Íris Misteriosas



- Mione, pára com isso!!
- Não, não paro porque é a verdade!!
- Claro que não Mione, você está delirando!!
- Gi!! Acredita em mim!! Eu conheço o Harry como a palma da minha mão!! Tenho certeza do que estou dizendo!!
- Mione, isso é impossível!!

Eram 5 horas da tarde no dormitório das garotas, na Grifinória. O pôr do Sol de cor púrpura entrava pela janela e refletia a juba de cabelos vermelhos da caçula dos Weasley. Ginny e Hermione já estavam discutindo a longos 10 minutos, em que uma coisa estava em questão: o amor de Harry Potter.

- Eu estou te dizendo, Gi!! O Harry está gostando de você!!
- Mione, não delira! Harry Potter, gostando de mim?? Me poupe!!
- Gi, é verdade!!
- Tá bom, tá bom! E o que te leva a pensar isso?
- Muitas coisas! Primeiro, já faz dias que ele passou a te olhar de um jeito diferente, um jeito apaixonado! Segundo, ultimamente ele só fala de você! Terceiro, ele têm te tratado de um jeito diferente! Quarto, ontem ele quase bateu no Colin só porque ele te deu um beijo no rosto de bom dia!! Quer maior prova de ciúmes do que essa?
- Ah, Mione, não tem nada a ver! Pára com isso, vai!
- Olha Gi, tá tudo na sua frente, só você não vê! Agora eu tenho que ir porque prometi que ia ajudar Ron na tarefa de Transfiguração, mas, por favor, pensa no que eu te falei, okay?

Ginny respondeu com um gesto de descaso com a cabeça. Mione riu e saiu do quarto, enquanto Ginny se jogava em sua cama. Harry Potter, apaixonado por ela? Não, impossível! 'Agora, com essa história de ‘O Eleito’, todas as garotas de Hogwarts vivem aos pés dele, ele não ia querer justamente a mim!' Era tudo um absurdo! Ginny não podia acreditar... mas queria. Ela queria muito poder tê-lo ao seu lado. Harry Potter... o garoto que tirava seu sono de todas as noites havia 4 anos. Ela o amara desde a primeira vez que o viu, na estação King’s Cross, no primeiro ano de Harry. Tudo bem, no começo não era bem um amor, era uma admiração, mas os anos se passaram e as íris verdes intensas de Harry fizeram Ginny se apaixonar intensamente e perder o fôlego todas as vezes que o avistava. Mas, mesmo sabendo de tudo isso, ele nunca ligou para ela. 'Eu era apenas a irmãzinha caçula de seu melhor amigo! Uma criança sem escrúpulos que não sabe o que é amor, e pensa que ama um garoto só porque ele é famoso!' Muitas pessoas realmente pensavam isso de Ginny, mas não era verdade. Ela sempre amou Harry como homem, e não como ‘O Menino que Sobreviveu’ e muito menos como ‘O Eleito’, mas esse amor era sempre subestimado pelas pessoas que riam dela pelas costas. 'Ah, Ginny Weasley, esquece isso! É impossível ele estar apaixonado por você!' - Dizia Ginny a si mesma. Ela se virou na cama e deu de cara com uma foto na cabeceira. Lá estava ela, coberta de lama, com a vassoura velha de Carlinhos na mão. Ao seu lado estava Harry, também sujo de lama, segurando sua Firebolt. Os dois acenavam alegremente para ela, Enquanto Ron, Fred e Jorge acenavam risonhos, no ar, montados em suas vassouras. E, bem no canto, Hermione estava sentada, segurando um livro e sorrindo alegremente, mas não olhava para a foto, olhava para Harry e Ginny com os olhos brilhando. O que ela estaria pensando? 'Hermione, Hermione... sempre imaginando o que não deve!' Ginny tornou a voltar suas atenções para sua própria imagem, agora tornando a subir na vassoura e levantar vôo, Harry em seus calcanhares. É, aquela tarde na Toca no verão passado tinha sido muito divertida. E, afundada em recordações, Ginny mergulhou em um sonho perturbado.

“Ela entrava em uma sala que não conhecia. Estava escuro e a única coisa que enxergava era a luz forte que vinha de uma fresta da janela fechada. Deu alguns passos, mas mesmo assim nada encontrou. Mas, de repente, ouviu passos vindos do outro lado da sala. Virou-se rapidamente, e assim enxergou um par de íris verdes, profundas. Não via mais nada, apenas as íris que penetraram em sua mente. Devagar, as íris começaram a vir em sua direção, parando a centímetros de si. Elas a encararam profundamente, o que a fez perder o fôlego. A luz da fresta da janela iluminou o corpo do dono das íris, mas Ginny não se importou em ver quem era, pois não conseguia tirar os olhos das íris maravilhosamente verdes que a encaravam. Ela sentiu o corpo do dono das íris se aproximando, encostando no seu. Suas bocas estavam a milímetros uma da outra, mas de repente, Ginny sentiu uma avassaladora dor no peito, o que a fez recuar alguns passos. Ouviu um barulho vindo do outro lado da sala, e se virou para ver o que era. No começo não viu nada, mas, vagarosamente, duas íris intensamente azuis apareceram no escuro, vindo em sua direção. Merlin, que íris eram aquelas! Nunca vira algo como aquilo. Eram íris azuis marinhas, um pouco acinzentadas, que também a fazia perder o fôlego. E, assim como as íris verdes, as azuis se aproximaram devagar, ficando a milímetros dela, suas bocas quase se encostando. Mas, quando seus lábios se tocaram, Ginny sentiu uma mão quente puxando seu ombro para trás. Se viu entre as íris verdes e azuis, que a encaravam ansiosas. Confusa, não sabia o que fazer. Teria que escolher entre uma das duas. Do nada, sentiu uma força que vinha de dentro de si a puxar para um lado. E quando ia dar um passo para o lado das íris que escolhera...”

- Acooooorda Gi, folgada!!
- O jantar vai ser servido em 5 minutos!!

Sentiu alguém dar um tapa em sua bunda, acordando-a totalmente. Se virou devagar e se sentou em sua cama. Ali avistou em pé suas duas melhores amigas, May e Naty.

- Nossa, Gi! O que aconteceu? Parece que uma manada de Hipogrifos passou por cima de você! – exclamou Naty, se sentando ao lado da amiga.
- Nada não. – disse Ginny, esfregando os olhos – Tive um sonho engraçado...
- Sonho? – perguntou May.
- É... – disse Ginny, um pouco pensativa – Mas não importa... deve ter sido conseqüência do que a Mione me disse.
- E o que ela disse? – perguntou Naty, interessada.
- Vocês não vão acreditar! Ela diz que o Harry tá apaixonado por mim! Não é ridículo?
- Porque ridículo? – perguntou Naty
- Naty, ela nunca se apaixonaria por mim! É impossível!
- Mas é claro que é possível! – disse May, divertida – Você é uma das meninas mais bonitas do colégio. O idiota do Potter só não tinha reparado em você...Vai ver ele deixou de ser um estúpido e viu que você é a menina perfeita!
- Ah, May... o Harry nunca se apaixonaria por mim!
- Mas é claro que se apaixonaria!!
- Não!
- Sim!
- Meninas! – gritou Naty, tentando conter as amigas – Parem de discutir! A minha barriga já tá roncando de fome! Vamos logo pro Salão Principal!
- Tá bom sua gulosa! É melhor agente descer – disse May – Gi, vai lavar essa cara que agente te espera lá em baixo.
- Tá bom, já tô descendo.

Ginny se levantou assim que as amigas saíram do quarto. Foi até o banheiro e lavou o rosto. Tentou se lembrar do sonho, mas não teve muito sucesso. 'Só lembro que estava em uma sala com duas íris azuis e duas verdes, e precisava escolher entre as duas...' O que será que aquele sonho significava? Íris verdes e azuis? Uma horrível dor no peito? Secou seu rosto e fez uma nota mental pra lembrar-se de pensar nisso mais tarde. Quando saiu do banheiro, avistou o retrato na sua cabeceira, o mesmo que observara há algumas horas, que era iluminado pela luz da Lua.

- Ah, não! – murmurou - Vou ter que me encontrar com a Mione... e com certeza ela vai querer me jogar pra cima do Harry! Como é que ela pode imaginar que ele gosta de mim? Não tem nada a ver... mas e se... e se tiver? E se ele estiver mesmo gostando de mim? Não, ele não está! Mas talvez, quem sabe... Não Ginny! Pára de pensar nisso!

Balançou a cabeça pra tentar tirar esse pensamento da cabeça.

- Finalmente, hein?! – exclamou Naty quando Ginny apareceu pela escada do dormitório – Onde é que você foi buscar essa água pra lavar o rosto? Na Bulgária?
- Deixa de ser chata, Naty! – disse Ginny, rindo, quando percebeu que havia alguém discutindo no outro lado do Salão Comunal.
- RONALD, NÃO FALE DOQUE NÃO SABE!
- COMO NÃO SEI? TODA A ESCOLA SABE QUE VOCÊ DEU UNS BEIJOS NO KRUM!
- ISSO NÃO TE INTERESSA, RONALD! É SÓ ALGUÉM FALAR NA BULGÁRIA E VOCÊ JÁ VEM XINGANDO O VICTOR! PARA DE SER ESTÚPIDO!
- EU NÃO SOU ESTÚPIDO! ESTÚPIDO É O VITINHO!
- Ê Naty, porque é que você tinha que falar na Bulgária? Agora a Granger e o Weasley vão chutar o pau da barraca! – disse May, rindo.
- É melhor agente sair daqui – murmurou Ginny para as amigas – Ou vai sobrar pra nós!

As três saíram de fininho do Salão Comunal, que já estava amontoado de gente que tentava ver de perto a briga de Mione e Ron. Assim que elas passaram pelo buraco do retrato, Ginny ouviu uma voz que fez os pêlos de sua nuca ficarem arrepiados. Ela reconhecia aquela voz. Uma voz doce e grossa. A voz de Harry. Um sorriso se abriu no rosto de Ginny, mas quando ela se virou para o lado do corredor de onde vinha a voz, viu Harry no meio de várias quartanistas que o rodeavam, dando gritinhos histéricos. Ela sentiu um aperto no peito, e seu sorriso murchou.

- Ê Gi, não me diga que esse idiota do Potter ainda mexe com você! – falou May, vendo o olhar triste da amiga.
- Pois é, May... ainda mexe. E muito! – disse Ginny desanimada
- Mas é o que eu sempre digo – disse Naty, que estava no meio das duas e, com um lindo sorriso no rosto, abraçou as amigas pela cintura – DESENCANA QUE A VIDA É BACANA!

As três caíram na gargalhada e saíram pelos corredores, a procura de um novo atalho que chegasse ao salão principal.


N/A: E aí? Gostaram? Eu sei que esse capítulo tá meio pequeno, mas é por que é só o começo...e começo de fic é pequeno mesmo... Mas vai melhorar!
No próximo capítulo: Harry está mesmo apaixonado por Ginny? Se estiver, o que irá acontecer? Não percam o próximo capítulo!!

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