O Baile de Formatura



Capítulo XXXIV – O Baile de Formatura

Não teriam aula naquela manhã, o tão esperado Baile finalmente chegara. O dia lá fora estava radiante, o sol brilhava intensamente no céu; e foi esse mesmo sol que acordou Harry e Gina, que ainda estavam na Sala Precisa.

O garoto abriu os olhos e olhou para a garota deitada ao seu lado, delicada, angelical, “Como é linda!”. Levantou de um pulo ao imaginar o que Dumbledore falaria ao ver tal cena, mas ao olhar o quadro viu que, para o seu alívio, o diretor não estava lá. “Que estranho”, pensou, mas resolveu deixar pra lá e voltar suas atenções a Gina, que acordou segundos depois que ele retornou aos pufes.

- Bom dia – disse Harry dando-lhe um delicado beijo.

- Bom dia, que horas são? – disse a garota se trocando.

- Bem, creio que se não nos apressarmos perderemos o café da manhã.

Saíram da sala e foram diretamente para o Salão Principal, que já estava sendo decorado para o baile de formatura. O salão estava bem mais vazio, mas mesmo assim não deixaram de ser observados pelos poucos que restavam. Também não era pra menos, estavam com as roupas do dia anterior e provavelmente com o rosto e cabelos amassados.

- Bom dia – disseram para Rony e Hermione.

- Onde passaram a noite? – perguntou o garoto em tom inquisitivo, deixando o casal extremamente vermelho.

- Ah Rony, deixa de ser inconveniente, será que você não percebe que é algo particular – disse Mione num tom bem mais baixo e apreensivo que o garoto usara, o que na opinião de Harry e Gina foi um alívio.
Mesmo com tudo pronto Harry sentia que faltava algo. A imagem da morte de seus pais ainda latejava em seu cérebro.

“Como pode ser? Como eu consegui? Tá, minha mãe me salvou, mas como?” Essas eram as dúvidas que ainda persistiam em existir.

Estavam reunidos no Salão Comunal. Gina e Hermione estavam afastadas a uma poltrona, soltando risinhos em intervalos de tempo. Ao olhar para as garotas, Harry reparou que os olhos de Gina estavam extremamente azuis e os cabelos de Hermione estavam bem mais escuros e lisos. De repente uma luz acendeu em seus pensamentos.

- Hermione dê-me seu espelho.

- Que? Por que?

- Tive uma idéia – assim dizendo pegou o espelho e apoiou-o na mesa, recostando-o sobre uns livros para que ficasse em pé – TALANTALEGRA!

O feitiço foi diretamente para o espelho e retornou pelo mesmo caminho de ida acertando Harry bem no peito, fazendo com que suas pernas começassem a dançar freneticamente.

– Finite incantatem! – assim dizendo o feitiço cessou imediatamente – Chamem todos para a sala precisa agora!

– Mas por que Harry? – perguntou Rony, ainda olhando de Harry para o espelho sem entender absolutamente nada.

– Depois eu explico!

Meia hora depois todos os membros da AD estava reunidos à porta da sala no sétimo andar. “Podem entrar” disse Harry, sem ao menos sair da sala.

Ao entrarem se depararam com uma sala feita inteiramente de espelhos. Numa mesinha ao canto Harry havia separado, cortado e colocado em correntes menores, pedaços retangulares dos tantos espelhos que ali havia.

- Chamei todos vocês aqui tão repentinamente, pois percebi que em meio ao alvoroço para armarmos as passagens da escola, esquecemos de cuidar da nossa proteção.

- Ah cara, mas já sabemos duelar perfeitamente agora! – disse McMillan.

- Sim, mas talvez isso não seja o suficiente. Para entenderem o que estou falando, peguem uma correntinha dessa cada um de vocês e pendurem no pescoço.

- E para quê isso vai servir? Quero dizer, pra que queremos ter espelhos pendurando em nosso pescoço? Para que os comensais se enxerguem?

- Ah! – exclamou Hermione dando pulinhos – REFLEXÃO!

- Exato Mione – respondeu Harry dando um sorriso à amiga. Quero que todos vocês usem esses espelhos, tal qual uma armadura pra poderem duelar mais confiantes contra os comensais, desta maneira, quando um feitiço acertar o espelho ele será refletido dando a vocês a oportunidade de atacar e serem defendidos com o feitiço que o próprio comensal lançou em vocês entenderam? Agora treinem!

Passaram-se mais de uma hora até que todos estivessem craques na pontaria. Com o cair da tarde todos foram para seus respectivos dormitórios se arrumar para o baile.




Eram sete horas e a cada badalada do relógio Harry sentia seu estômago despencar um metro. Estava só na sala com Rony, olhavam para a já destruída lareira sem falarrem absolutamente nada.

- Hum hum....

Olharam para o topo da escada e lá estavam Gina e Hermione. A primeira com o vestido tomara-que-caia vermelho, justo ao corpo e com um racho do lado esquerdo, que ia até o meio da coxa. Usava um brinco prateado com cristais em forma de gota e no decote do vestido, um broche também em forma de gota, que Harry sabia se tratar do espelho que recebera mais cedo. Os cabelos ruivos da garota estavam presos em um coque alto e todo trabalhado, com finas mechas caindo displicentemente pelo seu rosto.

Hermione também estava maravilhosa com seu vestido lilás e branco. Os fios prata do vestido combinavam perfeitamente com a tiara em forma de coroa que usava. Tinha os cabelos soltos, lisos com cachos largos nas pontas, presos apenas pelas duas mechinhas que seguravam a coroa. Também usava o espelho em forma de broche no decote do vestido.

Foram em direção ao Salão Principal e no meio do caminho encontraram outros amigos, Harry viu todos usando os espelhos ao peito, cada um de uma forma diferente. Ao chegarem no salão viram que este estava decorado com gelos e cristais, tal qual ao baile de Inverno, três anos atrás. Fadinhas sobrevoavam o teto, no local das costumeiras velas, dando ao ambiente uma iluminação mais viva.

Todos entraram aos pares e se acomodaram nas mesinhas decoradas que circundavam a pista de dança. Harry não deixou de pensar que dentro de algumas horas aquela pista de dança se tornaria em um ringue de duelos. Em relance viu a coruja branca (Draco) encarrapitada ao topo de uma estátua no centro do salão, mas logo esta levantou vôo e saiu pela janela.

Os alunos da Sonserina usavam, na sua maioria, cores escuras, assim como preto, cinza chumbo, porém Harry percebeu que todos, sem exceção usavam pequenos adornos na forma de serpente.

- Harry olhe aquelas garotas – disse Gina apontando discretamente para Pansy Parkinson e suas amigas.

Ela usava um elegante vestido preto de um ombro só, que cobria inteiramente seu braço esquerdo. Suas amigas também procuravam esconder o pulso esquerdo com muitas pulseiras e outras com xales.

- Todas cobriram os braços – continuou a garota – provavelmente estão...

- Cobrindo a marca negra – concluiu Harry, lançando um olhar de desprezo ao grupo.

AS portas do salão abriram –se novamente e por elas entraram os pais de todos os formandos. Harry sentiu um aperto em seu coração, não haveria ninguém para representar a sua família, exceto pelo Sr. e Sra. Weasley, mas não era a mesma coisa.

Iam entrando agora os pais de Hermione, que, para o assombro de Harry, vinham conversando animadamente com Petúnia Dursley. O garoto pensou estar vendo coisas, só podia estar sonhando mesmo...

Mais cadeiras iam surgindo ao lado dos alunos do sétimo ano para que seus respectivos pais se acomodassem. Ao lado esquerdo de Harry, uma imponente cadeira toda acolchoada, tal qual as demais surgiu. O Sr. e a Sra. Weasley sentaram-se entre Rony e Gina, Sr. e Sra. Granger ao lado de Hermione, e ao lado de Harry uma única cadeira restava quando...
- Olá Harry!

- Olá... Tia – disse meio gaguejante, ainda surpreso com a presença da tia.

- Tia? – disseram Rony, Gina e Hermione, assombrados.


Eram mais de oito horas quando o jantar foi servido e como de costume, tudo estava maravilhoso, mas nem Harry nem seus colegas tinham tanta fome assim. Trocavam constantes olhares como num sinal de alerta.

Depois do discurso de McGonagal, teve-se início a entrega dos diplomas. Outro evento daquela noite era a aceitação dos formandos para seus respectivos cursos superiores. Curandeiros do St. Mungus, trabalhadores do Ministério, uns conhecidos de Harry, outros não. Só faltava a presença do ministro, mas já era sabido de todos os motivo de sua ausência (desavenças com a escola).

- Quando eu chamar seus nomes - recomeçou a diretora – venham até a frente para receber seu diploma e a carta do curso que escolheu, já decidido pelos NOMs e NIEMs.

Um longo pergaminho desenrolou-se pelas mão das diretora e um por um foram sendo chamados.

A medida que o pergaminho ia diminuindo Harry sentia-se ,mais nervoso. A formatura estava acabando agora e a qualquer momento os ataques começariam.

- Harry Potter – anunciou McGonagal.

O garoto estava tão absorto em seus pensamentos que foi preciso chamá-lo novamente para que acordasse. Ao levantas sentiu Gina puxas suas vestes, ao virar-se para a garota viu o pânico estampado em seu rosto.

- A janela... – murmurou.

Virou-se rapidamente e viu, em pontos distintos lá fora, fagulhas amarelas, laranja e vermelhas brilhando no céu. A quanto tempo estariam brilhando, Harry não sabia responder. Correu com todas as forças até a professora e colocou-se a visão de tosos.

- Potter, o que está fazendo?

- Salve os trouxas – disse para ela.

- Que?

- Salve os trouxas... Voldemort... aqui! – estava ofegante demais para articular frases corretamente.

- Agora?

- JÁ!

Muitos alunos que estavam desatentos acordaram com o berro de Harry. O que antes eram simples faíscas se tornaram labaredas, chamando a atenção de todos no salão, fazendo com que todos os alunos da AD se posicionassem com varinhas na mão.

CONTINUA...



Muitos alunos que estavam desatentos acordaram com o berro de Harry. O que antes eram simples faíscas se tornaram labaredas, chamando a atenção de todos no salão, fazendo com que todos os alunos da AD se posicionassem com varinhas na mão.

- Estão no quarto andar – disse Moody, observando com o olho-mágico.

- Precisamos levar os trouxas até a sala precisa! – disse Harry.

- Eu levo – prontificou-se Hagrid.

- Bom, siga pela torre da Corvinal – disse o garoto examinando o Mapa do maroto.

- Te acompanho Hagrid – disse Tonks – venham comigo, por favor! – e assim todos os trouxas foram saindo, uns diga-se de passagem, muito a contra-gosto.

- Vá com eles Rony – disse a Sra. Weasley.

- Não! Não vou fugir!

- Vá e leve sua irmã!

- A gente se organizou pra isso mãe, não iremos fugir feito covardes! – disse o garoto extremamente vermelho!

- Outro grupo entrou pelo primeiro andar e outro pelo jardim – informou Moody.

- Vamos para os jardins! – disse Flitwick, esganiçado.

- Não, os centauros estão por lá. Dividam-se entre o primeiro e quarto andar! – disse Harry – tia por que você continua aqui?

- Eu posso ajudar!

- Salve-se tia, a senhora não é invisível! – assim dizendo lembrou-se da capa – ok, venha comigo! Pegue meu espelho e fique alerta!

Harry correu como nunca até a torre da Grifinória, mas no meio do caminho encontrou ninguém menos que Hookwood.

- Olá Potter.

- Saia da minha frente!

- Como queira... ESTUPEFAÇA!

- Impedimenta! – gritou antes mesmo de ver o raio vermelho saindo da varinha do bruxo – vamos tia, estamos perto!

Chegaram na sala e rumaram para o dormitório masculino.

- Vista isso e... – um barulho de explosão e muitos gritos. Pela janela Harry viu que o terceiro andar estava em chamas e nos jardins, centenas de flechas cortavam o ar, sendo em sua maioria bem mais rápidas que os feitiços – começou tia, vamos!

Começou a correr desesperadamente, queria retornar ao salão principal, precisava se reunir com seus colegas!

Passou por um grupo de comensais da morte que ao tentarem torturar uns sextanistas acabaram sendo vítimas de sues próprios feitiços, por causa dos espelhos que todos eles usavam ao peito.

- Suba para o sétimo andar tia, é uma ordem... Ah!!! – um feitiço acertara-o em cheio nas costas, fazendo o feitiço da desilusão cessar.

- Nos encontramos de novo Potter. Saudades do seu padrinho? – disse Bellatrix naquela mesma voz infantil que usara dois anos antes, no Ministério – quem sabe você não gostaria de se juntar a ele, não é? Avada... TUM! – Petúnia acertara em cheio um vaso nas costas da mulher.

- Obrigado!

- Disse que poderia ser útil...

A essa altura outras partes da escola estavam em chamas, a julgar pelos sons de explosão e destruição dos demais andares, mas não dava para Harry dizer quem levava a melhor nisso tudo.

Antes de alcançar o Salão Harry avistou Gina e Hermione saindo por um corredor. Elas tinham profundos cortes na mãos e nos rostos, seus vestidos estavam sujos de poeira e sangue e tinham muitos rasgos, os cabelos, antes cuidadosamente arrumados estavam agora sujos e caídos pelo rosto.

- Gina, Mione! Vocês estão bem? Cadê o Rony?

- Estamos bem, creio que liquidamos os comensais do quarto andar.

- Eu e a Mione explodimos ele todinho, logo após paralisarmos aqueles idiotas – dizia Gina com um sorriso triunfante no rosto.

- Harry, você viu o Neville por aí?

- Não Mione, por que?

- Ele estava com a gente, mas viu Bellatrix na tapeçaria do segundo andar e ficou por lá pra duelar com ela, dizemos pra ele deixar pra lá já que ela não tinha visto a gente, mas ele não escutou. Acho que queria vingar o que ela fez com os pais...

- Mas Bellatrix estava agora mesmo no terceiro andar, ela quase me acertou...

- Ai Neville – disse Hermione agora com lágrimas nos olhos – a gente avisou pra ele não ir até ela...

- Vamos Mione, não adianta fazer nada agora, temos que salvar os demais – disse Harry, agora com um ar mais decidido que nunca – vamos para os jardins!

Passaram as portas da entrada, a neve cobria todo o terreno da escola e pelo chão, rastros de sangue davam sinais da terrível batalha que acontecia ali fora.

- Vamos permanecer juntos, não importa o que aconteça, vamos procurar os demais e enfrentar os comensais em grupo, todos unidos, entenderam? – as garotas consentiram e eles se adentraram pelo jardim.

Não demorou muito para que encontrassem mais colegas. Simas duelava bravamente ao lado de dois centauros contra nada menos que cinco comensais. O garoto tinha o ombro esquerdo visivelmente deslocado, mas mesmo assim lutava como se nem sentisse o ferimento.

- Estupefaça! – gritou. Assim nocauteou um dos cinco comensais enquanto o centauro acertava outro com uma flechada.

- Simas venha com a gente, vamos reunir o grupo, atacaremos em bando! Venha – disse Harry depois de nocautear o outro comensal – cada um dá cobertura ao outro ok? Mais uma vez todos concordaram e seguiram mais à frente.

Muitas e muitas flechas cortavam o ar com zumbidos surdos. Poucos eram os alunos da Sonserina que se juntaram aos comensais, muitos, Harry tinha certeza, se acovardaram. Iam se aproximando agora de Pansy Parkinson e suas amigas, que rodeavam uma garota do sexto ano da Corvinal, estava sem a varinha e era espancada sem um pingo de dó.

- Haha sangue-ruim imprestável, só mesmo você pra pensar que seria paria pra duelar...

- Ela é muito mais capaz que você Pansy! – adiantou-se Hermione.

- Ah, que ótimo, outra sangue-ruim. Que prazer imenso em acabar com essa raça nojenta... Estupef...

- Protego! – gritaram os quatro, paralisando assim todo o grupo – devolveram a varinha para a garota que se juntou ao grupo.

Devido a grande quantidade de feitiços lançados, alguns comensais foram atraídos até o grupo. Harry conseguiu ver de relance o Sr. e a Sra Weasley. Juntamente com a professora McGonagal duelando com outros dois comensais especialmente grandes. Viu o Sr. Weasley nocautear o maior depois deste lançar um feitiço que fez a Sra. Weasley desmaiar.

Um cortante frio invadiu o ambiente, não era o frio do inverno, era um frio completamente diferente e Harry sabia muito bem o porque disso. Olhou para o céu e viu uma nuvem negra se aproximar dos jardins. Mais de cento e cinqüenta dementadores estavam chegando, provavelmente sob as ordens de Voldemort. O garoto nem ao menos esperou eles chegarem em terra firme, cutucou seus companheiros e gritou com toda força que havia em seu corpo “Expecto Patronum”.

Todos acompanharam, mas era meio difícil ter pensamentos felizes quando seus colegas e professores eram mortos ao seu lado. Não conseguiram espantar todos os dementadores, deixando os que sobraram, extremamente furiosos, mas devidamente apavorados para chegarem mais perto enquanto o grupo não estivesse sozinho.

Harry tentou mais uma vez, mas acabou sendo acertado por um feitiço desconhecido, lançado por uns dos comensais do grupo que estava próximo. O garoto voou de costas e foi arremessado contra uma árvore. Sentiu o sangue quente escorrer pelo seu cocuruto antes de desmaiar.

Acordou o que pareceu ser uns quinze minutos depois devido aos solavancos. Estava sobre as árvores e ANDANDO! Hermione e Gina estavam ao seu lado.

- Onde a gente está? – sentia uma tremenda dor na cabeça, mas passados alguns segundos já tinha idéia da resposta – não me diga que este é o ...

- Grope? Exato! – disse Hermione – Simas está no outro ombro coma Luna e a outra garota. Tenho eu admitir que o Grope é forte, os comensais não conseguem nocauteá-lo com feitiços, sua pele é muito resistente e você precisa ver a facilidade com que ele “passa” pelos comensais – completou a garota com um certo ar de nojo.

Outra explosão chamou a atenção do grupo, a Torre de Astronomia acabara de desabar. Viam pessoas pulando pelas janelas da torre, mas não sabiam se eram comensais ou colegas.

A lua cheia clareava agora os terrenos da escola, a matança era muito maior vista daquele ângulo. A neve, antes branca se encontrava completamente vermelha em certos pontos do jardim. Volta e meia Grope arrancava a árvore mais próxima e arremessava contra os comensais.

- Ah meu Deus Grope, pára! – gritou Hermione – pára agora, eu tenho que descer!

O gigante parou num solavanco e ajudou a garota a descer de seus ombros. Harry e os demais também desceram para ver o que acontecera. A uns cinco metros deles havia um corpo, irreconhecível pelas sombras das árvores da floresta, bem próxima agora.

- Viktor, Viktor você está me ouvindo? – Hermione caiu de joelhos sobre o corpo do rapaz, virando-o para cima – Viktor, por favor, me responda! – ela estava desesperada agora, chacoalhava o corpo do garoto pelos ombros. Harry e os demais olhavam para os lados esperando encontrar o responsável pelo ataque.

- Her-mi...Hermio-ne – disse o garoto num tom fraco.

- Ah graças a Deus você está vivo – ela abraçava o rapaz com tanta força, mas ele não fazia objeção – Grope, leve-o para um lugar a salvo, por favor! Pode ir sossegado – disse virando-se para Krum, que olhava o gigante com um ar desconfiado – com ele você estará a salvo. Continuaremos daqui Grope – e assim dizendo rumaram para o ouro lado do jardim, bem mais silencioso, mas não menos perigoso.

Caminharam por mais de maia hora sem encontrar ninguém quando, em uma clareira próxima a cabana de Hagrid, encontraram outros colegas. Colin, Justino, Dino, mas nenhum sinal de Rony.

- Vocês viram o Rony? – perguntaram Gina e Hermione ao mesmo tempo para os garotos.

- A última vez que eu nos o vimos ele estava perto do lago duelando com um comensal gordo, baixinho e com cara de rato – informou Dino.

- Pettigrew – disse Hermione olhando para Harry, simplesmente apavorada – temos que acha-lo Harry!




Enquanto isso, do outro lado dos jardins Lupin, Moody e Tonks liquidavam os últimos comensais daquela área. Já não faziam mais idéia do número de feridos e mortos, muito tempo havia se passado e o grupo havia se dissipado, mas tinham certeza que os comensais estava levando a pior, porém não havia sinal de Voldemort, pelo menos não daquele lado.

Em meio às nuvens desponta novamente a lua cheia e novamente Lupin começa a se transformar em lobisomem.

- Fiquem tranqüilos, tomei a poção hoje – disse antes de se tornar um lobo por completo.
Ao longe um uivo de destoa do mar de gritos e explosões. Lupin desata a correr, seguido de perto por Moody e Tonks. Os jardins iam se tornando mais vazios agora, já deviam ter se passado umas duas horas desde o início das invasões. Os uivos iam se tornando mais altos e claros, deviam estar perto agora.

Já era possível se ver a margem do lago, havia pessoas ali. O grupo parou a uma pequena distância para examinar a situação e lá estavam Pedro Pettigrew e Lobo Grayback torturando ninguém menos que Rony!

- É garotinho, lobo mau te achou – dizia Grayback com um sorriso irônico pela sua cara lupina.

- Grande coisa seu cachorro sarnento! E você também seu rato imundo, não consegue me enfrentar sozinho não? Covarde!

- Ah... Que coisa feia de se falar, mamãe não te ensinou a respeitar os mais velhos? – dizia o homem enquanto Pettigrew olhava Rony fixamente nos olhos – será que eu vou ter que te ensinar a lição? – mal terminou de falar e avançou diretamente para o garoto, se transformando imediatamente em lobisomem.

- Ah não vai não! – gritou Gui, saindo do meio das árvores, no outro extremo do lago, colocando-se entre o irmão e o lobisomem.

Estava diferente, não era humano, mas também não era um lobisomem completo, não tinha o focinho alongado, nem pêlos pelo corpo. Sua pele era negra como piche e lisa, parecia emborrachada, os olhos estavam completamente negros, as presas eram salientes e afiadas, tinhas as unhas negras e pontudas. Ficaram ali por uns segundos se encarando e se medindo com os olhos, dando tempo para que Rabicho acertasse Rony, que estava totalmente absorto na aparência do irmão.

- Crucio! – ordenou o homem.

Rony gritou. Fora pego de surpresa, pelo lado, caira em um ângulo estranho, o que resultou na quebra de seu braço. Nessa altura Harry e os demais não estavam tão longe. Ao ouvir o grito de Rony, saíram desembestados naquela direção, ficando cara-a-cara com Grayback.

- Um já era – dizia com ar satisfeito olhando para o corpo inerte de Gui, que voltara ao seu estado normal. Estava todo arranhado, mas o corte mais profundo se encontrava ao lado esquerdo de seu pescoço, com certeza estava morto – largue ele Rabicho, deixe comigo!

Rony estava caído no chão, quase desacordado, reuniu as forças que ainda lhe restavam e apontou a varinha para o homem.

- Sectusempra! – um corte apareceu no nível do olho direito do homem, fazendo-o afastar-se alguns passos, uivando de dor. Foi a deixa para Lupin atacar.

Moody seguia-o de perto com a varinha em punho, Tonks foi até Harry para conte-los e assim não atrapalhar ou serem atingidos.

- Fiquem tranqüilos, tudo dará certo.

- Colucorpus!- gritou Moody, fazendo os braços e pernas do lobisomem, cego de um olho, de colarem, facilitando para Lupin cravar os dentes em seu pescoço, tal qual ele fez com Gui. Lobo Grayback também estava morto.

- Nunca na minha vida ataquei alguém de tal forma – disse Lupin, voltando na sua forma humana – e espero que nunca mais isso aconteça, é horrível – concluiu olhando para Moody e Tonks.

- Pode deixar Ramo, nunca mais... – disse Pettigrew segundos antes de cravar as garras de sua mão metálica nas costelas de Lupin, bem ao lado esquerdo.

- Ah! Rabicho...

- Lupin! – gritaram Harry, Tonks e Moody ao mesmo tempo.

- Rabicho seu... – tinha grande dificuldade para falar agora, um filete se sangue começava a escorrer pelo canto de sua boca.

- Fala agora Remo, vamos! – e à medida que falava com o bruxo, Rabicho enterrava mais e mais as garras no corpo de Lupin – formidável não? Bem que o Lorde disse que algum dia seria útil. E não é verdade, foi bem útil. Sempre me menosprezando, não é Remo? Quem está por cima agora heim? – e dizendo isso enterrou até o punho nas costelas do homem, que estava de joelhos, arquejando de dor.

- Lupin! – Tonks correu em sua direção, mas foi arremessada para longe por Rabicho, que com a outra mão lançou-lhe um feitiço.

- Você já era Remo!

- Não Rabicho, você já era – e assim lançou um olhar à Harry – é com você agora Harry – e como se quisesse muito aquilo, como se necessitasse, Lupin fechou os olhos e deu um longo respiro, tossiu, cuspiu um pouco de sangue, olhou de Moody para Tonks, em quem fixou o olhar, que permaneceu vidrado. Morrera, enfim iria se juntar aos seus amigos. Estava agora em paz.

- Ah seu filho da p... – uma fúria sem nome tomou conta de Harry, ele partira com tudo pra cima de Rabicho quando...

- Avada Kedavra! – Moody estava com a varinha apontada diretamente para o peito de Rabicho, que caiu duro no chão, também morto.

Ficaram ali por alguns minutos até Tonks acordar. Harry chorava de ódio, raiva. Queria agora mais que nunca, que isso tudo acabasse. Não suportaria ver mais ninguém morrendo. Rony abraçava-se ao corpo do irmão, estava em estado de choque.

- Harry vamos – Moody deu um leve puxão nas mangas do garoto – chegou a hora.

O garoto olhou para o bruxo que, a muito custo, apontou para o castelo. Na direção da porta de entrada, misturada à fumaça das explosões estava a marca negra, viva e verde.




Fazer o caminho de volta para o castelo era infinitamente mais difícil agora que estava tudo em silêncio. Ver os corpos sem saber a quem pertenciam era pior que vê-los vivo e duelando.

I can't remember anything
Eu não me lembro de nada
Can't tell if this is true or dream
Não consigo dizer se é sonho ou realidade
Deep down inside I feel to scream
Bem lá no fundo eu quero gritar
This terrible silence stops me
Esse silêncio terrível me paralisa

Passavam agora pelas portas de carvalho, estava tudo destruído. Não enxergavam muita coisa à suas frentes, mas Harry sabia exatamente onde deveria ir, ao Salão Principal. Dito e feito, ao entrar no recinto lá estava ele, tal qual no cemitério três anos atrás, mesmo olhar ofídico, mesmo ar superior, mesma ironia. Estava parado ao centro do salão, com ar imponente, mas com um pouco de desprezo, como se aquilo tudo fosse entediante.

- Olá Harry, que prazer em revê-lo!

Now that the war is through with me
Agora que a Guerra acabou comigo
I'm waking up, I cannot see
Eu acordo, não consigo ver
That there's not much left of me
Que não resta muito de mim
Nothing is real but pain now
Nada é real exceto a dor que sinto agora

- Pena que não posso dizer o mesmo – tinha os olhos fixos no bruxo – pensei que você dispensaria seus capangas para o tão esperado duelo – disse olhando rapidamente para os comensais que apareciam de trás das estátuas de gelo.

- Eles não farão nada se esse seu grupinho de amigos não interferir – o bruxo parecia se divertir ao ver que um grupo de garotos de 17 anos com apenas um adulto seria de grande preocupação.

- Eles não estão aqui para isso. Saiam – ordenou para os colegas e Moody.

- De jeito algum – disse Rony, com uma tala em seu braço – o que nos garante que eles também sairão? – disse apontando os comensais com a cabeça.

- Vocês têm a minha palavra – disse Voldemort

- Aha! Grande coisa! – completou, encarando pela primeira vez o bruxo o qual temia dizer o nome – sua palavra é tão confiável quanto a existência dos Bufadores de chifre enrugado!

- Rony fique quieto – murmurou Hermione.

- Ora garoto insolente saiba que poderia mata-lo agora mesmo, mas você não faz parte do meu plano. Eu quero ele! Avada Kedav....

- Protego – gritaram todos, inclusive Harry.

Mais uma vez o raio de suas varinhas se encontraram criando o priori incantatem, os demais feitiços ricochetearam no raio dourado que se formou entre Harry e Voldemort. Alguns raios acertaram no teto, outro dois nos comensais e no grupo que seguia Harry. Devido ao forte impacto no teto algumas estalactites de gelo se desprenderam e caíram perigosamente sobre eles. Um comensal foi atingido e ficou desacordado, Moody também foi atingido, mas o estrago foi bem menor: um profundo corte abaixo do olho mágico.

Hold my breath as I wish for death
Seguro minha respiração enquanto anseio pela morte
Oh please God, wake me
Por favor, Deus, me acorde

Agora ao cento do salão estavam apenas Harry e Voldemort protegidos pela arredoma dourada do feitiço que unia suas varinhas. Rony, Hermione, Luna, Dino, Gina, a garota da Corvinal e Moody se dividiam agora entre os cinco comensais que ainda permaneciam em pé.

As portas do salão foram fechadas, ainda se ouviam explosões por todo o castelo, o teto tremia ameaçadoramente fazendo mais estalactites tremerem. Não se tinha muito que Harry e Voldemort fazer, se o garoto quisesse duelar com o bruxo havia duas opções para que conseguisse chegar até o fim daquilo: ou pegava a varinha de alguém ou desarmava o bruxo, vendo que a segunda opção era bem mais complicada, tentou se mover para pegar a varinha do comensal morto pela estalactite.

Não podia quebrar a ligação se não estaria moro, tinha que se movimentar vagarosamente e sem levantar suspeitas do bruxo, mas ao mesmo tempo ser ágil, não teria outra chance como aquela e para piorar estava sem seu espelho, lembrara-se naquele momento que o dera para sua tia.

Estava próximo do comensal agora, acabara de colidir com seu ombro, a varinha estava a poucos paços de seu lado direito. Tudo que teria que fazer era trocar a sua varinha de mão e distrair o bruxo com algo para que pudesse se abaixar e pegar a varinha aos seus pés.

Estava desesperado, não tinha idéia alguma para distrair Voldemort, tinha quase perdido as esperanças quando viu a coruja branca adentrando o salão pela janela mais alta. O garoto tentou fazer um sinal para Malfoy distrair o bruxo, mas não foi preciso; o garoto foi diretamente em direção ao bruxo, cravando suas patas em sua cabeça.

Back in the womb it's much too real
Voltando ao útero é real demais
In pumps life that I must feel
Dentro pulsa a vida que tenho que sentir
But can't look forward to reveal
Mas não posso olhar adiante para revelar
Look to the time when I'll live
Olhe para o tempo que irei viver

Nesses meros segundos Harry abaixou e pegou a varinha do comensal desmaiado. Com todas suas forças tentou esvaziar a mente para poder lançar um feitiço não verbal em Voldemort.

- Ah... Coruja maldita! – urrava o homem enquanto Malfoy cravava suas garras em seu rosto –Uh!

Com a mão livre Voldemort segurou a coruja por uma de suas asas e distanciou-a do rosto. Debatera-se tanto para tirar a ave de seu rosto que acabara partindo com a ligação entra as varinhas, dando a Harry uma dianteira para o ataque.

- Coruja idiota! Petrificus...

- Protego! – disse Harry, mentalmente utilizando a varinha do comensal.

De repente Voldemort lembrou-se da existência de Harry logo após de ser acertado na mão que segurava a varinha. Estavam bem no centro do salão, ao redor os comensais duelavam com os garotos, mas além de estarem cansados, estavam em menor números, sem contar que a habilidade e Moody, mesmo se tratando de um velho, era equivalente a de 10 aurores jovens.

- Harry, Harry... Muito esperto de a sua parte utilizar feitiços não verbais contra mim, mas não se esqueça que ainda posso entrar em sua mente e ver tudo o que você está pensando em usar contra mim.

Então de repente, sem aviso algum o bruxo penetrou em sua mente, não dando tempo a Harry para esvazia-la. Todos os acontecimentos recentes, as lutas do lado de fora, a noite anterior com Gina na Sala Precisa...

- Não... Saia... – Harry estava demasiado fraco para reagir.

Fed through the tube that sticks in me
Alimentado pelo tubo enfiado em mim
Just like a wartime novelty
Como uma novela de tempos de Guerra
Tied to machines that make me be
Preso a máquinas que me fazem existir
Cut this life off from me
Corte esta vida de mim

- Ah que lindo, você tem uma namorada! – Voldemort tinha um sorriso demente em seus olhos, encarava Harry com tanto fervor que nem notou a morte de seus comensais – E será que ela está aqui? Ou você preferiu protege-la?

- Se...Você...Tocar...num... fio...

- Ah... então ela ESTÁ aqui! – disse o bruxo desviando o olhar do garoto e começando a procurar Gina – Achei... Levicorpus.

- Protego! – gritou Harry, mas o feitiço nem ao menos chegou a encostar no bruxo, estava muito fraco.

Hold my breath as I wish for death
Seguro minha respiração enquanto anseio pela morte
Oh please God, wake me
Oh por favor Deus, me ajude

- Me solta seu monte de bosta de dragão – gritou a garota flutuando de ponta cabeças em direção a Voldemort.

- Olha só! E ainda tem coragem de brigar numa situação como essa... – definitivamente ele estava se divertindo com tudo aquilo.

- Solte a garota Tom!- adiantou-se Moody.

- Cale a boca seu velho! – e com um gesto Voldemort arremeçou Moody contra a parede fazendo mais estalactites de gelo se desprenderem do teto e caírem sobre o auror desacordado ao chão.

- Moody! – a garotinha da Corvinal foi a direção ao auror morto, mas foi impedida por Hermione.

- Fique aqui se não você será a próxima...

- Muito bem garota – disse Voldemort olhando agora para Hermione – bem esperta para uma sangue-ruim.

- Por que essa cara Tom – disse Harry – se não me engano você não é muito diferente. Seu pai era um trouxa não era?

- Não ouse a falar do meu pai garoto! Você não sabe de nada!

- Ah sei sim Tom, sei muito mais do que você imagina!

- Não me chame assim! – Voldemort trazia Gina cada vez mais pra perto.

- Mas é seu nome, não é? O mesmo nome do seu querido pai...

- Cale a boca...

- Homem de origem trouxa, homem por quem sua mãe se apaixonou...

- Cale a boca – tinha novamente os olhos fixos em Harry, esquecera Gina por um momento.

- Mas ele não se apaixonou por ela, não foi? – Harry começava a sentir Voldemort fraquejando, invadindo cada vez menos seus pensamentos.

Now the world is gone I'm just one
Agora o mundo não existe mais, sou apenas um
Oh God help me
Oh Deus me ajude
Hold my breath as I wish for death
Prendo minha respiração enquanto anseio pela morte
Oh please God, help me
Oh, por favor, Deus, me ajude

As narinas ofídicas do bruxo iam se dilatando mais a cada palavra de Harry, sua respiração ia se tornando mais ofegante, a mão da varinha tremia levemente, obviamente não esperava que o garoto soubesse de tudo isso. Ao canto do salão Rony ia se aproximando dos dois, vagarosamente.

- Então ela o enfeitiçou, não foi? Colocou uma poção do amor no suco dele e...

- Cale a boca! – o bruxo tremia visivelmente agora. Harry sentia suas forças revitalizadas, sentia que agora estava no comando, via Voldemort cedendo à sua conversa.

- E por ter se envolvido com um trouxa ela foi deserdada. Estava sozinha, não era? Então seu pai descobriu sobre a poção e sumiu, não foi? Sumiu e deixou sua mãe.

- Não... fale...

- Deixou sua mãe sozinha e grávida. Grávida de você, não é?

- Não... fale... – tinha os olhos fechados agora, seu peito arfava, sua respiração custava a sair, tinha a mão livre na cabeça, como se quisesse espantas aquelas memórias.

- Rony, o que está fazendo – sussurrou Hermione – fique aqui.

O garoto fez sinal de silêncio e continuou. Hermione por sua vez olhou para Gina e murmurou um contra-feitiço e a garota começou a voltar para o grupo.

- Então ela morreu; e você, recém-nascido, foi para um orfanato, mas você não era órfão, você tinha um pai, mas ele não te queria – Harry começava a sentir prazer nas palavras que dizia, esperara muito para ver Voldemort naquela situação, estava torturando o bruxo nas próprias memórias.

- Cale... sua... boca...

- Não Tom, você precisa ouvir... – ia se aproximando do bruxo, estava de cabeça erguida. Já vira que Rony ia chegando pelas costas de Voldemort e Hermione estava trazendo Gina de volta. Estava tudo ocorrendo bem – Eles precisam saber o motivo de tanto ódio contra trouxas e “sangues-ruins”, sendo você mesmo um deles.

- Garoto você está passando...

- Dos limites? E quais limites são esses? E você não passou dos limites quando, covardemente, entrou na casa dos seus avós paternos e matou todos eles? Você também não passou os limites quando convocou aquele bando de idiotas pra seguir com essa sua frustração maluca? Diga-me Tom, você não acha também que passou dos limites quando entrou na casa dos meus pais e os matou sem piedade alguma? Heim? FALA! – estava gritando, apontava a varinha para o peito de Voldemort, sua respiração estava tão ofegante quanto a do bruxo à sua frente.

Então a respiração de Voldemort começou a diminuir, estava caído ao chão e Harry agachado à sua frente. Uma pontinha de esperança começou a brilhar no peito de Harry, somente um feitiço seria o suficiente.

Darkness
Escuridão
Imprisoning me
Me aprisionando
All that I see
Tudo que vejo

De repente os olhos de Voldemort se abrem, suas pupilas vermelhas se estreitam e em fração de segundos levanta-se do chão, avançando contra Harry, levantando-o do chão pelo pescoço.

- Ah!! – estava sendo enforcado.

- Buu! Achou que tinha vencido, Potter?

Rony avança em direção de Voldemort e lança-lhe um feitiço estuporante, mas era demasiado fraco para nocauteá-lo, mas foi suficientemente bom para livrar Harry de seus dedos.

- Garoto idiota! – disse Voldemort lançando outro feitiço em Rony, um feitiço desconhecido, que mesmo refletido no espelho deixou o garoto desacordado, tamanho sua força.

- Ro.... – Hermione ia gritar, mas Gina tapou sua boca antes que terminasse.

- Pare de bancar o forte garoto...

- Não sou eu quem está bancando o forte, Tom!

Ao ser chamado novamente por aquele nome, Voldemort paralisou onde estava, sentia-se extremamente incomodado em ser chamado daquele nome.

- O que foi? Dumbledore sempre te chamou assim...

- Dumbledore está morto!

- Ele nunca terá morrido enquanto...

- ... houver gente fiel à ele. Blá, blá blá! Grande coisa. O que um velho morto pode fazer por vocês agora? NADA!

- Não subestime Dumbledore, Tom!

- Dumbledore está morto garoto, MORTO!

Ficaram se encarando por meros segundos quando o chão começou a tremer. Foram pegos de surpresa, Luna e a garotinha da Corvinal olharam para Hermione procurando ajuda, quando a coluna de gelo mais próxima desabou.

- Aqui está perigoso, precisamos sair! – disse Luna pegando Rony, ainda desacordado.

- Vamos um, eu te ajudo – disse Hermione, desviando por pouco de umas estalactites que se desprenderam juntamente com a coluna de gelo.

- Harry vamos embora, a escola vai desmoronar!

- Não posso Gina, vão vocês!

- Nem morta eu te deixo!

- Vamos Gina, precisamos sair daqui! – dizia Luna.

- Não!

- Pois bem, quer ficar com ele? Então fique. Avada Kedavra!

- Não! – berraram Harry e Hermione ao mesmo tempo, sabiam que o espelho não suportaria tal feitiço, ela iria morrer... Mas Malfoy, mesmo com uma asa quebrada se colocou entre o feitiço e a garota.

Realmente o espelho não era forte o bastante para suportar um Avada Kedavra. Mesmo com o abjeto ao seu peito, o garoto acabou morrendo. E voltando ao seu estado normal. Mas como era esperado, parte do feitiço refletiu e por pouco não acertou Voldemort.

- Malfoy... Que lindo, jamais pensaria que você ajudaria esses patéticos coitados...

- É lógico, você não pensa mesmo – disse Harry.

- Ah garoto não me abuse. Legimiliens! – novamente Harry sentiu Voldemort penetrando seus pensamentos, de uma maneira mais fraca, mas mesmo assim desgastante. Não podia deixar aquilo acontecer novamente, não podia...

- PROTEGO! – gritou tão alto que o feitiço saiu bem mais forte que o esperado, pegando o bruxo de surpresa.

Absolute horror
Horror absoluto
I cannot live
Eu não posso viver
I cannot die
Eu não posso morrer
Trapped in myself
Preso a mim mesmo
Body my holding cell
Meu corpo é a minha cela

Voldemort foi arremessado para longe e colidiu com a parede oposta. Estava desacordado, mas Harry sabia que não estava morto, precisava terminar o serviço, precisava mata-lo, tinha que cumprir a profecia.

- Harry, aonde você vai? O castelo está desabando, vamos embora! – suplicou Gina.

- Preciso terminar isso Gi, você não entende...

- Mas ele vai morrer de qualquer maneira. Isso tudo vai desabar sobre ele... E sobre a gente se não sairmos daqui agora!

- Só um feitiço... – ele ia se aproximando do corpo inerte do bruxo.

- Harry escute a Gina, vamos! – pediu Hermione quase ao choro.

- Posso terminar com todo esse sofrimento agora...
Landmine
O campo minado
Has taken my sight
Levou minha alma
Taken my speech
Levou minha fala
Taken my hearing
Levou minha audição
Taken my arms

Estava bem próximo a Voldemort agora, sentia sua respiração fria e aguda. Não podia ir embora agora que o tinha em suas mãos. O castelo estava em ruínas, o teto cederia a qualquer momento agora, mas sentia que era exatamente aquilo que deveria fazer naquele momento: mata-lo.

Parte do teto começou a desabar, o garoto estava tão envolvido em seus pensamentos que se esqueceu dos colegas.

- Vão embora!

- Não Harry – Gina chorava muito – não saio daqui sem você!

- Me obedeça Gina! Eu te disse ontem que caso acontecesse alguma coisa era pra você me deixar. Agora me obedeça pelo amor de Deus!

- Eu te disse que não te deixaria nunca!

- E nunca vai deixar, eu estarei sempre com você!

- Ah Harry! – a garota atravessou o salão em direção a Harry, abraçou-o fortemente. Não queria deixa-lo.

- Vá Gina, eu ficarei bem – disse em seu ouvido – você sabe que eu PRECISO fazer isso, para o bem de todos. É ele ou eu.

- Mas não os dois! Saia daqui, ele morrerá de qualquer jeito!

- Você sabe que não é verdade. EU tenho que mata-lo – eles se olharam por alguns segundos. Harry passou a mão pelo rosto da namorada, doía muito ter que deixá-la, mas sabia que a dor seria infinitamente maior ao vê-la morta – agora vá Gina... Vá

- Eu te amo!

- Eu também te amo! – e foram se distanciando lentamente.

Outras placas do teto caíam agora, foi realmente difícil para o grupo sair do castelo, ele estava completamente em chamas! Não haveria como Harry sair se demorasse muito mais.

Já no salão as únicas pessoas vivas lá dentro eram Harry e Voldemort, estava realmente sozinho agora. Sempre esperara por aquele momento e agora era a hora, iria matar o homem responsável pela morte dos seus pais, finalmente teria vingança. Mas o garoto não poderia usar o Avada Kedavra, não queria rebaixar-se ao nível de Voldemort.

Olho para os lados estava tudo desmoronando, o fogo adentrava o salão, o gelo derretia rapidamente e o desespero tomava conta de si. Resolveu imobiliza-lo completamente, assim não teria como ele acordar de repente. Petrificou-o e conjurou cordas de sua varinha, amarrando assim seus braços e pernas. Mas queria que ele estivesse acordado, não sabia o porque, mas queria ver a vida deixando aquele homem que tanto odiava.

- Enervate! O bruxo então acordou e olhou para Harry – Accio varinha! – e a varinha do bruxo voou para sua mão, ele então quebrou-a ao meio.

Voldemort estava petrificado e amarrado, mas mesmo assim Harry conseguia ver a fúria em seus olhos.

- Sei eu não é muito cavalheiro da minha parte duelar assim com você todo amarrado, mas quero que entenda que eu não quero duelar e sim acabar com você! – a raiva de Harry era tanta que sua varinha soltava fagulhas vermelhas que queimavam o rosto de Voldemort.

Estavam agora cercados pelo fogo, ficar no salão já custava a vida do garoto, Voldemort estava todo queimado, amarrado... Não havia como ele escapar; e se escapasse não haveria como sair. Ao olhar melhor ao seu redor Harry percebeu que nem ele conseguiria sair dali, não havia como passar pelas chamas. Mesmo se houvesse, corria o enorme risco de ser acertado pelas estalactites e pelos pedaços do teto que desabavam.

- Esse é o fim Tom, para nós dois. Levicorpus! – o bruxo saiu do chão com brutalidade e ficou flutuando a uns dois metros do mesmo, em seguida Harry arremeçou-o contra uma das últimas colunas de gelo que estavam intactas.

A coluna partiu-se com o peso de Voldemort, somado a força do impacto do feitiço de Harry. O corpo caiu no chão e uma grande poça de sangue formava-se agora ao redor de sua cabeça. Estava morto. O teto estava sem nenhuma sustentação, as paredes, antes rachadas, caiam quase que inteiras. O fogo dominara o local, não tinha como sair dali.

Do lado de fora os sobreviventes da batalha assistiam a queda de Hogwarts. Gina e Hermione choravam desesperadamente, pois não encontravam sinal algum de Harry, Rony tentava se controlar, embora estava tão desesperado quanto as duas.

Harry já estava sem esperança, não conseguiria sair dali nem voando, a Firebolt seria queimada antes mesmo de sair do salão comunal. Caiu de joelhos no chão e retirou de dentro da blusa o medalhão com a foto de seus pais, abriu-o. Examinou a foto por uns instantes. Nunca havia reparado nos detalhes daquela jóia. Em sua tampa tinha uma inscrição que o garoto nunca notara

Mesmo quando a morte é certa a esperança abre a mais profunda das portas.

Levou meus braços
Taken my legs
Levou minhas pernas
Taken my soul
Levou minha alma
Left me with life in Hell
Me deixou com vida no inferno.

Sentiu um calor nascer em seu peito. Definitivamente aquilo era um sinal.Tirou o medalhão do peito, segurou-o fortemente em sua mão esquerda e com a direita tocou-o com a varinha mentalizando o único lugar no mundo que queria estar naquele momento.”Que abram-se as portas!”, pensou.

Então a escola desmoronou...

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