Discussões



Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.
Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!
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Cap. 09 – Discussões

- Posso professora Minerva? - Hermione falou indicando a cadeira mais próxima de si.

- Claro querida, e vocês também, sentem-se todos.

A diretora dirigiu-se a lareira e despejou um pouco de pó de Flu nas chamas, enfiou a cabeça no meio delas e retirou logo em seguida. Em poucos segundos uma batidinha na porta foi ouvida.

- Entre Dobby - A diretora ordenou.

O Elfo doméstico entrou no recinto e despejou uma bandeja com um bule de chá fumegante e várias xícaras, como também uma extensa travessa de biscoitos, em cima da mesa. Ao virar-se para sair avistou Hermione e abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Oh senhorita amiga de Harry Potter e dos Elfos domésticos! Dobby está muito contente de ver a senhorita aqui!

- Que bom lhe ver também Dobby, e a Winky como ela está?

- Ah minha senhora, a Winky não tem mais solução, continua bebendo muito e agora acha que Dobby é o antigo amo dela e fica fazendo agrados para Dobby! Ela está louca senhorita Granger, biruta a Winky está!

- Dobby querido poderia nos dar licença? A senhorita Granger tem um assunto urgente para tratar conosco, tenho certeza que ela irá visitá-lo um outro dia lá na cozinha. - Disse Minerva com um leve tom de impaciência na voz.

- Sim, senhora diretora, Dobby pede desculpas por tê-la atrapalhado e Dobby está saindo agora mesmo.

Com um estalinho seco o Elfo desapareceu da vista de todos. A diretora acomodou-se em sua cadeira e os olhares voltaram a focalizar Hermione. Ela por sua vez estava se sentindo extremamente incomodada com isso, sua vontade era acabar logo com essa tormenta. Tentava formular alguma idéia na cabeça e ouvia a voz de Severo lhe dizendo para usar a inteligência. Dentro de si a verdade subia como um jato para ser revelada. Passou os olhos pela sala e posou-os em cima do quadro do professor Dumbledore. Espantou-se um pouco com aqueles cintilantes olhos azuis lhe fitando intensamente como se quisessem lhe dizer alguma coisa.

- Professor Dumbledore! Como sinto sua falta! - Murmurou mais pra si do que para os outros. Aqueles olhinhos perfuravam os seus como se vissem além deles, parecia que estavam contemplando o estado de conflito que sua alma estava, virou-se para a professora Minerva e perguntou:

- O quadro, professora, ele já conversou com alguém?

- Sim Hermione, mas como a aluna mais brilhante de Hogwarts, deve saber que as molduras só falam recados e alguns conselhos conservados dentro de si que acham que se encaixam a uma determinada situação, somente respondem a alguma coisa quando acham estritamente necessário que um reforço seja dado de alguma experiência que passaram durante a vida. Muitas coisas não podem ser simplesmente respondidas por uma pintura como, por exemplo, algo que seja preciso refletir.

Hermione já sabia de todas essas coisas, mas no seu coração tinha certeza que Dumbledore passou por tanta coisa na sua longa vida que qualquer pergunta poderia ser respondida. Voltou-se novamente para moldura e perguntou:

- Professor Dumbledore, sei que já sabe o que faço aqui, portanto gostaria que me dissesse o próximo passo.

A pintura de Dumbledore ainda a fitou por alguns instantes antes de falar com a sua costumeira voz serena:

- Senhorita Granger que bom revê-la, e peço-lhe já minhas desculpas por alguns transtornos que lhe causei ultimamente – Os professores na sala se entreolharam confusos - mas certamente que a senhorita sabe que foi tudo estritamente necessário. Quanto à pergunta que me fez infelizmente não posso respondê-la, cabe a você ouvir o que seu coração diz.

Hermione suspirou - Tem certeza, professor Dumbledore?

- Ah sim Hermione, tenho tanta certeza como a que uma partida de boliche é ótima para relaxar. Basta olhar para o seu interior e segui-lo.

- Ele está me dizendo que devo contar a verdade.

- Então você continua sendo a garotinha que a Grifinória mais mereceu nesse século.

Hermione sorriu aliviada e agradeceu a Merlim por ele ter descoberto essa magia da conservar a consciência dos grandes bruxos em molduras. Agora se sentia muito mais preparada para iniciar sua narrativa. Olhou para as pessoas que a aguardavam e disse:

- Vai ser uma longa conversa professora Minerva, eu peço que, por favor, não me interrompam e deixem as perguntas pro final. Uma vez que eu começar a descrever em que ponto dessa missão eu estou não aceitarei críticas, vou contar tudo o que houve, mas somente por estar pensando no bem estar de todo mundo mágico.

A professora Minerva fez uma cara de total desagrado por estar recebendo ordens de uma garota, mas apenas acenou com a cabeça que aceitara sua decisão, no fundo ela sabia que Hermione era uma bruxa digna e muito maior que outras. Os demais também assentiram e Tonks deu um belo sorriso para Hermione, indicando que fosse o que estivesse para ouvir iria estar ao seu lado.

- Pois bem, então minha história começa há algumas semanas atrás... Quando aceitei a missão de procurar pelo professor Snape, eu não sabia que isso já havia sido premeditado pelo nosso Diretor. Pesquisei alguns lugares, viajei pra outros e consegui encontrá-lo, me surpreendi com a forma de tratamento dele comigo, qual não foi minha surpresa quando o mesmo confessou que já estava a minha espera. O professor Snape é um grande bruxo. E eu hoje entendo a atitude que ele teve que tomar, por que ela foi idealizada por um bruxo maior ainda que ele, a mesma pessoa que havia premeditado que eu iria encontrá-lo: O Professor Dumbledore. O professor Snape fez um voto inquebrável com a Narcisa Malfoy, esse voto dizia que se ele, Severo Snape, não cumprisse a missão destinada ao filho dela, Draco Malfoy, ele morreria, como também seu filho. Essa foi uma bela cilada preparada pelo nosso único e verdadeiro inimigo: Lorde Voldemort. Ele queria a garantia perfeita de que o professor Snape estava do lado dele e de quebra queria tirar do seu caminho o seu maior inimigo depois do Harry, ou seja, o Diretor de Hogwarts. E ele, o professor Dumbledore, soube do plano do Lorde no mesmo dia. Com a experiência de vários anos de vida, ele optou pelas vidas de Draco Malfoy e do professor Snape e o instruiu a seguir sua missão até o fim.

Hermione continuou sua narrativa, pulando o motivo que Dumbledore confiava em Snape, preferiu deixar a idéia de Harry no ano passado como sendo a verdade absoluta, ela tinha certeza que Severo não gostaria de saber que sua vida particular foi exposta para aqueles que agora não acreditavam nele. Ocultou o fato de Snape ter sido perdoado por Dumbledore por causa de Lilly e contou os pormenores da captura de Rabicho e do encontro com o Lobisomem. Relatou também que agora era “prisioneira de Severo” aos olhos do Lorde das Trevas para atrair o Harry e por isso tinha que voltar ao esconderijo.

- Para confirmar se a decisão foi mesmo do nosso ex-diretor, é só perguntar para a moldura ela com certeza confirmará, eu tenho certeza absoluta. E temos também que elaborar um plano o mais rápido possível, a qualquer momento o Voldemort pode querer me usar contra o Harry.

A professora Minerva levantou-se da cadeira e aproximou-se da moldura do Diretor que ainda fitava Hermione.

- Professor Dumbledore, o senhor escutou o que a senhorita Granger acabou de narrar?

- Sim, querida Minerva, cada palavra que a senhorita Granger disse.

- E o que o senhor tem a dizer sobre isso?

- Que acabei de ouvir essa noite à verdade que escondi durante um ano inteiro. Erros de um velho foram ditos pela dona de tão doce voz.

A professora Minerva deu-se por satisfeita e voltou ao seu lugar. Os ouvintes permaneceram em silêncio alguns minutos ainda refletindo sobre o que haviam escutado. A moldura continuou encarando Hermione profundamente e ela sustentou o olhar na tela, respirou fundo e proferiu:

- E tem mais uma coisa que não falei, não tem nada a ver com a historia, mas acho que todos devem estar a par.

Os olhares se voltaram novamente em sua direção.

- Eu e o professor Snape, ou melhor, eu e o Severo estamos apaixonados.

*
*
*

Assim que a diretora e Hermione saíram da sala, Rony explodiu com todos ali:

- PORQUE A SENHORA TEM SEMPRE QUE ME TRATAR COMO CRIANÇA!

- Veja como você fala com a sua mãe mocinho! - Disse um Sr. Weasley com severidade.

- COMO EU FALO? E O SENHOR TAMBÉM PORQUE NÃO DIZ PRA ELA, QUE EU JÁ PASSEI DA IDADE DE TER ALGUÉM PARA REGULAR A MINHA VIDA?!

- Ronald Weasley, isso aqui é um hospital! Veja como fala conosco ou vou lançar um feitiço tão forte em você que nunca mais vai ouvir o som da sua própria voz! Agora escute o que temos a dizer! - A senhora Weasley pôs um fim na discussão.

Rony se sentou enfezado na cama ao lado da de Harry que olhava tudo atônito.

- Ouça bem Rony querido, sei que é muito difícil para você aceitar isso, mas a Hermione é uma moça totalmente independente e bem resolvida. Ela sempre resolveu seus próprios problemas e agora não é diferente. Ela não é mais aquela garotinha pela qual você se apaixonou no primeiro instante que a viu. Se ela tem seus próprios segredos você deve respeitá-la, ela mesma prometeu que um dia você entenderia o que ela estava fazendo, não é porque vocês seguiram caminhos diferentes na vida que ela deixou de amá-lo querido. Quem sabe se um dia vocês ficarão juntos? Mas se não ficarem foi por circunstâncias que não adianta querer descobrir agora. O destino de todos nós é traçado quando ainda estamos pra nascer e se o seu destino e o dela não vão se cruzar nesta vida, paciência, agradeça pelo menos o fato de ter podido estar com ela durante esses anos.

Lágrimas começaram a cair dos olhos de Rony sem que eles conseguissem contê-las.

- Mas porque mãe? Porque a Hermione me esconde tanto a sua vida?

- Para poupá-lo querido. Ela gosta tanto de você que não quer machucá-lo por alguma atitude que tenha cometido. Por favor, querido, ela só faz isso pro seu bem.

- Quer saber mãe? Eu nunca vou esquecê-la, ela foi à primeira mulher que amei diferente do modo como eu amo a senhora e a Gina... Todas aquelas brigas, só me faziam ver que eu precisava dela cada vez mais perto de mim. E esta história de “só quer o seu bem” é uma desculpa velha demais. Eu nunca vou entendê-la...

- Não diga que é uma desculpa velha demais querido, é uma verdade que dura há séculos, simplesmente por ser verdade. Olhe querido, ela foi à primeira, mas não precisa necessariamente ser a última. Guarde a Hermione como uma lembrança boa que você teve durante seis anos de sua vida, lembre-se dela como a amiga que estava ao seu lado enfrentando perigos, auxiliando nos deveres, dizendo palavras sinceras e rindo com você. Ela foi especial na sua vida um dia e sua lembrança sempre será uma lembrança boa, mas aprenda a viver sem ela agora. Você precisa ficar um pouco sozinho.

Imagens passavam na cabeça de Rony à medida que sua mãe lhe dava palavras de consolo, lembranças infinitas daquele sorriso jovial e sincero dela, da expressão enfezada que só ela sabia fazer quando brigavam, da séria ao assistir as aulas ou fazer lições e da decidida quando estavam juntos enfrentando algum perigo. Deixou escapar um sorriso ao lembrar que nos momentos especiais de todos esses anos estavam ela e Harry junto com ele. Olhou pra cama de Harry e imaginou que ele também estava pensando a mesma coisa. Era duro estarem separados.

- Está bem mãe... Nada melhor que ouvir conselhos seus de vez em quando. A partir de hoje ela é a minha lembrança mais especial, não tenho como tirá-la deste cargo. Quero sua permissão para continuar minha busca, o Harry já está bem melhor e vocês estão todos bem e eu preciso vou voltar as minhas viagens. Vou tentar esquecê-la e guardá-la no meu coração.

Aproximou-se de Harry e lhe deu um abraço afetuoso.

- Meu irmão, acho que essas despedidas estão se tornando constantes demais.

Harry deu um sorriso triste, mais uma despedida por tempo indeterminado, quem seria o próximo? - Rony abraçou a irmã e lhe disse baixinho:

- Cuida bem dele ouviu Gina? E não liga quando ele falar que não podem ficar juntos ou que não são mais namorados, ele só fala isso para te proteger, aquela velha verdade “ele só quer o seu bem”. Bobeira.

Gina soluçou baixinho no ombro do irmão e se afastou.

- Mãe, pai, qualquer coisa sabem como se comunicar comigo.

Dirigiu-se para a saída do quarto quando ouviu sua mãe dizer:

- Para onde está indo querido?

- Minha próxima parada é a Rússia.

*
*
*

Minerva pôs as mãos no peito e deixou-se cair na cadeira. O professor Slughorn correu para acalmá-la não sem antes lançar um olhar de total desaprovação na direção de Hermione. Lupin olhava atônito para a garota e Tonks lhe deu mais um daqueles sorrisos.

- Ah afinal uma coisa boa no meio de toda essa tempestade. - Disse a Auror do Ministério.

Os olhares de exasperação caíram sobre ela agora.

- Por favor, senhorita Granger, diga que isso não é verdade! - Minerva pedia isso a Hermione com desespero, o professor Slughorn tentava em vão mantê-la sentada.

- Desculpe professora Minerva, mas não posso dizer o que não é verdade. Eu mesma não sei como aconteceu. Eu sinto muito desapontá-la, mas não posso mentir para a senhora, é contra meus princípios. – Olhou mais uma vez para a moldura, mas o Diretor já estava absorto em pensamentos e mantinha um sorrisinho nos lábios.

- Mas isso é um disparate! Você não pode estar envolvida com aquele... aquele... aquele seu ex-professor senhorita Granger! Você foi a aluna mais brilhante de Hogwarts em muito tempo e vai entrar na história dessa escola, você vai ser lembrada por alunos de gerações posteriores a essa, seu nome vai estar no livro dessa escola! E ele... Ele é um Comensal da Morte! Ele matou o Diretor dessa escola! Acreditar na inocência dele eu até admito, mas passar a manter um envolvimento emocional com ele! Onde estava a sua cabeça? A cabeça da minha aluna mais brilhante: Hermione Granger da Grifinória! Onde estava?

- Diretora, por favor, acalme-se. - Pedia o professor Slughorn.

- Como Horácio? Como posso me acalmar se a minha pupila está seguindo por esse caminho obscuro? Você tem noção senhorita Granger do perigo que está correndo se envolvendo com o Severo? Ele mantém um laço de relação com as Trevas muito forte Hermione! Como pretende manter isso oculto daquelas criaturas malignas? E ele? Onde ele estava com a cabeça de deixar-se levar por um sentimento que eu acredito ele nem saiba de onde surgiu? Logo ele tão centrado, tão realista! Eu me recuso a aceitar isso! Eu quero que você traga-o aqui para esclarecer essa história Hermione! Não vou acreditar enquanto não ouvir de Severo que isso é um delírio seu!

- Professora Minerva, eu peço mil desculpas por desapontá-la, sabe que eu sempre segui as regras, eu agradeço toda confiança que a senhora teve em mim esses anos e por me elogiar dizendo que entrarei para a historia, mas eu trocaria tudo isso para viver o que eu estou vivendo com o Severo agora, o envolvimento que tenho com ele hoje é mais do que emocional, não é um delírio, estamos ligados magicamente, a senhora sabe o que quero dizer. Quanto ao que vamos fazer para esconder nossa relação ainda não pensamos nisso, mas encontraremos alguma solução. Tenho certeza que ele zelará pelo nosso bem. E não acredito que ele venha aqui dar explicação alguma sobre isso!

- Você não está querendo dizer que vocês... que vocês... vocês... Isso é um absurdo! – prof McGonagall continuava gritando.

- Absurdo ou não professora Minerva aconteceu! Eu não quero desrespeitar sua autoridade, a senhora sabe quanto eu a admiro, mas não diz respeito a ninguém minha vida pessoal com Severo. Eu só comuniquei a vocês, não estava pedindo opinião nenhuma!

Na hora em que a professora Minerva parecia que ia avançar em Hermione, o professor Lupin resolveu tentar acalmar os ânimos.

- Basta! Chega de discussões! O mais importante agora é preparar o Harry para a batalha que está cada vez mais próxima! O mal que nós temos que combater é muito maior do que ter pontos de vistas diferentes sobre uma relação. Minerva, por favor, traga as anotações de Dumbledore sobre feitiços, horcruxes e maldições. Horácio por favor, as anotações do Severo sobre as poções reparadoras. Hermione você já ficou tempo demais por aqui para quem é uma prisioneira, pode ir embora. Tonks você a acompanha até os portões? Só a deixe depois que ela desaparatar, e depois volte aqui, precisamos contatar o maior numero de membros da Ordem possível.

- Obrigada, professor Lupin. Com licença professor Slughorn, professora Minerva.

- Até mais Hermione, e espere meu contato, convocarei uma reunião com TODA a Ordem. Sou a única pessoa que ainda se comunica com você.

- Até mais, e nós DOIS com certeza viremos professora.

Mione e Tonks Saíram do escritório da Diretora e rumaram para a saída do castelo. Hermione ia calada, com o olhar triste, sempre que levava uma repreensão da professora Minerva ela ficava assim.

- Não fique assim Hermione, a Minerva só está preocupada com você. Você sabe que ela tem você como uma filha.

- Eu sei Tonks, estou triste porque não gosto de brigar com a Minerva, eu também a considero como minha segunda mãe. Mas o que mais me entristece é saber que todas as reações serão assim. Acho que não agüentarei quando chegar a hora de brigar assim com meus amigos. E a reação deles vai ser dez vezes pior do que a dela. Você viu o Rony no hospital só porque não o deixei vir conosco, pode imaginar como ele vai reagir quando souber de tudo?

- Não adianta ficar especulando, no final tudo se resolve, não lembra de mim com o Remo? Se você gosta mesmo dele quando chegar lá na frente vai olhar pra trás e ver que todo sofrimento valeu a pena.

- O problema Tonks, é que o nosso “lá na frente” é imprevisível. A Minerva fez questão de me lembrar que ele é um Comensal da Morte, todos os aurores estão atrás dele com ordem para matá-lo, pelo quê eu vou lutar? Pelo quê eu vou sofrer?

- Você vai sofrer pelo momento que vocês já viveram e que com certeza valeu a pena, estou certa?

Hermione sorriu. - Mais do que certa, foi o momento mais feliz da minha vida.

- Então qualquer sofrimento será válido, é só você fazer dessa lembrança um momento eterno. E lutar! Lutar com todas as suas forças para vivê-lo sempre, é só esperar acontecer, é só você seguir em frente e não deixar que as lágrimas embacem o seu olhar, no fim você vai agradecer por tudo.

Nesse momento chegavam aos portões de entrada, ambas saíram por eles e se abraçaram por alguns minutos.

- Obrigada Tonks. Você é a melhor pessoa para animar alguém no meio de toda essa guerra. É uma grande amiga.

- Não, você que é. Quem conseguiu trazer o melhor professor de Hogwarts de volta? Todos nós sabemos que as informações dele eram de vital importância, ele é o melhor bruxo da existência agora, nós nunca conseguiríamos sem o Snape do nosso lado. Dumbledore sabia disso.

- Obrigada mesmo Tonks.

Separaram-se, Tonks sorriu e disse:

- E aproveita agora está bem? Ninguém sabe o que estar por vir amanhã!

Deu uma piscadela de olho pra Hermione, no segundo que ela aparatava.

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*
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Assim que a viu Snape perguntou de supetão elevando a voz um pouco mais do que queria.

- Onde estava? Porque demorou tanto?

- Não pode ser um pouco mais educado? O que eu menos quero agora são cobranças, já as tive demais por hoje.

- Não da minha parte. Responda.

Ela o olhou incrédula, porque esse tom de voz? Algo estava errado, pela manhã parecia outra pessoa, esse não era o Severo, era o professor Snape.

- Aconteceu alguma coisa?

- Responda a minha pergunta! – Severo estava realmente irritado.

Ela recuou dois passos para trás afastando-se dele. Viu nos olhos dele a raiva brilhando, resolveu falar a verdade.

- Tive que me explicar com algumas pessoas.

- Que pessoas?

- A Diretora Minerva, professor Slughorn, Lupin, Tonks.

- Mais algum?

- Por enquanto não.

- E o que disse a eles?

- A verdade.

- Toda verdade?

- Ocultei seu laço quase paternal com o Harry.

Ele suspirou aliviado, agora vinha à parte mais difícil. Aproximou-se mais dela que novamente recuou mais dois passos.

- O que foi? - A raiva voltando a tomar conta dele. Ela estava se afastando dele?

- Como assim o que foi? Não lembra do seu tom de voz há um minuto atrás?

- Não perguntou como foi meu dia, também estive com algumas pessoas, pra falar a verdade estive com uma pessoa.

Frisou bem o uma pessoa para ela perceber de quem se tratava.

- Mesmo assim, se você não teve um bom dia garanto que o meu não foi muito melhor. Tive que expor você e expor a mim de uma forma que não gostaria e terminei brigando com a Minerva, e quando acho que vou chegar aqui e encontrar em você alguma forma de conforto me recebe assim?

- É que o nosso dia ainda não acabou Hermione.

Seu tom de voz era menos duro agora. Ela sentiu seu estômago afundar e elevou os olhos encarando-o.

- O que mais falta acontecer?

- Teremos que ir a uma reunião com os Comensais e o Lord das Trevas, ele acha que estou controlando você pela maldição Imperius e a única forma de enganá-lo será eu de verdade lançá-la.

Ela desabou na cama. Enterrou os dedos nos cabelos e deixou que lágrimas silenciosas caíssem dos seus olhos.

- Deus!

Foi à única coisa que conseguiu escapar da sua boca.

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Espero que gostem e mandem Reviews.
Beijos para Regine Manzato, Lady Severus e FerPotter, amigas de todas as horas.

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