Caminhos que se separam



Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.

Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!
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Cap. 01 – Caminhos que se separam.

Alguns raios de sol insistentes do final de tarde fazem Mione despertar de um rápido cochilo numa poltrona do quarto que dividia com seus dois melhores amigos, Ronald Wesley e Harry Potter, na Rua dos Alfeneiros nº 4. Estavam os três juntos, para cumprir o que Harry havia prometido a Dumbledore de que continuaria na casa dos tios até completar a maioridade. Seus dois melhores amigos prometeram que não o deixariam sozinho, agora além de Sirius, que foi o mais próximo de uma família que ele teve, também havia perdido seu mentor: Dumbledore, como poderiam deixá-lo?

Os Dursley não eram pessoas muito agradáveis e todo amadurecimento que ele teve nesse ultimo ano não queria dizer que ele deixara de sofrer ou que havia esquecido o que vinha passando desde que Você-sabe-quem retornou. Então os amigos seguiram com ele para casa dos Dursley logo após as festividades na Toca.

Ela adormecera quando estava repassando o plano que os três haviam elaborado para combater o mal. Sua parte seria encontrar aquele que traiu a Ordem e matou o seu idealizador. Era seu destino nessa guerra procurar por Severo Snape e conseguir ganhar tempo para contatar os Aurores que iriam capturá-lo. Eles haviam conversado de que era muito arriscado, Harry havia contado sobre o duelo com ele antes da fuga em Hogwarts e disse que ele era excepcional, por ser um especialista em magia negra nenhum dos três seria páreo para um duelo com ele.

Mas Hermione também era excepcional não foi ela que era sua melhor aluna em poções durante cinco anos seguidos? Não foi ela que tirou doze NOMs? Não foi a que primeiro dominou os feitiços não-verbais? Não foi quem passou de primeira no teste de Aparatação? Ela precisou jogar isso na cara dos dois para eles cederem e no final foi decidido que não tentaria capturá-lo, somente distraí-lo até os aurores chegarem.

O mais duro para ela tinha sido desistir da escola, mas a lealdade a seus amigos era muito maior do que conhecimento. Os amigos a conheciam muito bem e também tinham se preocupado com ela, Harry pessoalmente conversou com a professora Minerva e pediu que ela encontrasse uma forma de Hermione poder continuar suas lições. A professora providenciou um correio coruja somente para esses fins e ela só faltou esganar Harry de tanto abraçá-lo agradecendo. E por falar na professora Minerva, ela era a uma das poucas pessoas que sabiam do que os três planejavam fazer.

Como em tudo que fazia Hermione prometeu a si mesma se dedicar ao máximo na procura e inclusive sabia por onde começar: Ministério da magia, lá havia registros de todas as famílias bruxas da Grã-bretanha e esperava que revisando-os com atenção encontrasse uma pista de pelo menos por onde, ela devesse iniciar a procura.

Mas o que na verdade ela tinha repassado em mente, fora sua longa conversa com Rony, logo agora quando ambos estavam preparados e amadurecidos para viverem o que sempre desejaram, teriam que seguir por rumos distintos: Ele iria procurar mais bruxos ao redor do mundo que pudessem lutar ao lado da Ordem, uma tarefa que cada dia era mais necessária, visto que as forças do mal estavam crescendo muito rápido. Expuseram todo sentimento que sentiam um pelo outro e decidiram que podiam esperar mais um pouco, quando a Guerra acabasse, se ainda restasse algum sentimento dentro deles, poderiam tentar. Perguntas vinham a sua mente do porque deles terem passado tantos anos juntos e nunca tomaram coragem para nada mais do que a grande amizade, quando eles resolveram abrir os olhos a vida os separou. Será que o tempo deles já havia passado? Tempo... Tempo... Sempre ele... Agora era esperar e ver se esse mesmo tempo lhe daria a resposta.

Respirou fundo, já era o dia da partida acenou a varinha e locomoveu seu malão que estava junto à porta, desceu as escadas ainda em tempo de ouvir Harry se despedindo dos tios:

- Obrigado por tudo, sei que não tive um tratamento especial aqui, mas se não fosse por vocês talvez eu já não estivesse vivo.
A partir da meia-noite de hoje a proteção que a senhora me deu, tia Petúnia, termina e eu tenho que seguir meu destino.

Tia Petúnia fungou alto, sem dizer nada subiu as escadas correndo, de relance Hermione pôde ver que ela chorava. Tio Válter nada falou e Duda nem se quer prestava atenção na conversa tão concentrado que estava no pedaço de torta que saboreava em frente a TV.

Reuniu-se a Rony na porta da casa e esperou por ele. Não demorou nem um minuto e os três saíam pela rua pouco movimentada. Saíram, Rony estendeu a mão da varinha e os três viram o Nôitibus parar diante deles. O estômago dela deu um solavanco só de relembrar o sacolejo ali dentro. Foi ela quem disse seu destino primeiro:

- Ministério da magia, por favor, entrada de visitantes.

Subiram para o terceiro andar, era o mais vazio, poderiam conversar a vontade lá. O silencio da cumplicidade estava inquietante, ela resolveu quebrá-lo:

- Vocês não sabem como me dói saber que estaremos separados agora depois de seis anos juntos. Mais parece um divórcio.

Os três riram com o comentário.

- Tomem cuidados, por favor, quero vê-los muito em breve e não deixem de escrever, decoraram mesmo o feitiço da carta que desenvolvi?

- Claro Mione, a cada cinco minutos você o recitava lembra? – Disse Rony sorrindo – E é claro que nos veremos em breve.

- Pode deixar Mione, não tem como esquecê-la, você estará sempre dentro de nós, sabe disso. – Harry completava.

Abraçaram-se, os três, num círculo de carinho e afeição. Os olhos úmidos decidiram que o melhor era o silêncio. Todos esses anos de amizade já dispensavam palavras, no fundo cada um sabia que essa podia ser a última vez que se viam, mas tinham consciência de onde quer que estivessem, nesse mundo ou em outro, se veriam novamente e para toda eternidade.

Chegaram. Ela os abraçou e olhou fundos naqueles dois belos pares de olhos, verdes e azuis, viu seus próprios medos também refletidos ali, mas teria que ser feito. Simplesmente disse:

- A minha parte será cumprida, custe o que custar.

*
*
*

Seguiu em frente, entrou na cabine discou o número para descer e antes de pegar seu crachá no telefone informou:

- Hermione Granger, reunião no quartel general dos aurores.

Recolheu a plaqueta com seu nome e seu coração apertou. A lembrança da última vez que estivera ali veio à tona, havia saído dali ferida, externa e interiormente, havia sido atingida por um feitiço poderosíssimo e mais que isso havia perdido um amigo, uma pessoa que admirava pela garra com que lutou pela vingança: Sirius Black.

Passou direto pelo Átrio e entrou no elevador, desceu ao nível dois e reconheceu a silhueta da moça que a esperava.

- Oi Tonks!

- Oi Mione, pontual como sempre, vamos? – Ela sorriu.

- Claro vamos.

Seguiram por um corredor deserto e pararam em frente a uma grande porta em madeira escura. Entalhada na própria madeira, letras vermelho brilhante mostravam: Arquivos Bruxos.

- Encontrará todos os dados de qualquer bruxo que estiver procurando aí. Tem os registros de todas as famílias bruxas da Grã-Betanha, ou pelo menos, de onde suas raízes são. Geralmente uma família bruxa costuma viver no mesmo lugar sempre, as proteções usadas garantem isso. Volto pra te buscar as 06h00 da manhã ok? Espero que encontre o que procura. A noite será muito mais fácil para você procurar, pois não terá ninguém xeretando.

- Obrigada Tonks, eu quero muito acreditar que encontrarei.

Entrou na sala e chegou à letra que procurava “P”, teve um leve desânimo ao ver a quantidade de arquivos que lá se encontravam. Pilhas e mais pilhas numa longa estante.

“Nunca foi seu problema ler Granger, vamos lá” – Pensou ela.

Pacientemente começou a revisar pastas por pastas as famílias bruxas. Em alguns momentos sorria ao imaginar um dos amigos fazendo esse trabalho, com certeza teriam desistido na primeira leva de prateleiras.

Seus olhos já estavam cansados de examinar tantos pergaminhos, estava pensando em tentar descansar um pouco numa poltrona perto dela quando seu olhar caiu em uma pasta bastante amarelada pelo tempo, nela se lia um nome já seu conhecido: Família Prince. Começou a revisar rapidamente os papéis, olhou o relógio de pulso e percebeu que já estava quase na hora de Tonks voltar era melhor recorrer à magia, sacou a varinha e murmurou:

- Plagictus!

Imediatamente ao lado da primeira pasta surgiu uma de documentos exatamente iguais, guardou tudo na mochila e seguiu para o saguão, não precisou esperar muito para uma bela jovem de cabelos cor de chiclete vir ao seu encontro sorrindo.

- Já aqui? Então imagino que tenha encontrado o que procurava.

- Sim, encontrei, demorou um pouco, mas estava tudo lá.

- E eu imagino que não vai me dizer quem procurava não é mesmo?

- Sinto muito, mas é um assunto meu e do Harry, não posso contar.

- Tudo bem, não vou insistir, mas suponho que seja algo sobre a pesquisa dele não é mesmo? Ele disse pro Remo que ia fazer pesquisas de especialização sobre defesa contra as artes das trevas.

- Sim, tem haver com isso.

Hermione se perguntou por que Remo não havia contado para Tonks o que estavam pesquisando, ele também sabia da busca e ela era uma pessoa confiável, achou que devia ser o fato dela trabalhar para o Ministério, preferiu ficar quieta.

- É um antigo mago que ele deseja encontrar. Alguns conhecidos dos Potter ele quer saber algo sobre suas origens e resolvemos ajudá-lo. Cada um de nós ficou responsável por uma pessoa nessa pesquisa e a minha é esse mago.

- E para onde você vai agora?

- Agora? Vou para minha casa, acredita que ainda não encontrei meus pais desde que saí de Hogwarts?

- E você vai de Flu?

- Não, não posso, lá é uma residência trouxa, nada de magia, eu vou de metrô mesmo.

- Então te acompanho até a estação.

Seguiram conversando sobre os rumos da guerra e se despediram logo em seguida. Quando Hermione desceu na estação, seguiu a pé admirando a rua em que tantas vezes brincou de correr com as amigas. Olhando o céu azul se perdeu em pensamentos. Avistou dois rostos sorridentes na varanda e correu para abraçar os pais, pela primeira vez em muito tempo se sentiu feliz em saber que tinha nos dois um porto seguro para onde retornar e não pôde deixar de pensar em Harry, de quem todas as pessoas amadas foram tiradas.

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