lá ele não teria a chance de descontar em Hermione cada pensamento ruim que passava por sua mente.

– Desculpa – ele murmurou, sua voz quase inauditível. – Eu vou preparar o café.

– Está tudo bem?

Harry acenou com a cabeça, sem vontade alguma de dar maiores explicações. Preparou alguns ovos mexidos que eles comeram em silêncio, enquanto bebiam o café frio que ele preparara antes de Hermione descer.




***

Não foi um dia muito agradável, tanto para Harry quanto para Hermione. À tarde, Luna apareceu para fazer a entrevista, já que Hermione mandara uma coruja pedindo que assim ela fizesse, devido ao péssimo humor de Harry. Durante a entrevista ele procurava responder com monossílabos, falar o mínimo possível e aparentemente seu intento era não olhar Hermione nos olhos nenhuma vez.

Assim que terminaram, Harry levantou-se do sofá e subiu para o quarto de Sirius. Isso não poderia ser bom — as únicas vezes que ele entrara naquele quarto era porque estava muito furioso ou porque Dumbledore o chamara lá. Hermione hesitou um pouco antes de segui-lo, não tinha certeza alguma de que estava fazendo a coisa certa, mas não podia deixá-lo sozinho; não quando a mente dele deveria estar povoada por pensamentos perversos.

Hermione bateu à porta do quarto algumas vezes e tentou abri-la, mas estava trancada.

“Muito bem, Sr. Potter, nada que um feitiço não resolva,” ela pensou, puxando a varinha, apontando para a porta e murmurando “Alohomorra”. Com um barulho discreto, a tranca cedeu e Hermione pôde abrir a porta.

As cortinas estavam totalmente fechadas, mantendo o ambiente quase imerso em uma total escuridão. Se Hermione em algum momento pensou em gritar com ele pela porta ter sido trancada, ela arrependeu-se no momento em que viu o garoto à sua frente. Harry estava sentado na cama de casal, virado para a porta. Seu semblante estava sério, mas ela não podia enxergar a expressão impressa em seus olhos. Harry mantinha a cabeça baixa, encarando o chão, sem notar ou se importar com a presença dela. Seu pulso direito estava apoiado no joelho e com as pontas dos dedos ele segurava a borda de um copo cheio de whiskey de fogo.

Hermione se sentou ao lado dele sem dizer uma palavra.

– Eu achei que poderia... - Harry começou a falar, mas sua voz morreu.

Ele bebeu todo o conteúdo do copo de uma vez só, mas isso não pareceu fazer diferença alguma. O copo continuava em sua mão e ele sabia que não podia mais falar, que por mais que tentasse, as palavras ficariam presas em sua garganta. Ele não queria nem pensar; só desejava que a escuridão do quarto envolvesse sua mente e obscurecesse seus pensamentos.

Sabia, no entanto, que nada disso seria possível. Que, por mais que ele ficasse ali sem nenhum movimento, sem nenhuma palavra, os pensamentos não o deixariam em paz. Pensamentos não se abrandavam de uma hora para outra, mesmo que ele tivesse com quem dividi-los, mesmo que não fossem seus.

Ele deveria estar ficando louco. Como não seriam seus sentimentos, suas idéias? Se fossem de Voldemort, ele saberia dizer. Voldemort não ficaria triste por causa de um simples espelho, ou porque a memória de Sirius tinha povoado sua mente durante todo aquele dia. Na verdade, Harry duvidava muito que Voldemort sentisse tristeza. Raiva sim, quando seus planos falhavam, mas, decididamente, não tristeza.

Solidão, dor, desespero. Voldemort também não podia senti-los; isso era para meros mortais como ele, disso Harry tinha certeza. Ele não era Voldemort e, no momento, sentia tudo isso. Sabia que não podia deixar-se dominar por essas emoções, mas não podia ignorar a ciência de que estava completamente impotente diante da situação.

Hermione pareceu ter percebido o estado de espírito dele. Passou o braço pelas costas dele, procurando encontrar alguma palavra que pudesse consolá-lo.

– Eu sei o que você está sentindo, Harry, mas...

– MAS O QUÊ? – Harry levantou-se e gritou, sentindo o sangue subir ao seu rosto. – VOCÊ SABE MESMO O QUE EU ESTOU SENTINDO??

– Harry...

– Às vezes – começou ele, fazendo uma brevíssima pausa entre cada palavra –, HÁ-UM-LIMITE-PARA-O-QUE-AS-PESSOAS-PODEM-SUPORTAR!

Hermione sabia que ele estava certo e que ele definitivamente chegara a esse limite. Ela precisava fazer algo para acalmá-lo, mas não tinha absolutamente nenhuma idéia de o que seria esse algo. Seu rosto estava lívido de fúria e ele apertava o copo com tanta força que ela admirara-se de que este ainda não se tivesse quebrado.

“EU-NÃO-POSSO-SUPORTAR-ISSO!” Continuou ele com a voz pausada. “EU NÃO FIZ NADA PARA MERECER ISSO!” Ele gritou e atirou com toda a força o copo contra a porta, estraçalhando o vidro em mil pedacinhos que espalharam-se pelo chão.

“TUDO-O-QUE-EU-FIZ-FOI-TENTAR-FAZER-A-COISA-CERTA!”Ele continuou, mas parecia não ter o mesmo ímpeto de antes. Sua voz perdeu a força completamente, assim como ele perdeu o controle sobre as próprias pernas e caiu sentado contra a parede.

“Eu só tento fazer a coisa certa...” murmurou ele, seu rosto mais uma vez voltado para o chão, sem vê-lo; as mãos passaram a escondê-lo.

Hermione aproximou-se com cuidado e sentou-se no chão, bem perto dele. Quando o abraçou, pôde sentir o corpo dele suado e trêmulo, seu rosto molhado pelas lágrimas que teimavam em cair.




***

A noite já estava caíndo e trazendo consigo uma leve brisa quente típica de primavera. A campainha tocou e Hermione atendeu pressurosa. Não que houvesse motivos para impedir que o visitante a tocasse novamente – o quadro da Sra. Black já não estava no corredor há um longo tempo –, mas era melhor que os vizinhos não notassem que havia alguém na rua procurando alguma casa invisível.

Hermione deixou que a professora McGonagall entrasse e guiou-a até a sala. Elas se sentaram no confortável sofá e a professora começou a conversa enquanto aguardavam a chegada dos outros membros da Ordem para a reunião.

– Como tem passado, Hermione? – perguntou a professora, enquanto Hermione servia um chá da Índia.

– Bem, Minerva.

– E como [i]ele[/i] tem passado?

Hermione desviou o olhar e apertou os lábios quase imperceptivelmente, seu rosto formando uma expressão muito parecida com a que a professora apresentava quando estava pronta para dar bronca nos grifinórios.

– Ele não ficou muito contente com a reportagem do Profeta Diário.

– Ninguém ficou – complementou a professora –, mas pelo menos vocês fizeram algo quanto a isso.

Hermione deu um pequeno sorriso.

– Então você leu o Quibbler, Minerva?

– Eu tenho assinatura há anos. Bem, desde o dia que eles publicaram uma certa entrevista com um aluno meu, sobre o incrível retorno de Você-Sabe-Quem...– falou Minerva, sussurrando com cumplicidade.

– Quer dizer que as duas mulheres mais bonitas da casa estão falando sobre mim? – perguntou Harry, apoiado sobre os balaústres da escada.

– Nós somos as únicas mulheres da casa – disse Hermione, revirando os olhos.

– Vá entender... – resmungou ele. – Então, sobre o que estavam falando?

– Sobre a nova edição do Quibbler – respondeu Hermione, enquanto Harry sentava ao lado dela.

– Ah... – falou ele desanimado, olhando para o chão. – Então... os alunos do sexto ano continuam dando trabalho?

– Como sempre – respondeu McGonagall, com o mesmo olhar reprovador usado quando ela dava bronca nos grifinórios. – Mas esse interesse pelos alunos do sexto ano tem algum motivo em especial?

– Ah, nada em especial. Só o Hagrid que comentou sobre uma dupla de encrenqueiros do sexto ano. Um era da Sonserina e o outro da Corvinal, se não me engano.

– Ah, Mark Evans e Malcolm... é, eles são um caso a parte. Têm o péssimo hábito de ficar espalhando que Você-Sabe-Quem voltou. São piores que o jovem Malfoy era, se me permitem dizer.

– Mesmo? – perguntou Harry, intrigado.

– É, mas não foi por isso que eu cheguei mais cedo. Eu, bom, tenho um assunto importante para tratar com você, Hermione.

Harry percebeu a deixa e perguntou se deveria retirar-se, mas a professora disse que não se importava se ele ouvisse e provavelmente Hermione também não se importaria.

– Eu soube do que aconteceu no St. Mungos depois do mandato do Ministério e da reportagem no Profeta Diário – começou McGonagall. – E, como você está sem emprego no momento, perguntei-me se você talvez não esteja interessada em pesquisa...

– Pesquisa? – perguntou Hermione, lançando à Harry um olhar dubitativo.

– Exatamente. Eu e mais dois colegas estamos pesquisando sobre formas de se reverter as conseqüências da Maldição Cruciatus e gostaríamos de saber se você não aceitaria se juntar a nós.

– Eu...

– É claro que seria um trabalho remunerado. Nossa organização é independente do governo, então o Ministério não interfere de forma alguma.

– Minerva – começou Hermione hesitante –, eu não tenho certeza se é isso que eu quero no momento...

– Por que não? – perguntou Harry quase imediatamente.

– Motivos pessoais, Harry – respondeu Hermione para a surpresa dele, que a olhou com descrença, mas não disse nada.

– Certo – conformou-se a professora, tão confusa quanto Harry.

Harry levantou-se para atender a porta; alguém acabara de tocar a campainha. Saiu da sala sem olhar para Hermione, que ficou conversando com a professora McGonagall aos sussurros.

O segundo a chegar foi Remo Lupin, e poucos minutos depois a campainha quase não parava de tocar. Em menos de meia hora, todos os membros da Ordem da Fênix já estavam reunidos na sala para o começo da reunião.




***

– Muito bem. A senhorita Lovegood deverá ficar aqui pelos próximos dias, embora não deva participar das reuniões. Alguém deverá escoltá-la de Brompton até aqui, trajeto que não é longo, mas sim inseguro. Alguém gostaria de se voluntariar? – perguntou Dumbledore depois de uma hora de reunião.

Dois bruxos que trabalhavam no Ministério, com quem Harry nunca falara antes, levantaram o braço.

– Lugaid e Kevin, muito bem. Avisarei a senhorita Lovegood que vocês a buscarão amanhã à tarde. Alguém gostaria de acrescentar mais alguma coisa? – perguntou Dumbledore, pronto para encerrar a reunião.

– Eu – disse Harry, chamando a atenção para si. – Voldemort tem um espião em Hogwarts.

A notícia não deveria ser inesperada, mas pegou a todos de surpresa. Maior surpresa ainda pelo fato de Harry ter descoberto o espião sem mal sair de Grimmauld Place. O olhar de Dumbledore percorreu a sala e encontrou o de Lupin.

– E o Sr. Potter nos dará a honra de saber que é esse espião? – resmungou Snape, depois de algum tempo.

– Na verdade, ele é o seu...

– Muito obrigado, Harry, mas duvido que Voldemort tenha ajuda de qualquer pessoa dentro de Hogwarts.

Harry calou-se. Até pensou em contestar o diretor, mas talvez Dumbledore tivesse suas razões para não deixá-lo revelar suas suspeitas na frente dos outros membros da Ordem. Talvez Dumbledore não quisesse que ele anunciasse o nome na frente de Snape.

Por mais que o diretor afirmasse que confiava no professor de poções, Harry nunca convenceu-se realmente. A visão que tivera na noite anterior só aumentara suas suspeitas; Snape [i]ajudara[/i] Voldemort a recuperar o corpo e, no entanto, não contara nada à Ordem. Por que estava escondendo esse fato e novamente fazendo jogo duplo? E por que ele não poderia saber que seu sobrinho estava envolvido?




~~~~~ Next Chapter ~~~~~


P.S.: Gala, de novo, bigadu msm, se não fosse por você, acho que esse capítulo teria demorado quase um mês para ser terminado.

P.S. 2: Puxa, pessoal, vocês não comentam mais?? Eu me mato pra escrever e liberar o capítulo rapidinho e vocês nem comentam...

P.S. 3: Um super-obrigado pra minha beta, Ameria, que me entregou esse capítulo no mesmo dia e me deixou publicar rapidinho pra vocês.

Próximo capítulo: pra quem AINDA não descobriu o espião, vou revelar ele no próximo capítulo, "Branco e preto. Cinza". Estamos nos aproximando do final da fic... acho q vou fazer mais seis ou sete capítulos... o que eu já sei é que o último capítulo vai se chamar "Dez Badaladas" e todo ele vai ser durante um funeral... mto triste... quem sabe no final de semana eu poste o cap 11, vamos ver, depende do meu humor... essa trama tá ficando mto complicada pra minha cabecinha... COMENTEM!!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.