De Volta a Hogwarts



Os dois tentaram deixar as coisas mais ou menos como encontraram com exceção do vestido e da comida que já havia sido consumida. Eles haviam aparatado em Hogsmead e Gina sentia o quanto Draco estava com medo. Ela parou e o abraçou forte, como haviam feito naquele dia nas masmorras.

- Vai dar tudo certo – murmurou ela no ouvido do loiro antes que eles voltassem a andar.
- Eu espero que sim.

Como da outra vez seus irmãos guardavam o portão e sorriram ao vê-la, mas quando notaram que Malfoy vinha logo atrás, Rony gritou:

- Malfoy! – e imediatamente o estuporou sem que Gina tivesse tempo de avisar ou Draco de reagir.
- Não! Rony! O que você fez?! – disse ela correndo em direção ao garoto que estava caído na grama.
- O que eu fiz? Eu te protegi desse nojento! – falou ele como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Ele veio aqui em missão de paz Rony, veio contar ao Dumbledore as táticas dos comensais, ele era um deles.
- E o que te faz pensar que ele não é mais? – falou ele desconfiado.
- Ele está arrependido Rony, porque ele viria até aqui no meio da Ordem de Fênix se não estivesse.
- Ele pode estar querendo espionar – respondeu Percy.
- Enervate! – Draco abriu os olhos e se levantou com o feitiço que Gina utilizara - Isso não são vocês que vão julgar, agora com licença que precisamos ver Dumbledore.
- Eu vou até lá com vocês – disse Rony desconfiado.
- Não se preocupe Weasley não vou fazer mal a sua irmãzinha – falou Draco enquanto caminhavam em direção ao escritório de Dumbledore sem poder perder a chance de provocar o ruivo.
- Ah cala boca Malfoy! – eles haviam chegado a estátua e depois que Rony disse a senha conseguiram entrar. Dumbledore estava sentado em sua mesa observando sua penseira e não pareceu nem um pouco surpreso com a presença de Draco
- Receio que tenhamos que conversar não é mesmo senhor Malfoy? Por favor, se vocês nos derem licença eu gostaria de conversar com ele a sós – o bruxo não tinha uma voz amigável, mas Gina sabia que Dumbledore não faria mal a Draco.

Os dois Weasleys deixaram a sala e Rony não parava de resmungar. A ruiva sabia que teria que contar mais cedo ou mais tarde seus sentimentos por Draco para a família, mas ela também sabia que eles não aceitariam. Eles seguiram até o antigo salão comunal da Grifinória e encontraram o restante da família Weasley reunida por lá:

- Consegui substitutos para o nosso lugar na guarda Rony, assim podemos todos conversar com a Gina – disse Percy.
Mas que ousadia! Ela pensara em contar seus sentimentos a eles quando chegasse a hora, mas não esperava ser interrogada, não tinha que dar satisfação a todos sobre sua vida.
- Agora calem-se todos! – disse Molly com autoridade – Gina querida, nos conte a verdade, estamos preocupados com você.
- Eu estou bem mãe.
- Onde você foi?
- Fui buscar o Malfoy, ele estava fugindo dos comensais e eu consegui convence-lo a vir contar o que sabia para Dumbledore.
- E porque não nos contou?
- Porque não me deixariam ir e eu precisava fazer isso.

Os garotos pareceram se convencer e deixaram Gina em paz, às vezes era muito chato ter um bando de irmãos super protetores! Ela continuava conversando, mas agora somente com seus pais:

- Tome cuidado com esse Malfoy Gina, você se lembra bem do pai dele – falou Arthur.
- Ele não é como o pai dele.
- Pode não ser igual filha, mas é da mesma laia, vocês sabe que ele não presta.
- Mãe, pai, eu gosto dele. – falou ela receosa.
- Gosta como?! – perguntou Molly assustada.
- Gostando mãe.
- Ela quis dizer que gosta como amigo não é mesmo Gina? – perguntou Arthur já temendo a resposta.
- Não pai, eu realmente gosto dele.
- Mas e Harry filha? – perguntou Molly
- Nós terminamos, eu não o amo mais.
- Filha que loucura você está fazendo! Trocando um menino bom que lhe ama por um comensal da morte! – falou Arthur apavarado
- Ele não é mais um comensal! Ele se arrependeu e é por isso que ele está aqui! – disse Gina irritada.
- Não interessa Virgínia, nós não permitiremos esse absurdo!
- Não tem nada de absurdo nisso! E vocês não podem me impedir de ficar ao lado de quem eu amo, eu sou dona do meu próprio nariz. Vocês não podem me impedir de ser feliz! – gritou ela e largou os pais atônitos no salão comunal.

Ela estava bufando de raiva, como seus pais podiam ficar contra ela dessa maneira! Ela já tinha idade suficiente para saber o que era bom pra ela, não precisava daquilo tudo! Ela andava apressada pelos corredores de Hogwarts quando deu um encontrão em alguém e quase caiu no chão.

- Não olha por onde anda! – respondeu ela antes de olhar quem era, e era ele, Draco Malfoy.
- Estressada eu suponho – respondeu ele com a voz arrastada de costume.
- Desculpe, como foi com o Dumbledore?
- Como você disse que seria, ele ouviu minhas informações, entendeu tudo e disse que agora eu estava do lado deles. Chamou outros bruxos e armamos um plano para invadir Durmstrang com as dicas que eu dei.
- Que bom Draco, eu estou aliviada com essa notícia. Mas não tenho uma boa para lhe dar.
- O que houve? – perguntou ele nervoso.
- Bom, contei aos meus pais.
- Sobre nós?
- Sim.
- E eles?
- Acharam um absurdo e disseram que não iam permitir, mas eu não me importo, eles não podem me impedir.
- Gina você é louca!? – falou ele assustado – Agora eu vou ter uma corja de bruxos ruivos querendo me assassinar onde quer que eu vá.
- Eles vão ficar com raiva, mas não fariam nada, eu tenho certeza.
- Será? – perguntou ele apreensivo.
- Está na hora de você aprender a confiar em mim.

Jota Quest - Amor Maior
"Eu quero ficar só, mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto, mas sozinho só não é possível
É preciso amar direito, um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora, ser amor de corpo inteiro
Amor de dentro pra fora, amor que eu desconheço"

Gina nunca estivera tão apaixonada, ao lado de Draco ela se sentia completa, se sentia amada, se sentia feliz. O dia em que todos iriam partir para Durmstrang se aproximava e ela não conseguia pensar em outra coisa a não ser em estar com ele. Ela sentia que estava perdendo o controle de seus sentimentos por Draco, eles estavam dominando-a, estavam maiores do que ela podia controlar.

"Quero um amor maior, amor maior que eu
Quero um amor maior, um amor maior que eu"

Ela sabia que não tinha mais como evitar, já estava num caminho sem volta, o jeito era se entregar de vez aquela paixão que a ajudava a agüentar seus dias solitários. Gina se encontrava com Draco em lugares isolados para que ninguém viesse incomodar ou repreende-los. Se não fosse esses poucos momentos juntos, ela não teria agüentado por muito tempo aquele sofrimento todo.

"Eu quero ficar só, mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto, mas sozinho só é impossível
E preciso amar direito, um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora, ser amor de corpo inteiro"

Draco a amava também, ela podia sentir isso quando estavam juntos, mas ela não sabia dizer nem porque, nem de onde vinha aquele sentimento. Porque justo ela encontraria tanta paz ao lado dele.

"Amor de dentro pra fora, amor que eu desconheço
Quero um amor maior, amor maior que eu
Quero um amor maior, um amor maior que eu"

Ela sabia que deveria fazer o que seu coração mandasse, ela provaria a todos o quanto eles se amavam e mereciam estar juntos. Agora Gina tinha certeza de seus sentimentos, mas ela sabia que mais cedo ou mais tarde teria uma prova dos sentimentos de Draco também.

"Então seguirei meu coração até o fim pra saber se é amor"

Harry a ignorava, e isso não era surpresa, ele tinha razões para odiá-la, mas doía muito vê-lo fazer isso com ela, pois ela sentia falta dele. Não dele como namorado, mas dele como amigo, das conversar que eles tinham.

Ela sentia-se culpada por ter magoado o rapaz, mas se sentiria pior se estivesse ao lado dele imaginando como poderia ter sido se ela tivesse tentado ser feliz com Draco.

"Magoarei mesmo assim mesmo sem querer pra saber se é amor"

Seus irmãos haviam ficado sabendo da notícia no dia seguinte e eles e seus pais ignoravam Gina. Ela sabia que estavam fazendo aquilo para que ela se sentisse mal e se arrependesse de estar com Draco.

"Eu estarei mais feliz mesmo morrendo de dor
Pra saber se é amor, se é amor"

Às vezes, antes de dormir, ela se pegava pensando se havia valido a pena ficar junto de Draco, todos estavam contra ela, era uma situação muito ruim. Mas aí ela lembrava que ele mesmo havia largado tudo por ela, seus sonhos, sua família e sua oportunidade de virar um bruxo poderoso. Então porque ela não podia fazer o mesmo sacrifício? Ela tinha que ser forte.

"Quero um amor maior, amor maior que eu
Quero um amor maior, um amor maior que eu"

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