Deixando para trás



O choro voltou a sua garganta e ela se jogou no colchão afundando a cabeça no cobertor, porque aquilo estava acontecendo com ela? Não era justo! Ela nunca soube ao certo quanto tempo ficou chorando quando sentiu uma mão fria segurar seu braço e ergue-la com força de uma só vez.

- Fique calada e não faça barulho, precisamos nos apressar – falou Draco um tanto contrariado, aquela atitude iria lhe custar um bom problema.
- Obrigada! – falou ela e sem pensar o abraçou com força.

Draco permanecia com os braços junto ao corpo, mas sentir o corpo dela junto ao seu lhe dava uma sensação tão boa e então quase que involuntariamente ele retribuiu o abraço, passou as mãos pelos delicados cabelos vermelhos, o toque era melhor do que ele imaginara e o cheiro dela parecia se impregnar nele. Pensou que talvez pudesse ficar ali para sempre sentindo a respiração dela no seu pescoço quando voltou a razão e viu a besteira que estava fazendo, se afastou dela bruscamente e pegou a vassoura que havia deixado num canto.

- Siga-me – disse ele autoritariamente.

Eles percorreram os corredores cada vez mais para baixo, Gina observava algumas celas com agonia, esqueletos estavam jogados nos cantos e ela imaginava o destino que teria se Draco não estivesse levando ela dali. Ela não compreendera ainda a atitude dele, mas estava agradecida e resolveu não tocar mais no assunto.

Finalmente chegaram a uma porta estreita, Draco encostou a marca negra na maçaneta e ela se abriu revelando uma passagem no meio de uma floresta, quando saíram na neve fria Gina se virou e pode ver o castelo coberto pela neve a uma distância razoável dela, para seu espanto já era noite e descobriu ser por isso que suas entranhas doíam de fome.

Malfoy subiu na vassoura e Gina se sentou atrás dele tentando manter a maior distância possível, ela se segurava na parte traseira da vassoura. Draco deu um impulso e logo estavam pairando por cima das árvores o vento gélido estava se tornando insuportável para Gina que vestia apenas o vestido fino e o cobertor por cima.

- Weasley ao contrário dos seus irmãos, eu não tenho pulgas, essa é uma vassoura individual ou você chega pra frente, ou vamos acabar caindo.

Gina olhara para baixo e percebeu que a vassoura estava realmente desequilibrada, ela preferia ficar afastada, a lembrança do abraço nas masmorras provocava nela uma sensação que ela realmente queria evitar. Sem escolha ela se aproximou e encostou seu corpo no de Draco, passou as mãos pela cintura dele e sentiu a barriga dele se contrair, ela pensou que provavelmente ele estava bem desconfortável com a situação.

Aos poucos ela foi ficando mais tranqüila o contato do corpo de Malfoy a deixava aquecida e ela não pode evitar, lembrava de Harry.

Depois de algumas horas de viagem em silêncio eles se aproximavam cada vez mais de Londres, podia se ver as casas de campo e depois pequenos edifícios, Draco estava distraído observando a paisagem quando sentiu a cabeça de Gina encostar-se às suas costas, as mãos dela pareciam mais frouxas, ela adormecera.

Ela tinha consciência de que havia acordado quando Draco a deitara numa cama e que antes de sair do quarto ela havia dado um beijo na bochecha dele de boa noite. Não sabia ao certo porque fizera isso, mas simplesmente havia acontecido.

Quando Gina voltou a acordar ela por pouco não gritou, estava num quarto estranho que nunca havia visto antes, era simples e tinha apenas a sua cama, uma pequena cômoda e um retrato de uma bailarina que, para surpresa da ruiva, não se mexia.

Juntando as peças ela percebeu que estava na parte trouxa de Londres e se levantou para olhar na pequena janela, foi ao banheiro e lavou o rosto, gostaria de um bom banho, mas sua barriga estava realmente protestando. Depois de arrumar o cabelo abriu a porta pensando onde estaria Draco será que ele havia simplesmente a abandonado lá? Se ao menos ela estivesse com a mochila da escola ela teria algum dinheiro.

Ela andou até o final do corredor, uma movimentação de pessoas próximas a um balcão fez com que ela concluísse que estava num Hotel. Hotel? Ela não tinha um galeão no bolso quanto mais dinheiro trouxa, como faria para pagar a conta?

Então ela o viu, com os cabelos ainda molhados no balcão contando notas trouxas e assinando um papel. Nunca pensou que se sentiria aliviada de avistar Malfoy.

- Eu, eu não tenho dinheiro. – disse ela fazendo ele se virar com uma expressão divertida
- E qual é a novidade Weasley? Estou pagando o seu quarto também, pode voltar pra casa, embora eu não ache muito aconselhável, os comensais já devem estar lá há essa hora.
- Meu deus! Minha mãe! Malfoy ela estava lá! – falou ela apavorada atraindo a atenção das pessoas a sua volta.

Draco disfarçou e sorriu para todos, não podiam chamar atenção daquela maneira, ele havia tomado o cuidado de vir de roupa trouxa por isso. Então ele fez algo que deixou Gina realmente chocada, segurou a mão dela como se fossem namorados e a guiou para uma porta a esquerda, entraram num refeitório, e se sentaram numa mesa afastada. Draco pediu dois cafés e duas porções de ovos, salsicha e bacon.

Gina se deu conta de que estava ali tomando café com Draco Malfoy ao em vez de saber sobre sua mãe e o loiro percebendo que ela voltaria a gritar falou:

- Por favor, Weasley sem escândalos! Sua mãe há essa hora já está em Hogwarts eu tomei a precaução de comunica-la ontem pela lareira. E é melhor você ir pra lá também a não ser que tenha gostado da sua estadia nas masmorras de Durmstrang.
- Durmstrang? Era lá que estávamos? Lá é o esconderijo daquele-que-não-deve-ser-nomeado?
- Sim, muito inteligente não é mesmo? Ninguém desconfiou e mesmo que desconfiassem é impossível de se mapear.
- Precisamos procurar Dumbledore e contar a ele!
- Conte você, eu tenho mais coisas para me preocupar do que salvar o mundo, tem um bando de comensais a minha procura se você não sabe.
- Porque não vem comigo para Hogwarts? – perguntou ela como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer.
- Nunca – respondeu ele friamente.
- Mas porque?
- Porque? Nossa você é mesmo uma burra, como você acha que eu vou ser recebido lá? Eu sou um comensal da morte, tenho a marca negra no braço e além do mais seqüestrei a namoradinha do Potter! Qual destino é melhor pra mim, ser morto pelo velho babão ou por Voldemort, eu prefiro Voldemort! – disse ele com raiva
- Não fale o nome dele! E não diga essas coisas de Dumbledore, tenho certeza que se você explicasse a ele que você se arrependeu de se tornar um comensal ele vai te receber bem.
- Quem disse que me arrependi? – mentiu Draco – A única coisa que me arrependi foi de ter trazido uma pobretona metida na minha cola.

Gina ia responder grosseiramente, mas o garçom depositou o prato na sua frente e por alguns minutos ela se concentrou em comer ferozmente até a última migalha. Draco ainda não tinha comido nem metade das salsichas e comia com muita classe, não parava de soltar comentários para irrita-la:

- Parece que nunca viu comida, provavelmente só tinham dinheiro para uma refeição por dia com tantas bocas pra alimentar.
- Não posso ir para Hogwarts e deixar você aqui para ser pego pelos comensais – aquela frase desarmara Draco e ele por um minuto ficou sem resposta – Você salvou a minha vida, me sinto na obrigação de te ajudar.
- Você não pode me ajudar Weasley.

Malfoy largou algumas notas em cima da mesa e se levantou. Saiu do refeitório. Sem pensar Gina levantou e o seguiu, ele estava deixando o Hotel quando a menina o alcançou:

- Malfoy espere!

N/A: Obaaaa um comentário! Já fiquei feliz obrigadaaaa, hehehe.. Espero que tenham curtido esse cap e não percam o próximo sabe pq? Vai ter action!

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