Tormentos



I'm so tired of being here

Estou tão cansada de ficar aqui

Suppressed by all of my childish fears

Reprimida por todos os meus medos infantis

And if you have to leave

E se você tiver que ir

I wish that you would just leave

Eu desejo que você vá logo




Gina não saberia explicar como conseguiu ir trabalhar no dia seguinte, estava se sentindo péssima e infeliz por ter discutido com o irmão. À tarde, assim que chegou no Profeta Diário procurou por Sebastian, o encontrou compenetrado em sua sala, logo que a viu, ele perguntou preocupado:

- Aconteceu alguma coisa, Gina?

- Eu tô precisando de um abraço, Sebastian.- pediu Gina chorosa

Ele sorriu, e foi até ela dando um abraço bem apertado:

- Está melhor agora?

Ela balançou a cabeça, indicando que sim:

- Agora me conta o que aconteceu...

Ela se sentou desanimada:

- Tive uma briga feia com o Rony, fiz uma cena ridícula, e acho que falei besteira...

- Isso acontece nas melhores famílias, Gina.- ponderou Sebastian

- É, eu sei...

Ela o olhou pensativa por uns instantes, antes de perguntar:

- Você acha que eu sou do tipo que sofre de auto piedade?

Ele sorriu:

- Não Gina... você sofre de outra coisa, mas não é de auto piedade...

Ela o encarou confusa:

- Solidão, Gina. Esse é o nome da sua doença. Desde que o Malfoy se foi, você parece que se pune por ter sobrevivido, e assim se priva das melhores coisas da vida...

- Eu não posso esquecê-lo...

- E, ninguém está te pedindo pra fazer isso. Sabe, ninguém duvida da importância que ele teve na sua vida, e por mais egoísta que ele fosse, acredito que ele não gostaria de te ver infeliz.

Gina ouviu tudo atentamente, antes de perguntar:

- Você sabe que dia é amanhã?

- Sei, Gina. É, por isso, que você está assim também, não?

Ela deu um breve sorriso:

- Talvez.

Houve um silêncio, e ela disse por fim:

- Bem, acho que vou trabalhar. O Mackenzie já deve estar me esperando.

Ele a acompanhou até a porta, e disse antes de dar um novo abraço nela:

- Pense no que eu te disse, está bem?

- Tá.


Because your presence still lingers here

A sua presença ainda permanece aqui

And it won't leave me alone

E isso não vai me deixar em paz

These wounds won't seem to heal

Essas feridas parecem não querer cicatrizar

This pain is just too real

Essa dor é muito real

There's just too much that time cannot erase

Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar


Antes de voltar a sua sala, pegou café forte, assinou uns relatórios e assim que chegou, encontrou Ryan lendo uma de suas conclusões:

- Você tem uma péssima mania de entrar em locais privados sem pedir licença, sabia?- comentou normalmente enquanto ajeitava umas pastas nos arquivos

Ele se virou para encará-la:

- Pra sua informação eu bati antes de entrar.

- Mas entrar, sem esperar resposta, continua sendo invasivo e não muito educado.- retrucou calmamente

Ele deu um sorriso descontraído:

- Vou me lembrar disto da próxima vez que me deparar com uma porta.

- Começar pela minha, já é o suficiente.

- Tá, prometo tentar respeitar os limites impostos pelo local.

Ela deu um sorriso em agradecimento, antes de dizer para irritá-lo:

- Pegar as coisas sem autorização também não é um exemplo de bom senso.- disse se referindo as suas anotações que ele lia

Ele sorriu:

- Ok, outro dia talvez eu te peça umas aulinhas de como se comportar, além do que ter curiosidade não é nenhum crime.

Ela o avaliou por uns instantes, antes de perguntar com certa ironia:

- E, o que você achou? Está bom o suficiente pro grande advogado e administrador Ryan Mackenzie?

Ele riu do sarcasmo dela, antes de continuar a ler:

- Hum.- murmurou seriamente

- Isso foi um bom “ hum “ ou um mau “hum”?- perguntou Gina confusa

- Um bom hum. É inteligente, mas ingênuo e ufanista.- analisou seriamente

Ela emudeceu com a critíca:

- Eu não creio estar sendo ufanista em acreditar que o homem pode mudar a sociedade.- retrucou com impaciência

Ele sorriu com ar de superioridade:

- Está sim, Gina. Não se esqueça, que desde os primórdios da humanidade a sociedade modificou o homem e não o contrário.

- Então, você acredita que a culpa destas pessoas terem se tornado comensais é da sociedade, e não do fato delas terem uma mente psicótica e desequilibrada?

- Não, o que eu estou dizendo é que a sociedade influenciou nas decisões dessas pessoas.- retorquiu com seriedade

Ela balançou a cabeça em sinal de discordância:

- Desse jeito, você tira toda a responsabilidade pelos atos que essas pessoas cometeram. Todo mundo tem uma escolha, e todos eles tiveram a chance de escolher entre o certo e o errado, e optaram pelo errado.

- Mas, você não concorda que talvez eles não tivessem alguém que lhes ensinasse a diferença entre o certo e o errado? O ambiente e as pessoas com quem eles conviveram podem ter tido grande influência nas decisões que tomaram.

- Uma palavra, Ryan: livre arbítrio. Apenas você decide quem quer ser e mais ninguém.

Essas palavras entraram em sua mente e ele se sentiu tonto, de repente se viu numa torre com uma Gina de uns quinze anos:

“- Draco, você tem livre arbítrio, você decide a pessoa que quer se tornar. E, dependendo da sua decisão, sinto muito, mas eu não vou poder continuar com você.”

Ela se aproximou dando um beijo em sua bochecha e partiu.

- Ryan... Ryan.- chamou uma voz ao longe

Ele estava pálido e frio:

- Sim.- respondeu voltando ao normal

- Você está se sentindo bem?- perguntou Gina preocupada

- Estou... estava só... perdido em uns pensamentos.- disse evasivamente

Ela o analisou por uns momentos, antes de prosseguir:

- Eu tenho que concordar que a sociedade pode exercer papel fundamental na vida das pessoas, mas ainda assim acredito que a gente pode decidir se se deixa influenciar ou não. No caso desses comensais, o maior problema era que eles possuíam uma cabeça fraca e se deixaram levar pela conversa fiada de Voldemort, e acabaram se tornando fantoches nas mãos dele.

Ele a olhou confuso, e depois de lembrar da conversa que estavam tendo, continuou:

- Talvez isso não tivesse acontecido se nós não vivessemos numa sociedade capitalista onde o que importa é o poder e a influência que se tem.

Ela concordou balançando a cabeça, em seguida se olharam e riram:

- Muito produtiva nossa conversa hoje.- admitiu Gina

- Concordo plenamente... e a propósito eu e a Ashley não temos nada.- disse com um sorrisinho enquanto saía

Ela ficou desconcertada com a informação e extremamente envergonhada:

- Não?!? Ai... mas que droga. Eu sou realmente uma besta gigantesca.- murmurou para si

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No dia seguinte, depois de seu expediente no Seminário das Bruxas, Gina aparatou em Hogsmead, almoçou rapidamente no Três vassouras e quando o relógio marcou 13:00 lá estava ela em frente aos portões de Hogwarts, respirou fundo antes de entrar. Mal tinha entrado no salão principal quando encontrou Lara:

- Olá Gina, como está? Estavámos mesmo te esperando.- cumprimentou alegremente

- Estou levando. E, as coisas por aqui, como andam?

- Na mesma, um pouco de correria e estresse, muitos alunos desobedientes, mas no fim é tudo muito gratificante.

Gina deu um sorriso nostálgico e olhou ao redor, tinha tantas lembranças dali:

- Seis anos, não é?- perguntou Lara de repente

- É...- respondeu triste

- Bem, fique a vontade e o tempo que quiser, ok? Qualquer coisa sabe onde nos encontrar.- disse Lara antes de se afastar


You used to captivate me

Você costumava me cativar

By your resonating light

Pela sua luz ressonante

But now i'm bound by the life you left behind

Agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás

Your face it haunts my once pleasant dreams

Seu rosto assombra todos os meus sonhos,

Your voice it chased away all the sanity in me

uma vez, agradáveis sua voz expulsou toda a sanidade em mim


Gina a observou ir, e depois começou a caminhar saudosa pelo castelo, quando chegou nas masmorras suas recordações vieram rapidamente à tona e ela sentiu lágrimas brotarem dos olhos, sentou-se em uma das cadeiras e ficou perdida em seus pensamentos por um longo tempo. Depois de ter se acalmado, fez o trajeto de volta e os seus pés acabaram levando-a para o lago. Sentou-se próxima a uma árvore e fitou o horizonte, queria que a dor que estava sentindo acabasse logo, e por fim, voltou a chorar de novo, desta vez, compulsivamente e disse entre os soluços:

- Ah, Draco, meu amor... eu já não venho aqui com tanta frequência, não é? Hoje, faz 6 anos que você me deixou e, às vezes, eu te odeio por isso... Naquela época eu não fazia idéia de como era grande o que eu sentia por você, e agora estou presa a isso, já tentei esquecer, fingi que vai mudar, que com o tempo vai passar, mas não consigo me enganar, as lembranças sempre voltam pra me enlouquecer, e isso está me matando. Eu não suporto mais... eu nem sei mais quem eu sou e não gosto muito da pessoa que me tornei, eu estou perdida e sozinha, não sei que direção tomar... eu tento não sofrer, não chorar, tento ser forte, como você me pediu, mas acho que não consigo mais... as pessoas têm me dito verdades, das quais eu não queria ouvir, mas acho que ninguém nunca vai entender, o quanto eu penso e sinto por você. Eu gostaria de poder dizer, que vou tomar um novo rumo, deixar tudo pra trás, mas sem você falta uma parte de mim, e não sei se foi sorte ou azar, mas você foi o meu amor e minha maldição...


These wounds won't seem to heal

Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesma que você se foi

This pain is just too real

Mas embora você ainda esteja comigo

There's just too much that time cannot erase

Eu tenho estado sozinha todo esse tempo


Quando acabou o que tinha pra falar, se levantou, pegou a rosa vermelha que trazia na mão, beijou delicadamente e a atirou no lago. Estava fitando o nada, quando Sirius se aproximou:

- Achei que te encontraria aqui...- disse ficando ao lado dela

Ela não disse nada:

- Sabe, já passei por muitos momentos, alguns difíceis de suportar, e em algumas horas, apenas um amigo me ajudou...

Ela se virou pra ele, intrigada:

- Eu queria te apresentar o Johny.- disse tirando uma garrafinha do bolso e oferecendo a ela

Ela pegou a garrafinha meio em dúvida e desconfiada:

- Tome, vai te fazer bem.- encorajou Sirius

Ela abriu e tomou um gole, o liquido fez sua garganta arder, e ela tossiu:

- Forte, não?- avaliou Gina depois de um segundo gole

Ele riu:

- Um pouco, não resolve, mas alivia a dor.

Depois de permanecer mais um tempo com Sirius, ela foi pra casa meio aturdida, assim que chegou se deixou cair no sofá.

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Ryan esperou por Gina um bom tempo, já estava ficando irritado e impaciente com a demora dela quando resolveu ir até a sala de Sebastian, deu duas batidinhas na porta:

- Entra.- ouviu a voz dele em resposta

Ryan notou a surpresa do outro ao vê-lo ali:

- É... você sabe se a Gina está bem? Ela não chegou ainda.- disse Ryan desconfortável

- Ela não vem hoje, está em Hogwarts se torturando.- explicou Sebastian normalmente

Ryan fez uma cara de confuso, antes de perguntar:

- Como disse?

Sebastian o analisou inseguro, antes de continuar:

- Hoje faz 6 anos que o amor da vida dela, vulgo Draco Malfoy, morreu. Todo ano, ela vai lá pra falar com ele, ou sei lá o que, mas isso pra mim é prolongar o sofrimento, se torturar... mas quem disse que ela me escuta.

Ryan não disse nada, já estava quase saindo quando Sebastian perguntou:

- Você gosta dela, não é?

Ele se virou irritado com a pergunta:

- Acho que isso não lhe diz respeito.

- É, não. Mas, a felicidade dela sim.- disse Sebastian calmamente

Ryan ainda o olhou por uns segundos antes de sair:

- Não precisa ser muito esperto pra notar.- comentou pra si mesmo assim que Ryan saiu

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Gina ainda estava deitada no sofá num estado lamentável, quando a campanhia tocou, se ela não tivesse continuado a tocar, ela nem teria tido o trabalho de ir atender. Assim que ela abriu a porta, Ryan se deparou com uma Gina de olhos vermelhos e inchados:

- Você tem um péssimo hábito de aparecer em horas inconvenientes.- disse calmamente

Ele sorriu:

- Fiquei preocupado... você está bem?

- Estou... porque não estaria?- repondeu com lágrimas nos olhos

Ele ficou extremamente desconfortável com a situação, não tinha visto muitas mulheres chorarem e não sabia o que fazer, em seguida, enlaçou um dos braços nos ombros dela e a conduziu pra dentro:

- Vem, eu vou te preparar um café.

- Era eu quem deveria fazer isso.- disse com a voz chorosa

- Não tem problema, eu faço.

Ryan fez um gesto rápido com as varinhas e em segundos duas xícaras de café fumegantes apareceram, Gina esfregou as mãos no rosto, enxugando as lágrimas, e o encarou embaraçada antes de pegar umas das xícaras:

- Desculpe, não costumo agir assim...

- Tudo bem. Ninguém é perfeito.- provocou, antes de acrescentar – Posso ajudar em alguma coisa?

- Não há nada a fazer.

- Problema confessado, é problema resolvido, dizem.- continuou procurando encorajá-la

- Quem me dera se fosse tão fácil... a não ser que você seja capaz de ressucitar os mortos.- brincou enquanto tomava um gole do café

Ele não disse nada, e ela voltou a ficar séria:

- Sabe... hoje fez 6 anos... e eu trocaria tudo o que eu tenho, toda a minha vida, só pra poder vê-lo mais uma vez, poder ouvir a voz dele, mesmo que fosse pra me irritar ou dizer que não me amava mais, um momento ou um segundo que fosse com ele, já seria o bastante.- meneou a cabeça e fez menção de cobri-la de novo com as mãos, para refrear outro surto de lágrimas

Ele voltou a se sentir desconfortável e um sentimento de culpa o invadiu. Porque não contava toda a verdade pra ela? Vê-la assim e não fazer nada era cruel:

- Oh, Merlim!- Ryan sussurrou antes de tomá-la nos braços num gesto confortador

Ela sentiu-se ainda mais frágil quando aninhada nele. Seus cabelos se confundiram com fios de seda, enquanto Ryan os escorria entre os dedos, com ar ausente. Ela enterrou ainda mais o rosto na camisa dele, que logo começou sentir a umidade das lágrimas ali. Ryan a fitou, olhando-a de perto podia ver os detalhes que passavam desapercebidos, sem compreender o que se passava, sentiu-se afetado pelo charme dela, e instintivamente sentiu uma grande vontade de beijá-la. O que estava fazendo? Ele caiu em si, estava prestes a se aproveitar da fraqueza dela, tinha que ir embora, antes que fizesse alguma besteira. Afastou-a devagar:

- Desculpe Gina, mas eu preciso ir.

Ela balançou a cabeça confusa, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, ele já tinha partido.

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Chegou ao hotel, visivelmente alterado e confuso com tudo aquilo, tomou um banho rápido e desceu para encontrar Ashley no saguão:

- O que foi? Parecia urgente quando você me ligou.

Ele suspirou irritado, antes de contar tudo o que tinha acontecido e acrescentar:

- Eu não sei mais o que fazer, Ash... não sei... meu tempo está se esgotando, não me lembrei de nada que possa me ajudar, a não ser aquilo que te contei ontem... e também não sei como ajudá-la.

- Você se preocupa mesmo com ela, não é?

- Talvez... acho que sim. Se fosse em outras circunstâncias, eu não hesitaria em me aproveitar da situação, mas com ela é diferente, ela não me entedia, entende? Não era certo... eu sou um canalha, não sou?

Ela sorriu:

- Não Ryan, você é humano, só isso.

- Eu preciso achar uma solução pra isso, antes que as coisas fiquem ainda mais complicadas.- disse pensativo




oie...genti, demorou mas chegou... desculpem a demora, sério... estou atolada na facul cheia de coisa pra fazer, e soh agora tive um tempinho livre, prometo ser breve no próximo cap., agradeço a compprensão... Ah, como sempre naum resisti e tive q colocar a musica no meio( my immortal- Evanescence),rsrsr...bjaum... espero que gostem.

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