Quadribol



Ginny acordou animada naquele dia. Estava muito ansiosa pra jogar Quadribol, afinal esse era o primeiro jogo do ano, e já começaria esmagando a Sonserina. Levantou-se, tomou banho e colocou as vestes de Quadribol, antes mesmo de Naty acordar. Hogwarts estava silenciosa. Todos ainda deviam estar dormindo. Tomando cuidado para não fazer barulho, Ginny desceu as escadas do dormitório das garotas, em direção ao Salão Comunal. Estava vazio e escuro. Ela olhou o horizonte pela grande janela de vidro onde costumava sentar-se para fazer suas lições. O Sol nascia pequeno entre as montanhas que rodeavam Hogwarts. As plantas do grande jardim da escola ainda derramavam orvalho e a única coisa que se mexia era Canino, que cavava o chão à procura de alguma coisa. Era uma linda paisagem.
- Também caiu da cama?

Ginny sentiu seu coração disparar quando ouviu aquela voz tão conhecida atrás de si. Os pêlos de sua nuca se arrepiaram e suas pernas bambearam, fazendo-a quase cair. Então se virou e encarou aqueles olhos verdes que a faziam perder a respiração.

- É... estou muito ansiosa para o jogo.
- Eu também – disse Harry, aproximando-se devagar da garota – Ainda mais hoje, pois quero ver se consigo acertar um balaço na cara do Malfoy.
- Tomara que consiga! – disse Ginny, rindo – Você acha que ele vai mesmo fazer o teste para a peça de teatro?
- Não sei, mas é melhor que ele faça.
- Porque?
- Porque quando eu conseguir o papel principal quero esfregar na cara dele!

Ginny riu muito do que Harry disse. Riu tanto que teve que fechar os olhos para que não escorressem lágrimas de seus olhos. Nem sabia porque, mas acha muita graça naquilo. Quando o riso cessou, ela abriu os olhos, e quase pulou de susto quando viu Harry fitando-a a centímetros de seu rosto.

- Sabia que você fica linda quando ri? – disse ele a Ginny, com um sorriso lindo nos lábios – Mais linda do que já é, se isso é possível.

Ginny engoliu em seco ‘Porque ele tem que ser tão fofo?’ perguntou a si mesma. Harry veio chegando, chegando, até que, quando seus lábios estavam quase se tocando, ele sussurrou:

- Há algum tempo tenho reparado, Ginny, que estou apa...

Ouviram um barulho vindo da escada, e os dois se separaram imediatamente. Estavam tão entretidos que não repararam que o Sol á havia nascido, e que vários alunos já desciam de seus quartos com bandeiras da Grifinória. Os dois se olharam frustrados, Ginny se lembrando que mais uma vez tinha sido interrompida na coisa com que mais sonhara na sua vida.

- Bom dia Harry! Ginny! – cumprimentou Hermione, com um sorriso maroto no canto da boca, Ron a seus calcanhares. – Estão animados para o jogo?
- Er... sim! – respondeu Harry, um pouco constrangido e decepcionado – E você, Ron?
- Sim, estou animado – disse Ron, olhando desconfiado para o casal – Mas vocês caíram da cama, não é? O que faziam aqui no salão sozinhos?
- Er... hum... – murmurou Ginny, desconcertada – Nós não estávamos fazendo nada de mais...
- Ah Ron!! Pára de ser chato! – disse Mione, rindo da cara de Ron – Deixa eles em paz!
- Bom gente... – começou Ginny, hesitante – Porque vocês não vão tomar café? Eu vou chamar a Naty e agente já desce!
- Muito bem! – exclamou Mione, animada – Então meninos, vamos?

Harry e Ron concordaram com a cabeça. Ron ainda parecia um pouco desconfiado, mas seguiu Mione sem protestar. Harry olhou para Ginny com um olhar um pouco desanimado, mas também os seguiu. Ginny suspirou e subiu a escada do dormitório das garotas.

- Bom dia, Gi! – cumprimentou Naty, assim que Ginny bateu a porta do quarto – O que foi? Caiu da cama?
- Acordei cedo e não consegui dormir denovo. – respondeu Ginny, se sentando na cama – E encontrei o Harry lá em baixo.
- O Harry? – perguntou Naty, vestindo uma blusa com o leão da Grifinória bordado no peito, que se mexia e rugia baixinho de vez em quando - E porque você não parece feliz por isso? Aconteceu alguma coisa?
- Não, nada de especial – disse Ginny, enquanto Naty pegava um copo d’água que estava em cima da cabeceira e o colocava na boca – Mas porque todo mundo tinha que aparecer justo na hora em que o Harry ia me beijar?

Naty cuspiu a água que tinha dentro da boca e derrubou o copo, quebrando-o e esparramando água por todo o chão.

- O Harry te beijou? – perguntou Naty, histérica.
- Não, Naty – respondeu, pegando sua varinha e murmurando ‘Reparo’, fazendo com que os cacos do copo se juntassem denovo – Ele não chegou a me beijar, porque todos os Grifinórios resolveram sair dos dormitórios ao mesmo tempo!
- Gi, isso é ótimo!
- Você acha ótimo que o Harry não tenha me beijado?
- Claro que não Gi! Eu quero dizer que agora tá confirmado que o Harry tá mesmo apaixondo por você!
Ginny ficou pensativa.
- Que gracinha! O mais novo casalzinho de Hogwarts!
- Ah, Naty! Vai caçar sapos de chocolate! – disse Ginny, se levantando e puxando a amiga pelas mãos. – Vamos logo! Daqui a pouco o jogo começa e eu nem tomei café!

As duas saíram do quarto e foram em direção ao Salão Principal.

****

- Bom dia, gatinho! – disse ela, abraçando-o por trás – Dormiu bem?

Ele segurou suas mãos e as tirou de suas costas, enojado. Odiava garotas como aquela, que se jogavam pra cima dele. Era considerado um do garotos mais bonitos de Hogwarts, e tinha muitas delas aos seus pés. Mas elas só serviam para quando ele estava entediado. Nesses dias não sabia como as agüentava, mas quando caía em si via como eram ridículas aquelas oferecidas.

- Será que você não percebe como é irritante?
- Nossa, gatinho, calma! Eu entendo que você esteja estressado por causa do jogo...
- Se eu estou estressado com certeza não é por causa do jogo, e sim porque tenho que ver a sua cara todos os dias quando acordo.

Saiu batendo o pé do Salão Comunal da Sonserina. Passou as mãos pelos cabelos platinados, irritado. Por que elas tinham que persegui-lo o tempo todo? Definitivamente, precisava de uma mulher de verdade.

- Bom dia, Draquito. Está animado para o jogo? – perguntou Pansy, quando topou com ele ao virar a esquina para o Salão Principal.
- Nunca mais me chame de Draquito, Parkinson. – bufou Draco, encostando Pansy na parede – Ou você vai se ver comigo.

Draco saiu em direção ao Salão, deixando Pansy pra trás, que não parecia nem um pouco ofendida com o que acabara de ouvir. Esbarrou com alguns quartanistas no caminho, mas acabou chegando ao Salão, cheio de pessoas com bandeiras da Grifinória e Sonserina, esperando pelo jogo. Foi em direção a mesa da Sonserina, passando pela mesa da Grifinória, quando ouviu uma voz que vinha de lá.

- Nós vamos esmagar a Sonserina!

Virou para a mesa e avistou Ron conversando animadamente com Fred e Jorge, que haviam voltado a Hogwarts por ordem de seus pais. Teve uma imensa vontade de ir até lá e meter um soco na cara do ruivo, mas se conteve. Ele teria o que merecia durante o jogo. Quando chegou à mesa da Sonserina, reparou que havia perdido a fome. Andou em direção a porta quando deparou-se a uma menina de cabelos muito ruivos na sua frente.

- Preparada pra perder, Weasley?

Ginny se virou e olhou com desprezo para Draco. Passou a mão pelos cabelos ruivos e disse, com um sorriso no canto da boca.

- Eu te pergunto a mesma coisa, Malfoy. Seu timinho está preparado para levar uma surra?
Draco sorriu sarcástico, sem expressão.
- Olha como fala comigo, Weasley. Não sou da sua laia para que você me trate como bem entende.
- Não nos subestime, Malfoy, pois você sabe que vai perder.

Draco fitou Ginny nos olhos por um instante. Não é que aquela pobretona conseguia ser... linda? “Draco Malfoy, pára com isso! Ela é horrível! Você está tendo alucinações.”

- Isso é o que veremos, Weasley.

Ele continuou seu caminho para fora do Salão, deixando pra trás Ginny pensativa. “Ele tem olhos lindos...”. Naty a cutucou e assim voltou à realidade. Era um absurdo estar pensando coisas como aquela. Não, não tinha lógica. As duas foram até a mesa da Grifinória tomar café, o que fez Ginny se esquecer o ocorrido.

****

Céu claro, sem nuvens, Sol não muito forte. Condições perfeitas para uma boa partida de Quadribol. Principalmente quando estava tão animada. Do vestiário podia ver a arquibancadas divididas. Um lado vermelho e ouro, outro verde e prata. Bandeiras das duas casas para todos os lados. E, bem lá em cima, podia-se ver Luna com seu chapéu de leão.

- Sabe, a única coisa que me deixa realmente feliz de ter voltado para Hogwarts é o Quadribol. – disse uma voz atrás de Ginny, que se virou para deparar-se com seu irmão, Fred.
- E implicar com os sonserinos – disse Jorge, que vinha do outro lado.
- Xingar o Snape.
- Chutar a Madame Norra.
- Fazer com que o Filch fique louco atrás de nós.
- Colocar Poções Embaraçosas no frasco de shampoo do Snape...
- Vocês colocam Poções Embaraçosas no frasco de shampoo do Snape? – perguntou Ginny, incrédula.
- Porque você acha que desde que nós entramos para Hogwarts ele tem o cabelo totalmente seboso? – respondeu Fred, prepotente.
- Pensei que era porque ele não lavava o cabelo! – disse Ginny, rindo.
- É ótimo que estejam se divertindo, mas nós temos um jogo pra ganhar agora! – disse Harry, aproximando-se dos três. Fred e Jorge se levantaram e foram na direção de Katie e Alícia, que esperavam ansiosas na porta do vestiário.
- Pronta pra amassar a cara do Malfoy? – perguntou ele a Ginny.
- Pra isso eu sempre estou pronta! – respondeu ela, se levantando e apanhando sua vassoura.
- Que bom, porque de hoje ele não me escapa! – disse Harry, rindo e acompanhando Ginny para a porta do vestiário. Podia-se ouvir a voz de Lino Jordan vindo da cabine de locutor, onde anunciava os nomes do time da Grifinória. Um a um, os jogadores foram subindo em suas vassouras e decolando em direção a seus lugares no campo de Quadribol. Ginny esperou até que ouviu Jordan chamar por ‘Virginia Weasley’, e decolou como seu companheiros haviam feito. A torcida vermelho e ouro explodia de excitação, afinal não era todo dia que se assistia a um jogo como o de Grifinória contra Sonserina.

“E agora, o time da Sonserina!” gritou Lino Jordan de sua cabine. Muitos
gritos acompanhados de vaias explodiram com a entrada dos jogadores da Sonserina no campo. Por último, Draco Malfoy levantou vôo e começou a sobrevoar o campo, à procura do pomo.

- Capitães, por favor, aqui em baixo! – gritou Madame Hooch, que estava de pé no chão. Harry e Flinch foram até ela. – Quero ver um jogo limpo, meninos! – olhou para Flinch com uma expressão intimidadora. – Que comece o Quadribol!

Ela jogou a goles para o alto. Flinch a apanhou. Ginny voou o mais rápido possível atrás dele, enquanto Harry ia mais para o alto, à procura do pomo. Ela foi chegando, chegando até que o alcançou e pegou a goles de suas mãos. Voou mais rápido ainda em direção às balizas. Se assustou quando viu que o novo goleiro da Sonserina era tão grande que quase conseguia tampar as três balizas de uma vez só, mas não parecia ser muito inteligente. Estava chegando perto. Muito perto. Sentiu a adrenalina subir pelo seu sangue. Estava quase lá. Atirou a bola com toda força na baliza da direita.

****


“E é ponto para a Grifinória!” ouviu Lino Jordan gritar. No mesmo instante metade da arquibancada se levantou e começou a gritar. “Malditos Grifinórios.” Pensou. Ainda não avistara o pomo, mas ia avistar, custasse o que custasse. Não ia aceitar perder para a Grifinória. Principalmente agora, já que a Weasley pobretona havia marcado um gol. Olhou para o lado e viu justamente quem estava procurando.

- Não fique confiante demais, Potter, pois vocês não têm nenhuma chance de continuar vencendo.

Harry se virou e disse, com um sorriso maroto no canto da boca.

- Isso é o que veremos, Malfoy. Vocês é que não têm nenhuma chance de nos vencer!
- Como se você soubesse jogar!
- Pode ter certeza que jogo melhor que você, pois não tive que pagar para entrar no time da Grifinória.

Ele virou sua vassoura para a direita, e Draco avistou um pequeno facho de luz se mover naquele lado. Era o pomo. O problema é que Potter o avistara primeiro. O sangue ferveu dentro de si. Não podia deixar que Potter pegasse o pomo. Então viu a solução. Roubou o bastão de um dos batedores da Sonserina e bateu com toda a sua força no balaço que vinha em sua direção.

****

Estava muito animada. Já havia marcado mais três gols além do primeiro. A Sonserina também já havia marcado, mas ela não ia deixar que eles ganhassem. Ah, não ia mesmo. Olhou para cima. Harry parecia ter avistado o pomo. Ele voava com toda a velocidade na direção de Ginny. Quando ia quase bater nela, mergulhou para o campo, certamente ia atrás do pomo. Mas ela não pôde acompanhar a cena, pois um instante depois sentiu uma dor aguda na cabeça, como se alguma coisa estivesse rachando-a. Seus olhos ficaram nublados e o céu limpo foi a última visão que teve antes de chocar-se contra o chão e perder o sentido.

****

Se assustou com aquilo. Ele queria era terminar de rachar a cabeça de Potter, e não a de Ginny. Viu a ruiva deslizar de sua vassoura e cair com um baque no chão. O time da Grifinória inteiro voou até ela, menos Harry.’O Potter deve ter ficado com medo e fugiu pra barra das vestes de Dumbledore”. Todos pareciam preocupados. “Bando de panacas. Foi só um balaço na cabeça, nada de mais!” Mesmo não se importando, ficou inquieto. Decidiu ir até lá. Não tão perto, mas só o bastante para conseguir ouvir o que diziam. Desceu um pouco. Não conseguia ouvir nada, só os gritos de indignação da torcida. Desceu mais um pouco. Ouviu as vozes dos jogadores da Grifinória, mas não conseguiu formar frases pois, um segundo depois estava, assim como Ginny, caído na grama úmida do campo, desacordado.




N/A: Aah, gente! Desculpem ter demorado taaaanto pra postar esse capítulo!!Eu já tenho ele prontinho na cabeça a um bom tempo...mas eu não tive muito tempo esses dias! Viajei e fiquei bem ocupada. Mas agora tô tranquila, acho que o próximo capítulo vai sair bem mais cedo doque este aqui!
Gostaram desse capítulo? Ainda não teve D/G romance, eu sei, mas no próximo capítulo com certeza vai ter, mesmo que for um pouquinho!
Não percam o próximo capítulo porque vai estar super legal!!E comentem, por favor!!
Beijos =*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.