GODRIC'S HOLLOW, UMA HISTÓRIA



Há cerca de 1000 anos atrás...

Dois garotos contemplavam o pôr-do-sol em silêncio. Um deles, mais alto, parecendo já adolescente, com os cabelos cor de fogo compridos à moda celta, parecendo uma juba de leão. Com grandes olhos sonhadores, cor de mel, focados no horizonte distante, mas inquietos, parecia enxergar as inúmeras aventuras que o mundo estava reservando para ele. O outro, um pouco mais jovem, parecia um menino ainda. Tinha os cabelos mais escuros, com reflexos avermelhados, mais curtos, e grandes olhos verdes cor de esmeralda, que fitavam a paisagem pantanosa à sua volta de um jeito tranqüilo e amoroso. Os dois compartilhavam um tipo de amizade que parece unir opostos e, apesar das diferenças de personalidade, conseguiam se entender, mesmo sem palavras.
Por isso mesmo, Gwydion, o mais jovem dos dois, sabia que Godric ia partir em breve. Tinha tanta certeza disso quanto de que ficaria a vida toda na sua vilinha sem nome. Amava aquele lugar, a paisagem galesa, a charneca, a floresta de carvalhos mais adiante. Amava a quietude de uma região de difícil acesso, uma linda área vazia, só com uma ou outra estradinha rural cortando, de vez em quando, a paisagem de vales e colinas. Amava ser bruxo ali, ser um aprendiz de druida.
Godric, no entanto, era um garoto impetuoso, sonhador. Desde muito pequeno ansiava com viagens, aventuras, batalhas. Adorava ouvir o avô contar as histórias antigas sobre as batalhas contra os saxões que tentaram, em vão, conquistar a região. E enxergava na paisagem à sua volta um reflexo dessas histórias. Nos tempos pré-históricos, ali estava localizada a fortaleza da elite religiosa conhecida como os druidas. Defesa e conquista eram temas constantes na história do País de Gales. Gales nunca tinha sido conquistado pelos anglo-saxões devido à feroz resistência do seu povo e ao terreno montanhoso. Mas isso era passado. Era esse o tipo de aventura que ele sonhava encontrar, e sabia que não encontraria ali. E, tendo completado 15 anos, achava que já era hora de partir. O aprendizado druida só terminava aos 17 anos, mas ele não conseguia mais esperar. Aprenderia o que faltava sobre magia e bruxaria viajando, se aventurando.
- Quando você vai, Godric? - Gwydion perguntou com voz mansa, sem olhar para o amigo.
Godric sobressaltou-se com a pergunta, virando-se para o amigo de olhos arregalados:
- Credo, garoto, você agora lê pensamentos também, é?
O menino riu com gosto do espanto do amigo.
- Não preciso disso quando se trata de você, Ruivo. Você é meio... transparente, na verdade...
Foi a vez de o outro rir.
- É, acho que sou mesmo. – deu um suspiro, enquanto olhava em volta. - Vou embora hoje à noite... – Segurou o ombro do amigo e complementou, com voz grave. – Venha comigo, Gwydion! Vamos viajar, conhecer o mundo lá fora, juntos! Pensa como pode ser divertido!
Gwydion encarou-o, muito sério, com os olhos verdes brilhando:
- Não, amigo. Eu sei que o seu destino é partir, tanto quanto o meu é ficar. Vou ser um druida. Meu lugar é aqui.
Os dois amigos se abraçaram numa despedida silenciosa.
- Godric, eu tenho um presente para a sua viagem. Nesse caso, acho que é hora de entregá-lo.
- Ah é?
Sem falar nada, o menino fez um sinal para que o outro o seguisse, até uma pedra mais adiante. Sacando sua varinha, com um gesto suave levantou a pedra alguns metros acima das cabeças dos dois. No pequeno buraco descoberto, estava brilhando uma espada. Gwydion puxou-a para fora, recolocou a pedra no lugar e ofereceu a espada ao amigo com um gesto solene. Godric não conseguia tirar os olhos daquela espada, maravilhado. A lâmina de aço brilhava como ele nunca tinha visto igual. O cabo era ornado com grandes rubis.
- Não posso aceitar…
- Claro que pode! Me deu o maior trabalho para conseguir que meu pai fizesse sem você perceber!
Godric pegou a espada, cheio de emoção.
- Muito obrigado!! Prometo que eu nunca vou me separar dela! E nunca vou me esquecer de mandar notícias pra você!
- É bom, mesmo... O mínimo que eu espero é receber sempre notícias das suas aventuras!
Os dois riram e começaram a caminhar juntos, lentamente, de volta para casa. Enquanto Godric experimentava a sua espada nova, ensaiando alguns movimentos desajeitados, a cabeça já cheia de sonhos de aventura, Gwydion já começava a sentir saudades do amigo.

O tempo passou...
Godric nunca esqueceu de mandar uma coruja para o amigo, contando tudo sobre suas viagens. Gwydion acompanhou, de longe, o surgimento da amizade com Salazar Slytherin, assim que ele chegou a Londres. Algum tempo depois, soube que os dois viajaram juntos para a Escócia, onde conheceram Rowena Ravenclaw e Helga Hufflepuff, duas bruxas da mesma idade deles. E soube, em primeira mão, da idéia dos quatro de fundar uma escola de magia e bruxaria.
Gwydion se casou, algum tempo depois, com uma trouxa. A pequena vila cresceu, e ele passou a ser o druida da região. Os feitos de Godric começaram a se espalhar, seu nome ficando cada vez mais famoso, principalmente depois da abertura de Hogwarts.
Por conta disso, quando chegou o momento de finalmente dar um nome para a vila, a maioria dos habitantes concordou com a idéia de Gwydion de chamá-la de “Godric’s Hollow”, em homenagem ao seu amigo, agora ilustre, nascido ali. Alguns poucos habitantes reclamaram, alegando preferir homenagear o nome de Bowman Wright, outro antigo habitante ilustre da vila, inventor do pomo de ouro. Mas a maciça votação feminina acabou fazendo com que o nome de Godric vencesse a disputa com facilidade. Godric nunca mais voltou à sua vila natal, mas a amizade com Gwydion continuou firme e forte. E assim, quando o primeiro filho de Gwydion completou onze anos, tornou-se logo um dos primeiros alunos de Hogwarts. Conforme o tempo foi passando, a cada geração, novos bruxos descendentes de Gwydion continuaram a freqüentar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, sempre fazendo parte da Casa da Grifinória.
Mas, depois de tantas gerações mágicas, mais de duzentos anos passados, nasceu uma menina na família que não era bruxa. Cheio de tristeza e de vergonha, tentando proteger a filha da desilusão, o pai mudou-se com a família para Surrey, região próxima a Londres. Lá, eles poderiam criar a menina como uma família trouxa, dando uma vida normal e feliz para ela. E assim foi feito. Só quando ela já estava adulta os pais revelaram toda a história da família, e contaram sobre os parentes distantes que viviam em Godric's Hollow. A essa altura, ela já estava noiva, de um jovem trouxa inglês, Arthur Evans.
A jovem Catherine Evans era feliz como trouxa, mas passou a sonhar com a possibilidade de ter filhos bruxos.

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Gente, mil desculpas pela demora!! Muito trabalho, pouco tempo, e um pequeno "bloqueio mental" me fizeram demorar tudo isso para atualizar a fic... Mas prometo me redimir com juros agora!! Hoje posto esse capítulo, um "intervalo histórico" e amanhã posto o 14, voltando à nossa história!! Beijos a todos, muito obrigada pelos comentários que eu amo ler, abrigada pelos elogios e pelos pedidos de atualização!! Prometo falar um pouquinho sobre cada comentário na próxima! Até lá, mil beijos pra todos que me leem, pra quem comenta ou não, um super obrigada!! Mas, claro, sempre que puderem, COMENTEM, please!!

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