Beijos Ilegais



Thomas engoliu em seco...

“Como você teve coragem? Como VOCÊS tiveram CORAGEM? Thomas seu cachorro!” – Hermione, de súbito, atirou o sapato quebrado, o que era pra ser na cara de Thomas, mas ele desviou e o Prada batera na parede. A mulher estava completamente enrijecida e entorpecida com o excesso de informações bombásticas daquele dia.

Pensou consigo que logo deveria procurar um médico.

“Hey! Hermione... não era nada...”

“Não era O QUÊ? Ta achando que a Victorya é otária? Sabe, bem que caí na sua conversa seu safado! Só de pensar que dei apoio a vocês noivarem! Ai como sou idiota!” – bateu com as costas das mãos na testa, morrendo de raiva. – “SEU CÍNICO! E AINDA VEIO COM AQUELE DISCURSO HIPÓCRITA PRA PEDI-LA EM CASAMENTO!” – ela gritava, ecoando pelo corredor, para não partir à agressão física.

“Hermione, eu gosto da Vicky, eu a amo!”

“O quê?” – foi a vez de Amanda se manifestar – “Você disse que ME amava... lembra? A gente ia se casar! Você disse que ia terminar com ela!”

Hermione arregalava os olhos mais e mais a cada palavra.

“Sou muito idiota ou perdi alguma coisa?” – perguntou.

“Conta logo pra ela Thomas!”

“Contar o quê?”

“Conta! Conta que nós temos um caso há dez anos, DEZ! DEZ anos que você me enrola, e que você só queria se aproveitar da pobre da Victorya...” – a loura revelou aborrecida.

Hermione mal estava conseguindo se segurar... Logo seu queixo estaria no chão.

“Sabe, Hermione... eu não quero o mal pro Rony. Na verdade eu só me aproximei dele pra fazer ciúme no Thomas.”

“CALA A BOCA SUA IDIOTA!” – Thomas esfregava as mãos, nervoso. – “Hermione, olha, não escute o que essa louca está falando.”

“Hey, essa louca que você está falando tem dois filhos seus esperando em casa, seu safado. Eu disse pra você, EU DISSE, que não era pra continuar enganando a Victorya, e...”

“CHEGA! Você é casado com essa aí, durante todos esses anos?” – Se a cena não fosse trágica, seria cômica. Hermione não acreditava no que seus olhos estavam presenciando.

“Casado não. Eu não a conhecia antes de Rony nos apresentar Hermione, acredite em mim!” – ele puxou a mão de Hermione como em gesto de perdão, porém, a moça se afastou com nojo.

“Não Hermione, ele não é casado comigo! Ele me enrola esse tempo todo...”

“E você? O Rony não merecia!”

“Eu sei...” – falou com arrependimento – “Mas eu queria terminar logo com isso. A coisa estava ficando séria demais, se é que me entende... O casamento, e tudo mais... mas eu juro que vou contar pro Rony, o mais depressa possível, antes que aconteça alguma coisa.”

“Hermione, você tem que acreditar em mim, eu AMO a Vicky, AMO! Isso foi um erro.” – disse, apontando para Amanda.

“Ha-ha-ha! Você ama o que pode te dar, seu cafajeste! Filho da mãe!” – Amanda gesticulava nervosa com as mãos. Sua vontade era de sentar a mão na cara do “marido”.

“Olha aqui, NUNCA mais a chame de Vicky, entendeu? Você não sabe o que é amor, você nunca amou ninguém, olha sua mulher aí... Como pôde fazer isso com seus filhos? Você não sabe o quanto estragou a vida da Vicky. Você é nojento, eu tenho repulsa por você. Olha, você vai contar tudo, está me entendendo? Por que eu não quero fazer isso... Eu não quero ser responsável por matar a minha melhor amiga... mas se você não contar, eu juro que vou ter que fazer isso, e você não vai gostar nada, nada das conseqüências!”

“Hermione, eu sinto muito, eu...”

“Poupe-me Thomas. Eu sei muito bem o que você estava sentindo agora a pouco. E você também Amanda... Eu não esperava isso de você.” – disse desgostosa.

“Eu também me envergonho Hermione... Entenda, eu sofro como a Vicky irá sofrer.”

“Não, eu não entendo. Se sofre tanto, então porque continua com esse verme?” – lançou um olhar a Thomas, como se o rapaz fosse um inseto extremamente nojento, talvez um explosivim.

“Você não entenderia... Eu o amo, e ele é pai dos meus filhos.” – falou, com uma expressão vaga.

Hermione engoliu a seco... Mal sabia Amanda de que ela entendia o que estava falando... Ela sabia sim o que era sofrer por amor e sofrer por sua filha.

Não respondeu nada à Amanda. A raiva e toda angústia que sentira a pouco agora estavam amenas... a vontade de ir ao banheiro tinha passado, na verdade, ela estava com um bolo na garganta, engasgada com tanta mentira. A única coisa que tinha vontade, era de quebrar cada osso de Thomas e transforma-lo em pó.

“Você prestou atenção no que eu disse, espero. Conte tudo à Victorya Hutingdon, ou vai ver o sol nascer quadrado em Azkaban... Você sabe que eu tenho força suficiente pra isso.” – ela não mais olhava para o casal, mas sim, à um ponto fixo na parede de pedra.

Logo virou-se, e seguiu pelo mesmo caminho que tinha chego ali.

Precisava desabafar com alguém e ir embora dali o mais rápido possível.

******************************************************************

No Salão Principal...

“Com licença Dumbledore.” – Harry, logo depois de dar uma volta pelo jardim da escola e esbarrar com Victorya, voltou ao Salão para se despedir do diretor de Hogwarts.

“Ohh, Harry.” o diretor sorriu, mas com uma leve ruga de preocupação na testa. – ele conduziu Harry a um canto mais sossegado do salão. – Suponho que já tenha conversado com Hermione. – disse Dumbledore, estudando a expressão cansada do rapaz.

“Sim.” – apenas respondeu.

“Quero que pense em uma coisa: Não há erro se não o cavarmos.”

“O que quer dizer com isso?”

“Você irá descobrir com o tempo, mas lembre-se disso. Não se castigue e nem castigue quem você ama. Você ficou muito tempo longe Harry. Longe de sua vida, Hogwarts, seus amigos... talvez esteja na hora de refazer sua vida, mas sem mágoas.”

Harry assentiu com a cabeça.

“Está querendo dizer pra eu esquecer Hermione, é isso?”

Antes de Dumbledore responder, fora interrompido...

“Professor Dumbledore! Harry Potter! Uma foto para O Pasquim, sim?” – uma jornalista loura, de cabelos esvoaçantes, sorria estranhamente, balançando os brincos exóticos e extremamente grandes. Estava com uma prancheta virada de cabeça pra baixo e parecia tão atrapalhada quanto seu assistente.

Dumbledore aproximou-se ainda mais de Harry.

“Alguma objeção?”

“Não senhor...” – disse vago.

A jornalista abriu ainda mais o sorriso e Harry a reconheceu, era Luna Lovegood: Ex-colega de escola e com hábitos um pouco estranhos, ele diria.

Depois de posar à foto, Harry se aproximou.

“Luna?”

Ela ajudava o assistente a ajustar a câmera.

“Ah! Harry, quanto tempo.” – disse mais para si mesma que para o rapaz. Estendeu a mão para apertar a dele.

“Sim... Eu não sabia que tinha virado jornalista...”

“Era a única coisa que me restava... Meu pai morreu e deixou tudo pra mim, entende?” – levantou o rosto e arregalou seus olhos extremamente grandes, deixando Harry assustado. – “Quero dizer... acho que sempre soube que você iria voltar.” – completou sem graça, os olhos que lembravam bolas de tênias, rolaram ao redor deles.

Harry ficou calado.

“Ficaria incomodado se eu o convidasse para uma entrevista? Digo... Iria me ajudar muito, fazer uma entrevista com você. Ao menos se já for cede-la à Rita, - disse com cara de nojo - Victorya Hutingdon, ou alguém mais importante.” – seu tom de voz chegava a dar pena.

“Não. Digo, não me importo... Talvez pensar em trabalho me ajude.”

“É assim que se fala! Bom, quando?” – perguntou animada.

“Amanhã no meu hotel está bom pra você?”

Ela pensou...

“Na verdade está ruim, ruim não, digo... péssimo! – enfatizou - Vai parecer um encontro estritamente sexual e não profissional e talvez isso nos leve a sérias conseqüências, quero dizer... Ninguém aqui quer ser prejudicado, se me entende, é claro!” – se disparou a falar, tropeçando nas palavras.

Harry arregalou os olhos, assustado, segurando uma risada. Há muito tempo não dava uma risada espontânea.

“Então... No Beco Diagonal... Hummm, na sorveteria, talvez.” – sugeriu.

“Ok, fechado. É um ótimo lugar...” – ela acenou de qualquer jeito e correu pela porta do salão com o assistente atrapalhado a seu encalço.

“É isso mesmo Harry, é assim que se faz!” – Rony, que parecia encantado com alguma coisa, vinha em sua direção. – “Ah, olá Professor Dumbledore.”

“Olá Rony. Agora se me permitem, eu preciso dar atenção aos outros convidados.” – deu um leve tapa nas costas de Harry, e seguiu na direção oposta no salão.

“Marcando um encontro já! Bem que eu sempre disse que você era rápido.” – observava o salão... Muitas pessoas dançavam na pequena pista montada. Os jornalistas não mais faziam alvoroço... – “Você ainda não deu nenhuma entrevista?”

“Sim... antes de você chegar. Mas acho que eles cansaram, porque não falo nada... Acho que você me entende. Eu não gosto muito dessa coisa de foto, e jornalista em cima de mim...”

“É, a Rita fez um bom trabalho com você.” – riu, com as mãos no bolso.

“Digamos que ela me assustou bastante.” – também esboçou um sorriso.

“Mas e então! Marcou o que com a Di-lua?”

“Cala a boca Rony! É só uma entrevista!” – disse pelo canto da boca – “E você, por que está tão feliz?”

“Porque meu caminho está livre, sabe... Não sei se você lembra de um dia depois da sua festa de dezessete ou dezoito anos... Não lembro direito, mas enfim, eu dei pra você um conselho... Não me lembro bem das palavras, mas era essencialmente pra você arranjar uma namorada e parar de galinhar.” – falava pensativo.

“Onde está querendo chegar?”

“Eu enfim resolvi seguir o meu próprio conselho. Quero tomar um rumo, mesmo sendo novo, eu acho que perdi muito tempo da minha vida e só agora estou fazendo a coisa certa.”

“Ainda não entendi.”

“O que quero dizer, é que... Bom, eu estou completamente apa...”

“Rony! RONY!” – a voz de uma mulher o chamava por debaixo da mesa. Ela repuxava sua calça.

Hermione estava ofegante, os pés e joelhos doloridos e calejados por percorrerem descalços os corredores de Hogwarts. Ela ignorara completamente a presença de Harry. – “Venha comigo já!” – e assim seguiu o caminho de volta, engatinhando por debaixo das mesas e o aglomerado de gente do salão. Fizera tudo aquilo para não ser mais vista...

Rony deixou Harry, com uma expressão preocupada por mais que se esforçasse para não parecer, em meio ao salão, se perguntando o que houvera.

“Harry, depois a gente se fala cara!” – Rony correu para seguir Hermione para fora do salão.

******************************************************************

No corredor...

Hermione após se levantar correu apressada, segurando o vestido, e subiu mais um lance de escadas.

Rony seguiu-a confuso, e Harry, era o único que observava da porta do Salão Principal.

“Rony, eu preciso ir embora daqui agora, já! Então você pegue a Victorya, não a deixe esbarrar com Thomas, se por acaso isso acontecer, estupore-o faça qualquer coisa, mas não deixe os dois se falarem hoje, está bem? VOCÊ ME ENTENDEU?” – chorou nervosa.

“Hermione! Calma... Eu sei, eu jamais vou deixar, mesmo achando que ela deve saber dessa merda o mais rápido possível. Ela só vai saber disso quando for o momento certo, e não propício a um escândalo na imprensa... Seria ótimo pra Rita e o fim de Victorya.”

Hermione concordou, mas logo a ficha começou a cair...

“Você... Você sabia? SABIA RONY?”

“Hermione, fale baixo.”

“Rony, como você sabia?” – perguntou confusa.

“Eu tinha que provar, acredite: As maiores vítimas dessa história foram Victorya e Amanda... Eu depois te explico como soube do “casamento” deles, e bem... Amanda acha que eu não sei de nada.”

“Seu cachorro! Por que não contou à Victorya?” – deu um tapa em seu braço.

“Porque, bom... Seria uma conversa muito divertida, você não acha?” – disse sarcástico – “Eu não podia chegar pra ela e dizer: Ah Vicky, encontrei o seu adorado noivo tendo relações sexuais com a mulher dele e mãe de dois filhos dele, em cima de uma mesa de um dos cubículos do Ministério. Entenda Hermione! Ela nunca mais iria olhar na minha cara.”

Hermione pareceu tentar digerir as informações, mas seu cérebro já estava confuso demais pra tanto.

“Ok, ok. Procure-a e leve-a pra qualquer lugar que ela queira, menos para perto de Thomas.” – olhou para frente pra ver se havia alguma movimentação – “Por onde eu posso ir? Digo, por qual lareira? Sabe, eu não quero mais entrar naquele salão, e muito menos entrar naquela sala atrás de onde ficava a mesa dos professores... Eu senti como se alguém estivesse lá, sabe, espionando? E to me sentindo muito estranha... Sabe, vigiada o tempo todo?”

“Hermione, não é a toa que você está assim...”

“Talvez, mas de qualquer forma, quero sair logo deste castelo.” – Hermione ao virar os olhos pro lado, viu Harry, mais ou menos ao pé da escada.”

Rony percebeu, mas ainda assim continuou...

“Certo, vá pra sala de Dumbledore. Mais cedo, ele me disse que a lareira do escritório estava livre pra quem quisesse sair.”

Hermione se estendeu e beijou o amigo no rosto, agradecendo. – Rony disse ao seu ouvido, a senha.

“Muito obrigada, e vá logo procurar Victorya.” – deu uma última olhada pra Harry, dando meia volta e seguindo para o lado oposto do corredor.

Harry a observara até virar o corredor.

“O que houve?” – Harry perguntou, procurando parecer preocupado o menos possível.

“Depois eu te conto cara, é sério, eu tenho que ir.” – deu uns dois tapinhas no ombro de Harry, e desceu o lance de escadas correndo. Agora era a hora de começar a agir.

Seguia em direção aos jardins, procurar Victorya, quando a “ruiva” tropeçara com ele. Era como ver uma veela correndo a seu encontro...

O rosto de Vicky estava pálido, inchado de tanto chorar... Ao menos era o que lhe parecia.

“Rony.” – sorriu – “Viu sua irmã ou Hermione por aí?” – perguntou; a voz embargada.

“O que houve, V? Estava chorando?” – passou a palma da mão direita, delicadamente pelo rosto da moça.

“Bobagem minha..., mas e então? Viu Hermione?” – se afastou, cedendo os joelhos tolamente com o encontro da mão de Rony com a maçã de seu rosto.

“Hermione foi pra casa.”

“E não me esperou?” – fingiu-se indignada.

“Ela estava não estava muito bem... compreenda. Bom, mas ela me deu este prazer. Pediu pra que eu cuide da donzela...” – brincou.

“Humm, agora eu preciso de guardião? Uau...” – riu.

Rony estendeu a mão, ajudando-a a subir os dois degraus que faltavam pra entrar pela porta de carvalho, no castelo.

“Você é tão atencioso comigo Rony.” – sorriu agradecida, mas ainda assim preocupada. – “Obrigada pela oferta, mas terei que ir encontra o Thomas... sabe, ele me prometeu uma surpresa pra hoje a noite!”

“E que surpresa...” – Rony resmungou.

“O que disse?”

“Ahnn... Devia ser uma boa surpresa, mas ele também teve que ir embora... Ele pediu pra te avisar que amanhã fala com você. Sabe, tem uns papéis pra assinar... uma vida corrida a dele, não?” – disse se segurando.

“Como assim?” – perguntou confusa.

“Ahh, vocês quase não saem...”

“Nós trabalhamos... e na verdade eu prefiro ficar em casa, reunir os amigos. Não gosto muito de sair... acho que já passou minha época de sair.”

“Que nada.”

“Mas é sim uma visa corrida.” – disse desanimada.

“Mas eu estou aqui pra satisfazer todos os seus desejos se você quiser. pode me usar, eu deixo.” – brincou.

“Só você mesmo pra me fazer rir Rony.” – ela levantou a mão, dando uma inclinada para baixo com os dedos... “Eu aceito a sua companhia até Hogsmead então.”

“Hogsmead? Mas está tarde já Victorya...” – Rony olhou para a aglomeração á porta do salão. Notou que Thomas voltava, e parecia procurar alguém... – “Ok! Vamos.” – ele a puxou, e os dois saíram correndo por um bom pedaço do jardim.

“O que há com você?! Ha-ha!” – achava graça no modo como estavam agindo. – “Estamos fugindo de quem?” – Rony ainda a guiava.

“De ninguém... quero dizer, de Rita.” – mentiu.

“Mas Rita foi expulsa, não foi?” – estranhou.

“Ela voltou.”

“Ahh...” – olhou para trás. – “Mas agora já estamos bem longe da entrada do castelo Ron!”

Ele, enfim, parou ofegante.

Estavam já à frente das grades do castelo. As carruagens usadas pelos alunos, também estavam ali, amontoadas, mas não havia testrálio algum.

“Rony? E a Amanda?” – apoiou-se no ombro de Rony, ao atravessar o portão do castelo.

“O que tem?”

“Vocês estão namorando?”

“Não. Não temos nada mais.”

“Não? Como pode ser tão burro?” – disse direta – “Quero dizer... ela me parecia ser uma pessoa legal.”

“Mas não era... Bom, deixe isso pra depois. Vamos falar de coisas boas.”

“Sim, você tem razão?”

“O que você acha que Hermione vai fazer em questão ao Harry?”

“Ahn? Isso não é bem um assunto bom né? Quero dizer... Tah certo que o Harry é seu amigo, mas eu nunca fui muito chega a ele.”

“Mentira...” – riu.

“Como?”

“Vocês tiveram um lance, rápido, mas tiveram... Não lembra de como ele ficou quando te conheceu?”

“Não.” – respondeu secamente.

“Ok, prometo solenemente que não mais irei falar de Harry, ta bom assim?” – levantou a mão direita.

“Ok, ok. Melhor assim.” – sorriu.

Os dois caminharam mais um pouco.

“Olha, vamos naquele bar ali ó! Ta aberto.” – Victorya indicou, logo a frente.

Havia uma placa, com o nome: Born’s Bar.

Entraram no lugar, que pela hora, não era de se esperar tanto movimento quanto tinha.

A barulheira era infernal, uma música pesada tocava ao fundo, e quatro meninas dançavam em cima da bancada, jogando bebidas pra todos os lados.

“Uau! Não sabia que aqui em Hogsmead tinha bruxos tão animados.” – Victorya disse, tentando achar uma mesa em meio a tanta gente.

“Você não acha melhor irmos embora?” – Rony perguntou.

“Não. Eu quero beber um pouco. Preciso relaxar.” – piscou, praticamente sendo esmagada por um bruxo robusto, de roupa preta e careca.

Quando Victorya passou pelo tal bruxo, ele passara a mão nela...

“Seu trouxa!” – Victorya virou, dando um soco e quebrando o nariz do homem.

“Sua va...!”

“Hey! Vai se meter com alguém do teu tamanho seu porco!” – Rony deu um jeito de empurrar as pessoas à sua frente, e ficar lado a lado com o “cara”.

“Dá pra parar aqui ou vou ter que mandar todo mundo sair?” – uma moça loira, de calça colada e blusa rasgada interrompeu a briga. – “Aqui no meu bar não é lugar de briga. Querem duelar, duelem como bruxos, não como trasgos.” – ela empurrou o grandalhão e o expulsou do bar, mas logo voltou... – “Desculpem o transtorno. Esse cara já tinha bebido vários bafos de leão.” – sorriu.

“Muito obrigada.” – agradeceu Victorya.

“Que isso... pára tudo! Você não é Victorya Hutingdon?”

“Sou...” – respondeu sem graça.

“Minhas amigas vão adorar te conhecer. Elas adoraram o artigo sobre show bar.”

“Ahh, sim. Eu fico muito feliz com isso...”

“Vejo que querem uma mesa. Venham comigo.” – ela os guiara para o fundo do bar. Havia uma mesa, cheia de homens bêbados, passando mal de tanta fumaça de cigarro. – “Sam, saia daqui.” – ordenou.

“Mas agora não!” – o bêbado resmungou.

“Agora!” – disse firme, o puxando pela gola e empurrando em direção à saída. Os amigos dele também foram atrás.

Victorya e Rony se sentaram.

“Fiquem à vontade. Qualquer coisa é só me chamar, ou chamar alguma das meninas...” – ela indicou-as, apontando. – “Àquela do canto é a Sarah,” - indicou uma outra loura, de cabelo comprido, liso. – “a segunda é a Lika” – A morena rebolava balançando o cabelo cacheado. – “a terceira é a Lore, minha campeã de gorjetas” – a moça piscava para a dona do bar, pois tinha acabado de jogar água em cima de uns clientes – “a quarta é a Mandy, de vez em quando ela canta pra quem quiser ouvir” – indicou uma outra, ruiva, de cabelos curtos. – “e a última é a Paula. Já foi parar duas vezes em interrogatório no Ministério da Magia. Sabem, ela é violenta quando quer.”

Victorya parecia interessada. Rony também, só que de outra forma...

“E eu sou Vivian.” – sorriu – “Se precisarem é só chamar... O que querem pra beber? Já digo, não servimos água.”

“Com certeza não iríamos pedir água.” – Victorya enfatizou – “Será que tem mais bafo de leão?”

“Temos, e o rapaz?” – perguntou a Rony – “O que vai querer bonitão?”

“Bem, Sidecar.”

“Certo.” – saiu, indo buscar as bebidas.

“É bem legal aqui, não? Quero dizer... acho que me interessei. Deve ser bom ser dona de um bar assim... Será um ótimo assunto para minha próxima matéria.”

“Sim, concordo com você... ia dar uma matéria espetacular, ainda mais com você como autora.”

“Nem brinque assim... Bom, a idéia está mais ou menos pronta na minha cabeça. Na verdade, não quero falar disso agora. Quero amadurecer depois.”

“Ok.” – concordou e depois calou-se.

“Você está chateado por ter terminado com a Amanda?”

“Não... Claro que não!”

“Certo, mas se quiser conversar! Olhe, eu sou expert quando se trata de chifres, pé-na-bunda...” – riu.

“Sabe, eu não entendo como alguém como você ainda não tenha encontrado alguém que realmente a mereça.”

“É claro que encontre! O Thomas! Ele é incrível. Esqueceu que vamos nos casar?” – respondeu feliz.

A cabeça de Rony latejara quando escutara aquilo.

“Olha Vicky, eu não gostaria que nada te acontecesse... Eu adoro você” – seus olhos azuis encontraram os castanhos de Victorya, a deixando extremamente confusa.

“Você fala como se soubesse que eu fosse sofrer... Olhe, eu estou muito feliz, acredite. Nada vai estragar isso. Quem seria louco de ficar triste com um noivo que nem o meu, e com amigos que nem os meus...? Como você por exemplo. Eu te adoro Rony. Você me faz rir, me compreende... é difícil arranjar amigos hoje em dia.”

Vivian voltara com as bebidas...

“Desculpem a demora.”

“Não tem problema! Sabe, eu gostaria que vocês passassem no meu escritório. Acho que valeria muito a pena, investir em matérias com o Show bar. É um ótimo investimento.”

“Uau! Elas vão delirar... É claro que iremos, sem dúvida alguma.”

“Certo. Eu entro em contato com vocês então, combinado?” – estendeu a mão.

“Fechado.”

******************************************************************

“Eu não disse que seria ótimo pra nós dois?” – Gina levantava do tapete persa que forrava o chão da sala da Monitoria... – “Sabia que eu sempre quis fazer isso?” – sorriu maliciosa.

Draco a observava descrente. Não havia muita claridade na sala, apenas a luz de três velas sobre um castiçal velho.

“Você quando está com fogo é impassível enh?” – riu, vestindo a calça.

“Sabia que eu prefiro você assim, sem camisa?” – mordiscou o lábio inferior.

“Mas isso só você tem meu amor...”

“E é bom mesmo.” – levantou para pegar o vestido, do outro lado da sala.

“Não gosto de brigar com você Ginny, mas você é estressada demais.”

“Bem que você gostou do que a estressada aqui fez, não?” – tentava dar um jeito no cabelo, que estava todo desarrumado.

Draco riu.

“Gostei sim... Você é muito boa nisso.”

“Eu sei.”

Logo depois de se arrumar, Gina jogou o cabelo pra trás, de qualquer jeito, e ajoelhou-se em frente ao marido.

Ele apertou seus ombros, como numa massagem, a fazendo soar um breve gemido. Draco tirou o cabelo do rosto, e colou sua boca com a de Gina. O toque com a língua morna dela o fizera se arrepiar. Nunca na vida, se sentira tão completo.

Depois de um beijo longo, e quente, ela abriu os olhos, mergulhando nos do de Draco; Draco passava de leve, as pontas dos dedos em toda a face de Gina.

“Draco, eu preciso contar uma coisa pra você.” – disse misteriosa.

O marido a observava com toda a atenção.

“Fale.”

“Eu não estou muito certa de deveria ou não fazer isso, mas... bem, você tem todo o direito.”

“Você está me deixando preocupado.”

“Sabe naquela vez que nós nos separamos?”

“Qual?”

“Na última.”

“Sim.”

“Eu sai com uma pessoa.”

“E...?” – crispou a testa.

“Ok... Eu to grávida de outro.”

***

A vila de Hogsmead estava ainda empolvorosa. Victorya e Rony tinham acabado de sair do bar; Vicky bebera muito e decidira tomar um pouco de ar, pra depois ir pra casa.

“Rony, você é tão divertido! Huahauahauahuahaua!” – Victorya tropeçava nos próprios saltos. Andava apoiada em Rony, que tinha bebido apenas um sidecar.

“Você está bêbada!”

“Não, não estou. Eu estou completamente sóbria.” – respondeu, chutando uma lata de lixo que vira na frente.

“To vendo.” – riu. – “A respeitada jornalista e empresária, Victorya Hutingdon, chutando uma lata velha de lixo... quem diria. Daria uma boa capa do Semanário dos Bruxos.”

Victorya se meteu na frente de Rony e aproximou seu rosto ao do dele.

“Uau, que olhos azuis são esse menino.” – os joelhos quase cederam.

Rony ficou calado.

“Não se preocupe. A Rita nunca vai me pegar. Eu sou mais rápida que ela...” – sentia a respiração de Rony em sua face.

Rony continuou calado, embora tenha engolido em seco.

“Por que você está me olhando desse jeito?” – mordiscou o lábio inferior.

Rony não agüentou mais. A cada segundo seu desejo era maior. A cada segundo seus lábios formigavam ainda mais, até que aquela sensação se tornou incontrolável, e ele pressionara seus lábios nos de Victorya, a pegando de surpresa.

No começo, apenas ele agia, mas depois ela cedeu. Sua boca o deixou levar pelo caminho, momentaneamente, errado.

Rony não sabia como, mas parou ao imaginar a qual trilha seguir. Não que não quisesse, mas respeitava Victorya, pela primeira vez estava sendo racional.

Ele a afastou de si, colocando as mãos na cabeça.

“Rony.” – Victorya começou.

“Não, não fale nada... Eu não devia, eu fui um idiota!”

Victorya caminhou até ele, deixando sua bolsa cair no chão.

“Por que não me disse?” – perguntou nervosa.

“Porque fui covarde. Porque você era irreal pra mim.” – doía dizer aquilo.

“Eu tinha direito de saber...”

Ele virou de costas.

“Desculpe, eu tenho que ir.” – disse arrasado.

“Mas, não quero que sofra por minha culpa.”

“Você não é a culpada, e nem eu. Não se pode escolher quem se ama.” – ao dizer isso, ele aparatou, deixando Victorya ali. Atônita.

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