Confrontos e Reviravoltas



Gina nem foi pra casa quando voltou, assim que chegou foi direto para o Profeta Diário procurar Sebastian, tinha tanta coisa pra contar e a ansiedade era tanta, que ela não aguentou esperar. Foi correndo para a sala dele, e ele também não conteve o entusiasmo quando a viu:

- Por Merlin, Gina!!! Até que enfim você voltou, eu até cheguei a pensar que você tinha esquecido que tinha uma vida aqui.- disse enquanto a enlaçava num abraço apertado

- Eu também estava com saudades, Sebastian...

Depois de olhá-la por uns instantes, ele comentou divertido:

- Todo o meu poder sensitivo me diz que algo de muito bom te aconteceu, Gina. Você está diferente...

- Pode parar, Sebastian.

- Eu estou falando serio.-insistiu animado

Antes que ela dissesse qualquer coisa, ele ficou estático com o olhar fixado em algum ponto que ela não conseguiu definir:

- Sebastian, você está bem?- indagou preocupada

- Pelo amor de Merlin, Gina!!! Me diz que isso aí na sua mão esquerda não é uma aliança, que você não se casou e que eu estou tendo apenas uma alucinação causada pelo excesso de trabalho.- disse de um jeito tão aflito que fez Gina ter vontade de rir

Ela sorriu, antes de responder descontraída:

- Pois é, né? Me casei... agora virei uma mulher seria e devidamente comprometida.

Ele a olhou por uns instantes sem conseguir achar palavras para seu espanto e incredulidade, depois protestou indignado:

- Gina Weasley, eu te ouço por quase 6 anos, te dou meu apoio, meus ouvidos e é desse jeito que você me agradece?Primeiro que você viaja sem mais nem menos, quase me mata de curiosidade, por vejamos, 43 dias 14 horas e 11 minutos e se casa, sem nem se dar ao trabalho de me convidar?E, olha que eu esperava, no mínimo, o lugar de padrinho.É muita ingratidão.

Ela sorriu:

- Eu sabia que você ia reagir dessa maneira... mas, é que foi tudo muito rápido e louco, e se serve de consolo nem minha mãe estava presente... Mas, você vai me perdoar, né?

Ele ainda manteve o ar magoado, quando respondeu:

- Vou pensar no seu caso... mas, só se você me contar todos os detalhes. Eu disse todos, Gina.

- Eu não pensei em menos, Sebastian. Mas, é melhor você se sentar...

- É tão surpreendente assim?- perguntou animado

- É, talvez até mais.- respondeu fazendo suspense

Ele se sentou ansioso:

- Pode começar...

Ela sorriu vendo a euforia do amigo, depois disse simplesmente:

- Pois é... eu me casei...com o Ryan.

Ele a olhou boquiaberto e depois ela acrescentou:

- Vulgo, Draco Malfoy.

Depois da surpresa, ele a encarou visivelmente desapontado e descrente:

- Você está querendo me dizer que Ryan Mackenzie e Draco Malfoy são as mesmas pessoas?

- Nossa Sebastian, sua percepção para as coisas realmente me espanta.- brincou Gina

Ele refletiu sobre o fato durante uns instantes, e depois discursou preocupado:

- Gina, não é por nada não, mas você não acha que depois de todos esses anos amando a memória dele obsessivamente, você não está pirando de vez, não? Isso já é um pouquinho demais, ultrapassa todos os limites da sanidade. Eu estou começando a considerar a possibilidade de um psiquiatra, serio mesmo. Ele está a 7 palmos de terra, como seria possível ele se casar com você. A não ser que defuntos sejam considerados.

Ela sorriu:

- Eu sei, parece loucura. Eu mesma demorei pra acreditar, mas é verdade...Juro.

Resumidamente, ela relatou toda a historia que ele havia lhe contado, a viagem para New York, o encontro desastroso com Narcisa, e posteriormente, a viagem para Las Vegas e o casamento:

- Nossa!!! É mais surreal do que parece... – comentou perplexo

- É mesmo. Mas, eu estou tão feliz, está tudo tão bom, que ate parece mentira. E, ele é ótimo, Sebastian.- comentou radiante

- Eu bem que disse que você tinha uma quedinha por ele.

- Parece que você estava certo.

- Eu sempre estou certo, você que não dá valor para os meus instintos aguçados.- observou com ar seriamente fingido

- Com certeza, Sebastian.

- E, como você acha que sua família vai reagir quando souber?- perguntou sério

- Eu não quero nem pensar nisso ainda. Uma coisa de cada vez...

Ele sorriu novamente, antes de dizer com sinceridade:

- Eu estou muito feliz por vocês, porque mais do que ninguém eu sei de tudo o que você passou, todo o sofrimento e acho que você merece o que está acontecendo... eu só espero que ele corresponda as suas expectativas.

- Já correspondeu, Sebastian.

Ele a enlaçou num abraço apertado e cheio de afeto. Depois de mais um tempo conversando sobre os detalhes da viagem, ela saiu para se encontrar com Draco. Depois de se encontrarem, ele fez mistério em relação aonde iriam. Insistiu em dizer que era surpresa. Quando chegaram, ele pediu que ela fechasse os olhos, depois de alguns minutos esperando, ela os abriu, e ele a encarava sorrindo esperando sua reação. Estavam numa imensa cobertura no centro de Londres, mas o apartamento ainda encontrava-se vazio. Ela deu uma rápida olhada, antes de perguntar sem entender:

- Legal, mas e daí?

- E daí? E daí que eu comprei pra gente, Gina. E, então, o que achou?- perguntou animado

Ela o encarou surpresa:

- Pra gente? Algum problema com o meu apartamento? Tudo bem que ele é meio pequeno comparado a esse e tals, mas olha a discriminação!- disse descontraída

Ele sorriu:

- Eu gosto de lá, mas ele é seu, Gina. Eu queria algo nosso.

Ela o contemplou admirada:

- Você sabe exatamente como me convencer, não é?

Ele sorriu, mas dessa vez “ daquele jeito”:

- E, então, gostou? Eu ia mandar decorar, mas achei melhor que você participasse também.

Ela deu mais uma olhada, antes de responder:

- É lindo, Draco. Já estou até pensando numas cortinas e em uns tapetes...

Ele a beijou, interrompendo o que ela dizia:

- Isso fica pra depois, eu estava pensando em testar o quarto nesse momento, pra ver se é bom o suficiente.- sugeriu maliciosamente

- Ah, é? Eu acho que é uma grande idéia. Na verdade, a melhor que você teve hoje.

..............................

O grande ruído de motor de carros, e o crepúsculo que aparecia da sacada, indicava que o dia já estava quase terminando. No quarto, Gina e Draco pareciam não se importar muito com isso. Continuavam abraçados, contemplando o nada do teto e o nada do quarto:

- Você falou com o Sebastian?- perguntou Draco quebrando o silencio

- Falei... ele se surpreendeu no inicio, mas depois aceitou tudo e até nos apoiou... ele é uma figura.- respondeu tranqüila – E, a Ashley? Falou com ela?

- Falei, parece que ela e seu irmão também vão se casar...

- Sério? Assim tão depressa?- espantou-se Gina

- Pois é, ela mandou avisar que o noivado vai ser na sua casa no domingo.

- Tudo bem... você vai comigo?

Ele ficou um longo tempo calado, antes de perguntar:

- Você acha que é uma boa idéia?

- Você não vai poder se esconder pra sempre, não é? Mais cedo ou mais tarde, eles vão ter que saber.- aquiesceu Gina

- Mas, você está ciente dos riscos que eu vou correr se eu reassumir minha identidade, não é? Os fantasmas do passado vão reaparecer e os antigos “amigos” do meu pai virão atrás de mim... eu temo por nós, Gina.- ponderou Draco

- Os antigos amigos do seu pai devem estar mofando em Azkaban. E, se esconder atrás de Ryan Mackenzie não vai resolver, ainda mais agora que sua mãe sabe de tudo.

Ele ainda permaneceu pensativo, antes de dizer descontraído:

- Enfrentar sua família não vai ser moleza...

- Não mesmo, mas não se preocupe, eu vou estar lá com você, vai dar tudo certo.

- Muito confortante, eu e você contra toda sua família, sem contar o Potter e a Granger... Por via das duvidas, é bom eu levar a minha varinha.

- Draco...- repreendeu Gina

- Estou brincando, não pretendo azarar nenhum dos seus familiares, a não ser que eles tentem primeiro.- brincou antes de beija-la novamente

...............................

Antes de domingo, Gina foi até a T’oca, precisava prevenir a família sobre toda a situação, afinal não podia simplesmente chegar lá no domingo e dizer que tinha se casado, ainda por cima, com Draco Malfoy, a quem todos acreditavam estar morto. Por sorte, só os pais estavam em casa, isso com certeza, facilitaria as coisas. Foi recebida por uma Molly bastante efusiva, ficou um longo tempo apreensiva sentada na cozinha, esperando o momento certo pra falar, enquanto sua mãe mexia a massa do bolo e seu pai lia concentrado o jornal. Não tinha idéia por onde começar, só sabia que tinha que fazer. Sabia que sua mãe estivera falando o tempo todo, mas não tinha escutado uma palavra sequer, algumas vezes, concordava com uns “han han” e outros “hun hun”, mas estava alheia a toda aquela conversa:

- Eu achei meio precipitada a decisão deles, quer dizer, eles mal se conhecem, mas seu irmão anda em outro mundo desde que a conheceu e ela parece ser uma boa moça. Além disso, antes ela do que a Luna, aquela menina era tão estranha.- despejou Molly

Gina continuava séria, como sabia que o momento certo não chegaria, tomou toda coragem existente em si e disse de uma vez, interrompendo o que a mãe dizia:

- Mãe... o Draco está vivo...

A mulher parou abruptamente de falar e deixou a vasilha cair, fazendo com que toda a mistura se espalhasse pelo chão limpo. Arthur também parou de ler para encarar a filha, estava serio:

- E eu me casei com ele.- acrescentou segura

Dessa vez, Molly caiu na cadeira, estava lívida:

- O que... o que... você está dizendo?

- Que eu me casei com o Draco, é isso que estou dizendo.- respondeu séria

A mulher parecia atordoada:

- Arthur, querido, você ouviu o que ela disse... ela se casou, a nossa única menina, a nossa caçula, e nem ao casamento nós fomos, foi ele que não quis a nossa presença? Nós somos medíocres demais pra ele?- perguntou em tom acusatório

Gina se levantou impaciente:

- Não é nada disso, mamãe!!! Pra sua informação, ninguém estava presente, foi tudo muito simples e rápido.

Por um momento, ninguém disse nada, Molly parecia estar magoada demais pra dizer qualquer coisa:

- Me escutem... não foi minha intenção casar escondido, eu não planejei isso, e também descobri a muito pouco tempo que ele estava vivo... acreditem, não era a minha intenção magoar vocês.- explicou mais calma

- Foi muita falta de consideração, eu que sou a sua mãe, eu que cuidei de você com toda dedicação e carinho, ser tratada com esse descaso... você está vendo Arthur querido, o que a gente recebe por cuidar de um filho?- retrucou Molly

Gina suspirou irritada. Arthur, por sua vez, estava calado, refletindo sobre o que a filha dissera:

- Se vai ser desse jeito, é melhor eu nem vir amanha.

Molly não disse nada, foi seu pai que interveio:

- Você nos pegou de surpresa, filha. É o noivado do seu irmão, e ele gostaria que você estivesse presente. Não faça essa desfeita com ele.

Gina sentou-se novamente, quando saíra de casa imaginou que tudo seria mais fácil:

- Eu não sei, se com vocês foi desse jeito, imagine com o resto da família, talvez seja melhor evitar toda essa situação.

- Eles vão saber de qualquer forma, e um dia você vai ter que aparecer, mais cedo ou mais tarde, então que seja mais cedo.- ponderou Arthur

Ela encarou o pai, procurando nos olhos dele o consentimento que esperava encontrar, ele permaneceu sério, e ela desviou o olhar, dizendo em seguida:

- Tudo bem, eu venho... mas, ele vai estar aqui comigo e eu gostaria de pedir que vocês o tratassem com o mínimo de respeito e consideração, se não for possível por ele, façam por mim. Será que eu posso contar com vocês?

Molly ainda parecia em choque, Arthur se aproximou tocando os ombros da esposa:

- Ninguém vai destrata-lo, filha.- respondeu Arthur de forma branda

Eles ainda permaneceram naquele silencio incomodo, antes dela dizer:

- Tudo bem então, eu preciso ir. Vejo vocês amanha.

.................................

Quando ela voltou pra casa, ele já a esperava:

- E, então como foi?- perguntou assim que a viu

Ela sentou-se no sofá cansada:

- Não tão fácil como eu esperava, mas tudo bem.- respondeu sorrindo pra ele

As 9:00hs do domingo o despertador começou a tocar irritantemente, Gina bateu com força a mão no pino prata, foi tomar banho e quando voltou Draco ainda nem tinha levantado:

- Draco, levanta!!! Já estamos atrasados.

Ele resmungou qualquer coisa, mas não se moveu:

- E, não adianta fingir, eu sei que você está acordado.

Ele se virou pra ela, visivelmente contrariado:

- A gente precisa mesmo ir?

- Eu espero que essa tenha sido uma pergunta retórica... se eu não te conhecesse, acharia que você está com medo da minha família.- disse descontraída

- Eu? Com medo? Até parece!!!- protestou enquanto se levantava

Ela riu, enquanto ele ia pro chuveiro:

- Eu posso ter perdido a memória, mas ainda lembro muito bem de como eles me tratavam. Sua família me odeia, Gina. E, isso é um fato.

- Como se você fosse o rei da simpatia, né? Relaxa, é só você ser você mesmo: chato, auto suficiente, arrogante e etc.- brincou Gina

- Nossa, é muito bom saber a opinião da minha esposa sobre minha adorável pessoa.- disse com ironia

E, foi assim que ao 12:00 em ponto eles desaparataram na T’oca. Permaneceram um minuto na porta, ansiosos e nervosos demais para entrar, já que pelas vozes que se ouvia do fundo era possível que grande parte da família já estivesse presente. Eles se olharam, ela respirou fundo e finalmente abriu a porta. Quando chegaram no jardim, todas as conversas e risadas cessaram e todos os olharem se viraram para eles, encarando-os. A sensação que Draco tinha, era a de estar num circo onde a atração principal era ele. Gina segurou sua mão, apertando-a com força, como forma de apoio. Se ele estava nervoso, conseguiu disfarçar bem. Sua expressão era impassível e ele lhes retribuía o olhar desafiante. Foi Fred quem quebrou o silencio:

- Quer dizer que a lombriga oxigenada realmente ressuscitou?

- Vaso ruim não quebra mesmo, hein?- completou Jorge

Se não fosse por Gina já os teria azarado ali mesmo, mas ao invés disso, retrucou no mesmo tom:

- Talvez seja por isso que você ainda esteja aqui.

Eles pararam com o deboche na mesma hora, para encara-lo seriamente, Gina os fuzilava com o olhar:

- Quer dizer, que você desaparece por mais de 6 anos, depois volta, se casa com nossa irmã escondido, e ainda se acha no direito de vir nos confrontar, se enxerga Malfoy!!! Esse aqui é o nosso território, e ninguém aqui te convidou pra fazer parte dele, se a Gina acredita em você, isso é problema dela, porque eu continuo achando que você é um traidor.- disse Jorge com desprezo

Draco os encarou com indiferença, também não fazia questão de estar ali, depois virou-se para Gina:

- Gina, eu acho que fomos precipitados, nenhum de nós está preparado para este encontro... Fica, é o noivado do seu irmão, porque eu já vou, eu não tenho mais nada pra fazer aqui.- disse sério

Gina o deteve, suspirou e olhou irritada para a família:

- Escutem aqui... é ele que eu amo e é ele que eu escolhi pra passar o resto da minha vida, e sinto muito que vocês não possam entender isso, porque eu quero que fique bem claro, que se ele tiver que ir, eu também vou!

Um silêncio tenso os envolveu, depois Arthur se aproximou dos dois:

- Nós entendemos, filha.

Depois se virou para ele:

- Se minha filha acredita e confia em você, deve ser porque ela tem alguma razão, então nós também acreditamos, não é rapazes?- perguntou em tom firme para os dois jovens

Eles relutaram por alguns segundos, tentaram intervir com o pai, e depois mesmo contrariados acabaram concordando:

- Seja bem vindo, filho.- disse Arthur lhe estendendo a mão

Draco retribuiu o gesto e Gina abraçou o pai agradecida. Em seguida, os gêmeos se aproximaram estralando os punhos:

- Otários.- Draco murmurou para si

Eles o encaravam sérios e desafiantes, depois Fred disse:

- Se você a magoar, você é um homem morto.

- Isso não vai acontecer.- respondeu no mesmo tom

Eles ainda mantiveram o olhar por uns instantes, antes de se afastarem:

- Quer dizer que você está vivo mesmo?- perguntou Harry amigavelmente

- Não, Potter!!! É só o meu espírito que resolveu dar uma volta por ai.- respondeu ironicamente

Harry balançou a cabeça, rindo:

- Certas coisas nunca mudam, mas bem vindo de volta, Malfoy.

- Eu só espero que você faça ela feliz.- acrescentou Mione antes de se afastarem

Ele estava irritado, quer dizer, não esperava cordialidade daquelas pessoas. E, também, porque não agüentava mais avisos do tipo “faça ela feliz”. Quer dizer, ele parecia ser tão ruim a ponto de parecer incapaz de faze-la feliz? Estava absorto em seus pensamentos, quando Ashley se aproximou abraçando-o:

- Estou orgulhosa de você.

Ele deu um sorriso em resposta:

- Eu bem que tentei intervir a seu favor, quando a Molly e o Arthur contaram pra família, mas eles estavam irredutíveis, parece que essa rixa entre vocês é milenar.- contou Ash

- Valeu, eu estava um pouco apreensivo... e pra ser sincero, não creio que vá existir um laço de amizade entre nós, mas pelo menos, respeito eu espero que haja entre ambas as partes.

- Eu fico feliz em ouvir isso, principalmente, porque agora vamos ser da mesma família.

Ele sorriu, sentindo-se mais leve:

- Mas, vou te contar que eles são muito super protetores, você tem uma vaga noção de quantos “faça ela feliz” eu já ouvi hoje?

Ela riu, antes de responder:

- Você queria o que? Ela é a única garota da casa.

- Vê se cuida bem dela, fuinha.- disse Rony se aproximando

- O que eu estou dizendo?- comentou para Ashley

Ela sorriu:

- Relaxa, você está se saindo bem.

...............................

- Viu? Eles não são tão assustadores assim, são?- perguntou Gina

- Ta, eu admito... eles estão, ao menos, tentando me suportar.

- Algo que não é difícil, já que eu consigo todos os dias.- brincou Gina

- Hahaha, muito engraçado, Gina Weasley!!!- comentou contrariado

- Estou brincando, você é ótimo, com o tempo eles também vão perceber isso, é só ter um pouquinho de paciência.
Ele não teve tempo de responder, já que naquele momento Molly os chamava para o almoço. E, foi assim, que toda família se reuniu em volta da farta mesa posta no jardim. Inicialmente, Draco ainda sentia-se intimidado por todas aquelas pessoas, mas conforme o tempo ia passando, ele estava mais descontraído:

- A lasanha está ótima, mamãe.- elogiou Gina

- Está mesmo, e do jeito que estou comendo depois da gravidez vou virar uma bola.- comentou Hermione

- Uma bolinha linda, diga-se de passagem.- disse Harry carinhosamente

- Por favor, Harry!!! Tem crianças no local e o Rony ainda não pode ouvir essas coisas, ele ainda fica encabulado.- repreendeu Jorge com ar seriamente fingido

Todos riram e Rony ficou absurdamente ruborizado:

- Cala essa boca, idiota!!!.- retrucou ele normalmente

- Parem já com isso, vocês dois.- repreendeu Molly

- Mais batatas, querido?- perguntou Molly para Draco

- Ah, claro...por favor.- respondeu dando-lhe o prato

- A propósito, você não nos contou como sobreviveu...- disse Sirius repentinamente

Draco o encarou seriamente, antes de responder:

- Acho que tive sorte, Black.

Gina e Ashley trocaram olhares, mas nada disseram:

- Você sabe que terá que se explicar ao ministério, não é?- continuou Sirius

- Já estou ciente das providencias que tenho que tomar, não se preocupe.- respondeu secamente

- Acho que não é hora para falarmos disso, que tal uma partida de quadribol depois do almoço.- sugeriu Gui

Gina sorriu agradecida para o irmão:

- Você ainda joga, Draco?

- Claro.- respondeu simplesmente

Fred e Jorge trocaram olhares significativos:

- Então, assim que terminarmos aqui, vamos formar os times.- disse Carlinhos animado

Enquanto a maioria dos homens se reunia no jardim, as mulheres ficaram conversando sobre diversos assuntos, assim que teve oportunidade Gina procurou a mãe:

- Está tudo bem entre a gente, não é? Quer dizer, será que a senhora já me perdoou?

A mulher a olhou por uns instantes, antes de dizer:

- O que passou, passou... além do que, há males que vem para o bem, não é assim que dizem?

Gina sorriu:

- Isso quer dizer, que estamos bem?

- Sim, filha... estamos bem.- respondeu antes de abraça-la

Depois de mais um tempo conversando, Gina e Hermione foram retirar a mesa, era a oportunidade certa para as duas conversarem. Foi Hermione quem quebrou o silencio na cozinha:

- Você conseguiu surpreender todo mundo, hein Gina?

- Imagino que sim... nem eu acredito que isso esteja acontecendo, Mione.

- Eu só não entendo uma coisa, aonde ele esteve todo esse tempo, porque não apareceu logo depois da guerra... se bem que, eu me lembro de tê-lo visto em algum lugar, só não me lembro quando nem onde.- disse pensativa

- É, você pode tê-lo visto sim... ele é o Mackenzie, você se lembra dele?

- É claro, o cara que estava te ajudando no projeto... então era ele, esse tempo todo... e onde ele estava antes disso?- insistiu

- Mione, se você não se importar, prefiro não falar sobre isso, envolve outras coisas se é que você me entende, coisas de família.- explicou Gina

- Tudo bem, fico feliz por você finalmente estar bem, e é isso que importa no momento... vocês estão morando aonde, no seu apartamento?

- A principio sim, só enquanto o nosso não fica pronto...E, o seu bebê? Já sabe o sexo?- perguntou mudando de assunto

- Ainda não, vou saber na próxima consulta.- respondeu sorrindo

Antes que Gina pudesse dizer qualquer coisa, a campanhia soou:

- Quem será? Eu achei que todo mundo já estivesse presente.- comentou Mione

- Eu também. Espere aí, vou lá ver quem é.

Gina ficou surpresa ao abrir a porta e dar de cara com Luna Lovegood. Mas, a garota que encontrou não parecia a mesma dos tempos de Hogwarts. Ela parecia cansada, o olhar sonhador dera lugar a um olhar triste, melancólico. Gina sentiu pena dela naquele momento e depois sentiu remorso por nunca mais ter procurado a amiga. Contudo, sua perplexidade maior, foi constatar que Luna trazia no ventre uma enorme barriga. Luna estava grávida e, pelo visto, o filho estava perto de nascer:

- Luna...- foi a única coisa que Gina conseguiu dizer

- Oi Gina... sei que deveria ter avisado antes de vir, mas precisava muito falar com seu irmão... ele está?- perguntou com uma nota de desespero na voz

Gina ficou aturdida alguns instantes, antes de responder:

- Está... entra, eu vou chama-lo.

Gina a encaminhou até a sala, antes de voltar para a cozinha atordoada:

- Quem era?- perguntou Hermione

- A Luna, Mione. Ela está...grávida. E, pelo jeito, do Rony.

Mione também permaneceu alguns instantes digerindo a noticia:

- Justo hoje... e agora?

- Não sei. Mas, é melhor eu ir chama-lo.

Gina foi até o jardim e o chamou, ele desceu do ar cansado:

- O que foi? Eu estava jogando.- protestou

- Tem visita pra você lá na sala.

- Quem é?

- É melhor que você mesmo veja.- respondeu simplesmente

Rony foi para a sala e sua reação oscilou de surpresa, para incredulidade e irritação:

- O que significa isso?- perguntou confuso e irritado

- Rony, a gente precisa conversar.- respondeu Luna com a voz cansada e calma

- Não, a gente não precisa. Eu não tenho mais nada pra conversar com você.- vociferou na defensiva

- Será que não?- retrucou Luna com o mesmo desespero que Gina notou quando falou com ela

Ele não respondeu, passou as mãos nervosamente pelo cabelo, e ela continuou:

- Olha, pode ter certeza que eu não estaria aqui se realmente não precisasse... mas eu não tive escolha.

- Aonde você está querendo chegar?- perguntou Rony temendo a resposta que viria

- Pelo amor de Merlin, Rony!!! Eu estou grávida...- respondeu nervosa

A demora de Rony para voltar ao jogo e a discussão acabaram por atrair os familiares que estavam lá fora e em instantes a família toda já estava na sala presenciando toda aquela situação, todos pareciam perplexos, Rony olhava de um para outro sem saber o que dizer ou fazer:

- Ron, o que está acontecendo?- perguntou Ashley confusa

- Nada amor, nada. Ela que apareceu aqui dizendo que a gente precisa conversar, e parece que ela está grávida, mas eu não fiz nada... juro.- explicou rápido e embaraçado

- Parece?!? Rony, seu tapado, ele ESTÁ grávida.- Disse Fred com sarcasmo e divertimento

- É, mas eu nem sei se é meu.- defendeu-se nervoso

Aquela resposta deixou Luna visivelmente magoada, seus olhos estavam marejados e ela explodiu irritada:

- EU ADMITO TUDO, RONALD WEASLEY, MENOS QUE VOCÊ DUVIDE DA MINHA DIGNIDADE. EU POSSO SER TUDO, MENOS MENTIROSA, OUVIU? A MINHA INTENÇÃO NÃO ERA ESTRAGAR A SUA VIDINHA PERFEITA, EU NÃO ESTARIA AQUI SE NÃO FOSSE ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO... E SE VOCÊ QUER SABER, EU NEM IA TE CONTAR.

- Acalme-se, não é bom para o bebê você ficar tão alterada.- disse Molly fazendo-a se sentar – Gui, meu filho, traga um copo de água para ela.

- É melhor a gente deixa-los a sós.- sugeriu Harry

- O Harry tem razão.- disse Carlinhos

Todos concordaram e um por um foram se encaminhando para a cozinha:

- Um filho da Dilua com o Weasley, que mistura isso não vai dar... a criança já nasce geneticamente perturbada.- comentou Draco divertido para si

Gina que estava ao seu lado, o fuzilou com o olhar, antes de dizer:

- Draco, dá um tempo!!! Isso aqui é sério.

- Desculpa, Gina. Saiu sem querer, foi inevitável.- disse engolindo o riso

- Quem poderia imaginar, ela desapareceu depois que eles terminaram.- comentou Hermione

- Que sorte a do Rony, ficou sabendo que ia ser pai no mesmo dia que ficou noivo de outra, isso é que é azar.- disse Fred rindo

- Isso se ele ainda tiver uma noiva, não é?- completou Jorge também rindo

- Isso não é hora pra piadas, a situação é muito grave, será que vocês ainda não perceberam isso?- repreendeu Gina irritada com aquela atitude

- A Gina tem razão... e ela parece mesmo estar precisando de ajuda ou apoio, é imaturidade gozar dessa situação.- concordou Harry

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- Eu pensei que você fosse um homem honrado, Rony.- disse Luna tristemente

- E, o que você quer que eu faça? Que eu dê pulinhos de alegria...- retrucou aturdido

Algumas lágrimas rolaram pelo rosto pálido de Luna, ela precisava de toda coragem para dizer o que precisava:

- Eu preciso que você fique com essa criança, pelo menos, até eu dar um jeito na minha vida.- despejou de uma vez

- Como é que é?!? Pelo amor de Merlin, Luna... eu estou de casamento marcado.- disse com certo desespero e perplexidade

- Rony, por favor... eu estou precisando da sua ajuda, e esse filho também é seu, caramba... E, não pense que está sendo fácil pra mim te pedir isso. Me dói admitir que eu não posso ficar com essa criança, porque eu já a amo mesmo antes de conhece-la... Mas, meu pai morreu, Rony. E, a única coisa que ele me deixou foram as dívidas dele. Me tomaram tudo, minha casa, a revista, tudo... eu estou sem nada. Não tenho condições financeiras nem psicológicas pra cuidar de um bebê agora... entende? Eu preciso de você, Rony. Eu preciso que você cuide do nosso filho até eu me reestabelecer.

Rony ouviu tudo com atenção, mas não disse nada:

- Você não precisa responder agora, eu estou num hotel no beco diagonal. Me procure se achar que deve... Me desculpe por isso, eu não queria estragar seu casamento, mas você era a minha última esperança...- explicou com tristeza e melancolia antes de partir

Ashley tinha ouvido tudo calada de um canto da sala, assim que Luna foi embora, Rony se aproximou:

- Desculpe Ash, eu não queria estragar o nosso dia...

Ela o olhou por uns instantes estarrecida, depois desviou o olhar e perguntou:

- E, o que você pretende fazer?

- Eu não sei...- respondeu sincero

- Mas, devia saber. Você vai ter um filho e isso é o mais importante agora. Eu espero, sinceramente, que o seu egoísmo não te cegue. Porque, assim como ela, eu também achei que você era um homem honrado, Rony.- disse decepcionada antes de ir também

- Ash, por favor...- pediu Rony

Mas, foi em vão, ela foi embora e deixou um Rony cheio de dúvidas na cabeça. Ele se jogou no sofá e afundou a cabeça nas mãos, aquilo certamente era um pesadelo, não poderia estar acontecendo, não agora que ele achara que tinha encontrado a pessoa certa, ele estava se odiando por ter deixado as duas partirem, e não se orgulhara muito de sua atitude. Precisava pensar no que fazer, iria ter um filho, um filho. Esperava por tudo, menos isso.




N/A: Bem, aí está mais um capitulo... que rolo, neh?Bem, sem mta demora como tinha prometido, espero q estejam curtindo e mais uma vez agradeço os coments e peço q continuem, hehe. Falows

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