Retorno a Hogwarts



Uma chuva torrencial caindo sobre um velho castelo à noite é uma cena que poderia provocar lamentos em qualquer um, menos nele, Harry Potter. O jovem bruxo desaparatou diante dos portões que se abriam no largo terreno onde estava localizada sua antiga escola. Rever os contornos daquele espaço que sempre considerou um lar causou-lhe um impacto tão profundo que ele demorou a perceber que estava sob um verdadeiro dilúvio. Experimentou primeiro a alegria que o retorno de uma longa viagem provoca. Depois, a tristeza de ter ficado tanto tempo afastado de um lugar querido. Em seguida, vieram a sensação de umidade nas vestes e a percepção de que gotas molhavam as lentes dos óculos, chamando sua atenção para a realidade, o aguaceiro. Com um movimento da varinha, impermeabilizou suas roupas e seus óculos e começou a caminhar pela região com o coração aos pulos. Era a primeira vez que colocava os pés em Hogwarts desde que deixara os bancos escolares.

Seus olhos percorriam os arredores com uma curiosidade que chegava a doer. Harry desejou voltar várias vezes, mas sempre fora impedido por compromissos. Normalmente, recebia visitas de Dumbledore e de Minerva McGonagall e, por isso, mantinha-se bem informado a respeito dos rumos da escola. O antigo diretor aparecia regularmente em sua casa. A atual diretora de Hogwarts era mais ocupada e aparatava menos na mansão do Largo Grimmauld, porém fazia questão de sempre levar um presentinho para Sirius. Em duas ocasiões o jovem bruxo encontrara o professor Flitwick no Caldeirão Furado. E lembrava-se de, numa tarde em que fora ver um auror atendido em St. Mungus, ter topado com Madame Pomfrey conversando com colegas. Fora isso, não tinha visto mais ninguém. Esses pensamentos corriam por sua mente ao se deparar com a velha cabana de Hagrid. Imediatamente, um bolo se formou em sua garganta. Tentara acompanhar o evento que recordou os dez anos da morte do amigo. Entretanto tinha viajado numa missão complicada junto com Dawlish, o então comandante dos aurores, e depois – no momento em que imaginara estar livre – ainda tivera de acompanhar Charlotte numa tarefa chata de última hora, da qual seu chefe escapara porque se valera do fato de ser chefe. Felizmente, Gina tinha lhe contado tudo e isso aliviara sua angústia naquele dia. Só que diante da antiga casa de Hagrid, deu-se conta que se sentia em débito. Decidiu desviar-se um pouco de seu trabalho. Já tinha conversado com Rony, que deveria estar partindo para o Ministério da Magia na Alemanha. O atraso de alguns minutos não iria prejudicá-los, calculou. Então, tomou a trilha que levava ao túmulo do amigo que tombara na noite em que Hogwarts fora atacada por Voldemort. “Dez anos!”, exclamava para si, assombrado que o tempo passara dessa forma.

Raios riscaram o céu, iluminando fracamente a trilha. A chuva aumentou de intensidade, dificultando a caminhada. Mas Harry não desistiu. Escorregou duas vezes, enlameando as vestes. E teve de reforçar o feitiço para manter os óculos secos. Quando chegou à clareira onde se destacava o túmulo de Hagrid, não resistiu. Chorou como se fosse um menino. Tinha se empenhado tanto nos últimos anos no Ministério, tinha se dedicado tanto ao trabalho que se esquecera um pouco como sofrera no passado. “Eu não devia ter deixado minha vida tão de lado”, pensou enquanto tocava com a mão a inscrição com o nome do meio-gigante gravada a fogo por Dumbledore. Ficou parado ali, perdido nas recordações até que um trovão ribombou. “Tenho de ir, amigão”, murmurou, deslizando os dedos pelas pétalas de uma flor cujo caule estava enrolado na varinha que pertencera ao guarda-caças. A flor que Gina plantara. Isso o fez pensar que tinha sido ali perto que sua história com a ruiva começara a se definir. Subiu a trilha com a cabeça a mil. Não foi à toa, portanto, que ao chegar à porta de entrada do castelo permaneceu quieto, alheio ao mundo. Um clique o despertou. Cara zangada e ralos cabelos brancos, Argo Filch o mirava desconfiado. Trazia nas mãos uma besta que apontava para ele.

- O que você quer, estranho?

- Estranho?!

- Explique-se logo. Numa hora dessas e debaixo dessa chuva, boa visita não pode ser – resmungou o homem, de olho em suas vestes enlameadas, porém secas. – Sir Lancelot me avisou que tinha alguém rondando a entrada.

Um gato cinzento eriçou os pêlos ao ouvir seu nome.

- Não me reconhece, Filch? Onde está Madame Nor-r-ra?

Filch engoliu em seco e começou a fungar. A referência a sua antiga gata o desarmou. Respondeu roucamente que Madame Nor-r-ra tinha morrido havia alguns anos. Em seguida, ele examinou o estranho com mais cuidado. Súbito, notou a cicatriz em forma de raio. Abaixou a besta imediatamente.

- Ah, é o senhor Harry Potter?! Por Merlin, o senhor nunca mais apareceu aqui. O cabelo molhado me enganou.

- Cabelo?! Hum, é verdade – respondeu, achando muito esquisito ser chamado de senhor por Filch. – Não me impermeabilizei por inteiro. Eu me distraí. Err, gostaria de falar com o professor Dumbledore.

Um grupo de alunos fez uma barulheira danada perto deles enquanto os dois conversavam na entrada e Harry teve a impressão de ouvir a voz de McGonagall.

- Se já terminaram o jantar, dirijam-se à sala comunal de vocês. Pelo que soube, o professor Flitwick passou uma tarefa particularmente difícil para os senhores.

Era ela sem dúvida. Filch disse qualquer coisa a respeito das habituais andanças da diretora pelo castelo. Harry sorriu. Percebia como o estilo de comandar Hogwarts era diferente do de Dumbledore. Esperou que McGonagall olhasse para ele. Embora tivesse visto a professora mais vezes, ainda não se acostumara com os cabelos inteiramente prateados da diretora. O sinal da idade, entretanto, não era nada frente à disposição da bruxa. Passos rápidos, ela veio em sua direção com uma expressão de surpresa e alegria.

- Harry! Isso é de espantar. Então, o chefe dos aurores arranjou um tempo para ver os velhos amigos?!

- Oh, bem... – o sorriso se apagou. “Chefe dos aurores?!” Sim, tinha uma missão a cumprir! – Como vai, diretora? Eu queria ter mais tempo para conversar, mas eu preciso ver o professor Dumbledore imediatamente. Aliás, vou precisar sair com ele.

Minerva McGonagall fez uma cara de desapontamento, porém logo mudou de disposição.

- Não faz mal, Harry. Não faz mal. Quem sabe outro dia você poderá fazer uma visita com calma. Verá que praticamente nada mudou. Venha. Eu te acompanho até o quarto do professor Dumbledore – disse, oferecendo o braço para que o ex-aluno a seguisse. Filch cumprimentou Harry com a cabeça e saiu de perto.

- Gina me contou algumas coisas no dia em que... - murmurou. – Ahn, eu não pude... naquele dia...

- Compreendo, rapaz. Sei como sua vida anda agitada. Ninguém te dá tempo para mais nada. Na minha opinião, Charlotte está abusando de você, assim como Dawlish. Eles colocaram responsabilidades demais sob suas costas.

- Bom...

- Não diga “bom”. Não é bom ficar sem tempo para a família e os amigos. Você é muito importante para o ministério, muito importante para a comunidade bruxa, só não se esqueça que tem direito à vida pessoal.

- A Gina se queixou de algo para a senhora?

- Ela tem muito orgulho de você, Harry. Muito mesmo. Comentou apenas que gostaria que você passasse mais tempo com o Sirius. Ah, também falou algo a respeito de participar mais das ações dos aurores.

- Ah, isso – suspirou.

Pararam à frente de um quarto de aparência simples. Não dava para imaginar que ali vivia o diretor emérito de Hogwarts. Alvo Dumbledore tinha se aposentado fazia dois anos, sentindo-se já bastante velho para continuar comandando a escola e cedera seu lugar à amiga Minerva. Mas não quisera deixar o castelo. O conselho de Hogwarts concordara em dar-lhe o cargo emérito por tudo que fizera e acatara de bom grado a presença do mago num dormitório que ele próprio escolhera. Quem não ficaria feliz de ter um bruxo tão poderoso em sua casa? Harry esperou a professora McGonagall dar a senha e logo a porta se abriu, oferecendo a vista de uma saleta aconchegante. Perto da lareira, havia um poleiro, onde dormitava Fawkes. O chefe dos aurores sorriu ao ver a fênix naquele estado que um dia o assombrara. A ave estava um tanto decrépita, quase sem penas.

- Alvo, você tem visita... – começou McGonagall, numa voz com um tom acima do normal. Era como se estivesse cantando. Aquilo pareceu a Harry um sinal de grande aproximação entre os dois diretores. E isso o lembrou da paixão que seu antigo mestre, o falecido McKinley, tinha pela conterrânea. Por um momento, sentiu-se envergonhado de invadir tal intimidade.

Dumbledore ergueu-se da poltrona onde estivera lendo e abriu seus braços para receber o pupilo. Caminhava mais lentamente, mas sua figura ainda transmitia magnetismo. Os dois bruxos se abraçaram. McGonagall despediu-se de Harry, porém antes de partir o fez jurar que voltaria a Hogwarts em outra ocasião.

- Fico feliz em ter você aqui, Harry. O que achou do que viu? – perguntou Dumbledore ajeitando os óculos de meia-lua.

- Tirando o dilúvio, que não me ajudou muito, tudo parece igual aos meus tempos.

- A noite está terrível...

- Eu vi o túmulo de Hagrid – disse o rapaz, de supetão.

Dumbledore piscou os olhos azuis. Juntou as mãos e cruzou os dedos à altura do bigode.

- E?

- Pensei que, depois de tantos anos, eu tivesse assimilado a morte dele. Mas foi um baque para mim – afirmou, com a voz embargada.

O professor fez um silêncio de segundos.

- A morte é só mais uma passagem.

- O senhor já disse isso uma vez. Só que ela dói do mesmo jeito. Creio que nunca vou estar preparado para ela.

- Se não for numa situação como a que ocorreu com Hagrid, cuja vida foi arrancada, a gente aprende a se preparar para ela, sim – observou o velho mago, com uma expressão tão sossegada que espantou Harry.

- Não fale assim, professor. Parece que o senhor já tem pronto o discurso de despedida – arrepiou-se.

- Não, não tenho. Você me deu uma boa idéia – sorriu, fazendo uma ruga surgir na testa de Harry. – Não se preocupe, rapaz. Já vivi muito, mas minha hora ainda não chegou. Vamos mudar de assunto. A que devo esta aparição repentina?

Harry contou logo toda a conversa que tivera com os alemães. Falou também da breve visita que fizera a Rony. Depois, convidou Dumbledore a acompanhá-lo até Berlim, usando uma chave de portal que ele abriria fora do terreno de Hogwarts. “Ou podemos usar o pó de Flu. Eles reativaram a lareira da sala de reuniões”, emendou. O professor demorou a responder, o que afligiu um pouco o chefe dos aurores.

- Humm, quanto antes pudermos sair, professor, melhor. Nesse momento, o Rony deve estar com o ministro alemão.

- Claro, Harry. Vamos sair já. Eu teria preferido aparatar. Pelo que posso perceber, você está preocupado com um eventual acidente comigo durante a aparatação. Por exemplo, eu deixar uma perna aqui, algo possível de acontecer para um bruxo da minha idade.

- Professor, não é que eu julgue o senhor...

- Senil?

As orelhas de Harry esquentaram. Não pretendia dizer aquilo. Tencionara falar “menos habilidoso”.

- Jamais diria...

- Mas é o que está na minha ficha no ministério.

- Como o senhor sabe disso? – perguntou, aborrecido. – Só agora é que tomei conhecimento dessas fichas.

- O que é uma falha de Dawlish. Ou vai ver foi algo proposital. Sua ficha, Harry, deve ter coisas que ele não gostaria que você lesse. Não se atormente, meu caro. Em algum momento, você descobriria. Eu soube da minha mais recente “classificação” por Tonks no dia em que lembramos a morte de Hagrid. Você entende, não é? Tonks está há mais tempo no ministério do que você e conhece como a máquina funciona nos bastidores. Pelo que entendi, o acréscimo dessa minha “qualidade” foi feito pela própria ministra. Talvez ela me culpe por não ter conseguido antes o posto que ocupa. Na eleição anterior, ela me procurou em busca de apoio. Desejei-lhe sorte, naturalmente, só que esclareci que nunca dei meu apoio a quem quer que fosse. E expliquei que não me envolvo com a política do ministério. Creio que Charlotte ficou fula da vida comigo. Ou será que ela se levantou da cadeira repentinamente por que a bexiga a estava apertando?

- É, Charlotte é um tanto sensível... – replicou, desconfortável pela descoberta. – E então, professor? Como vamos para lá? Quer aparatar?

Dumbledore atraiu uma capa escura com seus dedos magros. Ficou de pé e fez um compartimento se abrir na parede, revelando onde guardava sua penseira e uma porção de frascos. Pegou o objeto nas mãos, selecionou alguns frascos e os guardou nas vestes.

- Usemos o pó de Flu, Harry. Escolhi uma capa que não ficará feia com as cinzas da lareira. Não quero recorrer ao portal porque teríamos de sair e ainda está chovendo forte. Não desejo me resfriar. Madame Pomfrey continua excelente quando está acordada. Mas deu para pegar no sono de repente depois que passa das 20h. Outra noite, ela estava tratando de um goleiro da equipe da Lufa-Lufa e apagou quando estava administrando uma poção para fechar feridas. Por pouco os lábios dele não ficam grudados para sempre.

O professor se dirigiu até a lareira do seu quarto e com a varinha fez surgir um pote com o pó.

- Primeiro você, rapaz. Não ficaria bem eu chegar assim. E, ah, só um detalhe. Não gostaria, Harry, de viajar em minhas lembranças na companhia de desconhecidos. Portanto, não permitirei que eles tenham acesso à minha penseira. Se o ministro e o chefe dos aurores não aprovarem minha decisão, permita-me dar um pulo em sua casa, onde poderei vasculhar minhas memórias em paz.

Harry concordou. Encheu a mão com o pó, enfiou-se debaixo da lareira e anunciou em claro e bom som o seu destino: sala de reuniões do Ministério da Magia da Alemanha.




*****


Hermione Granger Weasley tinha acabado de arrumar a cozinha quando ouviu o toque na porta de sua casa. Estranhou o horário. Normalmente, seus pais a avisavam se pretendiam visitá-la. E àquela hora quem mais poderia ser? Rony saíra de casa fazia uns bons minutos, pouco depois da aparição de Harry. O medibruxo que acompanhava seu caso tinha passado ali no final da tarde, liberando-a, finalmente, da sua forçada estadia na cama. “Não posso me esquecer que vivo num bairro de trouxas. Talvez seja alguém precisando de ajuda”. Não era.

- Oi, Mione. Surpresa! – disse uma sorridente Gina. – Trouxe seu...

- Mamãe! – gritou James, abraçando Hermione e se antecipando à tia.

- Uau! Que bom, que bom – exultou a bruxa, agarrando o filho e distribuindo beijos no rostinho sardento. – Gina, não tinha idéia que era você. Olá, Sirius. Sua madrinha tem direito a abraço?

- Não dá. O James não sai daí – replicou o garoto, puxando o primo. – Ei, por que você está chorando?

- Fica quieto – resmungou o ruivinho, disfarçando as lágrimas enquanto entrava na casa.

- Ora, ele sentiu falta da mãe, Sirius – respondeu Gina, que já tinha se ajeitado numa poltrona.

- Eu sinto falta do meu pai, mas não choro – emendou Sirius, com os olhos azuis tão límpidos e tranqüilos que davam a entender que, de fato, não sofria a esse ponto com a ausência de Harry.

As duas mulheres se entreolharam. Hermione pediu que James levasse o primo para seu quarto para escolherem algum brinquedo, recomendando apenas que não fizessem barulho porque Lilly dormia. Assim que os dois se afastaram, ela se virou para a cunhada.

- Humm, não gostei muito do que o Sirius disse. O Harry continua trabalhando demais, não é?! Incrível. Eu já falei tanto com o Rony sobre isso, mas é como se estivesse falando para as paredes. O que os homens têm na cabeça?

- Você acha que o Sirius está começando a se acostumar com a ausência do Harry?

- Taí uma coisa que você pode dizer para ele. Nossos maridos são loucos pelos filhos. Conte a reação do Sirius que isso vai acabar com o Harry. Ah, mas o que estou falando? Agora ele e o Rony vão estar bem ocupados de verdade. É até maldade fazer isso.

- Como assim?

- Maldade, Gina. Jogar isso na cara do Harry neste momento é maldade.

- Eu quero entender o que você quer dizer com “agora”.

Hermione franziu a testa.

- Espera... por que você veio aqui? O Harry não te contou que eu recebi alta? Quando te vi, achei que ele tinha te procurado antes de ir até Hogwarts.

- Alta? Você teve alta? E o que Hogwarts tem a ver? – disparou. E, vendo a cara espantada da cunhada, tratou de se explicar. – Passei o dia fora. Fui até a Toca, depois fiz compras no Beco Diagonal junto com a minha mãe, dei um pulo na casa da Luna e aí resolvi trazer o James para te ver. Até viemos de metrô para que as crianças conhecessem melhor o ambiente trouxa. Não vi o Harry ainda.

- Gina, que foi que te deu? O Harry esteve aqui faz quase uma hora - disse. E depois falou mais para si do que para a cunhada. – Por isso que ele foi tão monossilábico quando perguntei de você e dos meninos. “Eles estão bem”... Hmpf! Pensando bem, acho que até gaguejou. Mas como ele tinha urgência, deixei isso para lá.

- Qual urgência? Eu devia ter avisado o Dobby para me procurar se pintasse algum problema.

- O Harry esteve no Ministério da Alemanha. Roubaram a arca daquela ordem de alquimistas que não existe mais.

- A Ordem dos Inseparáveis! A do professor que gostava de beber cerveja trouxa. Era nessa arca que ele guardava uma pedra filosofal.

- A pedra continuou lá. Na arca. E sem nenhuma grande proteção. Mas essa não foi a mancada maior. Eles nem sabiam da pedra. Nunca antes tinham feito uma investigação a respeito do conteúdo da arca! Por isso é que ela estava tão desprotegida. Os alemães procuraram o Rony para saber mais dela. E o Harry foi no lugar dele. Assim que viu essa confusão, resolveu aparecer aqui para mandar o Rony para Berlim. E foi atrás do Dumbledore porque ele tem memórias guardadas do dia em que a arca foi entregue ao departamento de mistérios alemão.

- Nossa! Que história. Talvez ele tenha passado em casa. Mas eu não avisei a ninguém para onde eu ia – murmurou, sentindo-se arrependida de ter sumido daquele jeito.

- E posso saber por que a “senhora” fez isso?

Gina ficou vermelha. Diante daquela emergência, via seu comportamento como um capricho infantil. Algo que não combinava nada com a atitude de uma auror. Relatou o que tinha acontecido e completou com voz baixa.

- Fiquei com a impressão de que o Harry não tinha me levado muito a sério. Sei lá. Acho que me chateei por bobagem. Ah, pelas barbas de Merlim, devo estar sendo muito egoísta. Com tantas coisas para resolver, ele não pode ficar sobrecarregado com os meus “probleminhas”.

- Epa! Não são probleminhas. Gina, faz tempo que te falei para contar para o Harry a sua frustração no Ministério. Também não é justo você minimizar o que está sentindo. Entenda. O Harry e o Rony são ótimos, mas eles não são bons para perceber sutilezas femininas. Ou nós somos claras ou eles não vão perceber nada daquilo que a gente insiste em dar pistas.

- Mione, eles são aurores. Precisam ser bons em encontrar e decifrar pistas!

- Não para essa natureza de pistas! E nem é tanto culpa deles! Homens, arre! Vamos combinar. Tem hora que eles têm a sensibilidade de trasgos.

- Humm, esse comentário foi bem ferino. Ainda está brava com o seu médico?

- Trasgos! – repetiu, com os olhos brilhando. – Espere para ver o que farei em St. Mungus quando eu voltar. Eles vão aprender a tratar decentemente os casos de gestação complicada. E vou dar um jeito de recuperar o trabalho das feiticeiras parteiras. Aliás, vou batalhar para ter mais mulheres no departamento de saúde das bruxas.










Adoro ver a Hermione engajada numa causa... Continuem lendo. Em alguns minutos, o sexto capítulo estará no ar. Milagres acontecem. Bjs, K.

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