Entre Flores e Espinhos...

Entre Flores e Espinhos...



Draco e Gina chegaram em casa quase no fim da tarde, estavam exaustos, o dia tinha sido realmente cheio. Assim que Draco entrou no quarto, tirou os sapatos e se jogou na cama, cansado demais para pensar em qualquer coisa. Ao se lembrar dos acontecimentos do dia teve imensa vontade de rir, Gina que acabava de entrar no quarto, censurou-o:
-

Não tem graça nenhuma Draco! Pode parar...
-

Ta bom, já parei... tadinha da Ash, ela deve estar bem chateada com isso tudo.- comentou pensativo

Gina se aproximou e se aninhou em seus braços:
-

Deve mesmo, mas quem ia imaginar, não é? Eu fico com pena da Luna, nunca pensei que meu irmão fosse ter uma atitude tão cretina e insensível... Eu gostaria de ter falado com ela, mas ela foi embora sem falar com mais ninguém.
-

E ninguém pode culpa-la por isso.- aquiesceu Draco
-

O quê?!? Draco Malfoy tendo um minuto de sensibilidade por alguém, inacreditável.- comentou Gina rindo
-

Sem comentários, Gina.- retrucou sério
-

Desculpa, eu estava brincando.- disse ainda rindo

Depois de alguns minutos em silêncio, Gina comentou satisfeita:
-

Até que minha família te aceitou bem...
-

É, na medida do possível... tirando as várias tentativas de assassinato dos seus irmãos no jogo, foi tudo bem.
-

Já está bom para um começo.
-

Se um começo bom significa algumas tentativas para me assassinar, não quero nem saber do meio e muito menos do final.- retrucou com ar seriamente fingido
-

Ah, não diz isso, foi tudo bem, não foi?- insistiu Gina

Ele sorriu:
-

Ta, eu admito que eles se esforçaram e agradeço por isso.

Houve mais silêncio e finalmente Gina indagou preocupada:
-

Draco... você sabia que ia ter que falar com o ministério?
-

Já tinha imaginado, e agora mais cedo ou mais tarde eles virão me procurar, é uma questão de tempo até que todos saibam.- respondeu sério
-

Isso te preocupa?
-

Não vou dizer que não, porque eu já não sei quem são meus inimigos de fato.
-

E, o que você acha que o ministério vai querer com você?
-

Não sei, informações, uma explicação pelo meu sumiço, coisas do tipo... Eu até achei que quando o Black tocou no assunto, o seu pai fosse me interrogar também.
-

Ele não faria isso, apesar de ser ministro, ele nunca mistura as coisas. Hoje, ele estava sendo Arthur, meu pai e chefe da família Weasley, somente isso. Ele é muito correto e sensato, jamais teria tentado te constranger na frente de todo mundo.
-

Ele é uma pessoa admirável.- comentou pensativo
-

Eu estou com uma sensação estranha, Draco... eles não podem te fazer nada, podem?
-

Acredito que não, eles não têm prova nenhuma contra mim... fique tranqüila, eu vou resolver tudo.- disse simplesmente

Gina o abraçou forte, não sabia o porquê, mas estava angustiada, temia pelo que poderia acontecer.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Foi no início da semana seguinte, no final de novembro que Draco finalmente recebeu uma intimação. Deveria comparecer no Ministério naquela mesma tarde para uma conversa com o encarregado do setor jurídico.E, apesar dele estar tranqüilo, Gina foi trabalhar apreensiva naquele dia:
-

Gina, algum problema? Você está tão distraída hoje...- perguntou Sebastian depois de um tempo na sala dela

Ela o olhou indecisa, antes de confessar:
-

É o Draco...
-

É óbvio que ele... Mas o que foi?- disse simplesmente

Ela o olhou contrariada, antes de acrescentar:
-

Ele deve estar no ministério agora...
-

E, porque a preocupação? Deve ser só mais uma dessas conversas chatas, em algum lugar chato e com um cara chato. Ele não deve nada, deve?

Ela balançou a cabeça em sinal negativo:
-

Então... não há o que temer.
-

É, talvez você tenha razão... Eu que sou uma boba mesmo.
-

Que bom que você descobriu... Antes tarde do que nunca, não é?- brincou Sebastian
-

Cala boca, Sebastian!!!- disse Gina enquanto ria

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Ainda que estivesse menos apreensiva, Gina saiu mais cedo do trabalho para esperar por Draco. Estava andando de um lado pro outro no apartamento quando ele chegou. Assim que o viu correu para abraça-lo, ele parecia irritado:
-

E, então como foi?- perguntou ansiosa

Ele se desfez do abraço, pôs as chaves de lado, e saiu em direção ao banheiro desabotoando a camisa:
-

Como eu esperava. Passei a tarde toda com um imbecil gordo de bigodes respondendo a perguntas, milhares delas.- respondeu impaciente enquanto ligava o chuveiro

Gina o seguiu, o observou por uns segundos antes de perguntar um pouco em dúvida:
-

Mas, que tipo de perguntas? O que ele queria saber afinal?
-

Não parece óbvio? Sobre tudo, sobre o meu pai e os amigos dele, minha relação com o lord dos otários, sobre minha mãe... essas coisas.- respondeu irritado
-

Sua mãe? E o que tem ela?
-

Parece que ela deveria estar em Azkaban tanto quanto os outros. Ele queria saber onde ela está.
-

E, você disse?

Ele suspirou irritado, antes de desligar o chuveiro e ir para o quarto:
-

Tive que dizer. Embora, eu ache que seja perda de tempo. A essa altura, ela já deve ter saído de lá. Eu bem que gostaria de saber onde ela se enfiou, fico preocupado com o que pode acontecer.- respondeu pensativo
-

Preocupado? Depois de tudo o que ela te fez?- perguntou Gina também incrédula
-

Minha família pode não ser tão perfeita quanto a sua, mas ainda é a minha família, Gina. E, minha mãe é a única pessoa que me restou dela.- respondeu asperamente

Gina o encarou por uns instantes, e por fim disse mais calma:
-

Desculpa, eu não tive intenção...

Ele passou a mão pelos cabelos, suspirou impaciente, antes de dizer também mais calmo:
-

Tudo bem, a culpa não é sua. O que me deixou com uma puta raiva é que agora eles vão vigiar cada passo que eu der, como se eu fosse algum criminoso.
-

Mas, porque? Isso é realmente necessário?
-

“ medidas de prevenção”, foram o que eles disseram.
-

Pode deixar, eu vou falar com meu pai, afinal de contas ele é o ministro, caramba.
-

Não Gina, eu não quero favor nenhum da sua família.- recusou Draco

Ela o encarou impaciente:
-

Orgulho agora não, por favor, né?E, não vai ser um favor pra você, vai ser um favor pra mim, entendeu?
-

Eu estou cansado, vem cá.

Ela foi até ele e se aconchegou em seu abraço:
-

Acho que preciso beber alguma coisa, alguma coisa com álcool.-comentou enquanto acariciava os cabelos dela
-

É, eu também.- concordou sorrindo
-

E, pra piorar, sabe quem eu encontrei lá?- disse Draco depois de um tempo, enquanto estavam deitados no sofá da sala
-

Quem?- perguntou Gina se apoiando em um dos cotovelos
-

Aquela repórter... Rita Skeeter.
-

Você acha que ela sabe? Que ela pode dizer alguma coisa?- perguntou alarmada
-

Você tem alguma dúvida?
-

Aquela idiota...- disse Gina com raiva
-

Não esquenta, mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer mesmo, então que seja logo.- disse antes de beija-la com carinho

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Draco não sabia o inferno em que tinha se metido. As semanas que se passaram pareciam um pesadelo. Sua foto saiu estampada na maioria dos jornais, e toda a comunidade bruxa queria saber o que tinha acontecido com o herdeiro dos Malfoy’s. Jornalistas impertinentes insistiam em persegui-lo e, embora Gina tivesse conseguido acalmar os ânimos no Profeta Diário, as fofocas e os burburinhos ainda persistiam. A tensão era quase palpável, e com o tempo Draco desistira de se irritar e tentava tocar sua vida com normalidade, o que era quase impossível. Coisas estranhas também começaram a acontecer, acidentes misteriosos envolvendo trouxas e boatos sobre antigos comensais estarem se reunindo apareceram. Nesses dias, a Ordem ficou em alerta, mas nada de anormal aconteceu. Foi só na semana de natal que as coisas se acalmaram e a normalidade pareceu voltar a reinar. Um dia antes da véspera do natal, um pouco antes de Draco ir para casa, ele recebeu um envelope verde com letras prateadas. Na verdade, era o terceiro que recebia desde que tinha reassumido sua identidade. Abriu-o só para constatar que era a mesma caligrafia, com os mesmos dizeres: “ você vai pagar, seu traidor de sangue imundo.” Ele amassou o papel e o atacou com raiva para o lixo. Girou a cadeira e fixou a vista da janela irritado, tinha que descobrir quem estava lhe mandando os bilhetes e acabar com isso de uma vez por todas.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

A vida de Rony até então não tinha sido fácil. Andava perdido, triste, irritado, preso em seu dilema pessoal. Tinha refletido muito todo esse tempo e foi na véspera de natal, naquela fria tarde de inverno que ele resolvera ir até o Beco Diagonal. Foi até o hotel, ou espelunca, em que Luna estava, um lugar frio e solitário, quase caindo aos pedaços, onde uma velha feia e mal-humorada o atendeu:
-

É, com licença, mas Luna Lovegood ainda está hospedada aqui?- perguntou educadamente
-

Quem?- gritou com uma voz esganiçada
-

Luna Lovegood.- respondeu impaciente

A mulher bufou irritada, antes de dizer com má vontade:
-

Não, não tem ninguém com esse nome aqui.
-

Tem certeza? É muito importante...- insistiu Rony
-

Tenho, agora dá o fora.

Rony saiu do lugar desolado. Não fazia idéia de onde Luna poderia estar, e sentiu imenso remorso por te-la tratado daquele jeito e por não ter tomado nenhuma atitude antes. Nunca iria se perdoar se algo acontecesse com seu filho. Sentou-se em um banco em frente ao local perdido com seus pensamentos, floquinhos de neve caíam sobre ele, lhe dando uma aparência melancólica. Estava nesse estado de ânimo, quando uma voz o chamou pra realidade:
-

Ei você.- disse mulher

Rony se voltou pra ela:
-

O que foi?
-

Eu ouvi sua conversa lá no hotel, é a moça grávida que você procura?- perguntou sem jeito
-

É, ela mesma. Você sabe onde ela está?- perguntou afoito
-

Ela saiu daqui ontem, parece que estava sem dinheiro pro aluguel do quarto, ela parecia bastante triste.

O coração de Rony ficou terrivelmente pesado, juntamente com sua consciência:
-

Ela não disse para onde iria?- perguntou esperançoso

A moça balançou a cabeça:
-

Não... mas, se eu fosse arriscar um palpite e pelo estado dela diria que ela está no St. Mungus.
-

Certo, muito, muito, muito obrigado mesmo.- disse antes de sair correndo para o hospital

Rony chegou no hospital ansioso e foi correndo falar com a recepcionista:
-

Por favor, onde fica a maternidade?
-

Terceiro andar.-respondeu automaticamente
-

Você sabe me dizer se Luna Lovegood deu a luz aqui?
-

Espere um momento, vou procurar nos registros.

Depois de alguns intermináveis minutos de espera, ela voltou com uma ficha nas mãos:
-

Aqui está, Luna Lovegood... ela teve o bebê nesta madrugada, quarto 312.
-

Valeu.- disse antes de sair correndo para o elevador

Assim que chegou no andar indicado foi ansioso e nervoso até o quarto, mas antes que pudesse entrar foi barrado por uma enfermeira:
-

Você não pode entrar aí, só é permitido para os familiares e além do mais ela está amamentando a criança agora.
-

Mas, eu sou o pai.- protestou indignado
-

A menina disse que não esperava ninguém.- observou desconfiada
-

Por favor, eu preciso vê-la.- insistiu Rony

A mulher bufou impaciente, mas acabou cedendo:
-

Tudo bem, 10 minutos e nem um segundo a mais. Ela precisa descansar.
-

Obrigado.- disse sincero
-

A propósito, você é pai de uma menina linda.

Ele sorriu orgulhoso, antes de entrar:
-

Luna...- ele chamou sem jeito ao vê-la distraída com a criança

Ela se virou pra ele e seu rosto se iluminou num sorriso sincero:
-

Rony, eu não esperava você.
-

Eu sei, eu fui um idiota, um egoísta, Luna. Desculpa... de verdade.

Ela sorriu novamente:
-

Tudo bem... eu fico feliz que você esteja aqui. Você não faz idéia de como eu estava me sentindo sozinha.
-

E, eu muito culpado. Se não tivesse te encontrado, nem sei o que teria feito. Eu fiquei me sentindo um canalha, Luna.
-

Esquece isso. Chega mais perto, vem conhecer sua filha.

Ele se aproximou timidamente e sentou-se na beirada da cama, observando extasiado a pequena criatura que Luna segurava:
-

Ela é linda.- comentou orgulhoso

Luna sorriu, compartilhando da mesma emoção que ele estava sentindo:
-

Quer segura-la um pouquinho?
-

Posso?
-

Claro. Só segure-a com cuidado.- recomendou ao passa-la pra ele

Rony a pegou todo derretido, enquanto sua mãozinha agarrava um de seus dedos:
-

Você já escolheu um nome?- perguntou sem tirar os olhos da filha
-

Já... Kyra, significa criança querida.
-

É um nome bonito, Luna... eu sei que fui um pouco egoísta, mas eu estou aqui agora, você sabe que pode contar comigo, né?
-

Eu sei, Rony. Obrigada.
-

Quando você sai?
-

Amanhã cedo.
-

Eu venho te buscar, você vai passar o natal lá em casa.
-

Rony, você não precisa fazer isso.
-

Mas, eu quero. E, não adianta discutir, já está resolvido.

Ela sorriu:
-

Ok, se você está dizendo...

Logo em seguida, a enfermeira entrou:
-

Ela precisa descansar...
-

Eu sei, já estou indo.

Ele se aproximou beijando a testa de Luna e a da menina:
-

Vejo vocês amanhã.

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Assim que saiu do St. Mungus, ele foi direto para o flat onde Ashley estava. Ambos estavam embaraçados quando ela abriu a porta:
-

Rony... que surpresa.- comentou simplesmente
-

Oi... será que posso entrar?- começou sem jeito
-

Claro, entra.

Houve alguns minutos de um longo silêncio incomodo, onde eles se olharam, mas nada disseram:
-

Será que dá pra gente conversar?- Rony perguntou de repente
-

Sou toda ouvidos.- respondeu normalmente
-

Eu só queria que você soubesse que não sou esse monstro que você pensa, eu tomei uma decisão... Acabei de ver minha filha, e vou ficar com ela se a Luna precisar.- explicou sério
-

Eu não esperava outra atitude de você. Fico feliz que as coisas tenham se ajeitado... e só pra constar, não acho você um monstro.

Ele sorriu, mais aliviado:
-

Ash... eu não queria que as coisas terminassem assim, na verdade, nem queria que as coisas terminassem. Eu sinto tanto sua falta, volta pra mim. Eu preciso de você, agora mais do que nunca.

Ela o encarou, pensativa:
-

Eu não sei, Rony... tenho medo de atrapalhar seu relacionamento com a mãe da sua filha.

Ele balançou a cabeça com veemência:
-

É claro que não, você nunca me atrapalharia. A Luna vai estar sempre presente na minha vida porque agora temos algo que nos une pra sempre. Mas, é você que eu amo e é com você que eu quero ficar... Por favor, Ash... me diz que as coisas não terminaram, e que você vai ficar do meu lado.

Ela o olhou por uns segundos, depois foi até ele e o abraçou, sorrindo:
-

É muito bom ouvir isso, porque eu também te amo muito.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Como era de se esperar o natal da família Weasley foi bem animado e com todo mundo presente. Draco, apesar de ainda se sentir deslocado, já estava se acostumando assim como a família de Gina.
Rony parecia um bobo exibindo sua filha pra todos que chegavam e ela também não deixava de ser o centro das atenções:
-

Ela não é linda?- perguntou ele pela enésima vez
-

É sim, por isso, não se parece nada com você.- comentou Draco com um sorrisinho nos lábios
-

Cala essa boca, ela é a minha cara, não é coisinha linda do papai?
-

Pra mim ela se parece mais com o joelho do que com você.- provocou Draco

Gina revirou os olhos, rindo:
-

Quer parar de ser chato... ela é uma graça, Rony.

Depois de algum tempo em volta da criança, as pessoas foram se dispersando, e Rony com muita dificuldade passou o bebê para Gina:
-

Cuidado, Gina! Segura ela direito.
-

Rony, dá um tempo!!! Vai dar uma volta, vai.- retrucou Gina impaciente

Com muito esforço ele se afastou e foi conversar com Harry:
-

E, como é que vai ser agora, Ash?- perguntou Draco
-

Ele vai ficar com o bebê até a Luna arrumar um emprego e um lugar para ficar.-explicou normalmente
-

Não sei não, hein. Acho que você já era.- comentou rindo
-

Vai dormir, Draco!!!- retrucou no mesmo tom
-

Não liga não Ashley, hoje ele acordou querendo ser chato.- comentou Gina
-

Querendo? Ele já nasceu assim.- provocou Ash
-

Nossa, valeu mesmo. Eu também amo vocês.- retorquiu Draco ironicamente
-

Gina, me ajuda aqui, filha.- gritou Molly da cozinha
-

Estou indo... segura ela aqui, Draco.
-

Eu?!?- indagou surpreso
-

É, você... Draco, ela é uma criança, não um monstro.- explicou rindo do medo dele

Gina a passou pra ele que a pegou muito sem jeito e desconfiado:
-

Que falta de vocação paterna.- comentou Ash

Ele a olhou contrariado:
-

Até parece, se o paspalho do Rony leva jeito, porque eu não levaria? Viu? Ela está rindo, ela gostou de mim.

Aos poucos ele já estava todo encantado pela criança também. Ele fazia graça pra ela, quando um Rony enciumado apareceu:
-

O que você está fazendo? Essa sua cara feia está assustando ela, Malfoy. Me dá ela aqui.
-

Não... você ficou com ela a festa inteira, é a minha vez agora. E ela gostou de mim, viu?
-

Gostou nada. Você está deixando a criança traumatizada, me dá ela aqui!!!
-

Eu? Você que vai traumatizar ela com essa cara de trasgo que teve diarréia. Dá um tempo, seu egoísta.- protestou Draco indignado
-

Ela é MINHA filha, Malfoy. Minha, não sua. Vai ter seu próprio bebê e deixa o meu em paz.
-

Quer parar vocês dois que ela não é nenhuma boneca. Me dá ela aqui, que ela precisa mamar e ir dormir... vem com a vovó, vem... Quanta infantilidade, por Merlin!!!- repreendeu Molly pegando o bebê
-

Viu o que você fez, idiota?- disse Rony emburrado
-

Culpa sua, seu infantil.- retrucou Draco também emburrado

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
-

Gina, será que dá pra gente conversar?- perguntou Harry sério
-

Claro, o que foi?
-

Eu só queria te avisar que a Ordem vai fazer uma reunião logo no inicio do ano, todo mundo será convocado.
-

Algum problema?- perguntou preocupada
-

Por enquanto não, mas aconteceram coisas estranhas ultimamente. É preciso ficar de sobreaviso.
-

Ok, eu vou sim. Pode deixar.
-

O que ele queria com você?- perguntou Draco irritado assim que Harry se afastou
-

Nada... ciúmes agora não, por favor, né?- respondeu normalmente

Depois de alguns instantes de cara amarrada, ele perguntou com uma expressão estranha no rosto:
-

Onde você dormia quando morava aqui?
-

Por que a pergunta?- indagou sem entender
-

Nada, só uma idéia que me passou pela cabeça.- respondeu com “ aquele” sorriso
-

Draco Malfoy, o que deu em você hoje? Ta maluco!!!- disse Gina em tom de brincadeira
-

Nada, é só o espírito natalino...- respondeu com ar falsamente inocente
-

Sei...

O almoço de natal estava ótimo como era de se esperar. Depois da refeição a maioria da família permaneceu no jardim numa conversa animada. Gina estava pensativa num canto, quando uma idéia maluca lhe passou pela cabeça:
-

Isso é loucura.- disse para si mesma

Foi até Draco e disfarçadamente disse para que só ele ouvisse antes de sair:
-

2º andar, 3º porta à esquerda.

Ele sorriu “daquele” jeito, esperou alguns minutos e depois a seguiu.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Foi na terceira semana de janeiro que Gina recebeu um bilhete com a hora e o dia da reunião. Tinha ido visitar Mione e as duas foram juntas para a Ordem. A maioria do pessoal estava presente. Harry começou com um discurso e depois com a apresentação dos fatos. Estava preocupado, pois sabia que novos ataques aconteceriam:
-

O que me intriga é que os ataques não seguiram um padrão, então é praticamente impossível arriscar um palpite.- disse Harry pensativo
-

Você realmente acha que “ eles” são os responsáveis?- perguntou Rony
-

E, quem mais seria? Eu não sei como, mas eles acharam uma brecha, e embora a grande parte esteja presa ou morta, existe ainda alguns dispostos a seguir os passos de Voldmort. É preciso erradicar essa ameaça, antes que ela cresça e ganhe força.
-

Isso começou desde que o babaca do Malfoy reapareceu das profundezas do inferno.- acusou Rony irritado
-

Ei, peraí!!! Que culpa ele tem se um bando de idiotas resolveu agir por aí. Deixa ele fora disso, Rony.- bravejou Gina
-

Calma, gente. Nós não podemos acusa-lo deliberadamente, além disso pode ter sido só coincidência.- disse Harry com sensatez
-

Harry, por favor, nem você acredita nisso que está dizendo.- disse Jorge impaciente
-

Além do mais, ele era filho de um comensal, Gina. Vai saber se ele não está envolvido e te usando para chegar até a Ordem.- disse Fred também impaciente
-

Ele já deu provas suficientes que não, o que mais vocês querem que ele faça?- perguntou irritada
-

Que ele morra e volte pro inferno, que é o lugar dele.- respondeu Jorge de súbito

Ela o fuzilou com o olhar, antes de acrescentar:
-

Se vocês continuarem a acusa-lo, eu me recusarei a fazer parte disso.
-

Calma Gina, nós só estamos um pouco alarmados com o que vem acontecendo. E você há de convir comigo que isso começou desde que ele voltou sabe-se lá de onde.- explicou Harry
-

Vocês ficam nervosos e o Draco que leva a culpa, tenha paciência, né?
-

Gina, nós compreendemos sua irritação, é natural, você é a mulher dele... Mas, é que ele nunca foi flor que se cheire.- acrescentou Mione

Ela suspirou irritada:
-

Ok, se vocês acham que o problema é ele, eu tenho uma idéia para provar o contrário.
-

E, qual é?- perguntou Rony
-

Chamar ele até aqui para ajudar, quem melhor do que ele para dar alguma informação. Ele já esteve com eles, conhece o sistema. Ele saberia melhor do que ninguém dar um palpite.
-

Trazer o Malfoy pra Ordem? Talvez em outra vida.- protestou Jorge
-

Qual é o problema, hein? Vocês deveriam dar um voto de confiança pra ele.- retrucou irritada
-

Esse é o problema, você confia nele, nós não.- respondeu Fred
-

Então, voltamos a estaca à zero.- observou Gina
-

Talvez a Gina tenha razão. É melhor do que nada. Convenhamos.- disse Mione

Depois de uma longa discussão e uma votação democrática, a maioria achou que talvez desse certo:
-

Você acha que ele concordaria em vir, Gina?- perguntou Harry
-

Não sei, mas posso tentar.
-

Está certo. Então a próxima reunião fica pro próximo mês. Eu aviso vocês.
-

Trazer ele é suicídio. Vocês vão ver.- comentou Jorge

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

No fim do mês de fevereiro, Draco recebeu mais um daqueles avisos misteriosos, com a única diferença que desta vez continha uma foto de Gina recortada de um jornal. Ele amassou o papel com raiva, aquilo já estava começando a perder a graça. Estava com a cabeça cheia, por isso, cancelou o restante de seus compromissos e foi para casa. Eles haviam se mudado para o novo apartamento no inicio da semana e o lugar ficara uma graça, contendo um pouco do estilo de ambos. Naquele mesmo dia, Gina saiu mais cedo do trabalho para preparar um jantarzinho especial, tinha até comprado uma camisola nova. Estava acabando de sair do banheiro, quando ele entrou no quarto:
-

Aquilo tudo lá na sala é pra mim?- perguntou envaidecido
-

Ah, Draco!!! Era pra ser surpresa, porque você não avisou que ia chegar mais cedo?- choramingou Gina
-

O que vale é a intenção, mas se você faz tanta questão eu entro de novo e finjo uma cara de surpresa.- sugeriu de um jeito encantador
-

Não precisa.- disse Gina

Ele sorriu, admirando-a:
-

A propósito, você está linda. Isso tudo é pra mim também?- perguntou maliciosamente
-

É...

Ele se aproximou, beijando-a intensamente:
-

Mas, só depois do jantar.- disse Gina interrompendo-o e indo para sala

Depois do jantar à luz de velas, eles se sentaram no tapete da sala, saboreando o vinho e curtindo o crepitar da lareira. Depois de alguns minutos no silêncio, Gina começou:
-

Eu estive na Ordem um dia desses...
-

E...?- perguntou ele sem muito entusiasmo
-

Seria muito pedir pra você ir lá da próxima vez?- perguntou com um pouco de receio
-

Fazer o que lá, Gina?
-

Dar uma forcinha, contar algumas coisas que só você sabe, essas coisas...

Ele a encarou decepcionado, depois se levantou irritado bebendo o vinho de uma vez só:
-

O que foi, Draco? Eu falei alguma coisa que não devia?- perguntou Gina confusa
-

Isso tudo foi só pra preparar o terreno, Gina? Você armou tudo isso, jantar, camisola, só pra me convencer?- perguntou asperamente
-

É claro que não, Draco!!!- protestou ofendida
-

Pois não parece... eu tive um dia cheio, estou cansado, vou dormir.- disse friamente antes de ir para o quarto

Ela permaneceu algum tempo na sala, pensativa e magoada com a insinuação dele, depois levou tudo para a cozinha antes de ir também. Quando ela entrou no quarto, ele já estava deitado, mas não dormia. Ela se deitou também, encarando o teto. Nenhum dos dois disse nada. Ele estava preocupado, talvez ir até lá resolvesse o problema dos bilhetes, estava pensando, reconsiderando o pedido. Depois de um longo silêncio, ele perguntou:
-

Te deixaria feliz se eu fosse até lá?
-

Se a gente não brigasse por causa disso, sim.

Ele pensou por mais um instante, antes de responder:
-

Então está decidido, eu vou.
-

Tem certeza?
-

Tenho, Gina.

Ela se aproximou mais dele:
-

Você sabe que eu não armei tudo isso, não é?
-

Eu sei...

Ela se aconchegou no peito dele, e disse quase num sussurro antes de adormecer:
-

Eu te amo.

Naquela mesma noite, Gina acordou assustada com os gemidos de Draco, ele estava tendo um pesadelo:
-

Draco, Draco...- chamou até que ele acordasse

Ele acordou de súbito, estava gelado:
-

Você está bem?- perguntou preocupada
-

Estou, foi só um sonho... Aquela maldita noite ainda me atormenta às vezes.- respondeu mais calmo
-

Está tudo bem, já passou.

Ele se abraçou ao corpo dela e ela acariciou seus cabelos até que ele adormecesse.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

No início de março, Draco acompanhou Gina até a reunião da Ordem. A tensão era visível, estava ciente de que muitos não o queriam ali, mas também não fazia a menor questão de estar ali. Encarou-os com a mesma indiferença. Estava ali por Gina e só por ela, queria que o resto fosse se danar:
-

Então Draco, está mesmo disposto a nos ajudar?- perguntou Harry
-

O que você acha que eu estou fazendo aqui, Potter? Vim te ver é que não foi.- provocou Draco
-

Ok, antes de começar eu queria avisar que você está terminantemente proibido de dizer o local ou o que foi dito aqui, se isso vier a acontecer, você será acusado de traição e poderá ser preso e enviado a Azkban. Você concorda com os termos impostos?- perguntou Harry seriamente
-

Pode deixar que o segredo da sociedade secreta do Potter está bem guardado comigo.- disse em tom de gozação
-

Se você acha que isso aqui é alguma piada pode ir embora.- retrucou Harry impaciente
-

Calma, Potter... Cadê o seu senso de humor? Além do mais, eu estou fazendo um favor pra você, não se esqueça disso.

Harry ignorou o comentário e em seguida, mostrou a ele a seqüência dos acontecimentos e sua opinião sobre o assunto, depois pediu que ele falasse:
-

Em primeiro lugar, Potter... Esses ataques são frutos de mentes pequenas e burras, é coisa de amador, portanto, não se trata de um retorno de comensais. Mesmo que eles estivessem se reunindo novamente, eles não seriam estúpidos o suficiente pra sair por aí se mostrando por nada. Seria burrice.- explicou como se aquilo fosse óbvio
-

Eu até poderia arriscar a dizer que algo tão idiota só poderia vir da cabeça oca do Crabbe ou do Goyle, ou dos dois juntos.- acrescentou ele
-

Crabbe e Goyle? Seus antigos guarda-costas?- perguntou Rony

Draco o fuzilou com o olhar, antes de responder:
-

Quanta esperteza, Weasley. O que estamos falando aqui não se trata de um ataque de comensais, mas de uma vingança pessoal.
-

Contra quem?- perguntou Jorge
-

Contra mim, oras. A maioria dos antigos aliados de Voldemort acham que eu os traí...
-

E, não foi o que você fez?- interrompeu Fred
-

Não, não foi. Eu nunca quis seguir o Lord dos otários e naquela noite, eu só estava tentando salvar a sua irmã, Weasley.- respondeu indiferente
-

O que eu quero dizer, é que a minha volta foi encarada como provocação, uma afronta. E, agora eles querem se vingar.- continuou a explicar
-

Você poderia dar um palpite de onde encontra-los?- perguntou Harry
-

Espertos como eles são, nem um esconderijo devem ter... Eu tentaria no endereço deles.
-

Assim, tão óbvio?- perguntou Jorge
-

Com certeza, a inteligência deles se compara a de um porco. Eu até acho que deve ter alguém por trás, manipulando tudo, eles não pensariam em algo assim, mas não consigo pensar em quem.
-

Nós daremos um jeito... obrigado, Malfoy.- disse Harry sincero
-

Não me agradeça, apenas pegue aqueles idiotas, rápido.

Assim que Harry se afastou, Gina disse satisfeita:
-

Eu estou orgulhosa de você.
-

Não pense que eu não vou cobrar por isso.- disse sorrindo “ daquele” jeito




N/A:Gentiiii... Eu acho que eu devo um pedido de desculpas enorme, ne? O negócio é que eu estou sem tempo até pra respirar e também estou sem internet, o que complica as coisas... quando não é uma coisa é outra, rsrsrs... To começando a pensar que tem forças conspirando para q eu naum termine essa história :D Bem, espero q tenham gostado do capitulo e vou tentar naum demorar tanto no outro... emoções estão por vir, hehe.

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