Faz Parte do Meu Charme



(N/A IMPORTANTE: a partir desde capítulo a fic passa a ser escrita em 3ª pessoa. Por enquanto, é apenas um teste, mas acredito que os próximos também serão assim. Sei que muitas pessoas gostam da escrita em primeira pessoa, mas escrever assim é realmente mais complicado, e fica muito difícil descrever algumas cenas. Eu não mudaria a fic se isso não estivesse me atrapalhando significativamente. Espero que entendam, e... Enjoy.)


Capítulo VII – Faz Parte do Meu Charme


”With nothing to do, nothing to lose,
(...)And I don’t know why, I can’t keep my eyes off of you.”

(Lifehouse – You And Me)


--- Droga, droga de detenção. --- murmurou, pegando sua capa e o Mapa do Maroto, só por precaução.

Jogando-a por cima do ombro e escondendo o mapa no bolso, desceu as escadas do dormitório em direção à Sala Comunal. Eram recém sete horas, e tanto os outros marotos, quanto Lily e as garotas estavam reunidos lá, conversando. Tiago irritou-se com o fato de não poder ficar também, e é óbvio que alguém percebeu.

--- Boa noite para você, Pontas. --- Sirius disse, com aquele seu sorriso irônico. --- Aposto que vai se divertir muito!

--- Ah, não enche Almofadinhas. --- falou, dando um aceno displicente com a mão e se dirigindo para o buraco do retrato.

Desviando de algumas quintanistas que sorriam freneticamente para ele, saiu, entrando então no corredor.

--- Ih, que bicho mordeu ele? --- ainda foi possível escutar Nat perguntar, antes do retrato se fechar às suas costas.

Bicho nenhum. Na verdade Filch havia o visto, digamos que, metido num tumulto, lançando um Levicorpus no maldito Seboso. E é óbvio que ele não perdeu uma chance de lhe dar uma detenção. O zelador nutria um certo ódio por ele e pelos outros marotos. Quer dizer, não que ele gostasse dos outros alunos, mas com eles a coisa era pior. O sonho da vida dele provavelmente era os pendurar pelos tornozelos com correntes nas masmorras, como ele adorava repetir.

Olhou para os dois lados, vendo se havia alguém à vista, mas o corredor estava vazio, como era de se imaginar.

--- Juro solenemente que não farei nada de bom! --- murmurou, acionando o Mapa do Maroto e vendo o desenho de toda Hogwarts aparecer no, antes, tão inocente pergaminho. Aquela era, sem dúvida, a invenção mais brilhante que já haviam tido.

Ajeitou mais sua capa para se proteger do frio da noite, e começou a caminhar em direção à Sala dos Troféus, com o mapa na mão. Não havia muitas pessoas fora das salas comunais, somente uma ou outra caminhando em algum corredor longe do qual ele se encontrava.

Sem muita demora, chegou ao seu destino, encontrando um Filch com seu sorriso desumano sentado na escrivaninha que havia dentro da sala.

--- Você está quinze minutos atrasado, moleque! --- ele disse, ao vê-lo entrar.

--- Não me diga? Vai ver meu relógio parou... --- ironizou, dando um falso e vitorioso sorriso em seguida.

O zelador o encarou com bastante raiva, depois de murmurar um “Arre, vá trabalhar de uma vez.” Não se deu nem ao trabalho de explicar-lhe o trabalho, já que aquela não era nem a primeira, nem a segunda detenção que o garoto pegava.

--- Sua varinha. --- ele lembrou de recolher, quando o garoto se abaixava para pegar os panos e produtos de limpezas.

Tiago ergueu a sobrancelha, encarando o zelador curiosamente.

--- Não que eu ache que vá lhe servir para alguma coisa, mas... --- tirou a varinha do bolso, depositando-a em cima da mesa.

Filch arregalou os olhos para encará-lo. Ele não poderia saber, poderia? Não, era completamente improvável... Aquele simples aluno não poderia saber que ele era um aborto.

--- O que foi que você disse, moleque? --- perguntou, amedrontado, mas tentando manter sua voz firme.

--- Nada, nada... --- Tiago disse, sorrindo marotamente.

O garoto pegou os panos e produtos de limpezas, começando a limpar os vários troféus existentes na sala. Depois de algum tempo, quando seu braço começava a cansar, chegou a um que lhe chamou atenção. Era um dos maiores, dedicado a um tal de Tom Servolo Riddle, por serviços prestados à escola.

Aquilo prendeu sua atenção estranhamente... Quem seria aquele homem, e, principalmente, o que ele teria feito para merecer esse troféu?

Escutou um ronco um tanto quanto alto às suas costas, podendo constatar que o zelador havia pegado no sono. Aproveitando-se disso, pegou a varinha de cima da mesa e limpou o resto dos troféus com um simples aceno.

Saiu da sala, sem antes conjurar no chão uma gosma incolor que faria, com certeza, Filch escorregar. Tiago abafou o riso, podia até ver a cara dele quando caísse!

Decidiu continuar seu caminho de uma vez, antes que ele acabasse acordando. --- “Até as próprias paredes tem vida nessa escola...” --- Lembrou-se estranhamente de alguém ter lhe dito isso alguma vez, quem sabe no seu primeiro ano...

Por curiosidade, tirou o Mapa do Maroto do bolso, acionando-o. À princípio não viu nada fora do comum, até que um certo pontinho preto no mesmo corredor que o seu, porém um pouco mais para frente, lhe chamou atenção. Não desviou os olhos do mapa, como quem quer ter certeza do que vê. Era estranho.

Ao ver que já estavam praticamente se encontrando, Tiago lembrou de desativar o mapa e guardá-lo rapidamente no bolso. Enquanto o maroto tinha a varinha acesa, Alvo Dumbledore caminhava no escuro. Que coragem! Digamos que os corredores de Hogwarts não pareciam tão aconchegantes à noite quando de dia...

--- Ah, olá Tiago! --- Dumbledore disse, sorrindo levemente.

--- Boa noite, professor! --- o garoto disse, meio encabulado. Não era a coisa mais conveniente encontrar o diretor da própria escola quando se caminha sozinho pelos corredores à noite. Bem, dessa vez ele tinha uma boa razão.

--- Fazendo o que fora da cama, a essa hora? --- o diretor perguntou, encarando-o com uma expressão curiosa.

--- Detenção, sabe como é... --- Tiago disse, passando a mão pelos cabelos num gesto encabulado.

Ficaram em silêncio por alguns segundos, no qual o garoto se lembrou do troféu. Dumbledore com certeza saberia por quê...

--- Tem alguma coisa que você queira me perguntar, meu jovem? --- perguntou, continuando a encarar Tiago através de seus óculos em forma de meia lua.

Ficou em dúvida se deveria ou não perguntar. Todo caso...

--- Er... Professor, quem foi Tom Servolo Riddle? Vi um troféu em homenagem dele...

--- Temo que você vá acabar descobrindo sozinho... --- o diretor suspirou, o que deixou o maroto mais curioso ainda. Grande ajuda! ---Agora vá para sua Sala Comunal, não é bom andar sozinho a essa hora da noite. --- deu um sorriso consolador ao garoto, voltando a caminhar na direção oposta da dele.

Às vezes esse jeito enigmático do diretor o irritava um pouco, ele poderia muito bem ter dito quem era o tal, não poderia? Argh, mas também não adiantaria nada ficar ali parado questionando as atitudes de Dumbledore.

Caminhou pelos longos, e naquela hora frios, corredores da escola, chegando finalmente à Sala Comunal. Poucos alunos ainda permaneciam lá, e nestes poucos estavam incluídos Sirius e Nat.

--- Hey. --- Tiago disse, indo até a mesa onde eles estavam, puxando uma cadeira e sentando-se lá também.

--- Olá, Pontas. --- Sirius disse, visivelmente entediado, por cima de vários livros antigos. Nat apenas sorriu para o recém-chegado, voltando a se concentrar. --- Como foi a detenção?

--- O de sempre. --- deu de ombros, correndo os olhos pela sala comunal. --- Filch dormiu logo então eu escapei. E a Lily?

--- Já subiu faz tempo. --- Sirius disse, desinteressado. --- Alguma novidade?

--- Novidade não, apenas algo que me deixou curioso... --- fez uma pausa, será que devia mesmo contar? Podia ser besteira. --- Eu vi um troféu estranho, e Dumbledore não quis me dizer quem era o homem que ganhou. Não tenho certeza sobre o nome dele, Tom Riddle, se não me engano.

Nat estremeceu ao ouvir aquele nome. Não podia estar realmente acontecendo... Não de novo.

--- Nunca havia prestado atenção nesse troféu... E porque ele o ganhou?

--- Serviços prestados à escola. --- Tiago deu de ombros. --- Vai ver não é nada... Vou subir, você vem, Almofadinhas?

Sirius pensou por um momento, desviando seu olhar de Tiago para Nat seguidamente, até se decidir. --- Nat, eu tenho que...

--- Terminar o trabalho de História da Magia. --- ela completou, o encarando seriamente. --- Não vai escapar dessa, Sirius Black, não mesmo!

--- Hunft... Mulheres! --- ele suspirou, largando-se na cadeira novamente. --- Boa noite pra você, Pontas, porque pelo jeito a minha ainda vai ser longa.

Sirius parecia tão idiota de vez em quando, na opinião de Tiago. Aquela era a oportunidade perfeita, e ele reclamando! De qualquer forma, subiu para seu dormitório...

Sem outra saída, Sirius tentou se concentrar nos livros a sua frente. Qualquer coisa sobre a revolução de sabe-se lá que povo, sabe-se lá quando... Porém, não era bem a chatice do assunto que o desconcentrava, mas sim a visão da garota no lado oposto da mesa.

Nat estava com a cabeça abaixada, olhando fixamente para um livro e escrevendo em um pergaminho ao mesmo tempo. Uma mecha teimosa de seu cabelo insistia em cair em seu rosto, no que ela logo a afastava com um gesto nervoso.

--- Daqui a pouco você vai se afogar nos livros. --- ele disse, irônico, referindo-se à rapidez com que a garota os folheava.

--- E você, pelo jeito que nem chegou perto ainda, vai ser devorado por eles. --- ela disse, séria.

--- Ah, Nat. Dá um tempo, vai? --- ele pediu, fazendo sua famosa expressão de cachorrinho abandonado. --- Esses livros são uma chatice, vamos fazer alguma outra coisa...

--- Fazer outra coisa?! --- disse, dando uma risada sarcástica. --- Sirius, esse trabalho é para depois de amanhã, lembra?

--- Então... Temos o dia inteiro amanhã para fazê-lo! --- disse, sorrindo animadamente.

Nat bufou, irritada. Adorava Sirius, de verdade, mas aquele jeito nem aí dele às vezes a tirava do sério.

--- Será que seria pedir demais que você fosse um pouco responsável pelo menos uma mísera vez?

--- O cargo de maroto responsável já está preenchido, minha cara. --- Sirius disse, risonho. --- E ele é do Remo, e não meu.

Ela o encarou com um pouco de raiva, será que ele precisava brincar sempre?!

--- Você é um idiota. --- disse, simplesmente.

--- Me processe! --- ironizou, dando de ombros. Não notando nenhuma mudança na expressão da garota, continuou. --- Argh, atitudes drásticas pedem medidas drásticas, senhorita Andrews! --- ele disse, com um sorriso maroto se formando em seu rosto.

O garoto levantou-se da cadeira bruscamente, empurrando-a para trás sem o menor cuidado. Deu a volta na mesa, chegando onde a garota estava, e, sem dar tempo para que ela fizesse objeção, pegou-a no colo.

--- Que diabos você pensa que está fazendo?! --- Nat disse, tentando esconder um sorriso. Não adiantava, nunca conseguia ficar braba com ele por muito tempo.

--- Me divertindo? --- ele questionou, abrindo um largo e encantador sorriso.

Ele a largou cuidadosamente no sofá, sentando-se junto em seguida. A garota encolheu-se, abraçando as pernas para proteger-se do frio.

--- Às vezes fica tão difícil te odiar. --- comentou, sorrindo e encarando-o profundamente.

Sirius, que até então mantinha seu olhar fixo na lareira, esparramado no grande sofá, levantou os olhos para encará-la também.

--- Faz parte do meu charme. --- disse, com seu típico sorriso galanteador.

--- E às vezes fica tão fácil! --- Nat disse, revirando os olhos e rindo ao mesmo tempo.

--- É... Faz parte do meu charme também. --- o garoto disse, com o mesmo sorriso de antes.

Nat fez um gesto com a cabeça para jogar o cabelo, que caía insistentemente em seu rosto para trás, e Sirius pôs-se a contemplá-la. A luz da vela em cima da mesa ao lado e a iluminação que o fogo bruxuleante da lareira produzia a deixavam linda, quase sobrenatural, pôde observar.

O silêncio pairou no ar, no que a mente marota de Sirius começou a funcionar, e muito bem, diga-se de passagem...

--- Nat? --- ele a chamou, enquanto a garota contemplava o chão atentamente.

--- Sim? --- respondeu, levantando a cabeça sem nem prestar muito atenção.

--- Pense rápido! --- antes que ela pudesse reagir, Sirius atirou-lhe duas almofadas que a acertaram em cheio.

--- Ahhhh, Sirius! --- ela reclamava, enquanto o garoto se matava de rir. --- Agora você vai ver!

Num movimento rápido, ela juntou as almofadas e jogou-se para frente no sofá, para dar almofadadas nele também. Sirius era mais rápido, segurando os braços dela antes que as almofadas o atingissem.

--- Ah, assim não vale! --- ela disse, fingindo estar desapontada.

Seus braços, nos quais ela estava apoiada e Sirius ainda segurava, cederam e ela acabou deixando seu corpo cair em cima do dele. O garoto estava com o tronco apoiado no encosto do sofá, mas com as pernas em cima do mesmo, meio deitado. Conseqüentemente, Nat estava deitada em seu peito.

Mas invés de continuarem, o silêncio pairou no ar novamente, dando um ar místico a toda aquela situação. O que começou com uma inocente brincadeira, agora com certeza estava longe disso. Os dois se encaravam próxima e perigosamente, o coração de ambos disparava e suas respirações estavam tão ofegantes que o peito de Sirius chegava a arfar para inspirar o ar.

--- O que nós estamos fazendo? --- ela perguntou, sem tirar os olhos dos dele.

--- Seja lá o que for, está me mantendo aquecido. --- Sirius comentou, marotamente.

Ela deu um leve sorriso tímido, que a deixava mais bonita ainda. E Sirius não deixou de reparar nisso, é claro. Ele decidiu não esperar por outro sinal positivo da garota, se ela quisesse já teria saído dali a muito tempo.

Baixou lentamente seu rosto em direção ao dela - não que esse lentamente tenha demorado muito, já que a distância era pouca – e selou seus lábios nos dela. O contato com os lábios da garota fez com que ele se arrepiasse, era como se uma corrente elétrica passasse por todo seu corpo. O beijo de Nat era tão... Perfeito! Eles tinham uma sincronia perfeita, como se aquela não fosse nem de longe a primeira vez. Era calmo e extremamente ardente ao mesmo tempo, um turbilhão de emoções que ele nunca conseguiria descrever. Sentiu a garota passar o braço por trás de seu pescoço, no que ele a trouxe para mais perto pela cintura.

Jamais saberiam dizer por quanto tempo ficaram ali. Aquele beijo era tão... viciante! Parecia realmente impossível pará-lo, e, devo comentar, nenhum dos dois queria fazer isso. Aquilo estava ficando cada vez mais provocante, e Sirius já não responderia mais por seus atos em breve.

Nat, recuperando por um milésimo sua consciência que havia gentilmente a abandonado no momento em que começou a beijar Sirius, separou-se dele. Estavam ambos ofegantes, e se encaravam sem arriscar a desviar o olhar. Os olhos de Sirius eram azuis, mas um azul escuro. Parecia um mar às vezes, mas agora só se fosse um mar de fogo. Eles pareciam queimar. Mas ao mesmo tempo eram muito aconchegantes. Estar ali com ele era aconchegante.

Porém, antes de tudo isso, ele era Sirius Black: o maior galinha da escola. Ela prometera para si mesma que nunca mais sofreria por garoto nenhum, desde a decepção terrível que tivera com seu primeiro namorado. E agora ela fora escolher justo quem? Ele. Aquilo não podia continuar, definitivamente não.

--- Está errado, Sirius. Nós... Nós somos amigos! --- ela disse, finalmente desviando o olhar e levantando-se do sofá. --- Isso acaba aqui.

Sem coragem de olhar para ele novamente, caminhou em direção às escadas do dormitório. Sirius a observava atentamente, ela conseguia ser irritantemente perfeita. E, por Merlin, como beijava bem!

--- Errado, minha cara. Está só para começar... --- murmurou, com um sorriso maroto se formando em seu rosto.




N/A: compensou a porcaria que foi o anterior? Assim espero. ;)

Na verdade era para ter ainda mais coisa nesse capítulo, mas resolvi terminar ele assim mesmo...

O Remo e a Isa estão meio sem destaque por enquanto, eu sei. Maaas fãs do nosso querido lobinho, fiquem tranqüilas: eu consegui a façanha de fazer um cronograma da fic, organizando ela até o capítulo doze, e já planejei algo para eles. Agora fica bem mais fácil escrever, portanto acho que os capítulos começarão a vir mais rápido.

Postei esse logo também porque semana que vem entro em semana de provas e aí vai ser completamente inviável escrever, quanto mais postar qualquer coisa. Aliás, eu espero sinceramente que eu sobreviva a ela.

Bom, então é isso. Beijos e comentem! ;*

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