O Pedido



Title: Cogitari Ancilla
Author name: Jesse Kimble
Author email: [email protected]
Category: Drama *se não virar romance...*
Rating: PG-13
Spoilers: Todos os cinco livros, incluindo a Ordem da Fênix. Se você não leu o quinto livro, então desliga esse computador e vai ler agora mesmo!! E, obviamente, Departamento de Mistérios, que é a primeira parte dessa fic.
Shippers: Harry e Hermione, obviamente
Summary of the chapter: isso é interessante… um mini-Rony filho do Rony com uma das superpoderosas... (segundo a Lu) que mais? Temos um jantar muito interessante em Grimmauld Place e um objeto já esquecido. Ah, se alguém quiser adivinhar o que vai acontecer, leia OdF, porque tem umas pistas lá sobre o final da fic...
Disclaimer: Harry Potter não é meu, até porque, se fosse, eu só permitiria que os cinemas exibissem o filme se REALMENTE respeitassem os fãns de HP!!!! Ah, e as livrarias também... lançarem o livro 5 antes, agora só falta mudarem a data do filme também, já que eu venho planejando o dia 4 desde novembro!
A/N: o capítulo dez realmente vai demorar, porque tenho que ir para Porto Alegre buscar meu notebook e eu preciso do arquivo que está naquele computador para escrever o próximo capítulo, então aproveitem bastante esse aqui que eu já fiz mais longo e mais fofis. Acabei de me lembrar porque não gosto de escrever romance. A cena vai ficando tão perfeita que depois minha mente fica bloqueada porque não quero mais escrever com medo de estragar tudo. De qualquer forma, espero que vocês gostem.
A/N 2: Como pode uma coisa dessas? Faz duas semanas que o trailer já está na tv e os caras malvados da bilheteria do cinema não querem me vender o ingresso pro Prisioneiro de Azkaban. Fui lá perguntar, a mulher olhou com uma cara pra mim e perguntou “que Harry Potter?”. Tudo culpa da conspiração *entrando em greve*
A/N 3: Aya, obrigada por se prestar a ler a minha fic; Lu_Spíndola, Amanda Neves, pontas, yasmin... obrigado a todos e continuem comentando, acho q o final não vai demorar muito, só uns 6 ou 7 capítulos... e se eu esqueci de alguém, me perdoem, mas saibam q eu sou grata do msm jeito pr me darem inspiração pra continuar escrevendo!
A/N 4: (eu sei que é um monte de A/N, mas eu fiz um cap mais comprido que os outros, então nada de reclamar) Eu sei que eu prometi postar esse capítulo no Dia dos Namorados, mas foi impossível porque o site estava fora do ar. Eu postei no ff.net, então não reclamem!



Capítulo Nove – O Pedido

“After great pain, a formal feeling comes –

The Nerves sit ceremonious, like Tombs –

The stiff Heart questions was it He, that bore,

And Yesterday, or centuries before?



This is the Hour of Lead –

Remembered, if outlived,

As Freezing persons, recollect the snow –

First, Chill – then Stupor – then the letting go –

–– Emily Dickson



***

– MANHÊÊÊ! – o garotinho gritou para dentro de casa, e uma mulher alta, de longos cabelos loiros, apareceu.

– Quem é, querido? – perguntou ela, antes de observar a visitante. – Hermione Granger?

– Oi, Luna. Eu posso entrar? – perguntou Hermione, tentando dissipar de sua mente os pensamentos sobre o garoto.

– Pode sim.

Luna conduziu Hermione para uma pequena sala de estar e comentou distraidamente:

– Faz tempo que não nos vemos.

– Eu sei. Ouça, Luna, eu preciso de um favor.

– Um favor? – perguntou a garota, passando a observar Hermione com interesse pela primeira vez.

– Eu não sei se você leu, mas o Ministério está acusando Harry de ajudar Voldemort.

– Ah, é. Mas eu não me preocuparia, isso é só para encobrir o escândalo.

– Escândalo? – estranhou Hermione.

– É, afinal, como você acha que reagiriam se descobrissem a verdade?

– Que verdade? – perguntou Hermione cautelosa.

– Que Fudge só quer prender Harry para poder usar o Umgubular Slashkilter.

Hermione respirou fundo antes de responder; lembrou que, afinal, Loony Lovegood estava a sua frente e que era melhor não começar a discutir com ela.

– E o que seria um Umgubular Slashkilter?

– É uma arma quem vem sido pesquisada no Departamento de Mistérios há anos. Tem algo a ver com a combinação da Maldição Imperius com feitiços temporais. Mas, se quer minha opinião, eu acho que Harry deveria concordar com a experiência.

– Por quê? – perguntou Hermione, quase horrorizada.

– Como você acha que ele derrotou Você-Sabe-Quem pela primeira vez? É óbvio que ele voltou no tempo, por ordem do Ministério e flagrou Você-Sabe-Quem na noite do ataque a Godric´s Hollow. Por que você acha que ele não morreu quando era um bebê? Foi porque o Harry do futuro que recebeu a maldição lançada pelo Você-Sabe-Quem.

– Certo – concordou Hermione, não querendo prolongar o assunto. – Mas, enquanto isso, nós precisamos contar para todo mundo que Harry é inocente.

– E como eu entro no meio disso?

– Nós precisamos que o Quibbler publique.

Luna ergueu as sobrancelhas, surpresa.

– Não pense que eu não adoraria ir contra o Ministério, mas o Quibbler não é publicado há anos.

– Eu sei, mas você ainda tem toda a estrutura que precisamos para imprimir e também a lista com os antigos assinantes...

– Que provavelmente seriam presos no momento em que recebessem uma revista contrariando Fudge.

Hermione mordeu o lábio, indecisa. Luna estava certa, mas se eles desistissem por medo, nunca conseguiriam nada e Harry nem poderia sair na rua com medo de ser preso pelo Ministério.

– Nós daremos um jeito nisso, Luna. Mas, no momento, a única coisa que podemos fazer é tentar derrubar o Ministro.

Luna pensou um pouco enquanto observava o quanto o teto era interessante; Hermione mexeu-se na cadeira, inquieta.

– Eu aceito, mas preciso de proteção. Se eu ficar aqui, o Ministério vai me achar facilmente e se me prenderem, o Billy não vai ter ninguém.

– Vamos fazer assim: quando a matéria for publicada, vocês vêm conosco para a sede da Ordem da Fênix, lá é bem protegido.

– É lá que o Harry está escondido?

Hermione não respondeu, apenas lançou um olhar cúmplice a Luna.

– Eu trago amanhã a reportagem e a gente combina tudo, certo?

– Tudo bem – concordou ela e Hermione desaparatou, indo finalmente para o St. Mungus, onde trabalhava.





***

Hermione saíra e o deixara sozinho, empacotando as coisas que levaria para Grimmauld Place. Logo que abriu o armário, descobriu que suas roupas estavam do mesmo jeito que ele as deixara; provavelmente Hermione nem quisera mexer.

Quando puxou as últimas roupas para fora, encontrou algo que não esperava; algo quase esquecido. Uma pequena caixa, que poderia ser facilmente escondida na palma da mão, revestida de veludo negro. A caixa em que ele guardara o presente mais importante que já comprara para Hermione. Não tivera a oportunidade de entregá-lo, não com tudo que acontecera desde o dia que decidira comprar aquele presente. Harry percebeu que agora talvez não fosse o momento mais apropriado para entregá-lo, mas em seu coração sentia uma grande necessidade de fazê-lo.

A ansiedade começou a correr por suas veias e ele jogou o resto das coisas de qualquer jeito na mala, sem ter paciência para arrumar mais nada. Precisava chegar logo a Grimmauld Place e começar a preparar tudo antes que Hermione chegasse. Nada poderia dar errado, porque esta seria A Noite.

Aparatou no quarto que usara da última vez em que fora lá – não aquele que outrora pertencera a Sirius, mas sim o que ele dividia com Rony quando ali eles passavam as férias.

Largou a mala no chão e decidiu ir para a cozinha, mas desistiu antes de dar o primeiro passo; não era nem meio-dia, não fazia sentido ele começar a fazer o jantar. Na sua mente, o nervosismo e a expectativa influenciavam cada pensamento. Estava tudo planejado, ele só precisava esperar a noite se aproximar mais para começar a cozinhar e a decorar a sala, porque até isso ele havia planejado.

E aos poucos sua cabeça começou a doer, talvez por estar tão cheia e ocupada. Ele até desejou ter uma penseira para que pudesse analisar melhor cada pensamento, um por um, já que sua mente não o deixava fazer isso sem ter milhares de idéias novas. Então aquela dorzinha que sentia no fundo dos olhos começou a se espalhar pela cabeça, até alcançar a cicatriz e queimar sua testa.

Cerrou os dentes e fechou os punhos enquanto a tensão tomava conta de seu ser. Sabia o que estava prestes a acontecer e queria desesperadamente encontrar uma maneira de evitá-lo. Largou-se com força na cama e, deitado de costas, começou a encarar o teto procurando forçar sua mente a pensar somente no quarto em que estava.

Com a respiração ofegante pelo esforço e com a testa queimando, ele colocou o travesseiro sobre o rosto e desistiu, cansado demais para continuar lutando contra o que parecia ser sua própria vontade.

Dominado pela fúria, a primeira coisa que fez foi levantar-se e andar por aquela sala. A lareira crepitava ao fundo, iluminando o ambiente, e Nagini estava enrolada sobre o tapete carcomido, mas não era isso que importava. Afinal, onde estava Lúcio? Ele já deveria ter retornado e trazido Severo junto.

Virou-se para a parede em que havia uma cômoda. Mais acima, pendurado na parede, um espelho. Não conseguia enxergar o reflexo de seu corpo pequeno e franzino – o espelho estava muito alto para ele. Melhor assim. Quando Severo trouxesse a poção isso não seria mais um problema.

A porta da sala abriu-se e Lúcio Malfoy passou por ela. Harry fez um breve aceno com a varinha – faíscas verdes e prateadas surgiram enquanto uma onda de vento batia a porta com força.

– Por que a demora, Lúcio?

Lúcio ajoelhou-se diante dele e curvou-se, antes de responder:

– Estávamos esperando ficar pronta, milorde. Esta poção precisava de tempo.

– TEMPO! – Harry falou, cuspindo as palavras. – Eu não tenho tempo! Enquanto vocês perdem tempo se divertindo, aquele amante de trouxas está organizando um exército contra mim! Se vocês sabiam que a poção demorava tanto, por que não a prepararam antes?

– Milorde, não nos ocorreu...

– Talvez não acreditassem que eu pudesse novamente voltar – interrompeu Harry.

– N... não, milorde!

– Ou talvez achassem que eu não fosse sobreviver.

– Nunca, milorde – falou Lúcio, embora sua voz não carregasse certeza alguma.

– Você duvidou de mim, Lúcio. Crucio!

Lúcio Malfoy caiu deitado no chão, contorcendo-se de dor e evitando soltar o grito que estava preso em sua garganta. A cobra deixara o canto do tapete e arrastava-se em direção ao Comensal, sibilando.

– Ainda não, Nagini – falou Harry para ela, baixando a varinha. – Ainda não. Levante-se, Lúcio.

O Comensal obedeceu imediatamente.

– Você deveria ter acreditado mais em mim, Lúcio. Lord Voldemort não morre, Lord Voldemort não sucumbe sob os feitiços de um grifinório mestiço. Que sua fé em mim não seja mais posta em dúvida. Agora ordene que Severo suba com a poção.

– Sim, milorde. Obrigado, milorde – disse Lúcio e saiu fazendo uma reverência.

Snape não demorou a aparecer. Entrou na sala de cabeça baixa, sem encarar Harry nos olhos, e curvou-se.

– A poção está pronta, milorde – anunciou ele.

– Você a trouxe para mim, Severo?

– Sim – Snape tirou um frasco transparente de dentro de suas vestes e o estendeu a Harry, acrescentando rapidamente: –, milorde.

– Muito bem, Severo, pode retirar-se – ordenou Harry quando o vidro já estava em suas mãos.

Snape saiu e Harry, sem poder evitar, levou o frasco até a boca. A poção desceu queimando sua garganta e confundindo seus sentidos. O único resquício de consciência que lhe restava o fez sentir uma estranha torcida na boca do estômago. Vomitou a poção no chão, que se aproximara no momento em que ele caiu de joelhos.

Trêmulo e arquejante, Harry apoiou-se na cama para levantar-se. Percebeu que tudo não passara de uma visão, que estava de volta ao quarto em Grimmauld Place. Usou um feitiço de limpeza e depois se atirou novamente sobre o confortável colchão, exausto e sem vontade de pensar em mais nada.




***

Hermione chegou em Grimmauld Place logo no início da tarde e encontrou Harry no quarto, dormindo. Decidiu não acordá-lo; poucas vezes pôde vê-lo dormindo tão calmamente. Os olhos verdes estavam fechados sob as pálpebras e davam uma expressão muito serena ao rosto. O cabelo estava largado no travesseiro e uma de suas mãos enrolada no lençol. Ele respirava profundamente, seu peito subindo e descendo, em um ritmo lento e constante.

Ela deitou-se ao lado dele, recostando a cabeça no mesmo travesseiro. A luz que entrava pela janela entreaberta não fazia muita diferença, na verdade, dava um toque sutil de tranqüilidade ao lugar. Sua mente começou a brincar com os reflexos que a luz do sol fazia no chão, criando estranhos desenhos e, assim, ela mal percebeu que o sono tomara conta dela e a induzira ao mundo dos sonhos.

Algo começou a acariciar seus cabelos e então um beijo pousou em sua testa. Com os olhos entreabertos, viu Harry reclinado sobre ela, sorrindo.

– Não quer descer para jantar? – convidou.

– Hum, já vou – murmurou ela.

Harry beijou-a novamente e desceu, deixando-a sozinha. Quando Hermione desceu, ele a esperava ao pé da escada. Vestindo seu melhor sorriso, Harry a guiou até a sala. O lugar estava iluminado apenas por velas coloridas - algumas presas nos castiçais das paredes, outras flutuavam ao teto, e havia mais velas queimando na mesa de centro, onde Harry arrumara os pratos e talheres.

Sentaram no chão, um de frente para o outro, e ficaram se olhando até que Harry percebeu que deixara a comida na cozinha.

– Eu volto logo – falou ele, levantando-se.

– Não vou esperar muito, Don Juan – respondeu Hermione, enquanto Harry saía.

Harry não mentira; reaparecera na sala sem demora, desta vez com a travessa de macarrão na mão. Serviu um pouco para ela e voltou a sentar-se, largando a travessa no chão mesmo, ao lado da mesa.

Hermione experimentou a massa, que obviamente estava deliciosa – era a especialidade de Harry. Ele serviu champanhe nas altas taças de cristal que uma vez pertenceram à família Black. Então, depois de entregar a ela a taça, passou a observá-la por cima das velas.

– O que foi? – perguntou Hermione, quando seu olhar encontrou o de Harry.

– Fico feliz que tenha vindo, Mione. Fez a noite ficar perfeita.

Ela não pôde deixar de sorrir e esticou a mão esquerda por cima da mesa, alcançando a de Harry.

– Você não vai comer?

Harry estava tão feliz que a única coisa que conseguia fazer era admirá-la. Que importava se o seu prato estava vazio porque ele esquecera de servir-se, se à sua frente estava tudo que seu coração necessitava para continuar batendo?

– Ah, é – murmurou ele, soltando a mão dela e colocando alguns fiapos de macarrão no prato.

– Você planejou tudo isso... – declarou ela, enquanto bebia um gole de champanhe.

– Aham – concordou ele, deslizando a mão esquerda para o bolso. – Mas falta uma coisa.

– Falta? – perguntou ela, largando a taça sobre a mesa e olhando-o com interesse.

Harry tirou a mão do bolso e, mantendo-a fechada, aproximou-se de Hermione, ajoelhando-se à sua frente.

– Casa comigo? – perguntou ele, abrindo a pequena caixa e revelando uma aliança recoberta de pequenos diamantes.

A cena ficou suspensa no momento em que ela parou para pensar, como se cada objeto da sala aguardasse a resposta. Até o vento tornara-se inexistente, mantendo estáticas as chamas das velas.

O pedido que Harry lhe fizera era a última coisa que ela esperava no momento. Não que ela não quisesse, só que não tivera tempo nem para considerar a possibilidade de se casar. Antes eles nem conversavam sobre casamento, já que era impossível de acontecer enquanto Harry precisasse morar com os Dursley; e agora, fazia apenas três dias que tinham se reencontrado e quase não tinham conversado sobre o futuro. Entretanto, só havia uma resposta rondando sua mente. Ela respirou fundo antes de anunciá-la:

– Hoje eu mal acordei e descobri que minha vida estava exposta no jornal. Eu fui acusada de encobrir um foragido e por causa disso eu perdi o emprego.

Ele baixou os olhos para o anel em sua mão. Hermione estava recusando, deveria ter esperado isso. Não era justo ele pedir uma coisa dessas sabendo tudo que ela já agüentava pelo simples fato de ser sua namorada.

– O mais importante é que isso se tornou muito pequeno no momento que eu entrei no seu quarto – continuou Hermione, usando o dedo indicador para fazer Harry levantar o rosto e olhar para ela. – No momento em que eu entrei no nosso quarto eu vi que nada disso tinha valor. Você estava dormindo, tão calmo, tão tranqüilo que eu percebi que tudo que importava era que você estivesse do meu lado.

Harry soltou o ar que estava preso em seus pulmões e sorriu, finalmente assimilando o significado das palavras que ela dissera.

– Então você aceita?

– Aceito – confirmou ela.

Ele tirou a aliança da caixa e pegou a mão direita de Hermione delicadamente. Colocou a aliança no dedo anelar dela e beijou as costas da mão antes de largá-la.

Sorrindo, Hermione aproximou-se ainda mais e colocou uma mão nos cabelos dele. Mordeu um pouco o lábio, os dois trocando um olhar confessional antes que seus olhos se fechassem e os lábios selassem um beijo.

– Você sabe que eu te amo? – ele murmurou, com o rosto muito próximo ao dela; eles ainda estavam abraçados.

– Hum, não sei, acho que você vai ter que repetir mais vezes para me convencer – respondeu ela.

– Eu te amo. E eu repito quantas vezes forem necessárias. Eu te amo. Posso passar a eternidade repetindo isso se você me pedir. Eu te amo – falou ele, sem conseguir parar de sorrir.

– Shhhh! – pediu ela, colocando o dedo sobre os lábios dele. – Eu também te amo.

Harry a mirou por um instante e lhe deu a mão para que levantassem juntos. Então ele movimentou a varinha fazendo todas as velas apagarem no mesmo segundo, deixando a casa iluminada somente pelos raios de lua que espreitavam pela janela. Pegou Hermione no colo e a levou para o quarto.

(A/N: e fechou a porta. Eu sou má!!!)




***

Os únicos ruídos presentes eram o barulho de alguns carros passando em alguma rua distante e, é claro, o coração de Harry, que batia colado ao seu ouvido. Ela estava deitada sobre o braço dele, bem juntinho, a cabeça repousando sobre o peito. Harry dormira novamente e ela supôs que a manhã estivesse próxima, embora o dia ainda não tivesse começado a clarear.

Ficou deitada até que os primeiros raios de sol aparecessem, sua mente vagando por pensamentos que ela esqueceria no momento seguinte. Harry mexeu o braço que estava por baixo dela – também acordara e tomara a mão dela na sua que estava livre.

– Bom dia, dorminhoca – falou ele.

– Eu é que sou dorminhoca, é? Acordei antes de você – ela sussurrou, levantando o rosto para que pudesse enxergá-lo melhor.

– Você precisa entender que eu dormi tarde essa noite – ele tentou se explicar, a voz ainda arrastada, preguiçosa.

– Pois não devia. As crianças devem ir pra cama cedo, Potter. O que ficou fazendo até de madrugada? – perguntou ela, encarando-o seriamente.

– Mas eu fui para a cama cedo – argumentou ele, rindo – O problema é que eu não consegui dormir logo.

– Tudo bem, eu te perdôo, também demorei para dormir.

– Mesmo?

– Aham – confirmou ela e os lábios de Harry tocaram os seus em um breve beijo.

– O que você vai fazer hoje?

– Bem, como eu não tenho que ir trabalhar, tenho o dia todo livre – ela respondeu, encostando a cabeça novamente no peito dele. – Não, não tenho. Preciso encontrar Luna.

– Luna?

– É, eu falei com ela sobre a reportagem e ela concordou em publicar. Você ainda quer fazer, não?

Harry fez uma expressão contrariada, mas Hermione não percebeu.

– Eu faço – confirmou ele.

– Então você vai comigo hoje.

Agora Harry a obrigou a levantar novamente a cabeça e olhar para ele.

– Você quer que eu saia na rua? Com o Ministério atrás de mim? – estranhou ele.

– Vamos aparatar no prédio dela e o Ministério nem vai ficar sabendo. Nós damos um jeito nisso.

– Ela mora aqui?

– Mora, em Brompton.

– ´Tá com fome? – ele perguntou, de repente, depois de alguns minutos de silêncio.

– Um pouco. Não comemos muito no jantar, não foi?

– Suponho que não. Fique aqui que eu preparo o café da manhã – respondeu ele e levantou-se, apoiando a cabeça de Hermione em um dos seus travesseiros.




***

Harry desceu até a cozinha. Antes de começar a preparar o café da manhã, ficou um tempo parado no meio da cozinha, pensando.

Precisava encontrar uma forma de contatar Dumbledore e contar o que vira, não poderia esperar até a noite. Não poderia usar Pó de Flu, o Ministério estaria vigiando a rede; nem poderia aparatar em Hogsmeade e fazer a pé o caminho até Hogwarts, não com todo o mundo bruxo o procurando para entregá-lo a julgamento, se é que o Ministério o daria um antes de jogá-lo diretamente pelo véu.

Ficou mirando a cristaleira junto à parede. Guardada atrás das portas de vidro estava a prataria antiga. Mundungo dera um jeito de apagar o brasão da família Black, mas a cada vez que Harry olhava para aquelas peças não podia evitar deixar de lembrar da família e do antigo tapete com a árvore genealógica que Sirius lhe mostrara um dia.

Antes que um sentimento de tristeza pudesse abatê-lo por lembrar do padrinho, Harry lembrou o que o fizera recordar tal memória – o espelho. O pacote o que Sirius lhe dera na despedida daquele natal e que ele descobrira ser útil somente tarde demais; talvez pudesse ser útil agora. Em meio a sua fúria, tinha uma vez quebrado o espelho, mas este estava há muito consertado, tudo o que precisava era chamar o nome da pessoa que possuía seu par – Lupin.

Sabia muito bem onde o espelho estava; o empacotara no dia anterior e o trouxera para Grimmauld Place. Harry subiu as escadas e entrou no quarto. Sendo observado por uma Hermione muito surpresa, ele foi até o malão e de lá tirou um embrulho feito com a própria manta e colocou sobre a cama.

– Achei que você estava fazendo o café – murmurou Hermione em seu ouvido, surpreendendo-o por trás e colocando as mãos na cintura dele.

– Eu precisava encontrar uma forma de falar com Dumbledore – respondeu ele, virando-se para encará-la.

– Mas ele não vem aqui hoje?

– Não sei se isso pode esperar.

Hermione ergueu o braço para acariciar o rosto dele. Como se tivesse levado um susto por tal movimento, Harry recuou, sentindo uma estranha sensação de dejà vu percorrer sua mente.

– O que foi? – perguntou ela, preocupada.

– Nada, desculpe. Eu vou lá em baixo – desconversou ele.

– É? – perguntou Hermione, novamente chegando perto dele e dando um selinho. – E será que desta vez eu vou poder comer alguma coisa ou você vai voltar com as mãos vazias de novo?

– Eu trago algo para você comer – falou Harry, normalmente. – Já volto.

Hermione ficou apenas observando-o sair do quarto. Achara estranha a forma que ele a tratara, mas talvez fosse por estar preocupado com algo; ele queria conversar com Dumbledore, não queria? Talvez fosse isso, ela repetiu para si mesma, ele só estava preocupado com o que diria para Dumbledore. Mas, conversa sobre o quê?




~~~~~ Next Chapter ~~~~~

P.S.: GOSTARAM??? Comentem!!! Acho que se eu receber mais um comentário eu me animo a começar o próximo capítulo...

P.S. 2: Hermione caiu nos braços de Morfeu... sem comentários, culpa da aula de Antigüidade Ocidental, que é realmente inspiradora para escrever essas cenas. Só de imaginar, aquele quarto à meia luz, com aquela cama tão fofinha, com o Harry usando o mesmo travesseiro... ai se eu fosse a Mione... (vocês não sabem qts vezes repeti essa frase enquanto eu escrevia esse cap.)

P.S. 3: É a vida... vocês não sabem quantas vezes eu imaginei o jantar dos dois em Grimmauld Place... aí quando eu sentei para escrever só saiu, na verdade ele nem deveria estar nesse capítulo, mas, quem sou eu para recusar uma inspiração do destino? *parafraseando a tia Trelawney* Quem manda assistir Shakespeare Apaixonado? (argh!, cap meloooooso, grudento! É hoje que eu termino com os capítulos grudentos! É, talvez não hoje...)

P.S. 4: o que a censura não faz por uma fic... ah se isso fosse uma NC-17, a cena seria tão perfeita. Harry e Hermione, à luz de velas e uma travessa de macarrão... *Pervertida!!!*

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