Capítulo 16




DESTINOS ENTRELAÇADOS


Autora: Rosana
Revisora: Marjarie

Capítulo 16


O baile do Dia dos Namorados tinha sido um verdadeiro sucesso, sendo comentado ainda por várias semanas.
Cassandra recebera um convite do grupo As Esquisitonas para ir ao estúdio onde elas gravavam, tinham gostado muito da voz da garota. Ela disse que ia pensar, mas para os amigos apenas dera risada e comentara que na falta de algo para fazer no futuro, sabia que tinha um lugar no show business para ela.
O último jogo de Quadribol tinha ficado para depois das provas, jogariam contra Corvinal, e mesmo contando com o tempo que tinham, Gina estava particularmente ensandecida, afinal era seu primeiro ano como capitã do time e se ganhassem esse jogo seriam campeões.
- Putz, a Gina matou no treino hoje. – Rony reclamou jogando-se em uma das poltronas do Salão Comunal da Grifinória. – Minhas mãos estão doendo de tantas defesas.
- Pior se não estivessem doendo porque você deixou vazar todas as goles. – Mione disse aproximando-se com uma bacia. – Aqui, coloque suas mãos. – ela preparara uma infusão de valeriana, para as mãos machucadas de Rony.
- Ah Mione, você é mesmo um anjo. – Rony falou animado para a garota que enrubesceu.
Os dois desde o baile agiam estranhamente, trocando sorrisos quando achavam que ninguém estava olhando, e cheio de gentilezas um para com o outro. Cassie sorriu, pelo menos as coisas agora estavam caminhando.
- Eu tô cansado. – Harry falou sentando-se pesadamente ao lado de Cassie, pegou a mão dela e ficou brincando com os dedos distraidamente.
- Que foi? – ela perguntou, estranhando o mutismo dele.
- Nada. – ele respondeu muito rápido. – Na verdade... Eu estava pensando nos sonhos que tivemos com o Sirius. – revelou.
- Pensando em quê? – Rony perguntou.
- Se foram mesmo sonhos ou se Sirius está em algum lugar entre aqui e lá. – apontou o dedo para cima.
- Ou se era mesmo o Sirius. – Cassie completou.
- Você acha que pode não ser ele? – Mione perguntou meio assustada.
Cassie deu de ombros e assustou-se, quando Harry levantou-se num repente, puxando-a junto.
- Que foi?
- Vamos agora falar com Dumbledore. – e saiu arrastando-a pela mão.
- Não é para tanto.
- Como não? E se for ele? Não podemos nos arriscar. – Harry nem pensara na possibilidade de não ser o padrinho que lhe aparecia em sonhos.
Os dois pararam em frente à mesa do diretor.
- Aconteceu alguma coisa? – Dumbledore perguntou ao ver as expressões preocupadas de Harry e Cassandra.
- Estamos com uma dúvida. – Harry começou a dizer, e contou dos sonhos que tivera com Sirius. Cassie narrou o seu e suas dúvidas sobre ser Sirius mesmo. Ficaram à espera da explicação de Dumbledore, como se ele tivesse certeza do que estava ocorrendo. O velho bruxo fitou os garotos e soltou um suspiro de pesar.
- Antes de mais nada, Sirius está mesmo morto. – disse enfim.
- Ele disse a mim que não morreu. – Cassie falou ainda tentando entender. – Por isso que fiquei em dúvida se era ele mesmo. Mas por outro lado, ele contou da história dele com minha mãe, como outra pessoa poderia saber?
- E se não fosse mesmo Sirius, ele não viria para avisar sobre perigos não é? – Harry perguntou. – Ou para me ajudar com Cassie.
- Não há volta após a passagem pelo véu. Ninguém sabe ao certo para onde as pessoas vão, posso especular. Sirius pode estar preso entre um mundo e outro... As almas vagam entre aqui e o outro lado quando deixam de fazer algo importante.
- O que seria importante para Sirius? – Harry perguntou.
- Você. – Dumbledore respondeu. – Proteger você é importante para Sirius. Ou ajudá-lo com Cassandra. – ele completou sorrindo para os dois.
- O senhor acha que ele não tem noção de que está morto?
- É possível. É difícil para alguns admitirem que não vivem mais no plano terrestre.
- Então o senhor acredita que seja mesmo ele? – Cassie perguntou, querendo uma certeza.
- Como vocês disseram, Sirius falou de coisas que apenas ele saberia, como da sua mãe.
- Não precisamos nos preocupar que alguém esteja entrando em nossa mente? – foi a vez de Harry querer uma resposta concreta.
- Não. Mesmo porque Cassie pratica Oclumência há muitos anos, seria difícil alguém entrar em sua mente sem seu consentimento. Ela não viu ameaça em Sirius e por isso permitiu que ele penetrasse em seus sonhos.
Harry sentiu uma pontada de culpa por não conseguir dominar a Oclumência ainda. Precisava praticar mais.
- Como o ajudaremos? Sirius não pode ficar vagando por aí, sua alma nunca terá descanso. – Cassie preocupou-se.
- Vocês precisam fazê-lo acreditar que ele está mesmo morto. – Dumbledore disse olhando Harry.
- Eu não posso falar isso para ele. – Harry retrucou negando com a cabeça.
- Harry, você precisa. Quer mesmo que o Sirius fique perdido por aí? - Cassie disse virando-se para ele.
- Fala você, afinal é a filha dele.
- Eu falo mesmo, se ele aparecer de novo. – ela confrontou-o. – Você está sendo egoísta ao não deixá-lo partir.
Harry a fitou durante alguns segundos, sabendo que ela tinha razão, mas não queria dar o braço a torcer. Saiu da sala repentinamente.
Cassie deu um pulo quando a porta bateu com força.
- Ele não está pronto para desfazer os laços com o padrinho. – Dumbledore disse sentando-se à sua cadeira.
Cassandra acenou concordando.
- O senhor acha que pode ser ele que está segurando o Sirius aqui?
- Talvez. Ou pode ser você.
- Eu? – Cassie perguntou assustada.
- Por não ter dito que era sua filha. – Dumbledore a fitou com simpatia. – Ou pode ser eu. – ele falou com pesar.
- Professor...
- Tenho uma parcela de culpa na morte de Sirius, você sabe.
Cassie sentou-se em frente à mesa de Dumbledore ficando de cabeça baixa.
- Acho que nós todos temos algo a dizer a Sirius não é? Não queremos que ele se vá, sem ouvir alguns segredos ou pedidos de perdão. – ela falou encarando o diretor nos olhos que concordou com ela. – Mas talvez nós teremos que perdoar a nós mesmo antes de ouvir o que Sirius tem a dizer.
Dumbledore encarou a garota ponderando suas palavras e dando-lhe razão.
- Vou atrás do Harry. - ela falou levantando-se.
- Cassandra. – Dumbledore a chamou antes que saísse. Ela parou olhando para trás. – Algum sonho?
Ela acenou negando.
Dumbledore soltou um suspiro pesaroso.
- Preciso lhe pedir algo...
- Não precisa. Eu sei o que tenho que fazer. – ela falou com expressão decidida. – Pode contar comigo professor. – e saiu da sala.
- Eu sei, criança. Eu sei. – Dumbledore falou consigo mesmo recebendo um aceno de concordância de Fineus Nigellus.

HPHPHP

- Harry! – Cassie chamou ao vê-lo descendo a escada principal, mas ele não parou, andando ainda mais rápido. – Ah garoto teimoso. – ela resmungou correndo atrás dele.
Alcançou-o perto do lago, parou ao seu lado, ficando em silêncio.
- Quando ele morreu, fiquei aqui por horas pensando em como tudo poderia ter sido diferente. Não conseguia ver um futuro para mim. Sentia uma dor tão grande que fica difícil explicar.
Cassie não respondeu, sabia do que ele falava, sentira em seu próprio coração a dor dele.
- Desculpe tê-lo pressionado. – ela disse depois de alguns minutos. – Não tinha esse direito.
Harry não respondeu.
- Dumbledore disse que a culpa pode ser minha sabe. – isso chamou a atenção dele. – Não me olha com essa cara, pode ser sua também. De nós dois. E até mesmo o diretor disse ter uma parcela de culpa.
- Explica.
- Eu posso estar prendendo o Sirius aqui por não ter ido vê-lo. E você por se sentir responsável por sua morte, assim como Dumbledore se culpa.
- Você mudaria algo?
- Não sei. – ela respondeu sentando-se na grama. – Eu tinha muito medo de como seria recebida, de que ele negasse ou que ele soubesse de mim e não me quisesse. Eu achei que teria tempo.
- Sinto muito.
- Pelo quê? Pela morte dele? Pára de se culpar Harry.
- Não consigo. Eu fui tão estúpido. – suspirou sentando-se ao lado dela. – Eu tinha o espelho, não consigo parar de pensar que eu poderia ter falado com ele de outro jeito, e aquele Monstro... – interrompeu-se irado.
- Talvez pudéssemos descontar a nossa raiva, torturando o Monstro. – Cassie falou dando risada e desanuviando o ambiente.
- Você sempre faz isso. – Harry falou passando o braço pelos ombros da garota.
- O quê?
- Alivia minha dor. – disse encarando-a nos olhos.
- Que bom que eu sirvo para alguma coisa. – ela sussurrou encostando os lábios de leve nos de Harry. Descansou a cabeça no ombro dele e ficaram ali, à beira do lago apreciando o cair da noite, num silêncio confortável.

HPHPHP

Cassie se dirigia à Torre da Grifinória, suja e cansada de mais um treino puxado de Gina, a garota definitivamente era uma capitã impiedosa com seus jogadores. Além dos treinos, tinham que se dividir entre os estudos e as aulas de aparatação, que diga-se de passagem, deixaram Gina fumegando de raiva, pois todos os sábados eles perdiam um precioso tempo, que podia estar sendo usado para mais treinamento.
Passava pela sala da Professora Eveline quando a ouviu falar com alguém num tom mais rude, o que não era o seu normal, visto que era sempre delicada com todos.
- ... Não concordo com você. Cassandra não precisa saber.
Cassie estacou na hora ao ouvir seu nome. O quê ela não precisava saber? Colou o ouvido na porta, com uma careta de desagrado, era a segunda vez que ouvia conversas alheias, e por experiência sabia que boa coisa daí não viria.
- Evy...
Era a voz do Lupin? Mas o que ele estava fazendo em Hogwarts? Vigiando o Harry de novo? Continuou prestando atenção.
- Eu conheço pouco a Cassandra, mas sei que ela é muito parecida com o Harry, e ele fica realmente irritado quando escondemos algo.
- Mas Remo, ela é apenas uma garotinha...
Uma garotinha? Cassie pensou indignada.
- Uma garotinha muito corajosa Evy. Você sabe disso. Não podemos superprotegê-la.
- Não temos certeza do que de fato aconteceu. – a professora Eveline disse soltando um suspiro, pelo som, Cassie percebeu que ela sentara. Outro arrastar de cadeira indicou que Lupin fizera o mesmo.
O tom de voz deles também baixou, o que fez Cassie abrir mais um tantinho da porta.
- Mas ela precisa saber que a mãe não morreu quando era um bebê, que ela tinha oito anos. Quem sabe isso não a faria se lembrar do que realmente aconteceu?
Cassie ao menos ouviu a última parte do que Lupin dissera. Afastou-se da porta de olhos arregalados. Nesse momento, como se um raio a atingisse, deu-se conta do que a professora Eveline dissera na Toca na época do Natal, que sua mãe havia visitado Sirius por anos em Azkaban. Sirius não havia dito o mesmo em seu sonho? Como fora estúpida. No que estava pensando? Claro, agora tudo ficara claro como cristal. Suas visões, as visões que tinha de uma criança gritando e uma mulher sendo... Morta. Não... Sua mãe... Fora morta?
Cassie passou as mãos nos cabelos, sua cabeça de repente parecendo que ia estourar. Precisava sair dali. Eles não podiam saber que ela tinha ouvido a conversa. Rapidamente subiu as escadas em direção à Torre mais alta do castelo, chegou na beira, apoiando as mãos na mureta respirando pesadamente o frio ar noturno. Sua mente dava voltas e mais voltas, pensando em todas as possibilidades do que acontecera nos seus primeiros oito anos de vida. Tinha algumas lembranças vagas, nenhuma nítida. Da mãe então, nada. O que acontecera?
Encostou-se à parede e escorregou para o chão, apertou a cabeça entre as mãos, fechou os olhos com força tentando forçar a memória.
- Memória. É isso. – gritou. – Alguém lançou um feitiço da memória em mim. - levantou-se andando de um lado para outro agitada. – Como não percebi? Mas quem? Petre? – ele era seu primeiro pensamento. – Vovó? Será? – perguntou-se duvidando.
Parou de novo e de olhos fechados tentou se concentrar na visão que tivera, banira-a da mente, mas dessa vez tentaria visualizá-la, como nunca antes tentara.
Nada. Estava muito agitada, precisava se acalmar. Respirou profundamente por várias vezes, sentou-se de novo e dessa vez concentrou-se realmente.
A visão veio meio enevoada, de início, mas aos poucos, tornou-se mais nítida. O quarto, que Cassie não havia prestado atenção na visão anterior, dessa vez mostrou-se como seu quarto, um móbile de estrelas pendurado sobre a cama de dossel onde uma garotinha gritava e chorava, e Cassandra era a garotinha.
Viu a mãe, não a mãe que conhecia através de fotos, a mãe real que não deveria ter esquecido. De longos cabelos iguaizinhos aos seus, mas com um rosto mais suave, bondade era a palavra que vinha à Cassie para descrever a mãe que via.
Cibele embalava a pequena Cassie nos braços, falando baixinho palavras de consolo, mas a garotinha parecia perdida em seu próprio pesadelo.
- Calma meu anjo, mamãe está aqui.
Foi nesse momento que Petre entrara no quarto, a varinha em punho, gritando acima dos berros de Cassie.
- Pai! – Cibele assustou-se com a expressão que viu no rosto de seu pai.
- Saia da frente.
- Não. É minha filha. Sua neta. – a mulher gritou.
- Filha daquele traidor, não é minha neta coisa nenhuma.
- Ele não é um traidor. – Cibele falou em tom feroz, sua expressão de uma certeza absoluta.
- Saia da frente Cibele. Vou fazer o que deveria ter feito quando você voltou para esta casa. Vou dar um fim a esse tormento. – ele rosnou de maneira violenta, puxando-a pelo braço.
- Não. – ela gritou. - Não pai. Não a mate. É minha filha. É minha filha.
O bruxo parecia possuído, pois não deu ouvidos aos gritos da filha, empurrou-a de lado e apontou a varinha em direção à garotinha na cama, o clarão da maldição imperdoável que ele lançou, cegou-o durante alguns segundos. Um silêncio se fez no quarto, e quando ele abriu os olhos, viu, não a garotinha caída, mas sim a filha, morta aos seus pés.
A esposa entrou no quarto, atraída pelos gritos do marido e da filha, e assustou-se quando a viu morta.
- Petre, o que você fez? – ela perguntou estupefata.
- Não foi minha culpa. – ele balbuciou. – Não foi minha culpa. A cria do demônio. Era para ser ela. Era para ser ela. Mas vou dar um jeito nisso agora mesmo. – e apontou a varinha para Cassie deitada na cama, agora acordada, encolhidinha, olhando a mãe estendida no chão.
- Não. - Petre foi impedido, por Sonja. – Já basta o que você fez. Deixe a menina em paz.
- Sonja, a culpa é dela. – ele falou apontando para a garota. – Além do mais, ela viu tudo.
- Lançarei um feitiço da memória. Será o suficiente. Conviver com ela, será o seu castigo por ter matado nossa filha. – Sonja disse de maneira severa. – Você passou dos limites Petre.

Foi a última coisa que Cassandra viu, abriu os olhos, sentindo uma raiva súbita, levantou-se do chão pronta para sair dali e ir estrangular o homem que tinha sido seu avô, a avó não ficaria atrás, pois acobertara o que o marido fizera, e apesar de ela tê-la protegido, não a vira derramar uma lágrima pela perda da filha.
Parou antes de chegar à porta. Harry! Não podia sair de Hogwarts nesse momento, não antes de deixá-lo em segurança, e tinha certeza de que se dissesse que iria atrás de Petre, ele iria junto, e isso ela não poderia permitir. Em sua raiva, socou com força a parede de pedra, uma, duas, três vezes, vendo a cara do avô na sua frente, a dor em sua mão conseguiu aplacar momentaneamente a sua raiva.
Deitou-se num dos vários bancos que havia espalhados pela Torre fitando a noite estrelada. Precisava pensar num plano. Lupin estava certo, ela não gostara nada de terem escondido que sua mãe havia morrido em época diferente do que imaginara. Mas tinha mais coisas para pensar.

HPHPHP

- Onde a Cassie se enfiou? – Harry perguntou a ninguém em particular.
Rony e Mione trocaram um olhar engraçado. Harry não conseguia ficar um minuto longe da garota.
- O que foi? – ele perguntou aos amigos ao perceber a troca de olhar.
- Nada. – os dois responderam juntos.
- Vou ver no quarto, ela deve ter desmaiado de cansaço depois do treino duro da Gina. – Mione disse levantando-se.
- O que tem eu? – Gina perguntou sentando-se.
Mione ao menos respondeu, saiu dali rapidinho.
- Você anda matando a todos no treino. Parece mais um carrasco do que uma capitã. – Rony resmungou.
- E está dando certo não é? Ganhamos os dois jogos e vamos ganhar esse terceiro. O que mais você quer? – Gina perguntou irritada.
- Você está certa. Não precisa se irritar. – Rony concordou mais do que depressa, a irmã estava mesmo levando o posto de capitã ao extremo.
- Ela não está no quarto. – Mione apareceu de repente meio afogueada.
- Não? – Harry assustou-se, levantando-se rápido. – Será que ela dormiu na banheira? – perguntou preocupado.
- Vou olhar. - Mione disse.
- Espera. – Harry chamou-a. – Tenho um jeito mais rápido. – disse enquanto já subia as escadas para o dormitório.
Harry vasculhou seu malão achando rapidamente o Mapa do Maroto, abriu-o de qualquer jeito procurando o pontinho que indicaria onde Cassie estava. No banheiro não era. Depois de olhar os lugares mais óbvios, como o salão Principal, a cozinha, sala do diretor, da professora Eveline, Harry por um segundo espantou-se por ver um pontinho parado em frente à professora Eveline. O que será que Lupin estava fazendo no castelo? Deixou o pensamento de lado para continuar a busca por Cassie. Encontrou-a no alto da Torre. Soltou um suspiro de alívio. Não tinha nem idéia do que faria se não a encontrasse. Um medo súbito passou por seu corpo e sentiu um aperto no coração. Rapidamente saiu do quarto.
- Encontrei. – disse ao passar veloz pelos amigos.
- Não tem mais volta. Harry Potter está definitivamente apaixonado. – Rony falou recebendo concordância de Mione e Gina.

HPHPHP

Harry saiu correndo pela porta que dava em uma das torres mais altas de Hogwarts, os olhos correram pelo lugar e deram com Cassie deitada num dos bancos que havia por ali, com as mãos atrás da cabeça ela fitava as estrelas. Deixou sair um suspiro de alívio, mas o corpo ainda guardava uma certa apreensão.
Aproximou-se, ajoelhando-se ao lado do banco, ela apenas olhou-o de soslaio dando um meio sorriso.
- Oi. – falou para ele.
- Oi. Você sumiu. – disse Harry.
- Foi mal.
- O que houve?
- Nada.
Harry franziu o cenho. Aprendera a conhecer Cassandra melhor que a si mesmo.
- Você me contaria se houvesse algo errado?
Cassandra virou a cabeça para fitá-lo. Harry se assustou com aquele olhar, ela estava sofrendo, sentia a dor dela em seu peito. A garota sentou-se no banco e abraçou Harry pelo pescoço. Ele surpreendeu-se com o gesto, mas retribuiu o abraço.
- O que foi Cassie?
- Não foi nada Harry, só deu vontade de abraçar você. – ela falou com voz abafada.
Harry deixou-se ficar com Cassie nos braços por um longo tempo, os dois em silêncio.
- Prometa-me uma coisa. – ela falou baixinho.
- Se eu puder...
- Não. – Cassie disse séria afastando-se dele. Segurou-o pelos ombros e séria pediu. – Apenas me prometa Harry.
- O quê?
- Prometa que não sairá de Hogwarts. De jeito nenhum, não importa o que aconteça.
Agora ele estava realmente assustado.
- Cassie, eu não vou prometer nada, me diga o que está acontecendo. - exigiu em tom ansioso.
- Eu não posso... Eu... – Cassie levantou-se de repente. Estava fazendo tudo errado. Sabia que ele não iria concordar com aquilo. Parou no muro que rodeava a torre olhando a noite escura.
- Cassandra. – Harry chamou parando atrás dela.
- Eu nunca pensei que fôssemos ficar juntos. – ela disse baixinho. – Eu sonhei com isso, mas na realidade nunca achei que fosse ao menos conhecer você. Não achei que a nossa ligação fosse ser tão forte.
Harry entendia o que ela queria dizer, com ele acontecia o mesmo, apesar de não ter sabido da existência dela antes, o tempo que a conhecera, já fora suficiente para saber que ela era predestinada a ele.
Cassie virou-se para Harry fitando-o nos olhos.
- Não suporto a idéia do que pode acontecer com você no futuro, não quero nem pensar na possibilidade de você não existir, daquele ‘ser’ conseguir fazer o que vem tentando há tempos. – Cassie sentia as lágrimas vindo, mas segurou.
- Cassie...
- Não. Eu preciso falar. – ela engoliu em seco e continuou: - Eu quero ajudar, foi para isso que eu vim para Hogwarts. Meus sonhos com você podem ajudar, mas eu preciso que você colabore comigo, não fazendo nenhuma maluquice, como sair daqui. Eu preciso saber que você ficará seguro, independentemente do que vier a acontecer. Eu preciso dessa segurança Harry. Por favor. – ela pediu. – Eu sei, que no final não vou poder fazer nada a não ser ver o seu confronto com ele, e sei que você também sabe disso. Meu medo é não poder ajudá-lo quando você mais precisar. Eu sei que você odeia ser protegido, mas você precisa se lembrar de que quem o protege, faz isso porque ama você.
- Inclusive você? – ele perguntou.
Cassie ficou surpresa por um momento, a expressão suavizou-se de repente, e um leve sorriso surgiu em seu rosto. Aproximou-se, abraçando-o pela cintura e encostando a cabeça no peito dele, disse baixinho:
- Inclusive eu. Amo você seu bruxo teimoso.
Harry sentiu o peito inflar nesse momento, um contentamento soberbo borbulhava em seu íntimo. Apesar de ela já ter dado a entender que o amava, nunca lhe dissera as palavras. Não conseguiu evitar um sorriso largo.
- Você está sorrindo. – ela disse.
- Não mesmo. – ele falou alegre. Afastou-a um pouco, segurando-a pelos ombros, e deu-lhe um beijo nos lábios suavemente. – Eu também amo você. Prometo ficar em Hogwarts, por você, mas...
- Ah Harry... – ela ia se jogar nos braços dele, mas ele a segurou ainda afastada.
- ... Mas... – ele continuou. – Apenas se você estiver aqui comigo.
Cassie encarou-o, um tremor repentino a fez-se arrepiar dos pés à cabeça.
- Você está com frio. – Harry disse pegando nas mãos dela, quando viu o punho ferido. – O que foi isso? – perguntou preocupado.
- Ah, eu bati no muro sem querer.
- Como você pode ter batido no muro sem querer? – Harry franziu o cenho sem entender.
- Assim ó. – e Cassie demonstrou com a mão boa como ela socara o muro.
- Você ficou maluca?
- Na verdade os treinos da Gina são para deixar qualquer um maluco. – ela usou a desculpa que não convenceu muito.
- Para mim parece que você estava com raiva de alguma coisa. – ele especulou atento à expressão dela.
Cassie encarou Harry nos olhos. Tinha que contar, não podia esconder outro assunto importante dele. Colocou ambas as mãos nos olhos.
- Cassie!...
- Eu não ia contar. – ela disse com a voz abafada pelas mãos no rosto. – Mas eu não posso... Não posso esconder de você.
- O que foi? – ele perguntou.
De cabeça baixa Cassie começou a falar, contou tudo, sobre o que ouvira de Lupin e Eveline, como chegara à conclusão de que lançaram-lhe um feitiço da memória, depois da morte da mãe.
- Como eles conseguiram conviver comigo por quinze anos, olhando na minha cara sem sentir culpa, é uma coisa que não consigo entender. – concluiu.
- Por que você não queria me contar? – Harry perguntou depois de algum tempo.
Ela olhou-o sentindo uma pontada de culpa.
- Ia atrás dele, não é? Do seu avô. E não queria que eu fosse junto. Por isso a promessa.
Não precisava nem concordar.
- Cassie... Como você pode me dizer num momento que me ama, e no outro que eu faça uma escolha entre a minha segurança e você?
- Exatamente porque te amo é que lhe pedi que me prometesse ficar aqui Harry. Não consegue entender isso não é? Queira você ou não, você é importante para o mundo bruxo, não pode se dar ao luxo de ficar tentando o perigo. É um fardo que você carrega. Acredita mesmo que eu queira que você carregue os meus? – perguntou ficando brava.
- Eu sei o que tenho de fazer, não precisa ficar me lembrando. – ele virou-se de costas para ela.
- Ótimo.
- Ótimo. – ele concordou enfezado.
Ficaram em silêncio, pensando no que gostariam de fazer e no que deveriam fazer.
Por mais que Harry odiasse admitir isso, Cassie estava certa. Ele tinha uma missão e ela dependia dele permanecer vivo para completá-la, desse tudo certo ou não.
Cassie sabia que deveria permanecer em Hogwarts, até quando não sabia, mas ficaria até que fosse necessária, ou até que pudesse ter certeza de que Harry ficaria em segurança.
- Você não vai não é? – ele perguntou não agüentando mais aquele silêncio.
- Por enquanto não.
Harry virou-se para ela encarando-a nos olhos.
- Eu sei o que você sente quando diz que quer me ver em segurança. Eu sinto o mesmo. – falou puxando-a para um abraço apertado.
- Nós somos dois idiotas.
- Somos. – ele concordou. – Vem cá. – falou abraçando-a apertado.
Ela aconchegou-se nos braços dele. Apreensiva pensou de que maneira poderia ir para a Romênia sem que Harry quisesse ir junto. Não poderia tirá-lo da proteção de Dumbledore, se algo parecido com o que acontecera em Londres se repetisse e ele fosse ao menos ferido por sua culpa, se atiraria do alto daquela torre, pensou de maneira trágica.

HPHPHP

Os dias começavam a se tornar menos frios, os treinos continuavam e o jogo contra Corvinal se aproximava.
Cassie agia da maneira de sempre, ao menos era o que ela pensava, mas às vezes ficava fitando o vazio por tempo demais, e quando achava que ninguém a estava observando, uma expressão triste aparecia em seu rosto. Mas Harry estava atento a todas as suas expressões, e nitidamente ficava cada vez mais próximo a ela, se pudesse dormiria na porta do quarto das meninas. Começava a ficar com um medo tremendo de que ela cometesse alguma loucura, como sair na calada da noite para ir à Romênia.
As brincadeiras e músicas que Cassie cantava, aos poucos foram diminuindo. Seu jeito alegre, devagar se apagando. Emagreceu ao ponto da professora Eveline chamá-la em sua sala e perguntar o que estava acontecendo. Cassie riu quando a professora disse que ela iria sumir se emagrecesse mais um pouco, e disse que estava testando uma nova dieta, podia estar magra, mas tinha músculos nos lugares certos e estava forte como um touro. O papo não convencera a professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, que deixou o assunto de lado, mas não parou de observá-la.
Cassie parou à frente do espelho no banheiro e percebeu que a professora tinha razão, estava magra demais, pequenina do jeito que era daqui a pouco iriam compará-la com um elfo. Tinha que parar de se lamentar pelo que não podia voltar, e concentrar-se em sua vingança, ainda não tinha decidido se mataria Petre, pensou com um sorriso diabólico.
- Não quero nem saber que planos assassinos passam por sua cabeça. – Mione disse de repente aparecendo no espelho.
Cassandra deu risada, do acerto da amiga.
- Estou aqui pensando que se aquela Cho Chorona encostar um dedo no Harry no jogo, eu arranco-a da vassoura pelos cabelos e não vai sobrar um fio.
- Quero morrer sua amiga. – Mione falou em tom assustado.
Cassie deu risada, a primeira que Hermione ouvia em dias.
- Bom. – falou sorrindo enquanto saía do banheiro.
- O que é bom? – Cassie perguntou seguindo-a.
- Nada.
- Você está misteriosa.
Mione apenas deu um sorriso.
- E não me contou como andam as coisas entre você e Rony.
- Você não perguntou.
Cassie bufou deselegante e rodou os olhos.
- Mione, essas coisas não se perguntam, se falam, papos de garotas sabe?
- Você nunca falou nada do Harry.
- Não? – Cassie espantou-se com a informação, e procurou na memória se isso era verdade. – É, pode ser. Está bem. Eu começo. Harry é super carinhoso, ele adora pegar na minha mão e ficar brincando com meus dedos, acho isso tão fofo. – ela falou juntando as mãos com os olhos brilhando. Mione teve que rir. – Ele também é romântico, vive me falando poesias.
- Mentirosa. – Mione discordou dando risada.
- É, mas poderia ser verdade. – Cassie retrucou acompanhando a amiga nas risadas.
- Eu duvido que você gostaria de um cara que lhe recitasse poesias, é mais fácil contentá-la fazendo alguma peraltice, como o caso do sapo.
- Você está absolutamente correta. – Cassie concordou. – Bom, continuando... Harry beija divinamente, na verdade eu não tenho muito como comparar, mas eu sinto um friozinho na barriga, que vai subindo, subindo, até explodir em milhares de luzinhas coloridas, e sininhos soltos no ar. – Cassie ia descrevendo e fazendo gestos com as mãos. Em seu enlevo ao falar dos beijos de Harry não percebera que ela e Mione pararam no corredor e que havia uma rodinha de meninas ouvindo-a com sorrisos sonhadores. Deu-se conta quando ouviu as risadinhas delas, ao invés de ficar embaraçada, ela deu uma risada alegre, e começou a cantar I Was Born To Love You.



I was born to love you
With every single beat of my heart
Yes, I was born to take care of you
Every single day...

I was born to love you
With every single beat of my heart
Yes, I was born to take care of you
Every single day of my life

You are the one for me
I am the woman for you
You were made for me
you're my ecstasy
If I was give every opportunity
I'd kill for your love

So take a chance with me
Let me romance with you
I'm caught in a dream
And my dream's come true
It's so hard to believe
This is happening to me
An amazing feeling
Comin' through -

I was born to love you
With every single beat of my heart
Yes, I was born to take care of you
Every single day of my life

I wanna love you
I love every little thing about you
I wanna love you, love you, love you
Born - to love you
Born - to love you
Yes I was born to love you
Born - to love you
Born - to love you
Every single day - of my life

An amazing feeling
Comin' through

I was born to love you
With every single beat of my heart
Yes, I was born to take care of you
Every single day of my life

Yes I was born to love you
Every single day of my life

Go, I love you babe
Yes, I was born to love you
I wanna love you , love you, love you
I wanna love you
I get so lonely, lonely, lonely, lonely
Yeah, I want to love you
Yeah, give it to me



As meninas aplaudiram a performance e disseram que a música era linda.
- Muito romântica. – Lilá falou suspirando.
- Muito idiota. – uma voz disse mais atrás.
Cassie ergueu-se na ponta dos pés para ver quem tinha falado, e deu com a cara da Cho Chorona.
- Ah, mas se não é a bruxa má. – Cassie falou abrindo caminho até parar na frente de Cho Chang. Encarou-a de baixo, pois era alguns centímetros menor, mas não deixou que isso a incomodasse.
- Você me chamou de quê?
- Fiz referência a sua fantasia do baile. – Cassie retrucou dando de ombros. – Então a música é idiota. Fred deve estar se revirando no túmulo. – completou balançando a cabeça com pesar.
- Fred?
- O dono da música.
Chang fez cara de que não tinha entendido nada, e Cassie trocou com um olhar com Mione como quem diz, ‘Mas que estúpida’!.
- Você adora ficar se mostrando por aí. Tenho certeza de que o Harry odeia isso. – Cho falou.
- Me mostrando? Pode ser. Agora, eu duvido que você conheça o Harry um tantinho assim. – e Cassie encostou o dedão da mão no indicador, dando a entender que o conhecimento de Cho era nulo.
- Eu convivo com ele há mais tempo que você. – Chang continuou aproximando-se ainda mais de Cassie.
- Isso eu também duvido. – Cassie respondeu sem se intimidar, e já começando a ficar irritada.
As meninas não sabiam muito bem o que fazer. Chamar alguém? Interromper o bate boca? Não, estava ficando divertido. Mione só estava com receio de ter que entrar na briga se houvesse troca de socos, pois as duas amigas de Cho eram bem grandalhonas.
- Você está me chamando de mentirosa? – Cho indignou-se.
- Putz, não é que você é mais esperta do que eu pensava? – Cassie ironizou, os olhos duas fendas dardejando gelo em direção à Cho.
- Tão esperta que tive o Harry antes de você.
Ah, mas a guria estava procurando briga mesmo. Cassie partiu para cima dela que ninguém nem viu de tão rápido, derrubou-a no chão e agarrou-a pelos cabelos, que sem reação apenas se pôs a gritar.
Cho estava certa, tinha beijado Harry antes dela, Cassie tinha visto a cena em um de seus sonhos, ficara louca com isso, na época ainda não sabia que era ciúmes, mas hoje descobrira a emoção, e ia arrancar todos os fios de cabelo daquela nojenta para ela aprender a ficar de boca fechada, mas foi impedida por alguém que a segurou pelo braço, Cassie ainda tentou se libertar, e foi segura pela cintura, sendo erguida e tirada dali esperneando, via tudo vermelho na frente.
- Eu não fiz nada. – Cho choramingava. – Essa menina é maluca.
- Você ainda não viu nada. – Cassie gritou sendo arrastada dali. – Eu vou amassar essa sua cara. Vou entupir seus dutos lacrimais. Vou fazer você ficar de joelhos sua chorona nojenta... – e continuou com seus xingamentos, fazendo a pessoa que a levava cair na risada.
Mione ia atrás entre assustada e maravilhada. Cassandra realmente era surpreendente, não tinha um pingo de covardia nas veias, mas isso poderia lhe custar o resto das semanas que ainda tinha em Hogwarts.
Cassie entrou meio empurrada numa das salas de aula vazia e virou-se para a pessoa que a arrastara, dando de cara com Lupin.
- Por que você fez isso? – gritou para ele.
- Queria ser presa em Azkaban por matar sua colega?
- Co-colega! – Cassie engasgou com a palavra. – Por favor, não me ofenda. – grunhiu.
- Mas que diabos foi aquilo? – ele perguntou, mas a menina cruzou os braços emburrada, virando-se para a janela sem responder, então Lupin olhou para Mione que os havia seguido.
- Bom, na verdade a Cho provocou um pouquinho... – um resmungo mais alto da janela a fez se corrigir. – Muito. Provocou muito a Cassie. Eu sei que não era para tanto... – outro resmungo mais alto, o que fez com que Mione quase desse risada, mas controlou-se. – Olha professor...
- Eu não sou mais professor Hermione. – ele a corrigiu sorrindo.
- Eu sei, é a força do hábito. A Cho vem provocando a Cassie desde o baile, acho que hoje foi demais para ela. – tentou dar desculpas pela atitude de Cassie, não queria que ela fosse expulsa.
- Cassandra. Não tem nada a dizer? – Lupin perguntou.
Ela apenas deu de ombros.
- Você sabe que tem muita sorte de que tenha sido eu que a peguei batendo em outra garota não é?
- E eu bati? Não deu nem tempo. Mas ela não perde por esperar. – Cassie rosnou mais para si mesma.
- Cassandra...
- Eu posso ir? – ela perguntou virando-se. – Se você vai contar para o Dumbledore, vai em frente. Mesmo porque a cretina já deve estar fofocando nos ouvidos do professor Flitwick. Talvez eu tenha que ir arrumando as minhas coisas. – e com isso saiu da sala batendo os pés de raiva.
Lupin e Hermione trocaram um olhar entre assustado e divertido.
- Ela é muito ciumenta. – Mione disse à guisa de explicação.
- Ah! – retrucou Lupin entendendo enfim o que havia acontecido.

HPHPHP

Cassie estava parada à beira do lago tacando pedrinhas na superfície, sua raiva arrefecera, um pouco, pois ainda resmungava sobre arrancar cabelos e furar alguns olhos. Black ao seu lado, estava deitado fitando a dona apenas de rabo de olho, parecia pressentir que ela estava fora do normal.
Harry ficou um bom tempo apreciando a namorada arremessar as pobres pedrinhas no lago, quando achou que este já estava quase cheio, aproximou-se. Ela o notou quando Black levantou-se abanando o rabo em cumprimento, mas nem olhou.
- Se esse lago falasse. – ele disse enfim. – Já deve ter ouvido milhões de desabafos ou resmungos.
- Eu não resmungo. – ela falou jogando outra pedra.
- Você não acha que a lula gigante já deve estar ficando irritada de ser acertada por todas essas pedras?
Cassie parou com a mão no ar, imaginando que ele deveria estar com a razão, deixou-a cair e soltou um profundo suspiro relaxando os ombros.
- Quer me contar o que aconteceu? – ele perguntou.
- Você já soube?
- A versão corrente.
- Aquela bica d’água me irritou.
Harry fez força para não rir.
- Teve a audácia de se dizer conhecedora de sua pessoa. – ela continuou apontando para ele. – E o descaramento de dizer que foi a primeira. Eu não agüentei, na verdade nem fiz força para me conter, estava doida para dar uns socos em alguém. – Cassie completou as mãos apertadas em punhos.
- Eu não sabia que você era tão ciumenta. – Harry disse de maneira suave, atrevendo-se a abraçá-la pela cintura.
- Você nem tem idéia do quanto. E há quanto tempo eu queria arrancar alguns fios de cabelo do chafariz. – ela falou de modo tranqüilo agora, encostando a cabeça no peito dele.
- Há quanto tempo? Mas... – ele não entendeu.
Cassie virou-se para ele ainda dentro do círculo de seus braços, e encarando-o nos olhos disse:
- Sonhei com o beijo que ela deu em você. Vi toda a cena, e posso dizer a você que odiei esse sonho mais que tudo na vida.
- Cassie... – Harry estava surpreso.
- Eu sei, você não tinha controle sobre seu coração naquela época, foi muito inocente ao gostar da primeira idiota que lhe apareceu na frente. – ela falou sorrindo enquanto o acariciava no rosto.
Harry teve que dar risada.
- Você poderia ser expulsa sabe? – ele falou agora preocupado.
- Na hora eu não pensei nisso. – Cassie respondeu dando de ombros.
- Ou será que você teve a grande idéia de usar isso a seu favor? – Harry encarou-a de cenho franzido ao fazer a pergunta.
- O quê? Você está achando que eu planejei tudo isso? – ela surpreendeu-se.
- Não planejou?
- Na verdade teria sido uma grande idéia mesmo, mas não. Tem uma ou duas coisas que ainda preciso fazer antes de ir para a Romênia.
- Uma ou duas? Vai me dizer o que é?
Cassandra deu um sorriso que ultrapassou a todos os anteriores antes de ela aprontar uma peraltice.
- Você logo vai saber. – foi a única resposta que ele obteve. – Vamos entrar? Já estou bem mais calma agora. – ela disse sorridente, chamando Black que a seguiu latindo e pulando sobre a dona.
- Tenho até medo quando ela fica alegre assim. – Harry falou para si mesmo, seguindo o cão e a dona dela.

Continua...

N.A.:
HUHUHUHUHUH... Quem é vivo sempre aparece, e enfim eis o cap 16 que não era exatamente para ser assim... Mas quando é?
Para quem não sabe, final do ano eu estava de férias das fics, fiquei dezembro e janeiro inteiros sem fazer nada (quem ler isso deve estar pensando que eu trabalho muito né?..hihihihi), fiz até algumas revisões, mas pouca coisa, escrever então, eu precisava de um descanso... Fevereiro eu voltei com a corda toda, mas não com DE, eu simplesmente bloqueei numa parte e nem sei se ela ficou tão boa assim... Mas no geral gostei desse capítulo. Já era para ser nesse, o jogo contra Corvinal, mas aí me veio umas idéias diferentes, e eu não custo muito para mudar o que tinha planejado.
Quanto à briga...kyakyakya... Enquanto escrevia a coisa foi fluindo, depois relendo, percebi que descrevi um Draco de saias, inclusive com dois asseclas grandalhões, e resolvi deixar... Ah mas que maravilhoso foi arrancar alguns fios de cabelo da Cho... Quem me conhece de outras fics sabe que não sou muito fã de brigas entre garotas, prefiro as palavras irônicas, mas não consegui me conter.
Espero que vocês não tenham desistido de DE, porque eu posso demorar, mas ainda estou na ativa.
Beijos e se cuidem


Espaço da revisora Mar:
Tô me recuperando dos ataques de riso que tive. Nossa, eu detesto muitão a Chang e ver a Cassie partindo pra cima da aguada me deixou vibrando, rindo e saltitando. Adorei! Grande Cassie!
Adorei muitão também ver a Cassie confiando no Harry e contando sobre o que o avô fez, aliás, que cara horrível né? Eu fiquei extremamente indignada e com o coração na mão pela Cassie ainda garotinha ter presenciado aquilo.
Mas ah, também fiquei bobona diversas vezes. Ah, vamos combinar, o Harry da Rô é fofíssimo né? Dá vontade de pegar no colo e afofar hahahaha.
Excelente capítulo. Adorei ler, me emocionar, indignar, divertir, derreter e torcer pela Cassie hehehehe
E novamente peço desculpas pela minha demora em revisar (foge das pedras).
Beijão pessoal
Mar



(tradução)
I Was Born To Love You
Eu Nasci Para Amar Você
by Fred Mercury - Queen
(Cd: Made in heaven)

Eu nasci para amar você
Com toda simplística batida de meu coração
Sim, eu nasci para cuidar de você
Todo dia...

Eu nasci para amar você
Com toda minha simples batida do meu coração
Sim, eu nasci para cuidar de você
Todo dia da minha vida

Você é a/o única/único pra mim
Eu sou o/a homem/mulher para você
Você foi feita/feito mim
você é minha/meu êxtase
Se eu tivesse oportunidade
Eu mataria por teu amor

Então, tente uma vez comigo
Me deixe amar você
Eu estou preso/presa em um sonho
E meu sonho se torna realidade
É tão duro acreditar
Isto está acontecendo comigo
Um sentimento surpreendente

Eu nasci para amar você
Com a simples batida do meu coração
Sim, eu nasci pra cuidar de você
Todo dia da minha vida

Eu quero amar você
Eu amo tudo em você
Eu quero amar você, amar você, amar você
Nasci - pra amar você
Nasci - pra amar você
Sim eu nasci pra amar você
Nasci - pra amar você
Nasci - pra amar você
Todo dia - da minha vida

Um sentimento surpreendente
me completa

Eu nasci pra amar você
Com a simples batida do meu coração
Sim, eu nasci pra cuidar de você
Todo dia da minha vida

Sim eu nasci pra amar você
Todo dia da minha vida

Vá, eu te amo querida/querido
Sim, eu nasci pra amar você
Eu amo você, amo você, amo você
Eu quero amar você
Eu me ponho tão só, só, só, só
Yeah, eu quero te amar
Yeah, dê a mim


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