Irís.



Capitulo -8-

Íris.

Harry chegou à casa dos Dursleys e encontrou a família jantando. Valter notou a presença do sobrinho e mais uma vez Harry mudou a atmosfera do ambiente.
- Vai passar a noite fora de novo garoto? - questionou Valter.
- Não, tio. Desta vez quando uma bruxa psicopata me mandar um bilhete, se intitulando minha amiga e querendo se encontrar comigo à meia noite, eu vou chutar o corvo e dormir! Assim está bom para o senhor? - Valter franziu o rosto, não tinha a menor idéia do que Harry falava, mas achou que não deveria discutir as esquisitices do garoto.
- Chega de gracinhas... - disse Valter. Mas Harry não lhe deu a vez para continuar a falar.
- Pode deixar eu vou para o meu quarto! E muito obrigado, eu já jantei! – Harry falou com o sarcasmo impregnado na voz. Duda e Petúnia olhavam para ele como se o garoto tivesse tentáculos e fosse gosmento. Valter estreitou os olhos, mas antes que pudesse responder ao gracejo do sobrinho, Harry batia a porta do quarto. Ao entrar no aposento se viu sozinho. Abriu a janela e nem sua “fiel” Edwiges estava ao seu lado agora. O garoto ficou um tempo observando as estrelas, que lembravam a visão de Hogwarts vista à distância. Harry pensava em sua vida.
Gina tinha razão, “O que em sua vida era normal?” Harry Potter não conseguia pensar em nada que parecesse normal ao longo de seus dezesseis anos.
Ele abriu o armário procurando as cartas que Gina escrevera para ele.
Harry foi embora da Toca com a lembrança viva do beijo entre os dois na noite anterior. Mas quando partiu da casa dos Weasleys, não conseguiu absorver as palavras que Gina sussurrou em seu ouvido. Lendo as poucas cartas da garota e as cheirando, Harry pode sentir-se mais perto do que ele mais queria nesse momento. Mais perto de Gina.

E eu desistiria da eternidade para te tocar
Pois eu sei que de alguma maneira você pode me sentir
Você é o mais próximo do paraíso em que eu jamais estarei... .




E lá estava ele, sentindo aquela pressão incrível no peito, aquela dor insistente, uma vontade alucinante de esquecer quem era e se dedicar intensamente a tudo que ele nunca pode ser.

E tudo que respiro é sua vida
Eu só não quero sentir sua falta esta noite
E não quero que o mundo me veja
Pois não acho que eles compreenderiam
Quando tudo é feito pra não durar
Eu só quero que você saiba quem sou eu.



Mais tarde, Harry aproveitou o silêncio dos Dursleys, tomou um bom banho e voltou ao seu quarto. Ele se jogou novamente em sua cama com as poucas cartas espalhadas sobre ela, já de pijamas esperando o sono entorpecê-lo, sem saber o que fazer, sem forças para nada. Só esperando que o sono viesse a lhe acalentar nessa noite tão fria. Tudo girava em sua mente. Seu futuro, se é que existia um futuro para ele, as pessoas que ele poderia perder em meio a essa guerra tão insana. Quantas pessoas já morreram em vão e a guerra continuava. Ele não queria pensar em como seria se perdesse Gina. Não poderia se privar do sorriso dela, de seus olhos cor de mel, e seus cabelos cor de fogo. Sentiria falta de cada sarda que Gina possuía. Os olhos de Harry ardiam, em quanto ele enxugava as lágrimas nas costas das mãos. Ele representava com eficácia o papel do rapaz prodígio, “aquele-que-sobreviveu”. Se as pessoas soubessem que estupidez era viver como ele, a farsa acabaria. Mas enquanto houvesse gente admirando-o por ainda estar vivo, poderia ser alguém como qualquer outro ser humano. Não era fácil ser esperança para as pessoas sem ter confiança no que ele é, Harry jamais se achou especial, só se achava estranho, e quando recebia um sorriso por ter sobrevivido a um grande bruxo das trevas, só conseguia se achar mais estúpido, por não conseguir ver nele o mesmo ato esperançoso de ser vitorioso diante de Voldemort.

E você não pode enfrentar as lágrimas que não vêm
Ou o momento de verdade em suas mentiras
Quando tudo parece como nos filmes
Sim, você sangra apenas para saber que está vivo... .



Era madrugada, Harry ressonava de tão pesado que dormia. Descoberto, se encolheu de frio, sentindo um cheiro gostoso de flor, aquele cheiro era de...
- Gina? – falou ele tonto abrindo uma fresta dos olhos.
- Shiu. Não faz barulho Harry! – respondeu a ruiva em um sussurro.
- O que você esta fazendo aqui? Como você veio? – Harry parecia ter um milhão de perguntas e querer as respostas apenas em um segundo.
- Nossa Harry! Como vai? Caso de você queira saber eu estou bem! Obrigada! - Gina estava debruçada sobre Harry, que ainda estava deitado atordoado na cama.
A lua já estava bem alta no céu, a luz no aposento era pouca, mais a distancia que mantinha Harry e Gina separados era tão mínima que mesmo com pouca luminosidade ele poderia dizer quantas sardas a garota tinha na face.
Ela olhava para aqueles olhos muito verdes que tanto adorava, Gina só queria beijá-lo. Mas não achou que seria a coisa certa a se fazer naquele instante, se o beijasse esqueceria de tudo para se entregar ao momento. Não quando queria e tinha tanta coisa para falar. Ela sentia que queria viver tudo de uma vez só se sempre estivesse ao lado de Harry.
Então ela se afastou dele meio hesitante e se levantou da beirada da cama, ficando de costas, tentando conter as suas emoções, mas era difícil se controlar ao lado de Harry. O garoto ficou decepcionado quando Gina simplesmente ficou de pé e não o beijou. Mas só o fato de Gina estar ali, fazia com que aquele fosse o melhor dos dias. Harry se levantou rápido e ficou zonzo, ainda considerando se estava acordado ou tendo um belo sonho.
- O que foi Gina? Aconteceu alguma coisa na Toca? Tem algo que você queira me falar? Seus pais sabem que você está aqui? E se eles sabem, porque eu duvido que eles deixariam, como foi que você veio? Quer dizer... Não quero que nada de mal te acon...
Harry não teve a chance de demonstrar com palavras a felicidade e a preocupação que estava sentindo com a visita de Gina, a garota interrompeu o que ele dizia.
- Ah... Aí você tocou exatamente no problema Harry! Você não quer que nada de mal me aconteça? Você acha que vai manter as pessoas que te amam vivas por que você se afastou delas? Nossa! Mas que burrice! Você não vai manter ninguém a salvo desse jeito! Pare de se importar com a segurança das pessoas e pense na sua! Acho que você não percebeu... A única missão que você tem é salvar a própria pele! Você foi tão esperto que acabou indo a um encontro com Belatrix Lestrange a noite passada. Muito bonito seria eu no seu enterro nesse momento, lamentando por ter perdido você desse jeito tão estúpido! Para com isso, ok? Você sabe que tá se afastando da gente, e por besteira. Sem essa de que todo mundo tenta te proteger e morre por sua causa! Seu pai e sua mãe tiveram escolha! Dumbledore teve escolha! Sirius teve escolha! Antes de você se quer existir eles já lutavam contra tudo que era maligno! Eu também quero escolher, e eu escolho ficar perto de você enquanto eu puder! Eu lamento muito por todas as pessoas que você perdeu, mas se eu for mais uma delas, quero aproveitar bastante ao seu lado, ok? - realmente Gina parecia ter pensando bastante nesse assunto, pelo modo com que falava sobre as aflições de Harry. Ela continuou, teria que ir até o fim agora. - E se eu morrer, quero morrer com um belo anel de compromisso gravado com letras gigantes: HARRY THIAGO POTTER MEU ÚNICO E VERDADEIRO AMOR! Entendeu?
Ainda de costas, Gina se odiava por ser tão impulsiva, mas agora já tinha vomitado parte das palavras que estavam entaladas em sua garganta. Harry ouviria ainda mais, se Gina tivesse forças para continuar com suas palavras. Mas conforme ela falava, sentia Harry chegando cada vez mais e mais próximo dela. Gina só parou de falar quando sentiu a respiração do garoto bem próximo a sua nuca provocando-lhe deliciosos arrepios. A bronca fez com que Harry se sentisse mais idiota do que já se sentia até então, mas não diminuiu a vontade de cobrir Gina de beijos e de carinhos. Em sua mente, ele poderia agir como quisesse, já que nada disso parecia ser real para ele. Sem pedir permissão, Harry pousou as mãos no quadril de Gina, firmes, mas não rudes, parecendo segurar algo muito raro e precioso. A ruiva estremeceu ao toque dele, o garoto sorriu ao sentir o tremor percorrendo o corpo de Gina passando para as suas mãos, como uma onda de adrenalina contagiando ambos. Ele continuou com as mãos no quadril de Gina, a garota continuou de costas, ainda tentando fazer valer a razão para não acabar perdendo o pouco de juízo que tinha. Definitivamente não foi uma boa idéia ir ao quarto de seu ex–namorado na calada da noite, mas ela estava ali, e agora só poderia agir conforme a valsa, e pelo que percebeu Harry não tinha ouvido nenhuma de suas palavras.
Sem raciocinar muito, Harry só pode se deliciar com seus pensamento, Gina estava ao alcance de suas mãos, perto demais para que fosse real. Mesmo surpreso com a bronca, ele só tinha um propósito agora. Estar o mais perto possível de quem tanto amava e desejava.
A idéia da ruiva em seus braços, sua por inteiro, brincava livremente na mente de Harry fazendo o sentir uma sensação muito ardente, passear zombeteira um palmo abaixo de seu estômago. Não poderia conter-se, na verdade ele não tinha a mínima vontade de se conter, o garoto sabia que estava perdendo o controle sobre as suas sensações e emoções, só poderia estar tendo um sonho maluco e maravilhoso.
“É real demais” pensava ele.
Harry ficou perto o bastante assegurando ter eliminado todo os espaço que ficava entre ele e Gina. Com um movimento lânguido, deslizou uma das mãos do quadril pelo braço de Gina que se arrepiava com o toque macio de Harry, sentindo uma energia diferente mudar cada lugar em que ele tocava. Gina não se movia, as reações do seu corpo eram involuntárias, sem que percebesse deixou o pescoço pender para o lado. Harry pode ver que a ruiva mordia os lábios de forma a provocar, por estar sendo provocada, ele ajeitou os longos cabelos ruivos da garota para o lado com a outra mão, deixando o pescoço dela exposto, tocando os seus lábios cheios de saudade e vontade no pescoço desprotegido de Gina.
Ele inspirou profundo, tentando inalar o máximo do perfume da ruiva, Gina tentou resistir, balbuciou algumas palavras, mas quando Harry chegou bem próximo ao lóbulo da orelha da garota, com a respiração quente e profunda, Gina só consegui sentir que estava à beira de chutar o auto-controle.
As mãos de Harry voltaram a segurar Gina com firmeza pelo quadril, fazendo com que as palavras evaporassem por completo da mente dela, trazendo uma vontade à tona .
Foi a gota. Ela se virou devagar, envolvendo seus braços no pescoço de Harry. Os dois ficaram ali se olhando por dois segundos, o que parecia uma eternidade para ambos. Gina fechou os olhos, sentindo a boca de Harry se aproximando vagarosamente da sua, os braços do rapaz assumindo uma nova posição, firmes e envoltos na cintura dela.
Harry achou sem dificuldades o caminho da boca tenra e suculenta que ele tanto sentia falta, e a cobriu com um beijo muito acalorado cheio de saudades. O moreno viu um pedaço do céu que se abriu sorrindo para ele quando sentiu os lábios de Gina nos seus correspondendo com malícia ao seu beijo. Os toques delicados e saborosos dos lábios e da língua da garota faziam Harry esquecer o mundo, esquecer quem era, levando-o ao estágio de transe profundo. O encaixe perfeito de suas bocas, se entrelaçando, em um movimento delicioso, brando, saciando a cede de ambos. Se beijaram como se fosse a primeira vez mesmo sabendo que não era, e se dependesse deles não seria a última.
Os dois não pareciam se importar com a falta de ar causada pelo beijo e pelo abraço que se tornou mais intenso. Gina pôde afagar os cabelos de Harry em quanto o beijava. E percebeu que isso surtiu um efeito devastador em Harry. Ele acariciava as costas da garota, trazendo Gina mais para si, como se tentasse fundir os corpos por intermédio do abraço. Harry sentia o coração da garota pulsar forte e urgente de encontro ao seu, e se deliciou com tal sensação.
Por medo do que era capaz e por impulso, Gina interrompeu o beijo quebrando o momento. Ela ainda não tinha terminado de falar tudo o que Harry precisava ouvir. Mas Harry tomou a iniciativa de falar antes que ela o fizesse. Rouco e ofegante e quase decepcionado ele perguntou.
- Gina, você não vai desistir mesmo de mim vai? – Harry exalou uma nota de temor na voz, em um sussurro urgente.
- Não, acho que nunca! – respondeu a garota derretida.
- Ufa... Bom saber! - Harry disse aliviado, esquecendo-se completamente no que implicava o namoro dos dois. Pensando que era viciado demais em tudo que Gina era e fazia, tudo isso sendo mais forte do que ele, e bastou ficar pouco tempo afastado de sua ruiva para que percebesse a verdade estampada em seus poros, ele era totalmente louco por aquela garota.
- Como você é bobo, Harry! - falou Gina risonha - Não vou desistir de você porque acho que não encontraria alguém suficientemente interessante para te substituir... Talvez eu te substituísse pelo vocalista dos Esquisitões, mas só se ele tivesse os olhos verdes...
- Gina! - a exclamação de Harry estava carregada de ciúmes.
- Que foi? você me perguntou! Mais fica tranqüilo, eu não tenho atração por nenhum jogador de quadribol além de você! - ela adorava as caretas que Harry fazia de contrariedade, a ruiva soltou uma risada baixa e gostosa, vendo que Harry ainda considerava a possibilidade de ser trocado pelo vocalista dos Esquisitões. Gina beijou novamente Harry, fazendo com que ele desanuviasse o semblante carregado pelo ciúmes. Após outro beijo ardente Gina voltou a falar.
- Deixa de ser idiota, né Harry! Eu não vou te trocar por ninguém entendeu? E nem vou deixar você dando sopa para a Chang ou para a Parvati! - foi a vez de Harry despertar o ciúmes de Gina.
- Eu não me interesso tanto por jogadoras de quadribol... Ou por gêmeas. Acho mais atraentes as veelas. Talvez se Gabrielle fosse um pouco mais velha, ou ruiva...
- Harry! Você não tem decência nem coração, sabia? – Gina falou amarrando a cara.
- Deixa de ser ciumenta, Gina! Você sabe que eu te amo! - disse o garoto ronronando ao falar.
- Repete. – pediu Gina.
- Deixa de ser ciumenta! – Harry brincou sabendo que não era isso que Gina queria ouvir novamente.
- Não seu bobo, a outra coisa...
E Harry olhou dentro dos olhos da garota e disse bem baixinho com todo o coração.
- Eu te amo, eu te amo, eu te amo. – finalmente ele tinha dito eu te amo, e estava muito feliz e satisfeito com isso.
A lua parecia irradiar muito brilho, iluminando ainda mais felicidade do casal, quando Harry invadiu o mel dos olhos de Gina com suas duas esmeraldas.
Gina sonhou tanto com aquele momento que mal podia acreditar que estava mesmo acontecendo, cada célula do seu corpo exalava alegria com o que acabara de ouvir, a ruiva queria que aquele momento durasse para sempre.
Não podiam ficar perto um do outro sem que suas bocas se unissem, beijaram-se de novo. Harry achou que jamais provou algo tão mágico como os lábios de Gina. O seu perfume floral, a sua pele macia, seus olhos cor de mel, Gina era simplesmente tudo o que Harry precisava.
Com suavidade e naturalidade agindo conforme os sentimentos e emoções, Harry foi trazendo Gina até a beira da cama.
Gina pode sentir Harry a conduzindo de olhos fechados vagarosamente, no que ela supunha ser a cama dele, sentiu o pânico e a vontade de se entregar por completo travar uma luta em sua mente e em seu coração.
Mas nada importava para a garota, desde que estivesse, ou fosse com Harry. A magia do momento era forte e contagiante, ambos não resistiam a ela.
O coração de Gina palpitava em sincronia com as batidas do coração de Harry.
As pernas de Gina não suportariam o peso de seu corpo por muito mais tempo.
Harry mordeu sultilmente os lábios da garota, em seguida disse entre o beijo: “fica comigo essa noite? Eu não posso mais viver sem você” O corpo de Gina finalmente não resistiu e cedeu. Quase em câmera lenta, ela se deitou na cama, Harry acompanhando seus movimentos com delicadeza. Gina pode sentir através do seu peito o coração de Harry martelando forte. Ela estremeceu com a sensação, quando sentiu o corpo de Harry sobre o seu. A respiração de ambos alterando-se na medida dos seus batimentos cardíacos, as mãos dele, delicadas e maliciosas acariciavam os cabelos de Gina, seu rosto, sua silhueta, enquanto beijava desde a boca da ruiva até o seu pescoço, passando a ponta da língua de leve fazendo um caminho imaginário, levando a garota a beira da loucura.
Ela acariciava suas costas por baixo da camisa do pijama, sentido pelo tato o contorno das costa de Harry. Ele mordia de leve sua orelha com a respiração forte. Gina respondia as carícias aumentando o aperto nas costas do garoto, lhe fazendo marcas com as pontas dos dedos.
Era tudo tão bom, uma sensação inebriante, quase um sonho realmente. Uma onda de paixão eletrizava os seus corpos. Os dois ali sozinhos, juntinhos, sem preocupações e o resto do mundo para atrapalhar. Pelo menos nada e nem ninguém até aquele momento.
Gina estava decidida. A partir daquele momento ela seria de Harry e ele seria dela, não só uma vez, mas para todo o sempre. Ambos não conseguiam suprimir mais o desejo crescente de pertencerem um ao outro de corpo e alma. Um desejo que ganhara vida em Hogwarts e agora rugia alto e forte como um leão na rua dos Alfeneiros. Talvez fosse o medo de como as coisas ficariam no decorrer da guerra, ou puro amor, ou uma mistura de todos os sentimentos, mas Harry Thiago Potter e Givevra Molly Weasley estavam prestes a se entregarem um ao outro.
Mas as coisas não saíram tão perfeitas.
Gina ouviu um barulho baixo, que supôs estar vindo do corredor. Alarmada ela ronronou entre o beijo.
- Harry...
O garoto respondeu com um grunhido rouco.
- Hum...
- Acho... que tem alguém no corredor vindo para cá...
Sem dar muita importância para o fato Harry continuou a beija-la, e acariciá-la, não deixando que Gina falasse mais nada. Foi quando ele também foi surpreendido pelo barulho de paços fortes no corredor se aproximando da porta.
O garoto estacou, e olhou para ela, tentando apurar se o barulho não era fruto da imaginação dele. Ele viu que Gina também olhava assustada para porta, concluindo que era mais certo de que tinha alguém no corredor prestes a se aproximar da porta e abri-la do que duas pessoas ouvindo um barulho imaginário. Harry se levantou em um impulso e olhou sem saber o que fazer de Gina para a porta. A garota se sentou na cama fazendo o mesmo, olhando da porta para Harry, os dois ouviram o barulho da maçaneta virando. Com uma agilidade impressionante a ruiva rolou, se jogando no chão e se escondendo de baixo da cama do garoto. Harry olhou uma última vez para a porta antes que ela se abrisse por completo. Valter Dursley estava parado nela, olhando para todos os lugares do quarto com um olhar inquisidor, inclusive para Harry.
- O que está fazendo de pé ai garoto? Estava pensando em outro passeio noturno? – questionou Valter, com os olhos miudinhos procurando algo de errado no quarto de Harry que não fosse o próprio garoto.
- Eu ouvi o barulho da maçaneta se abrindo e levantei para ver quem era. – mentiu Harry pálido, um pouco trêmulo.
- Pensa que me engana com essa conversinha? Eu não vou cair nessa moleque! Eu escutei um barulho na escada, depois quando vim para cá ouvi você derrubar alguma coisa no chão! O que você está tramando dessa vez? - Valter farejava qualquer sinal de mentira à distância, logo percebeu que Harry escondia algo.
- Eu não estou escondendo nada! Ou você acha que alguém veio para cá a essa hora da noite, arrombou a porta, entrou no meu quarto, e se escondeu debaixo da cama? – o garoto falou rezando para que a história parecesse absurda demais para Valter.
- Eu também não sou idiota a esse ponto, eu quero saber o que você anda aprontando! Você não me engana garoto! Está assustado desse jeito porque estava tentando fugir de madrugada de novo! Achou que dessa vez eu não fosse descobrir, não é? – e ali estava o álibi perfeito para Harry sair da situação em que se encontrava.
- Eu não estava tentando ir a lugar algum, e se eu estivesse também não é da sua conta! Sabe por quê? Porque, os amigos do velho caduco como às vezes você se refere a Dumbledore adorariam vir aqui conversar com você, e toda a sua família! E tudo isso se eles acharem que algo aconteceu comigo durante os últimos tempos que sou praticamente obrigado a passar aqui! Sem contar que eu passo à maioridade logo, logo, e posso levar isso como uma ofensa pessoal... Pense: Eu posso muito bem vir tirar satisfações do que aconteceu essa noite, tio! O que acha? Ainda tem um grande mistério de baixo do seu nariz ou não? – o garoto em uma das suas melhores atuações mexeu com o medo de Valter. O que fez com que o tio recuasse um pouco. Harry só desejava que funcionasse a ponto de Valter se convencer e ir se deitar antes que entrasse para averiguar se não havia nada de estranho no quarto além de Harry pálido e assustado, furioso sem transparecer, por ter sido quase flagrado a sós com sua amada. Por algum tipo de magia os ventos da sorte sopraram a favor de Harry, que seguiu os olhinhos de Valter até as cartas espalhadas em cima de sua cama, e resolveu incutir mais uma dose de pânico no tio.
- Sabe essas cartas? São todas para saber se eu estou bem, e como eu estou sendo tratado por aqui. Por enquanto eu não tenho dito nada, mas se eu responder um só desses pergaminhos tio, eu garanto que a conversa não vai ser nada agradável...
Valter recuou um pouco mais, e Harry percebeu que dissera as palavras mágicas naquele momento.
- Você esta louco, moleque? Quem está te ameaçando aqui? Volte a dormir, e vê se não vai tentar outro passeiozinho, por que não me interessa o que você esta fazendo ou falando com essa gente, eu acabo com você com as minhas próprias mãos, entendeu?
E foi assim que Valter girou no que deveria ser suas patas disfarçados de calcanhar, batendo a porta. Harry soltou o ar com força, Gina saiu de baixo da cama pálida, assustada. Os dois ficaram se olhando sérios.
Ao bater a porta Valter Durleys conseguiu quebrar a atmosfera do local em mais de mil pedaços. Depois de quase serem surpreendidos, o único sentimento que pairava no ar era alívio por não serem descobertos, cortando a possibilidade de retomarem o que haviam iniciado. Pelo menos não agora, mas ficou implícito para ambos que não poderiam conter essa vontade de entrega total por muito mais tempo.
Depois de algum tempo se encarando começaram a rir baixinho ao mesmo tempo. Harry controlou o riso primeiro.
- Foi por pouco, né? Já pensou se ele te descobre debaixo da cama? Nossa! Meu tio iria ter um ataque! – o garoto pode visualizar em pensamentos o rosto de Valter ficando púrpura se ele descobrisse Gina embaixo da cama do sobrinho. Gina interrompeu os pensamentos de Harry.
- Nossa! Aquele é seu tio? Eu pensei que ele faria o inventário do seu quarto agora mesmo! Bem que você e Rony tinham razão! O cara é maluco! Ficou com medo das minhas cartas na sua cama? Ele acha que você vai fugir para onde de pijamas? – falou Gina divertida, sussurrando para Harry.
- Você acaba de conhecer meu adorável tio, - falou Harry - mas não era o momento certo para apresentações! Mas ele ter vindo aqui me fez lembrar de algo! Por exemplo: você não me disse até agora como veio parar aqui? – a pergunta fez Gina voltar à realidade. Teria que explicar, infelizmente.
- Harry. Não vai vim com sermão não é? Senão, do mesmo modo que apareci eu posso desaparecer, não quero ninguém me passando bronca! Nem você! – Gina explicaria, mas realmente não seria tolerante com reprimendas ainda mais vindo de Harry Potter, o ímã para encrencas, aquele que quebrava todas as regras desde que se conhece por gente.
Harry deu de ombros, demonstrando que não julgaria o fato de Gina estar ali, ele sabia que não era a pessoa mais indicada para falar em regras e como fazer as coisas de forma a seguir um padrão. Estava feliz de mais com o fato de Gina estar ali, e agora que suas idéias estavam despertas ele começou a pensar o que aconteceria se Valter não tivesse entrado no quarto. Harry sentiu um frio percorrendo suas espinha e uma raiva o inflamava, mas a sensação de que o mundo acabaria parou de crescer dentro dele. Esse momento com Gina seria mais que especial, e já que não aconteceu agora Harry teria tempo para planejar algo belo e inesquecível para ambos. A razão do garoto parecia ter voltado ao seu corpo. Então Gina começou a sua explicação.
- Nesse ano, quando vocês tinham aulas para aparatar, ouvi um monte de dicas no dormitório das meninas, e na sala comunal também. Todo mundo ficava repetindo tudo o que era preciso saber para aparatar. Eu fiquei muito curiosa, embora estivesse estudando igual uma louca e passando o tempo livre com você eu consegui absorver o máximo de informação útil para saber aparatar. Então no dia em que todos foram ao hospital visitar Parcy eu desci para o quintal, fiquei um tempo lá sentada pensando... Eu teria que fazer alguma coisa para ver você de novo. Eu tive medo de que você não fosse na Toca para o casamento de Gui e Flaur, e se você não fosse eu poderia perder você para sempre por causa da distância que aumentaria entre a gente. Então pensei em vim te ver de várias maneiras, pensei em cada coisa... Por fim, resolvi arriscar e tentar aparatar. Claro que não foi fácil, me concentrei muito. E consegui! Aparatei uns dois metros para frente! Eu sabia que poderia me dar mal... Mas se acontecesse alguma coisa de errado, eu poderia dizer que me assustei e sem querer aparatei... Treinei mais ou menos uma hora antes de subir para o quarto de novo. Fiquei checando em frente ao espelho se eu não tinha esquecido uma unha ou um pedaço da sobrancelha igual ao Rony quando fez o teste! Mas percebi que nada de errado aconteceu comigo. Viajar de Flu é mais gostoso, mas aparatar é bem mais rápido! Não falei nada para ninguém, até pensei em te contar hoje mais cedo, mas não tive chance. Não poderia contar ao Rony, ele teria um ataque! E com certeza daria com a língua nos dentes! A única pessoa que sabe é Mione, avisei a ela porque ela vai dormir no meu quarto, claro que ficou uma fera! Até me ameaçou dizendo que contaria para os meus pais! Mas eu disse que viria, e se não fosse hoje seria outro dia que ela não estivesse na Toca! Então Mione me fez jurar que se acontecesse alguma coisa de errado que eu conjuraria o meu patrono imediatamente para avisá-la. Essa foi a condição para que eu viesse, você conhece Hermione. Ela implorou, quase chorou! Mas bati o pé e vim! Aposto que a essa hora ela está lá no escuro esperando por mim, roendo as unhas de preocupação! Mione é mesmo uma grande amiga!
Harry estava surpreso por Hermione não ter conseguido impedir Gina. Mas isso não importava para ele nesse momento. Ainda admirado com o novo talento de Gina, Harry não deixou a preocupação de lado.
- Mesmo assim não explica exatamente como conseguiu vir até aqui Gina! Você nunca veio até a minha casa? Como sabia onde aparatar exatamente? E como foi que você conseguiu subir até o meu quarto? – perguntou Harry intrigado.
- Harry! Eu sou a irmã do seu melhor amigo se lembra? E a preferida de Fred e Jorge! Aprendi muitos truques sendo a preferida deles! Sem contar que os três contaram um milhão de vezes como era a sua rua e a sua casa no dia em que foram te resgatar com aquela lata velha enfeitiçada do papai no segundo ano! É claro que eu fiz um esforço descomunal para lembrar dos detalhes exatamente, mas deu tudo certo! Estou aqui não estou? Se algo tivesse dado errado seria visível você não acha? – Gina falava com orgulho na voz, ao ver o ar de incredulidade de Harry.
- Oras Harry! Não é só você que se sai bem nas coisas! Eu não poderia deixar você fugir de mim desse jeito, eu já deixei bem claro que você não vai se livrar de mim tão fácil... Sendo uma Weasley mais ao estilo Fred e Jorge eu não poderia fugir do estigma de ser ímã para quebrar as regras e me meter em confusão! – disse Gina debochada. Harry ainda a observava.
- Você arrombou mesmo a porta da sala não foi? – questionou Harry.
- Mais ou menos - falou a garota com o rosto corando um pouco - Na verdade eu aprendi a forçar a porta com um truque trouxa que Fred e Jorge me ensinaram! Foi muito útil.
- Você é louca mesmo sabia? – falou Harry abrindo um largo sorriso – Eu não consigo ficar bravo com você! Acho que se você ficar mais um tempo aqui eu não vou deixar você ir mais! Vão notar que você não dormiu em casa! Aí sim estamos mais que encrencados, mocinha! – Gina ficou vermelha quando Harry acrescentou mocinha no final da frase fazendo com que a garota se lembrasse do pai. Gina se deu por vencida, estava satisfeita, eram coisas demais para uma só noite. Gina sabia que Harry tinha razão, se eles ficassem mais um tempo ali, ambos não saberiam dizer do que eram capazes.
- Tá! Você tem razão – disse Gina - Sem contar que deixei a porta da Toca destrancada! Se mamãe acorda para verificar estou perdida! – Gina se virou e ficou contemplando a janela do quarto completamente aberta, suspirou e sentiu o garoto pegar em sua mão. Gina olhou para as mãos dos dois finalmente unidas de novo, em seguida olhou bem fundo nos olhos de Harry e perguntou.
- Posso entender que isso é um pedido muito discreto para me levar?
- Também – respondeu Harry sorrindo e beijando a sua face.
- E o que mais isso significa? – questionou Gina.
- Que eu não estou levando qualquer pessoa para casa, estou levando a minha namorada! – Harry falou esbanjando felicidade nas palavras. Percebendo a tempo que por mais que existisse um mundo violento e conturbado a sua frente, enfrentaria tudo com mais facilidade ao lado das pessoas que amava.
Gina sorriu, segurou firme na mão de Harry e percebeu que o garoto segurou sua mão com mais intensidade. Em seguida reconheceu a sensação de aparatar e quando abriu os olhos, viu a sua residência alta e tortuosa a sua frente, era hora de se despedir.
- Boa noite Harry! – falou Gina contrariada, não queria ficar longe de Harry nem por um minuto.
- Boa noite meu... Meu amor!
Completou o garoto com um sorriso genuíno. Harry olhava Gina feliz, mas muito encabulado. Todo o tempo que passou namorando a garota em Hogwarts e nunca teve coragem antes para chamá-la dessa maneira, depois do que quase aconteceu entre os dois essa noite, Harry se sentia mais que provido de coragem para encarar a vida e os seus obstáculos, e chamar a sua namorada de amor era a coisa mais perfeita a se dizer ao se despedir dela. Precisou se privar da companhia da garota e de seus beijos por poucos dias para ter coragem suficiente para dizer.
Os dois se beijaram. Em seguida, Gina foi em direção a porta sem olhar para trás. Se olhasse, talvez não teria coragem de deixar Harry parado ali olhando-a entrar. Ele seguiu Gina com os olhos até a porta se fechar. Após a porta da Toca ter se fechado, ele fechou os próprios olhos se concentrando ao máximo no caminho, segundos depois estava em seu quarto recolhendo as cartas de Gina espalhadas. Se ajeitou na cama com satisfação, deu uma outra olhada no seu quarto vendo o ambiente com outro brilho. Harry Potter finalmente teve uma noite de sono decente e tranqüila, como há muitos dias não tinha. Com o semblante sereno e feliz, o menino que sobreviveu passou mais um dia de surpresas dos muitos que viriam.
Gina subiu sorrateira, retirando os sapatos para não fazer barulho, ao entrar no quarto escuro ouviu Hermione puxar o ar rapidamente se assustando, a amiga perguntou baixinho:
- Tudo bem com você?
– Perfeito! Estou nas nuvens, voltei com Harry, Mione! – Gina foi tão rápida que já se trocava, se preparando para dormir. Hermione estava ávida por detalhes, mas se ficassem conversando Molly viria e acabaria com a festa de pijamas.
- Mione? Muito obrigada, viu? Você é uma amigona! Prometo que te conto tudo pela manhã, se a mamãe pega a gente conversando essa hora ela vai nos xingar! – Gina deu um beijo no rosto de Hermione e mesmo no escuro notou que a amiga estava indignada com a falta de detalhes do encontro. Hermione emburrada se levantou da cama e disse:
- Vou tomar água, quer um copo?
- Por que você não usa a varinha para pegar água? – Gina perguntou já de olhos fechados aninhada em sua cama.
- Fiquei tão preocupada com você que perdi o sono, e outra não me custa nada ir até a cozinha! Eu já volto! – Hermione viu que Gina já não respondia mais, e sorria. Abriu a porta devagar, para não fazer barulho, desceu as escadas sorrateira. A lareira dos Weasleys estava acesa com as brasas fortes, mas sem nenhuma chama alta, deixando a sala na penumbra. Hermione viu o livro de Gilderoy Lokhart em cima da mesa, um guia doméstico. Mesmo sabendo que o bruxo é uma fraude, pegou o livro para folhear sentando-se em frente à lareira, quem sabe em cinco minutos depois de um bom copo de água e algo para ler não lhe trariam o sono de volta.
Gina já estava adormecida tendo sonhos muito interessantes, enquanto Hermione perdera a noção do tempo estando já na metade do livro quando uma figura alta e ruiva com os pijamas cor de tijolo descia a escada bagunçando ainda mais os cabelos, Rony só percebeu Hermine ali concentrada lendo a meio caminho de terminar de descer as escadas. Hermione se assustou, por pouco não deixou que o livro caísse.
Rony sorriu encabulado, Hermione também. O ruivo terminou de descer as escadas e sentou de frente para Hermione lhe perguntando em um sussurro:
- Sem sono também?
- Hanrã! – respondeu Hermione vermelha, ajeitando sua camisola lilás de tecido leve, com um corte bem comportado.
- Hum... Gostei muito do gorro, muito obrigado de novo, Mione! – falou Rony sem conseguir falar o que queria de verdade.
- De nada, Ron – disse Hermione tímida, fechando o livro guardando mentalmente a página em que parou - Eu andei pensando muito no que você cochichou no meu ouvido aquele dia... No dia do enterro de Dumbledore... - falou Hermione olhando para Rony com o rosto um pouco corado. O garoto encarava as próprias mãos.
- E o que você acha? – perguntou Rony tentando parecer displicente e falhando totalmente quando olhou para Hermione muito rápido, para não perder um só momento da reação dela ao responder.
- Bem a pergunta não bem o que eu acho...
- Claro que é! Eu te perguntei se...
- Eu entendi a pergunta Ronald, não é esse o problema! – falou a garota em voz baixa, para não acordar a casa.
- Qual é o problema então? – questionou Rony.
- Eu disse sim, não é? Mas não sei o que você quis dizer...
- Hermione, como posso te levar para passear sem saber se você quer ou não? – perguntou Rony, ficando corado também.
- É, mas sempre andamos juntos, não é? E a gente sempre vai a Hosgemeade juntos... Andamos juntos em Hogwarts...
- É Mione, eu você e o Harry você quis dizer. Mas dessa vez eu quero te levar para passear, eu e você. Sozinhos! É muito importante...
Rony olhava para Hermione passando urgência e seriedade no olhar, ela correspondi a na mesma intensidade.
- Certo. Eu disse que iria, mas quero saber o que você tem de tão importante para me falar!
- Só no passeio eu vou dizer Hermione. Não estrague tudo! Preparei uma surpresa para nós, acho que voc...
Hermione continuou observando Rony com interesse, ele parou de falar quando viu que ela o fitava com um olhar diferente, curioso.
- Rony! Você quer falar alguma coisa realmente séria para mim? Se for isso pode falar agora... Sou sua amiga, nunca houve muitos segredos entre nós... – mentiu Hermione para conseguir saber o que Rony realmente pretendia – Se você só estiver a fim de dar uma volta, tudo bem, mas preciso saber se é algo sério, Rony!
- As duas coisas! – disse ele escondendo as orelhas vermelhas atras de um emaranhado de fios ruivos. Hermione viu que não conseguiria muito da conversa que estava tendo, então se irritou e antes de pensar no que estava fazendo já estava prestes a iniciar mais uma briga com Ronald Weasley.
- Então tá, quando tomar coragem de me dizer alguma coisa nós vamos! Tomara que seja antes dos meu 60 anos!
Hermione se levantou, ajeitando a camisola, Rony se levantou rápido também, ela foi em direção à escada, Rony a segurou pelo braço com força. Em seguida o ruivo falou:
- Me dá um tempo para conseguir falar o que quero para você, Mione! Parece que cada vez que eu chego perto você foge de mim! Tem algo de errado comigo para você agir assim?
- Ronald, me larga! – disse Hermione - Você esta me machucando! E se você não soltar, eu vou fazer um escândalo e aí não tem passeio nem conversa nenhuma! Entendeu?
Hermione estava com o braço ficando dormente enquanto olhava no fundo dos olhos de Rony, tentando valer a sua ameaça, mas a estava muito curiosa e ansiosa, afinal Rony estava mesmo que miseravelmente tentando um pedido para sair e conversar, quem sabe finalmente ele não tinha tomado coragem de parar de dizer bobagens e estava tentando dizer algo sério só para variar.
Rony segurava firme o braço de Hermione, olhava para ela tentando dizer por intermédio do olhar o que ele realmente queria dizer com sair e conversar, mas não pensou em nada que não estragasse tudo o que ele tinha planejado para os dois, então não resistiu e por impulso falou e fez o que tinha vontade há tempos, sem saber da onde vinha toda aquela coragem que acabara de surgir.
- Mione...sou completamente apaixonado por você! – com a voz falha e rouca ele deu um puxão forte o bastante para trazer Hermione próximo a ele, colando os corpos dos dois. Ela pareceu amolecer, e quando pretendia sorrir para Rony e responder o que acabara de ouvir ele a beijou.
Hermione nem chegou a subir escada. O rapaz largou o braço da garota para envolver seus braços na cintura dela. No começo Hermione tentou resistir, com medo de que Rony estivesse se aproveitando do momento, mas foram cinco segundos em vão, logo depois se entregou ao beijo colocando as mão suaves no ombro de Rony.
A garota ouvia sinos de alegria, o ar parecia mais leve, o beijo de Rony era tão bom, que ela não conseguia pensar em nada enquanto beijava e se deixava beijar. Era algo doce e único, apaixonante, terno, o coração dela disparou como a muito não acontecia, palpitando forte e urgente de alegria.
Rony mal podia acreditar no que tinha feito, só sabia que tinha tomado a melhor atitude de todos os tempos. A garota parecia um sonho bom e maravilhoso ali em seus braços, correspondendo ao beijo com paixão. Ele sentiu seu próprio coração tentando acompanhar o ritmo cardíaco dela, não sabia qual dos dois estava mais acelerado. Por fim, concluiu que era o dele.
Rony finalmente se declarou e ousou beijar a sua doce Hermione. Se soubesse que tudo seria tão mágico e maravilhoso ele teria beijado a garota há muito tempo.
Ele sentiu o chão sumir de baixo de seus pés, dando a impressão que eles flutuavam, e o beijo que já durava uns dois minutos pareceu a Rony uma doce e exuberante primavera.
Os dois diminuíram o ritmo do beijo até separarem os lábios. Rony abriu os olhos e pôde ver Hermione sorrindo, ela fazia carinho nos cabelos dele agora, que retribuiu com um sorriso, levando uma das mãos no rosto dela, acariciando a face da garota.
- Só você para me fazer estragar a surpresa! Eu estava esperando o momento certo para me declarar, mas não posso mais resistir a você! – Rony estava maravilhado, e ainda não conseguia saber de onde vinha tanta coragem para expor seus sentimentos daquela maneira, só Hermione mesmo para tirar sempre o melhor do garoto.
- Ah Ron! Eu sempre esperei por isso! Você não sabe... Mas sempre esperei por esse beijo! Estou muito feliz! Sempre fui apaixonada por você! Só você que parecia não notar!
Rony beijou Hermione novamente, explodindo de alegria. Hermione também se sentia tão radiante, mal podia acreditar que se declarou com tanta facilidade.
Mais um beijo e os dois jamais se separariam. Hermione passou tanto tempo sonhando com aquele momento, que agora que aconteceu ela queria fazer um feitiço para eternizá-lo, mas a razão começou a voltar para o cérebro de Hermione, ela sabia, era tarde e teria que dormir, era hora de se despedir e sonhar com o beijo que acabara de ganhar de Rony.
- Ron... – falou Hermione.
- Fala. – respondeu ele com um olhar sonhador.
- Você ainda quer me levar para passear? – perguntou Hermione – Ou não tem mais nada que você queira me falar? – agora tudo parecia tão simples que a pergunta fluíra com muita naturalidade dos lábios de Hermione.
- Claro! Eu ainda tenho uma surpresa, ou parte dela agora! Só gostaria que você não falasse nada para Gina por enquanto, eu também não vou falar nada para Harry! Só depois do passeio! Tomara que você goste, estou planejando tudo desde que te convidei naquele dia! – Rony falava com brilho no olhar, sua voz terna e aveludada no ouvido de Hermione, ele pode sentir o perfume da garota que ficaria para sempre em seus sonhos.
- E quando você vai me levar? Quer dizer, eu vou te levar, já que você não tem licença para aparatar...
- Não vai ser preciso aparatar, tem um lugar aqui perto perfeito, você só terá que andar um pouco. Você se importa? – perguntou ele preocupado.
- É claro que não! – respondeu Hermione – Eu estou curiosa agora, me diz assim por cima o que...
- Não, Mione! Deixa pelo menos uma vez eu te fazer uma surpresa... Pode ser amanhã à tarde? Se você quiser, é claro! – perguntou Rony.
- Tudo bem, então! Combinado! Amanhã à tarde! Vou para a casa de manhã e a tarde eu volto tá?- respondeu a garota.
- Vou morrer de saudades... – falou Rony.
- Acho melhor irmos dormir, se alguém desce e nos pega abraçados aqui não vai ser nada fácil explicar, e já é tarde, se eu não dormir agora não acordo cedo de jeito nenhum! – Hermione falou se separando do ruivo, ele protestou.
- Hei! E meu beijo de boa noite? – Rony lançou um olhar cobiçoso para a camisola de Hermione.
- Rony! Você não tem jeito mesmo, né? – Hermione selou os lábios no rosto de Rony, em seguida começou a subir as escadas. Rony ficou parado, olhando-a subir. Quando ela chegou ao último degrau, mandou um beijo no ar sorrindo. Rony deu um sorriso pasmo, qualquer pessoa além de Hermione que tivesse visto o garoto naquele momento poderia jurar que ele acabara de ser beijado por uma veela.
Rony ficou um tempo parado, passando o polegar sobre os próprios lábios, maravilhado, em seguida subiu para o seu quarto, dormindo relaxado e feliz com um gorro estranho e uma agenda que não tinha nenhuma anotação, mas que parecia ser muito importante para ele.
Hermione chegou ao quarto com o coração disparado e um sorriso largo. Teve uma ótima noite de sono, com Rony emoldurando todos os seus sonhos. Todos dormiam bem, o espírito de amor passeava brincalhão e contente por mais uma tarefa comprida. Mais dois casais se união essa noite, mais fortes do que nunca, para enfrentar o mundo para qualquer desafio que estivesse por vir.




N/A: a musica traduzida e usada no capitulo é “Íris” do Goo Goo Dolls, linda! Quem tiver afim de ouvir... ou já ouviu...saberá ou já sabe do que eu estou falando.
HAHAHAHAHAHA... POR ESSA NINGUÉM ESPERAVA NÉ? FALA A VERDADE? Tipo: dois capítulos ao mesmo tempo? O que deu na Mérope? nunca atualiza, quando atualiza já vem logo com dobradinha? Hahahaha....Sim honeys” postei dois capítulos de uma vez só! E sabe por que? POR QUE QUERO RECEBER O DOBRO DE COMENTS...HAHAHAHAHAHA...
Também é isso, mais é meio que um pedido de desculpas por ter demorado a atualizar... então pensei: Putz... atualizo dois de uma vez só e escapo de tomar um belo “Avada” no “bad” hahahaha... esse capitulo vai em especial aos manteigas de coração... andaram me cobrando muito um capitulo romântico, então aqui está! Como fui uma boa bruxinha por favor... mereço... vai?
MUITOS E MUITOS COMENTS!!! HAHAHAHAHAHA....
BEIJÕES...
Mérope Slytherin


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