O PRIMEIRO HALLOWEEN DE HARRY



Aê, galera, super obrigada pra quem comentou! Obrigada a todo mundo que tem vindo ler!
Dessa vez eu tirei o trailer, moçada, pra colocar o capítulo novo no lugar...
Quem não viu, pode esperar pelo próximo trailer, em breve...hehe (risadinha sádica...). Uma palavrinha especial:

bruhnildah: olha foi a maior viajada mesmo, o capítulo passado. Mas a idéia do Snape ser apaixonado pela Lílian eu não acho tão absurda assim, não! Afinal, por que ele se arrependeu de ter contado a Profecia pro Voldemort? Por que Dumbledore faz tanto segredo do motivo de confiar nele? Ele odeia o Thiago e os marotos, não é? Mas ninguém nunca disse que ele odiasse a Lílian...sei lá, pense nisso... Quanto ao resto, que bom que você está gostando! continue acompanhando e comentando sempre, tá?

Sally: mais uma vez, obrigada pelos elogios! Estou curtindo mesmo esse paralelo do perigo do seu bebêzinho e do Harry bebê... beijão!

Belzinha: hehehe... tomou susto, né? Eu me diverti pensando que as pessoas iam ler o sonho e achar que eu tinha ficado biruta, que era um universo paralelo... hehe... super obrigada pelos elogios, mais uma vez! Estou adorando a sua nova fic! Quanto aos trailers... eu adoro o suspense de um trailer de cinema bem típico, sabe? com aqueles trechos da história que deixam a gente com água na boca? Hehe...

Heloísa: super obrigada pelos elogios! Pois é, esse lance de trailer é um lado sádico meu, mesmo... não posso evitar...risos... continue acompanhando, super obrigada pelo comentário!

Beijão pra todos!


A todo mundo que tem lido, por favor: COMENTEM!!

E agora...

Aí vai capítulo novo: (grandinho, de novo...)





CAPÍTULO 8

O PRIMEIRO HALLOWEEN DE HARRY POTTER


“Silêncio, até que enfim!” Thiago pensou, atirando-se no sofá. Os Marotos tinham ido embora, depois de comer quase todo o conteúdo da sua geladeira. Bem, pelo menos, Remo tinha tido a decência de lavar a louça que eles usaram. Tinham comemorado o primeiro Halloween do bebê, na maior folia. Não podiam sair pela rua pedindo doces e fazendo travessuras, era muito perigoso hoje em dia. Mas ficaram comendo e rindo com os amigos, curtindo o bebê. Agora, Lílian e Harry já estavam dormindo no quarto. Mas ele tinha ficado para as despedidas finais, e ainda estava muito agitado para conseguir dormir. Mesmo tendo dormido um total de quatro horas na última semana. Primeiro, tinha sido a euforia do filho recém-nascido. Depois, a adaptação aos horários dos cuidados com o bebê. E as visitas. Todas aquelas pessoas queridas, loucas para conhecer o pequeno Harry Potter. Mas que depois não tinham a menor pressa de ir embora, ele pensou, exausto. Ah, ele não via a hora de cair na cama e entrar em coma por algumas horas.
Nem teve tempo de concluir o pensamento, ouviu alguém batendo na porta. “Ai, pelas barbas de Merlim... Outra visita há essa hora?”
- Sou eu, Thiago! – Ele ouviu uma voz bem conhecida dizer.
- Dumbledore? Mas que surpresa! Thiago abriu a porta, tentando sufocar um bocejo.
- Peço desculpas por atrapalhar o seu descanso, Thiago... – Dumbledore disse, com um sorriso perspicaz.
- Tudo bem, senhor. Por favor, fique à vontade! Thiago respondeu, com uma tentativa de sorriso. - O senhor come alguma coisa, Professor? Eu devo ainda ter doces que sobraram do Halloween, em algum lugar... – Ele perguntou, enquanto gesticulava, oferecendo o sofá e sentando-se à frente do diretor.
- Não, Thiago, só vou querer um chá, talvez... Mas não se preocupe, não quero incomodar.
Dizendo isso, Dumbledore sacou sua varinha, fez um aceno rápido, e um bule de prata surgiu, juntamente com duas grandes xícaras de porcelana, flutuando no ar à frente dele.
- Imagino que você queira me acompanhar, não é?
Thiago simplesmente acenou com a cabeça em concordância, enquanto Dumbledore servia as duas xícaras de chá quente. Depois, mexendo distraído com a colherzinha, tomou a iniciativa:
- E então, senhor, o que o traz aqui?
- Eu imagino que Lílian e Harry já estejam dormindo...
- Ah, sim, eles estão lá em cima. O senhor queria ver o bebê? Ele deu uma boa engordada desde a última vez que o senhor esteve aqui... e está todo cheio de gracinhas...
- Quem sabe mais tarde, Thiago, se você me permitir. Mas primeiro, eu tenho um assunto importante a tratar com você. Importante e sério.
- O que foi, senhor? Alguma coisa da Ordem? Alguma novidade sobre Voldemort?
- Não, não é nada relativo à Ordem. Pelo menos, não diretamente. É sobre Voldemort, sim, mas é uma coisa mais particular. Diz respeito a vocês, Thiago. É sobre Voldemort e o seu filho.
- Meu filho? Não estou entendendo, professor. O senhor quer dizer sobre o Harry? Mas... como assim?
- Por favor, deixe-me contar tudo, antes de fazer perguntas, Thiago. – Dumbledore o interrompeu e recomeçou, com calma, mas muito sério. – Eu preciso contar a você o que eu já devia ter lhe dito antes... Eu esperei até ter certeza... Esperei até que fosse inevitável, que fosse absolutamente necessário contar. Agora, eu garanto que vou lhe contar tudo. Eu só peço um pouco de paciência. Você vai ter a chance de me perguntar o que quiser, de fazer o que quiser, quando eu tiver terminado.
Thiago se calou, boquiaberto. Dumbledore respirou fundo e continuou:
- Há cerca de um ano, uma vidente previu a queda de Voldemort. Ela previu o nascimento de um bruxo poderoso, que traria o fim a esses dias de terror que estamos vivendo. Deixe-me mostrar como foi a Profecia toda.
Só então Thiago percebeu que o Diretor tinha conjurado sua Penseira ali. Dumbledore, com um suspiro, ergueu a varinha e apontou para sua têmpora. Logo, um fio sedoso e prateado começou a sair, e ele o depositou na bacia. Em seguida, tocou com a ponta da varinha a substância prateada. Ergueu-se da Penseira uma mulher estranha, envolta em xales e colares, de olhos enormes por trás de óculos de lentes muito grossas. A figura começou a falar, com uma voz rouca:
“Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar...”
Fez-se um silêncio pesado.
- Professor Dumbledore? Thiago disse baixinho. – Isso não quer dizer... O que isso quer dizer?
O professor ainda contemplava a Penseira, absorto em pensamentos, e nada respondeu.
- Espera aí um momento! O senhor não está querendo dizer que o meu Harry é esse aí... essa criança de que fala essa Profecia, está? Foi por isso que o senhor nos mandou para cá, logo que Harry nasceu? Foi por isso que tivemos que nos esconder? Thiago, incrédulo, agora aumentava o tom de voz.
Dumbledore deu um novo suspiro.
- Sim, Thiago. Dois bebês nasceram no final do mês de julho, que poderiam ser a criança mencionada na Profecia.
- Dois?
- Sim, o seu filho e Neville Longbottom.
- O filho de Frank e Alice? Então é por isso que eles também desapareceram, de repente, logo que o bebê nasceu?
- Sim. Tanto eles quanto vocês enfrentaram Voldemort em três situações e conseguiram escapar. Eu sabia que eles estavam sendo vigiados mais de perto, por serem Aurores, e consegui transferi-los para um lugar seguro. Assim como insisti para que saíssem de Londres e ficassem aqui, nessa casa, logo que Harry nasceu. Aqui temos a vigilância de gente da Ordem, 24 horas por dia.
- Meu Deus! Matar Voldemort... ou ser morto por ele! Isso é assustador!
- Mas isso não é tudo. Agora, a vigilância que temos não é mais segura o suficiente para vocês...
- Mas, por quê? Eu não entendo! Por que todo esse cuidado agora? Eles ainda são só bebês! Mas... quando essa vidente falou... quando ela fez a Profecia, havia mais alguém com vocês? Por que tanto perigo? Mais alguém sabe dessa Profecia?
- Estávamos só nós dois, mas havia um espião de Voldemort no Cabeça de Javali. E ele conseguiu ouvir a primeira parte da Profecia. A parte que prevê o nascimento de um menino no final de julho, cujos pais o desafiaram três vezes. Minha sorte... Nossa única sorte... foi que o espião foi descoberto, antes de poder ouvir o resto, e foi expulso do lugar. Mas, o pouco que ele ouviu, Voldemort conhece, tenho certeza.
Os dois ficaram em silêncio. Thiago estava pálido, sua respiração parecia difícil.
- Tenho uma fonte segura, um espião da Ordem, que me trouxe a informação, a uns 2 meses, de que Voldemort escolheu o seu filho. Ele escolheu o seu filho como o bebê da Profecia. – Dumbledore disse lentamente, como se cada palavra lhe custasse muito esforço. – É por isso, Thiago, que temos que tomar providências. Temos que levar a sua família a um lugar mais seguro, mantê-los escondidos. Vocês têm que fugir o mais rápido possível. Temos que acompanhar de perto, e em segredo, o crescimento do seu filho. Pelo menos até o momento de poder treiná-lo para o que o espera.
- Como é que é? - Apesar da voz suave, os olhos castanhos faiscavam por trás dos óculos, denunciando a sua fúria. – Esse “bebê da Profecia” a quem o senhor se refere é o MEU filho, Professor, e o nome dele é Harry. Harry Thiago Potter. Ele não é um soldado ou robô, para ficar sendo monitorado, treinado... Ele é só um bebê, tem o direito de ter um crescimento normal, de brincar, de jogar quadribol, de conviver com os amigos...
- Desculpe, Thiago, se o meu modo de falar soou dessa maneira para você. Não foi o que eu quis dizer, de jeito nenhum. Mas deixar vocês continuarem aqui, aonde muita gente já veio visitar, muitos sabem onde vocês estão, pode ser potencialmente fatal para toda a sua família. Eu sei como você está se sentindo. Eu entendo, mas temos que tomar precauções urgentes quanto à segurança de vocês...
- Não, o senhor não sabe como eu me sinto, não... – Thiago interrompeu, agora com voz mais alta e forte. – Como o senhor pode saber? O senhor não faz a menor idéia...
Dumbledore ficou em silêncio, encarando-o com uma expressão bondosa. Thiago levantou-se, dando as costas para o diretor, olhando decidido para a janela. Já era madrugada, a rua estava completamente deserta e silenciosa.
- Mas o senhor disse... Neville nasceu um dia antes de Harry... e os pais dele também... Por que, Professor? Por que o meu Harry?
- Ele escolheu o seu filho, Thiago.
- Mas como o senhor sabe? Como pode ter certeza? Ele pode ter escolhido a criança errada!
- Mesmo que não fosse a criança prevista inicialmente, só o fato de ele tê-lo escolhido já muda tudo, Thiago. Pense! “... Ele o marcará como seu igual...” A simples escolha já pode tê-lo marcado!
- Mas quem garante que ele escolheu, Professor? Quem trouxe essa informação ao senhor? Ninguém da Ordem poderia ter essa garantia!
- Eu tenho um novo informante.
- QUEM É, PELO AMOR DE MERLIM??
Dumbledore respirou fundo, já preparado para a reação:
- Severo Snape.
- O QUÊ??? O SENHOR AGORA CONFIA NAQUELE... NAQUELE... RANHOSO??? Thiago agora berrava, o rosto vermelho de fúria.
Os dois ouviram um choro de bebê vindo do andar de cima.
- Thiago, por favor, me escute. – Dumbledore tentou interromper, com tranqüilidade.
- Eu não acredito! Professor, o que ele lhe disse para que o senhor passasse a confiar nele? A gente sabe, quase com toda a certeza, que ele é um Comensal da Morte, um seguidor do círculo mais íntimo de Voldemort! Desde Hogwarts ele adora as Artes das Trevas! Ele sempre andou com aquela gangue da Sonserina, que não tem ninguém que preste! Como o senhor pode acreditar no que ele está dizendo?
- Isso, Thiago, é um assunto entre eu e Severo. – Dumbledore sustentou o olhar de reprovação de Thiago por alguns segundos, e então completou. – Tudo o que posso dizer é que ele me deu motivos suficientes para ganhar minha confiança. Posso garantir que eu acredito no que ele contou.
- Professor Dumbledore – Thiago respondeu, mais controlado. – Com todo o respeito, senhor, eu agradeço muito a sua preocupação, mas eu não sou mais um garoto ingênuo. Eu conheço Severo Snape muito bem. Ele não presta. O senhor pode acreditar no que ele diz agora, achar que ele se regenerou... Mas eu me recuso a levar em consideração qualquer coisa que esse... esse indivíduo tenha dito ao senhor, especialmente sobre mim, sobre a minha família!
Dumbledore levantou-se do sofá, com um suspiro, e disse a Thiago:
- Acho melhor eu ir embora agora. Vá ver o seu filho, converse com Lílian. Eu aguardo notícias suas.
- Boa noite, senhor. – Thiago respondeu secamente.

Quando Thiago subiu, Harry já estava calmo, aninhado no colo da mãe.
- Amor, olha só pra ele... Olha só, que delícia. – Lílian sussurrou, olhando encantada para o filho. – Ele não é perfeito?
Thiago sentiu o coração se encher de ternura ao ver os dois juntos. Aquele pacotinho, de cabelos pretos, espetados feito um ouriço, no colo daquela mulher maravilhosa. Como era possível amar tanto duas pessoas? Ou melhor, uma pessoa e meia...
- Ah, é sim... A minha cara e os seus olhos? A gente conseguiu a perfeição total, logo na primeira...
Ela revirou os olhos, divertida.
- Quem estava aí? Pensei que todo mundo tinha ido embora logo que eu subi...
- Eles já tinham ido embora, mesmo. Era Dumbledore.
Alguma coisa na voz dele deixou Lílian alarmada.
- Dumbledore veio aqui? Há essa hora? O que ele queria?
- Hmmm.
- Thiago?
- Hmm... Ele queria... hmmm... contar umas coisas.
- O que ele disse?
- Ah, umas coisas aí, amanhã eu te conto. Vamos deitar.
Ele tomou o filho dos braços da mulher, beijou a cabecinha com cuidado e o ajeitou no berço. Lílian o abraçou pelas costas, enquanto ele ainda fitava o bebê, extasiado.
- Fala, Thiago, o que Dumbledore disse? Era alguma coisa sobre a Ordem?
Ele se virou e a abraçou, apoiando a cabeça na dela.
- Não, amor... não exatamente.
- Então era o que?
- Ele ouviu umas coisas aí... umas coisas que podem ter a ver com a gente... mas não é nada, amanhã eu te conto.
Lílian se afastou do abraço, com uma onda de alarme.
- Com a gente? A gente quem? Eu e você? Nós três?
- Não fica preocupada, Lílian, não é nada. Tenho certeza, vai ficar tudo bem. Vamos dormir agora, amanhã a gente conversa.
Ela o encarou, desconfiada, tentando ler no rosto do marido alguma pista. Então, voltou-se para o bercinho de Harry.
- É bom, mesmo. Porque se alguma coisa acontecer a você... ou ao Harry...- ela falou, parecendo determinada, mas deixando a frase no ar.
- Não vai acontecer nada, Lil. Não vai acontecer nada com a gente. Agora, vamos dormir. Eu estou exausto. – Ele a puxou de novo, abraçando com força e beijando o topo da sua cabeça.
- Eu te amo tanto, Thiago... Amo tanto vocês dois!
- Eu sei, Lil, eu sei. Eu também te amo demais.
Eles ficaram em silêncio, abraçados, olhando apaixonados para aquele bebê tão precioso, que dormia tranqüilo, chupando o polegar. Lílian achou melhor não insistir. Mas ele estava muito enganado se imaginava que ela ia esquecer aquela história.

*******
Dumbledore passou o resto da noite na sua sala. Era inútil ir se deitar, se ele tinha certeza de que não conseguiria dormir. A música de Bach, que saía de um dos instrumentos de prata da sua mesa, o ajudava a relaxar. “Ainda vão descobrir os poderes mágicos da música de câmara” ele pensou.
Esse último mês estava sendo muito mais difícil do que o esperado. A guerra estava ficando mais dura a cada dia. Os Comensais da Morte pareciam estar ampliando a vantagem. Estando em maioria, numa proporção de vinte para um em relação aos membros da Ordem, eles estavam matando e torturando muitos, tanto bruxos quanto trouxas.
Dumbledore temia pela segurança de Severo. Teria preferido que ele já estivesse na segurança do castelo, dando aulas ainda este ano. Mas não tinha conseguido convencer os chefes das Casas a confiar em Severo assim tão rápido, e não queria expor o segredo que o rapaz o confiara. Era muito importante que Severo tivesse certeza de que podia confiar em Dumbledore. Para o rapaz, isso valia o risco de ficar mais um ano em Spinner´s End. Ele ainda teria muito trabalho pela frente até conseguir trazer Severo para a segurança de Hogwarts.
O Ministério estava sendo pressionado a adotar medidas mais drásticas contra o inimigo. Era um perigo ceder à tentação de usar os mesmos métodos dos bruxos das trevas. Ele era completamente contra isso, mas a opinião dele era, cada vez mais, minoritária.
Dumbledore deu um suspiro profundo e fechou os olhos. De repente, ele se sentiu velho e cansado. Sua maior preocupação era a conversa que tinha tido com Thiago essa noite. Ele nem tinha tido a chance de rever o pequeno Harry. Tinha esperado dois meses para contar a eles, tinha adiado o máximo possível. Mas era inevitável, eles precisavam saber do perigo, tinham que fugir e se esconder. O pequeno Harry Potter corria um grande perigo. “Pobre criança, você não faz idéia do destino terrível que tem pela frente. E a sua vida depende agora de quem mal deixou de ser criança: Thiago, Lílian, Severo.” Dumbledore deu um novo suspiro ao lembrar do rapaz amargurado. “Pobre Severo, e eu o deixei acreditar que todo esse horror é culpa dele.”
Dumbledore tentou se forçar a se manter a concentração nos problemas mais imediatos. Ele podia entender a reação de Thiago. Agora, ele teria que esperar Thiago pensar melhor, se acalmar, contar tudo a Lílian. Talvez os dois viessem procurá-lo, espontaneamente, logo.
“Mas eles não vão saber nunca. Pelo menos isso eu posso fazer por você, Severo. Nenhum deles jamais saberá quem levou a Profecia a Voldemort. Eles só vão saber que foi você, agora, quem os protegeu.”



*****************

Thiago não conseguiu dormir, apesar do cansaço. Deitado no escuro, em silêncio, tinha passado a madrugada pensando na conversa com Dumbledore. Assim que o sol começou a nascer, ele se levantou da cama. Tentando não fazer barulho, foi ao quarto do filho.
- E aí, filhão? Ele sussurrou, enquanto pegava o bebê com cuidado. – tudo tranqüilo, até agora? Será que é mesmo você, filho? Harry Potter, o bruxo poderoso que vai derrotar Voldemort? E que vai ajudar centenas, milhares de pessoas a viver em paz? Ah, filho... eu queria poder te proteger de tudo isso...
- Thiago? O que foi?
Ela também não tinha conseguido dormir.
- Nada, amor. Eu só vim bater um papo, de homem pra homem, com meu filhote.
Lílian sorriu ao ver a cena. Harry parecia uma bolinha cabeluda, rindo no colo do pai, que fazia cócegas e sussurrava.
- Thiago! Você não pode ficar pegando o bebê no colo a toda hora desse jeito! Vai acabar deixando o menino mal-acostumado!
- Ah, Lil, que nada! Meus pais diziam que eu, quando era bebê, não saía do colo, e, como você pode ver, o resultado foi perfeito! Não é, filhão?
- Ah, táa, eu que o diga... – Ela riu. Mas em seguida completou com expressão mais séria: – Mas deixa o Harry dormir uma soneca no berço, porque a gente precisa conversar.
- Desculpa, filhão, mas a mamãe é quem manda...
Os dois foram para a cozinha e se sentaram em silêncio.
- E então, o que Dumbledore disse ontem há noite? E por que eu ouvi você gritar com ele? Lílian perguntou ansiosa.
Thiago hesitou por um momento. Depois, respirou fundo e começou a contar. Lílian escutava, cada vez mais pálida. Quando ele acabou de falar, ela o encarou por um instante, depois se levantou, as pernas tremendo, correu até a pia e vomitou. Thiago se levantou e a segurou:
- Calma, meu amor! Lil, não fica assim!
- Thiago, o que nós vamos fazer? Eu quero dizer... nós enfrentamos mesmo Voldemort três vezes, e Harry nasceu dia 31 de julho! Se essa história é verdadeira, pode ser ele mesmo a criança da Profecia! Mas... se Voldemort sabe, onde a gente poderia se esconder dele?
Thiago olhava desesperado para a mulher sem responder. Depois, sem encará-la diretamente, ele complementou:
- Mas eu não acredito que Voldemort já tenha se decidido por qual criança perseguir. Acho que, pelo menos isso, é invenção do Snape só pra me deixar apavorado.
- Thiago, não seja criança! Você pode ter lá a sua implicância com Severo, mas eu sempre me dei bem com ele. Eu o conheço melhor que você. Ele não ia inventar uma história dessas!
- Ele não presta, Lil! Escuta o que eu digo, ele não vale nada. Não foi ele que chamou você de “sangue-ruim” no quinto ano?
- Mas ele pediu desculpas depois! E, se a gente fosse levar em conta o que disse com quinze anos, eu não teria me casado com você, não é? Mas isso nem vem ao caso! De qualquer jeito, temos que nos esconder, porque Harry pode mesmo ser o bebê da Profecia!
Thiago ficou em silêncio e voltou a sentar, derrotado. Era verdade, não adiantava descontar a raiva em Severo Snape. A Profecia existia, de fato, e seu filho podia mesmo ser a criança prevista. E corria perigo.
Lílian, vendo o marido daquele jeito, procurou recuperar a calma. Thiago esperava que ela fosse forte. Recompondo-se, disse:
- Bem... nós já escapamos de Voldemort antes, amor. Podemos lutar.
- Mas agora é diferente, Lil. Ele está nos caçando, colocou todos os Comensais atrás de nós.
Lílian não agüentou. Disfarçando as lágrimas, enxaguou o rosto na pia, enxugou-se com um guardanapo e encarou o marido.
- Eu estou com medo, Thiago!
Ele a puxou para si num abraço protetor, recostando a cabeça na dela.
- Eu sei, meu amor, eu também estou. Mas eu quero que você saiba de uma coisa: eu não vou deixar que nada aconteça com você ou com o bebê. Eu dou a minha vida para salvar vocês dois.
Ficaram em silêncio abraçados na cozinha. De repente, Lílian teve uma idéia.
- A gente pode ir para Surrey, Thiago! Para a casa da minha irmã Petúnia... Lá, no meio dos trouxas, talvez ninguém nos encontre.

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