Uma floresta na Albânia



Décimo - segundo capítulo – Uma floresta na Albânia





Minerva Mcgonagall estava sentada numa poltrona da sala da diretoria lendo um memorando oficial do conselho diretor. Ocasionalmente ouvia um ronco abafado de algum dos quadros dos ex-diretores, o que fazia desviar o olhar para o quadro de Dumbledore, mas o velho amigo pelo menos parecia continuar a dormir.
Acabou de ler o memorando e resolveu ir até a cozinha para beber uma xícara de chá. Podia muito bem convocar um dos elfos do castelo, mas sentia necessidade de andar um pouco. Estava para abrir a porta quando chamas verde-esmeralda irromperam da lareira. Minerva virou-se e viu a cabeça de Remo Lupin flutuando no meio delas.

- Remo! Algum problema?
- Olá Minerva! Não, está tudo bem. Estranhamente calmo... – Disse o lobisomem pensativo.
- A que devo sua visita então? Você está precisando de algo?
- Na verdade os garotos estão.
- O que foi que eles aprontaram Remo? – Minerva perguntou com sua típica expressão de seriedade.
- Você ficou sabendo o que aconteceu no Ministério? – Perguntou Remo.
- Sei que o caos está instalado depois do que aconteceu em Azkaban.
- Não isto, mas...

Então Lupin narrou rapidamente os fatos a respeito do interrogatório de Pedro Pettigrew.

- Então – continuou Lupin – eles acham que encontraram um dos lugares onde...
- ... possa estar escondido aquilo que Harry está procurando.

Aquela voz grave e tranqüila atraiu a atenção dos dois.

- Olá meus amigos! Desculpe a indiscrição, pois escutei o que conversavam. – Disse um sorridente Dumbledore. – É estranho como as pessoas se deixam enganar por estes retratos achando que eles estão dormindo...
- Olá professor. Harry está precisando de um favor. – Os olhos azuis de Dumbledore brilharam por trás dos óculos de meia-lua.
- Creio meu bom amigo Remo, que Harry e seus amigos esperam por mim em minha outra moldura? – Remo apenas confirmou com a cabeça. – Diga a eles então que já estou indo.

Após dizer isto Dumbledore se levantou da poltrona de chintz que ficava em seu retrato e desapareceu. Remo e Minerva se entreolharam.

- É mais um horcrux Remo?
- Talvez... Eu mantenho você informada. – Disse Remo. – Agora tenho que ir. Até logo Minerva.
- Até. Aguardo notícias.

Então a cabeça de Lupin desapareceu e as chamas se apagaram.






- Será que o professor Dumbledore vai aparecer? – Perguntou Hermione.
- Acho que sim Mione. – Respondeu Rony. O diretor não deixaria de atender um pedido do Harry.

Harry agora estava deitado no colo de Gina que acariciava os cabelos do namorado. Eles já haviam discutido diversas formas para descobrir a localização da floresta, inclusive a o endereço da prima de Berta Jorkins, pois foi com o intuito de visitar esta prima que a bruxa que trabalhava com Ludo Bagman encontrou Rabicho e foi morta.

Harry olhava fixamente para a moldura que fora colocada provisoriamente sobre a mesa de cabeceira de Rony. Estava ansioso por falar com Dumbledore. Sentia muita falta do velho diretor. Os amigos poderiam até ter notado esta ansiedade se não estivessem tão interessados no que cada um deles dizia.

Gina, ao contrário de Rony e Hermione, percebia claramente o que se passava com o namorado. Depois das emanações de energia quando os dois estavam juntos era possível sentir dentro de si como Harry Potter estava se sentindo e neste exato momento ela sentia uma grande ansiedade vinda do garoto que estava em seu colo.

Harry fechou os olhos. Tentou em vão relaxar um pouco, mas era muito difícil. Então...

- Olá meus caros! Vejo que vocês estão preocupados.

Harry levantou-se como se houvesse levado um choque. Dumbledore sorria bondosamente para ele enquanto Gina, Hermione e Rony ficaram em silêncio. Tudo isto foi quebrado quando a porta do quarto se abriu e Lupin entrou.

- Bem garotos, aí está o diretor.
- Sim Remo. – Dumbledore voltou sua atenção para ele. – Aqui estou eu. Do que vocês estão precisando meus amigos?
- Nós interrogamos Rabicho, Professor Dumbledore. – Começou Harry. – Conseguimos algumas informações.
- Já estou a par dos acontecimentos Harry. Escutei Remo contar para Minerva.
- Então professor, depois pensamos em tudo que Rabicho falou, e o Rony teve a idéia de que a floresta na Albânia poderia ser um dos locais onde estaria um dos horcruxes.

Dumbledore olhou para Rony e deu uma piscadela que fez o resto do ruivo ficar da cor dos cabelos.

- Muito perspicaz Rony. Bela linha de raciocínio.
- O problema é que não sabemos onde fica a floresta. – Falou Hermione. – Se tivermos que procurar por todas as florestas que existem na Albânia perderemos muito tempo.
- Como sempre você está certa, não é mesmo? – Dumbledore sorriu. – Suponho então que vocês queiram saber a localização exata da floresta.

Todos confirmaram com a cabeça. Dumbledore começou a passar diversas informações. No final ele se virou para Harry.

- Agora voltarei para Hogwarts. Sugiro que vocês usem uma chave de portal. Só mais uma coisa Harry: Aprenda a domar seus poderes mágicos. Não permita que seu poder tome conta de você. Isto poderia ser catastrófico.

Dizendo isto o retrato desapareceu da moldura.






Os cinco estavam parados na orla de uma floresta muito escura e sinistra. As próprias árvores se fechavam tanto que parecia querer impedir a entrada de estranhos.

Harry estava feliz de Gina estar ali, mas também tinha muito medo de que alguma coisa acontecesse a ela. Na noite anterior havia tido um grande tumulto na cozinha da Toca quando eles anunciaram o que iriam fazer e só piorou quando Gina disse que também iria viajar com o grupo. A lembrança da noite passada ainda estava viva em sua cabeça:

- SÓ POR CIMA DO MEU CADÁVER MOCINHA! – Gritou Molly Weasley. – SE FOR NECESSÁRIO EU TE ESTUPORO!
- Sua mãe tem razão Gina. – O Sr. Weasley limpava os óculos em um guardanapo que não fora usado. – É muito perigoso.

Fred, Jorge e Percy olhavam calados a cena. Os gêmeos sequer tentaram fazer qualquer gracinha diante do que poderia acontecer quando Harry, Lupin, Hermione e Rony entrassem na “Famosa floresta da Albânia”.

- Mas papai... O Prof. Lupin estará junto...
- O QUE NÃO QUER DIZER NADA! – Urrou Molly. – Me desculpe Remo, mas é que da outra vez Dumbledore estava junto e veja bem o que aconteceu com ele.
- Sem problemas Molly. – Lupin falou calmamente mostrando que não ficou ressentido com o comentário. – Também acho que Gina deve ficar.

Gina lançou um olhar gélido para Lupin. A raiva da garota era tanta que ela não deu a mínima para quem estava lançando este olhar. Harry colocou sua mão sobre a dela.

- Eu entendo que você queira participar Gina, mas é que realmente será perigoso. Não fazemos a mínima idéia do que podemos encontrar. – Remo tentou chamá-la à razão. – Sei que você é poderosa. Você sabe que já a vi em ação. Mas...

Gina se levantou rapidamente de forma que a cadeira em que estava sentada tombou para trás. O movimento assustou a todos.

- Certo. Vocês não querem que eu vá. Certo.
- Gina...
- Me deixe Harry. Se é assim que vocês querem é assim que será. – Andou pisando duro até a porta e voltou-se para a mesa. – Mas saibam que não vou ficar me dobrando à suas vontades.

Todos estavam atônitos. Harry levantou e foi atrás dela, mas quando conseguiu chegar perto ela entrou no quarto e trancou a porta. Ele chamou várias vezes, mas não teve resposta.

Decidiram ir para a Albânia com uma chave de portal como Dumbledore sugeriu. Gina não saiu do quarto nem para fazer o desjejum, nem para se despedir de Harry, Rony, Lupin e Hermione. Molly chorava silenciosamente num canto da sala. Já havia tentado dissuadi-los, mas de nada adiantou.

Remo estava com uma tampa de panela na mão. Tirando os soluços de Molly, não havia mais barulho. Os garotos se despediram com a promessa de retornar. Os quatro se reuniram em volta da tampa de panela e cada um tocou uma parte dela.

Faltava apenas cinco segundos para a chave acionar quando se ouviu um pequeno ruído na escada.

Quatro segundos... Ouviu-se passos apressados na escada.

Três segundos... Um vulto de cabelos ruivos pulou na sala.

Dois segundos... Gina se adiantou em direção a Harry e os amigos.

Um segundo... Ela encostou a ponta de um dedo na tampa e finalmente a chave de portal se acionou levando os cinco para uma missão suicida na Albânia e desta forma Gina Weasley conseguiu ficar junto de seu namorado.




- O lugar é aqui, Remo? – Perguntou Harry voltando ao presente.
- De acordo com as informações do retrato...
- Bem... Vamos então? – Chamou Hermione com a voz fraca. Rony sorriu tentando encorajá-la, mas por dentro estava com muito medo.

Harry se adiantou em direção à floresta e foi seguido pelos os outros. Estavam prestes a entrar quando Harry parou e se voltou para os amigos. Ele sabia o que deveria falar, porém ficou com medo de parecer presunçoso, mas afinal era necessário.

- Preciso que prometam uma coisa. – Lembrava nitidamente de Dumbledore pedindo a mesma coisa a ele. – Se eu falar para correrem, para ficarem imóveis e até me deixar pra trás é para fazer o que eu disser.
- Mas Harry...
- Apenas prometa Gina. Tenho a palavra de vocês? – Todos concordaram relutantes, mas concordaram. – Então vamos.

A floresta era um lugar lúgubre e aparentemente estava desprovida de vida animal. Uma grossa camada de folhas mortas apodrecia no chão irregular. Árvores centenárias com troncos escuros estavam por todos os lados. Era estranho aquele tipo de floresta, pois eles esperavam encontrar algo mais tropical.

Caminharam por algum tempo onde só continuavam a ver o mesmo tipo de árvores e algumas plantas e cogumelos de aspecto estranho. As folhagens das árvores eram tão fechadas que seria praticamente impossível a entrada de alguma luz vinda de cima. “Acho que não teria problema se usássemos as varinhas para clarear um pouco”. Sugeriu Lupin. Gina estava para acender a sua quando...

- AI!
- Gina!
- Não foi nada Harry. Só tropecei numa raiz. – Disse a bruxinha enquanto limpava as folhas que agarraram nas vestes.

Harry começou a andar, mas trombou em Rony que estava olhando em ponto a esquerda de onde eles estavam.

- Tudo bem Rony? Rony... – Harry acompanhou o olhar do amigo e então entendeu. Não muito longe dali um pequeno monte branco fosco se destacava na escuridão da floresta. Ele sabia muito bem o que era, pois já havia visto um igual e não gostou nem um pouco. – Mas que merda!
- O que foi Harry? – Perguntou Lupin.
- Vamos sair daqui. Rápido!
- Mas por quê? O que aconteceu?
- Aqui tem um ninho de acromântulas! Temos que sair daqui e rápido. Venha Rony.

Rony parecia estar em choque e foi puxado por Harry que também segurava Gina pela mão. Tinham andado muito pouco quando ouviram um som que fez o sangue de Harry gelar. “CLIC”. Eles apertaram o passo. “CLIC-CLIC”. Eles começaram a correr tentando se afastar o máximo possível. Parecia que haviam entrado num pesadelo!

Duas acromântulas, maiores do que qualquer espécime que eles tinham visto na Floresta Proibida, saltaram da escuridão das árvores e caíram na frente deles. Eles pararam de chofre enquanto os animais se movimentavam lentamente em sua direção.

- Vamos desaparatar. – Disse Lupin. – Leve a Gina com você para ponto aonde chegamos.

Todos fizeram o movimento para desaparecer dali, mas nada aconteceu. Alguma coisa estava impedindo a aparatação.

- E agora! Elas já estão muito próximas. – A varinha tremia na mão de Hermione.
- Não dá para usar feitiços de extinção, Remo? – Perguntou Gina.
- O problema é que elas são muito resistentes Gina. E são duas. Teríamos que atacar todos ao mesmo tempo e apenas uma.
- E se usássemos um feitiço de extinção para dragões? – Harry perguntou sem olhar para Remo, pois as aranhas já estavam bem próximas. – Os dragões são mais resistentes que acromântulas.
- O problema é que o feitiço de extinção é distinto para cada espécie de animal. Feitiços para dragões não funcionariam para acromântulas.
- Elas estão se aproximando!

As aranhas já estavam a pelo menos dez metros do grupo e já aumentavam o ritmo de suas “passadas”. Lupin fez um movimento com a varinha e uma coluna de folhas se formou em volta dos bichos. “CORRAM!” Eles saíram desabalados para longe da coluna. Aparentemente as acromântulas ficaram desnorteadas por causa do movimento das folhas. Mas isto durou pouco, pois logo elas saíram em perseguição.

Hermione era a última do grupo e logo a sua frente estava Rony. As aranhas já estavam próximas de novo. A garota corria o máximo que conseguia.

- NÃO!!!

Rony se virou quando escutou o grito de horror dela. Todos pararam e viram que ela se arrastava de costas no chão úmido da floresta enquanto as duas criaturas estalavam suas pinças cada vez mais próximas do rosto da garota. “MIONE!” Rony voltou correndo, pulou e deslizou pelo chão parando ao lado dela. Uma das acromântulas ficou se sustentando nas patas traseiras e desceu em direção aos dois desferindo o golpe. Rony apontou a varinha para a parte inferior da aranha e gritou a plenos pulmões:

- BOMBARDA!

O feitiço não teve o efeito de explodir o animal que, assim que foi atingido foi atirado para cima e caiu um pouco mais a diante. “CUIDADO RONY!” A outra acromântula desferiu seu ataque, mas Rony se agarrou a Hermione e rolou para o lado e conseguiu escapar. Resolveram usar o feitiço que Rony usara. Três gritos de “Bombarda” saíram em seqüência. A cada feitiço recebido o monstro era arremessado para mais longe.

Graças aos diversos feitiços lançados a aranha ficou enfraquecida e Remo Lançou um feitiço congelante deixando-a fora de ação. Rony estava deitado de costas no chão e Hermione estava encima dele com a cabeça encostada no peito dele chorando copiosamente.

- Ob... Obr... Obrigado... – Hermione falou em meio a um soluço olhando para ele.
- Nunca deixaria que nada de mau lhe acontecesse. – Rony tirou uma folha que estava grudada em seu rosto. – Eu te a...
- Uau Rony! O que foi aquilo? – Perguntou Gina que já havia se aproximado junto com Harry e Remo. “Que droga.” Pensou Rony.
- Vocês estão bem? – Harry ajudava Hermione a se levantar. – Rony? Mione?
- Sim. Apenas alguns arranhões. – Respondeu Hermione.
Lupin observava a aranha que Rony acabará de ferir gravemente. Olhou para Rony e depois para a aranha de novo.

- Impressionante!
- O tamanho dela? – Perguntou Rony. – Era das grandes mesmo.
- Não, não é isso. – Continuou Lupin. – A potência do seu feitiço. Provavelmente você é o primeiro a derrubar uma acromântula deste tamanho com apenas um bombarda. Realmente impressionante Rony.

Rony corou violentamente. Hermione foi até a criatura que quase tirara sua vida e viu que havia um buraco atravessando o corpo dela. Virou-se para ele sorrindo. “Não podia deixar ela chegar perto de você...” Ele murmurou.

- Acho que realmente tem alguma coisa aqui. – Harry estava pensativo. – Não conseguimos desaparatar.
- Então vamos procurar.

O grupo ficou perambulando pela floresta por muito tempo. Felizmente não encontraram mais nada. Olhavam para todos os lados em busca de alguma pista que indicasse alguma coisa. Entraram numa área mais escura e de repente Gina parou.

- O que foi Gina? – Perguntou Lupin.
- Vocês estão sentindo?
- Sentindo o quê? – Perguntou Rony.
- Não sei dizer... Mas... É como se pudesse sentir a magia de um lugar...
- Dumbledore podia sentir... Ele disse que sentiu logo que chegamos à entrada da caverna... – A tristeza na voz de Harry ficou evidente. Em seu íntimo gostaria muito que o diretor estivesse ali.
- O que é aquilo? Parece uma parede. – Hermione apontava a luz da varinha para um ponto adiante.

Eles foram se aproximando do local com cautela. Ao chegarem mais perto viram que a parede na realidade era formada pelos troncos das árvores. Não havia espaço entre eles nem para se enxergar do outro lado.

- Estas árvores não cresceram assim naturalmente. – Disse Lupin enquanto observava. Harry enfiou a mão no bolso e tirou uma pequena faca que havia pegado na Toca.
- Para que isto Harry? – Perguntou Gina.
- Não vamos ficar perdendo tempo. – E dizendo isto posicionou a faca sobre o braço esquerdo, fechou os olhos e fez um corte. Gina e Hermione olharam assustadas para ele.

Harry começou a tocar diversas partes dos troncos. Andava e tocava ao mesmo tempo até que alguma coisa aconteceu. Um brilho esverdeado envolveu um grupo de árvores que começaram a se afastar dando lugar a uma passagem que levava a um pequeno corredor. Ele então entrou pela passagem. Logo que ele passou a passagem se fechou. Uma mistura de alívio e medo tomaram conta dele. Medo por temer o desconhecido e alívio por saber que Gina e seus amigos estavam a salvo do lado de fora. Mas mal ele começou a andar a passagem abriu de novo e por ela veio Remo que estava com um pequeno corte na palma da mão. A passagem se fechou e abriu para cada um deles que traziam no corpo algum corte por onde ofereceram o tributo de sangue. “Estamos juntos nessa meu amigo”. Harry deu um sorriso sincero para Rony e concordou com um aceno. Eles seguiram pelo corredor e saíram em um grande espaço circular todo ladeado pela parede de árvores. Havia sete colunas de pedra esculpidas com cobras enroladas em volta delas. Em apenas um dos olhos de cada cobra estava engastada uma pedra colorida. Havia uma coluna menor, porém esta era lisa e mais baixa. Havia uma estranha luminosidade no local que deixava tudo fantasmagórico. Lupin apontou a varinha para o braço de Harry e murmurou um feitiço que fechou o corte no braço. Vendo isto os outros fizeram o mesmo.

- Aqui estamos. E agora? – Perguntou Rony.
- Vamos observar o local. – Disse Lupin. – Mas cuidado! Não toquem em nada.

Eles observaram tudo por diversas vezes se perguntando se o horcrux estaria mesmo ali.

- Sete cobras para sete horcruxes. – Comentou Rony. – Vocês acham que tem alguma coisa a ver?
- Não... Acho que Voldemort não se preocuparia com isto. – Respondeu Lupin. – E além de tudo tem esta coluna menor.
- Acho que a chave para acharmos a horcrux está nas colunas, mas o que devemos fazer? – Harry falou pensativo.
- Vocês observaram estas pedras nos olhos das cobras? – Perguntou Hermione.
- Sim. - Respondeu Rony - Acho que você-sabe-quem se esqueceu de colocar todas. As outras órbitas estão ocas...
- Ta. Isto também. Mas cada pedra é de uma cor diferente.
- E o que isto tem a ver Mione? – Perguntou Gina. Agora todos prestavam atenção em Hermione.
- Bem... É que estive pensando... as cores das pedras são vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Exatamente as cores do...
- Arco-íris. – Completou Lupin. – Mas ainda não compreendi o seu raciocínio.
- É que estive pensando, os trouxas explicam o arco-íris como sendo a decomposição da luz branca em gotículas d’água, por exemplo.
- Tudo bem Mione. – Disse Harry. – Acho meio estranho que Voldemort use algo que a ciência trouxa explica.
- Mas vendo por outro lado Harry, quem imaginaria que Voldemort usaria algo trouxa. – Perguntou Lupin. – Mas então precisaríamos de água e luz Hermione.

Hermione não prestava atenção. Ia de uma coluna a outra, rodava envolta delas e depois olhava para a coluna menor. Foi até esta coluna e olhou para as outras sete.

- Acho que entendi como funciona... Engenhoso... Muito engenhoso. Simples e complicado ao mesmo tempo.
- Quando você estiver a fim de contar pra gente nós ficaremos satisfeitos. – Resmungou Rony.
- Tem outra forma de fazer isto. – Hermione fez um gesto com a varinha e conjurou uma peça de cristal.
- O que é isto?
- Isto é um prisma Gina. – Respondeu. – Um cristal com duas faces planas inclinadas, que decompõe a luz. Se lançarmos um facho de luz branca ele irá decompô-la.
- Mas e depois? Não deve ser só isto. – Harry olhava para a amiga.
- As órbitas vazias! – Exclamou Gina.
- Isto! Acredito que temos que posicionar as colunas de forma que as luzes entrem pelas órbitas. – Concluiu Hermione que caminhou até a coluna menor e depositou o prisma nela.
- Você tem certeza disto? Pode ser perigoso.
- Temos que tentar. Ou você tem outra idéia? – Desafiou Hermione.
- O que você acha Remo?
- Acho que devemos fazer o que Hermione está propondo Harry. Mas vamos fazer o seguinte...

Combinaram que enquanto Lupin lançaria a luz no prisma Hermione posicionaria as colunas e Harry, Rony e Gina ficariam a postos para protegê-los com feitiços escudo. Posicionaram-se em volta do prisma.

- Vamos fazer um teste? – Perguntou Remo. Todos concordaram. – Então se preparem. Lumus Solem!

Como Hermione havia dito, a luz se dividiu em outras sete com as cores do arco-íris, mas como era de se esperar elas não acertaram as órbitas logo de primeira. Todas as árvores lançaram pequenos dardos na direção da coluna menor. Imediatamente eles começaram a levantar barreiras mágicas a sua volta, porém em vez de bater nas barreiras e cair no chão os dardos que com certeza eram envenenados se fixavam e tentavam penetrar.

- Suspenda o feitiço Remo! – Gritou Hermione. – Estas coisas estão quase entrando!

Logo que o feitiço foi retirado os dardos desapareceram. Todos ficaram assustados, pois podiam imaginar o que poderia acontecer caso fossem acertados.

- E então Mione, você já tem idéia agora do que vamos fazer?
- Acho que já da para tentar Gina.
- Então vamos acabar com isto. – Harry tinha uma expressão muito séria.
- Certo. Vamos lá então. – Rony falou com gravidade. – Mas não demore muito Mione.

Hermione concordou com um aceno. Todos se posicionaram. “Lumus Solem!”. Enquanto os fachos multicoloridos atingiam as outras colunas as barreiras foram levantadas e o ataque dos dardos recomeçou.

Três das sete colunas já haviam sido posicionadas com maestria. Assim que a luz atingia uma das órbitas outro facho de luz saía da pedra engastada como olho da cobra esculpida na coluna e atingia um ponto da parede de árvores. Faltavam agora as cores verde, azul, índigo e violeta. Hermione estava posicionando a coluna da cor azul quando o primeiro dardo atravessou a proteção e passou próximo a orelha esquerda de Rony. “RÁPIDO MIONE”. Enfim mais uma coluna foi posicionada. Harry, Gina e Rony já estavam suados devido ao esforço de manter a barreira. Lupin parecia desesperado. Procurava uma saída para impedir que os dardos penetrassem. Finalmente ele encontrou.

- HARRY! USE O FEITIÇO GLOBUS!
- Globus? Que feitiço é este?
- Aquele que Gui usou para nos proteger.
- GLOBUS!

O feitiço anulou a barreira e criou um globo mágico ao redor deles. Hermione estava para posicionar a última coluna quando soltou uma imprecação.

- O que foi Mione? – Gina descansava um pouco enquanto Harry mantinha o globo de proteção.
- O globo está refratando os fachos de luz! Terei que reposicionar as colunas.
- Faça o que tem que fazer, mas faça rápido Mione... – Hermione não gostou da forma como a voz de Rony saiu estrangulada e começou a voltar a cabeça para o lado dele. – Rápido Mione!

Montes de dardos cobriam o chão e muitos outros continuavam a atingir o globo. Quando finalmente Hermione conseguiu posicionar as colunas os dardos pararam de ser lançados. Os fachos de luz que saíam dos olhos das cobras se uniram no ponto em que se cruzavam e se recomporão em um único facho de luz branca que atingiu um determinado ponto das árvores. Exatamente neste ponto as árvores começaram a se abrir. No espaço aberto apareceram mais cinco colunas do mesmo tamanho com pouco mais de metro e meio de altura. Quatro delas formavam um quadrado e a outra estava posicionada no centro. Quando eles viram o que estava na coluna do meio... sua respiração falhou. A taça de Hufflepuff brilhava ali com uma aura dourada. Ainda prestavam atenção na taça quando escutaram um baque surdo ao lado.

Rony estava caído de lado numa palidez anormal. Tinha a mão esquerda segurando o ombro direito onde dava para ver sob os dedos um rasgo no agasalho que estava usando. Os outros não tinham visto, mas no momento em que o globo de proteção anulará a barreira um dos dardos acertou de raspão no ombro. Para não tirar a atenção dos amigos Rony não disse nada.

- Rony! Rony fala comigo! – Hermione se ajoelhou ao seu lado. – O que aconteceu?
- Fui... atingido... por... um... destes...
- Fique quieto para que possamos ver o ferimento Rony. – Lupin retirava cuidadosamente a mão de Rony. Depois que fez isto, rasgou a manga do agasalho e viu um pequeno ferimento negro. Ele olhou para os garotos e confirmou. – Ele foi envenenado. Temos que levá-lo daqui agora ou ele vai morrer.
- Não... peguem... peguem... o hor... o horcrux... Pegue-o Harry.
- Não Rony. Nós vamos embora. – Harry olhava preocupado para o amigo. – Não vamos deixá-lo morrer.
- Ele não vai morrer. – Gina tinha lágrimas no rosto. Procurava freneticamente pelos bolsos da roupa. – Meu irmão não vai morrer... Achei! Dê a ele. RÁPIDO!
- O que é isto Gina? – Perguntou Lupin.
- Um bezoar.

Lupin enfiou o bezoar pela boca de Rony. Todos ficaram observando apreensivos e para o alívio geral a palidez de Rony melhorou um pouco. Ele piscou os olhos e virou se para Gina:

- Te devo essa, maninha. Obrigado.
- Onde você conseguiu este bezoar? – Perguntou Harry.
- Quando o Rony foi envenenado no ano passado e você o salvou com o bezoar, procurei o professor Slughorn para agradecer, tipo dando méritos a ele pelo Rony estar a salvo. Quando ele se distraiu eu peguei um bezoar de seu estoque. Desde então sempre o carrego comigo.

Hermione tremia tanto que mal conseguia segurar a varinha. Rony a chamou baixinho: “Mione?” A garota tirou uma mecha de cabelo da testa dele e se abaixou. “Não ouse me deixar agora... Eu te amo Rony Weasley...” Se abaixou e beijou carinhosamente os lábios do garoto. Quando se separaram a palidez dele melhorara consideravelmente e havia um sorriso meio abobalhado no rosto.

- Vamos então. Hermione fica aqui com Rony. – Ordenou Lupin. – Nós três vamos adiante.
- Mas eu quero ajudar! – Reclamou Hermione.
- E você já está ajudando. – Respondeu Lupin. – Quem descobriu a maneira de encontrar o horcrux? E além do mais, acho que Rony se recuperará mais rápido se você estiver junto dele. – Completou dando uma piscada para a garota que corou imediatamente.
- Você está melhor Rony? – Harry estava preocupado com o amigo.
- Fica tranqüilo. Vão em frente.

Harry, Gina e Remo foram em direção a taça. Hermione chamou Harry. “Tenha cuidado.” Harry concordou com a cabeça e voltou a seguir em direção de seu objetivo.

- Você acha que pode haver mais armadilhas Harry?
- Não sei Gina... É mais provável que sim. – Eles chegaram ao local onde as cinco colunas estavam. E ali, sobre a coluna central estava a mesma taça que ele vira na penseira do Professor Dumbledore.
- Não podemos tentar convocá-la? – Perguntou Gina. Harry sorriu para ela.
- Por que você não tenta?
- Accio taça!

Assim que o feitiço foi lançado uma parede de névoa verde apareceu entre as colunas externa impedindo que a taça fosse convocada e logo depois desapareceu.

- Já sabia que não iria dar certo. Também tentei fazer isto com o medalhão.
- O que você acha que devemos fazer? – Perguntou Remo. Era estranho um professor fazer perguntas de como proceder para um aluno.

Harry pensou um pouco. No lago da caverna Dumbledore teve que beber a poção para que eles conseguissem pegar o medalhão. Diante disto Harry só via uma alternativa:

- Para pegar a taça será preciso que se entre lá dentro. Mas...
- Mas... – Falou Gina.
- Acho que não podemos entrar os três juntos.
- Por quê?
- De acordo que o Prof. Dumbledore me explicou é provável que alguma proteção fosse acionada caso mais de um bruxo tentasse chegar até o horcrux.
- Mas você foi com ele até a ilha. – Rebateu Gina.
- Somente porque eu não era um bruxo inteiramente desenvolvido.

Lupin estava pensativo. Se o que Harry estava falando fosse verdade...

- Então... Ou entra você e Gina, ou eu e Gina ou eu e você. – Terminou Remo. Harry encarou o amigo.
- Não Remo. Eu entrarei sozinho.
- Você enlouqueceu! – Remo falou exasperado. – Se nós dois entrarmos só o seu poder será sentido Harry. Você é muito mais poderoso do que eu...
- Nada disso Remo. Você também é poderoso. Preciso que você fique aqui para o caso de algo der errado.
- Não Harry. Você não vai entrar ali sozinho. Eu vou com você. – Gina falou encarando o namorado.
- Não. Vocês dois irão ficar aqui. Está decidido.
- Eu não vou deixar você entrar ali sozinho Harry. Só se for por cima do meu cadáver. – Gina o encarava de uma forma que daria inveja na Sra. Weasley. Afinal a garota teve a quem puxar. Harry desviou o olhar para Lupin que após alguns instantes concordou com um aceno de cabeça. “Venha Gina. Vamos deixar o Harry fazer o que deve ser feito. Nós estaremos aqui para ajudá-lo no que for preciso.” A garota não parecia querer arredar o pé de onde estava então Harry segurou seu rosto e lhe deu um beijo apaixonado.
- Preciso de você aqui. E preciso de você viva. Fique tranqüila e ajude Remo no que ele precisar.

Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto dela que se virou e foi para perto de Remo. Rony e Hermione observavam do lugar onde haviam ficado. Harry caminhou até ficar um passo de fora das colunas e virou-se para os amigos. Encarou um por um e quando olhou para Gina ele puxou o pingente em forma de fênix de dentro da camisa e o beijou. Voltou-se para a taça e avançou lentamente em sua direção.

Harry esperava receber diversas maldições, mas nada aconteceu. Olhou envolta da coluna central, mas não achou nada. Resolveu pegar a taça. Quando a tocou sentiu um imenso poder que estava impregnado na relíquia. Não um poder maligno, mas o próprio poder da taça de Hufflepuff. Levantou lentamente. Todos os sentidos estavam aguçados, porém nada aconteceu. Ele respirou aliviado e virou-se para sair. Os amigos prenderam a respiração quando ele virou com a taça na mão. Mas quando deu o primeiro passo...

Barreiras verdes fecharam as colunas pelas laterais e por cima. De cada uma das colunas saíram uma espécie de corrente de elos aparentemente feitos de um cristal verde e na ponta dela havia um gancho. Os quatro ganchos foram em direção a ele que mal teve tempo de sacar a varinha para tentar alguma defesa. Cada um dos ganchos penetrou uma parte do corpo de Harry. Com efeito, os braços e as pernas e deixaram-no suspenso no ar. Harry gritava desvairadamente devido a dor que sentia. A taça e a varinha ficaram caídas no chão. Seus amigos gritavam desesperados do lado de fora e tentavam quebrar a barreira para poder ajudá-lo, mas tudo que faziam não surtia nenhum efeito. Harry tentava se acalmar, mas a dor era impressionante. Um líquido verde começou a escorrer pelas correntes e entrou pelos ganhos como se estes fossem agulhas hipodérmicas e penetrou em seu corpo. Lentamente o veneno começou a fazer efeito.

Gina tentou correr em direção às colunas, mas Remo a segurou. Harry começara a gritar coisas desconexas e eles não conseguiam fazer nada para ajudar.

- ELE VAI MORRER REMO! ELE VAI MORRER!
- Nós temos que tirar ele de lá.

Gina se aproximou da barreira e ficou observando impotente seu namorado sofrer. Harry se debatia e gritava alternando momentos de lucidez e loucura. Num desses momentos em que conseguia enxergar nitidamente o que estava acontecendo seu olhar cruzou com o de Gina.

O rosto lavado de lágrimas olhava fixamente para ele. Neste rosto que ele tanto amava estava estampado um grande sofrimento. “Eu não posso morrer... Eu não posso morrer... Eu não vou morrer... EU NÃO VOU MORRER!”

Um brilho dourado apareceu em seu peito ao mesmo tempo em que seus olhos começaram a brilhar como duas labaredas verde-esmeralda. A fênix ardia em seu peito sem lhe causar ferimentos. Ele sentia seu poder crescendo.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM ELE? – Gritou Rony.
- AFASTEM-SE! AFASTEM-SE! – Lupin começou a puxá-los.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO REMO? – Perguntou Hermione, mas foi Gina quem respondeu.
- Ele está tentando sair...

Eles se afastaram quando começaram a aparecer rachaduras nas colunas. Um grande globo dourado foi crescendo e quando ele tocou nas colunas... Houve uma explosão. Os quatro foram jogados para perto das colunas com as cobras esculpidas. Quando eles olharam para o local viram Harry caído no meio dos entulhos das colunas.

- HARRY!!!!!


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Fala galera!!!! Beleza pura?

Mais um cap postado. Quero dedicar este para duas pessoas:

Rafaela Porto,

Obrigado Rafa, por tudo tudo mesmo. Se todos os ficwriters tivessem uma Alfa 2 como você garanto que só teríamos fics de qualidade. Sou um cara de sorte. Obrigado pela força quando estava desanimado de escrever. Vou te contar porque fiquei e apurrinhando pela edição deste cap: Depois que vc disse que ele estava muito bom fiquei empolgadíssimo para postá-lo. Não fica brava comigo não OK? Obrigado, Obrigado, Obrigado e um grande abraço.

Expert2001,

Credito grande parte do meu retorno a você. Quando comecei a escrever o VdV foi com o intuito de agradar com uma estória legal, e seus coments me mostram que consegui. Obrigado pelo apoio. Aquele e-mail que vc mandou foi um ponto determinante para que estes caps saíssem. Muito obrigado. Obrigado por lembrar de meu mais novo herdeiro (é o segundo).

Agradeço a J.M. Flamel, Lucas Camargo (a gente ainda se encontra no MSN), Natália Camargo (como é que é: a fic sua e do lucas sai ou não sai?), dk-tom (puxa... 3 vezes? Muito obrigado!), Waltinho, fl4v1nh4, Lari Forrester Black e acedônio.

Obrigado pelos coments. Se esqueci de alguém por favor me perdoem.

Um agradecimento especial a Ruggero Rebellato que durante algum tempo colaborou como Beta. Brigadão Ruggero.

Peço que também comentem este cap pois quero saber qual a impressão que ele causou.

Novamente muito obrigado e um grande abraço!

Rubeo.

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